OS TÚMULOS
ESTÃO VAZIOS
(Irmão Saulo)
(Irmão Saulo)
A última lição de Jesus, através
do seu corpo carnal, foi a do túmulo vazio. Até hoje os homens se
aturdem ante esse mistério. Muitos chegam mesmo a entregar-se a
verdadeiros delírios da imaginação para explicá-lo, e outros o
tomam como fundamento de teorias absurdas sobre a natureza de Jesus.
Mas Ele, que se igualara aos homens para auxiliá-los nos caminhos do
mundo, não quis deixar a Terra sem esgotar até a última
possibilidade de ensinar por meio do corpo.
Esse, apenas esse o sentido daquele
vazio que as mulheres encontraram na manhã de domingo, quando o
foram procurar no túmulo. Seu último gesto físico foi total e sua
última lição através do corpo foi absoluta: os túmulos estão
vazios.
No soneto de Figueiredo Silva,
“Morte e reencontro”, temos a confirmação mediúnica desse
princípio evangélico. O filho angustiado pela morte rompe as trevas
do velório ao receber o afago da mãe que o vem buscar para a vida
espiritual. O cadáver rígido irá sozinho para o túmulo, que
permanecerá vazio. A morte do corpo não é a destruição do ser. É
preciso afastar essa barreira para que a verdade se restabeleça e o
pensamento dos vivos da Terra se dirija, liberto, ao coração dos
vivos do Além.
O soneto de Antero de Quental,
“Além da morte”, serve de complemento à mensagem de Figueiredo
Silva, anunciando a Divina Primavera que nos espera a todos, como
herança do espírito após a passagem pela vida terrena. Esses dois
sonetos figuram em livros diferentes de Chico Xavier, publicados em
datas diversas. Reunimo-los aqui e estamos certos de que esse duplo
testemunho de dois espíritos elevados, na expressão poética que os
caracterizou em vida, valerá por uma mensagem da vida triunfante, no
momento em que a lembrança da morte obscurecer e amargurar a mente
das criaturas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário