No século
19, um fenômeno agitou a Europa: as mesas girantes. Nos salões elegantes, após
os saraus, as mesas eram alvo de curiosidade e de extensas reportagens, pois
moviam-se, erguiam-se no ar e respondiam a questões mediante batidas no chão
(tiptologia). O fenômeno chamou a atenção de um pesquisador sério, discípulo do
célebre Johann Pestalozzi: Hippolyte Leon Denizard Rivail.
Rivail, pedagogo francês, fluente em diversos idiomas, autor de
livros didáticos e adepto de rigoroso método de investigação científica não
aceitou de imediato os fenômenos das mesas girantes, mas estudou-os
atentamente, observou que uma força inteligente as movia e investigou a
natureza dessa força, que se identificou como os “Espíritos dos homens” que
haviam morrido. Rivail fez centenas de perguntas aos Espíritos, analisou as
respostas, comparou-as e codificou-as, tudo submetendo ao crivo da razão, não
aceitando e não divulgando nada que não passasse por esse crivo. Assim nasceu O
Livro dos Espíritos. O professor Rivail imortalizou-se adotando o pseudônimo de
Allan Kardec.
A Doutrina codificada por ele tem caráter científico, religioso
e filosófico. Essa proposta de aliança da Ciência com a Religião está expressa
em uma das máximas de Kardec, no livro “A Gênese”: “O espiritismo, marchando
com o progresso, jamais será ultrapassado porque, se novas descobertas
demonstrassem estar em erro sobre um certo ponto, ele se modificaria sobre esse
ponto; se uma nova verdade se revelar, ele a aceitará”.
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