sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

NOS MOMENTOS GRAVES


NOS MOMENTOS GRAVES

Use calma. A vida pode ser um bom estado de luta, mas o estado de guerra nunca uma vida boa.
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Não delibere apressadamente. As circunstâncias, filhas dos Desígnios Superiores, modificam-nos a experiência, de minuto a minuto.
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Evite lágrimas inoportunas. O pranto pode complicar os enigmas ao invés de resolvê-los.
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Se você errou desastradamente, não se precipite no desespero.
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O reerguimento é a melhor medida para aquele que cai.
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Tenha paciência. Se você não chega a dominar-se, debalde buscará o entendimento de quem não o compreende ainda.
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Se a questão é excessivamente complexa, espere mais um dia ou mais uma semana, a fim de solucioná-la. O tempo não passa em vão.
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A pretexto de defender alguém, não penetre o círculo barulhento. Há pessoas que fazem muito ruído por simples questão de gosto.
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Seja comedido nas resoluções e atitudes. Nos instantes graves, nossa realidade espiritual é mais visível.
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Em qualquer apreciação, alusiva a segundas e terceiras pessoas, tenha cuidado. Em outras ocasiões, outras pessoas serão chamadas a fim de se referirem a você.
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Em hora alguma proclame seus méritos individuais, porque qualquer qualidade excelente é muito problemática no quadro de nossas aquisições.
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Lembre-se de que a virtude não é uma voz que
fala e, sim, um poder que irradia.

Mensagem extraída do Livro Agenda Cristã, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier - pelo Espírito André Luiz

PRINCÍPIOS REDENTORES


PRINCÍPIOS REDENTORES

Não esqueça de que Deus é o tema central de nossos destinos.
Deseje o bem dos outros, tanto quanto deseja o próprio bem.
Concorde imediatamente com os adversários.
Respeite a opinião dos vizinhos.
Evite contendas desagradáveis.
Empreste sem aguardar restituição.
Dê seu concurso às boas obras, com alegria.
Não se preocupe com os caluniadores.
Agradeça ao inimigo pelo valor que ele lhe atribui.
Ajude as crianças.
Não desampare os velhos e doentes.
Pense em você, por último, em qualquer jogo de benefícios.
Desculpe sinceramente.
Não critique a ninguém.
Repare seus defeitos, antes de corrigir os alheios.
Use a fé e a prudência.
Aprenda a semear, preparando boa ceifa.
Não peça uvas ao espinheiro.
Liberte-se do peso de excessivas convenções.
Cultive a simplicidade.
Fale o menos possível, relativamente a você e a seus problemas.
Estimule as qualidades nobres dos companheiros.
Trabalhe no bem de todos.
Valorize o tempo.
Metodize o trabalho, sabendo que cada dia tem as suas obrigações.
Não se aflija.
Sirva a toda gente sem prender-se.
Seja alegre, justo e agradecido.
Jamais imponha seus pontos de vista.
Lembre-se de que o mundo não foi feito apenas para você.

Mensagem extraída do Livro Agenda Cristã, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, pelo espírito André Luiz

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Esmola e Caridade

Escusam-se muitos de não poderem ser caridosos, alegando precariedade de bens, como se a caridade se reduzisse a dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus e proporcionar um teto aos desabrigados.
Além dessa caridade, de ordem material, outra existe - a moral, que não implica o gasto de um centavo sequer e, não obstante, é a mais difícil de ser praticada.
Exemplos? Eis alguns:
Seríamos caridosos se, fazendo bom uso de nossas forças mentais, vibrássemos ou orássemos diariamente em favor de quantos saibamos acharem-se enfermos, tristes ou oprimidos, sem excluir aqueles que porventura se considerem nossos inimigos.
Seríamos caridosos se, em determinadas situações, nos fizéssemos intencionalmente cegos para não vermos o sorriso desdenhoso ou o gesto disprezivo de quem se julgue superior a nós.
Seríamos caridosos se, com sacrifício de nosso valioso tempo, fôssemos capazes de ouvir, sem enfado, o infeliz que nos deseja confiar seus problemas íntimos, embora sabendo de antemão nada podermos fazer por ele, senão dirigir-lhe algumas palavras de carinho e solidariedade.
Seríamos caridosos se, ao revés, soubéssemos fazer-nos momentâneamente surdos quando alguém, habituado a escarnecer de tudo e de todos, nos atingisse com expressões irônicas ou zombeteiras.
Seríamos caridosos se, disciplinando nossa língua, só nos referíssemos ao que existe de bom nos seres e nas coisas, jamais passando adiante notícias que, mesmo sendo verdadeiras, só sirvam para conspurcar a honra ou abalar a reputação alheia.
Seríamos caridosos se, embora as circunstâncias a tal nos induzissem, não suspeitássemos mal de nossos semelhantes, abstendo-nos de expender qualquer juízo apressado e temerário contra eles, mesmo entre os familiares.
Seríamos caridosos se, percebendo em nosso irmão um intento maligno, o aconselhassemos a tempo, mostrando-lhe o erro e despersuadindo o de o levar a efeito.
Seríamos caridosos se, privando-nos, de vez em quando, do prazer de um programa radiofônico ou de T.V. de nosso agrado, visitássemos pessoalmente aqueles que, em leitos hospitalares ou de sua residência, curtem prolongada doença e anseiam por um pouco de atenção e afeto.
Seríamos caridosos se, embora essa atitude pudesse prejudicar nosso interesse pessoal, tomássemos, sempre, a defesa do fraco e do pobre, contra a prepotência do forte e a usura do rico.
Seríamos caridosos se, mantendo permanentemente uma norma de proceder sereno e otimista, procurássemos criar em torno de nós uma atmosfera de paz, tranquilidade e bom humor.
Seríamos caridosos se, vez por outra, endereçássemos uma palavra de aplauso e de estimulo às boas causas e não procurássemos, ao contrário, matar a fé e o entusiasmo daqueles que nelas se acham empenhados.
Seríamos caridosos se deixássemos de postular qualquer benefício ou vantagem, desde que verificássemos haver outros direitos mais legítimos a serem atendidos em primeiro lugar.
Seríamos caridosos se, vendo triunfar aqueles cujos méritos sejam inferiores aos nossos, não os invejássemos e nem lhes desejássemos mal.
Seríamos caridosos se não desdenhássemos nem evitássemos os de má vida, se não temêssemos os salpicos de lama que os cobrem e lhes estendêssemos a nossa mão amiga, ajudando-os a levantar-se e limpar-se.
Seríamos caridosos se, possuindo alguma parcela de poder, não nos deixássemos tomar pela soberba, tratando, os pequeninos de condição, sempre com doçura e urbanidade, ou, em situação inversa, soubéssemos tolerar, sem ódio, as impertinências daqueles que ocupam melhores postos na paisagem social.
Seríamos caridosos se, por sermos mais inteligentes, não nos irritássemos com a inépcia daqueles que nos cercam ou nos servem.
Seríamos caridosos se não guardássemos ressentimento daqueles que nos ofenderam ou prejudicaram, que feriram o nosso orgulho ou roubaram a nossa felicidade, perdoando-lhes de coração.
Seríamos caridosos se reservássemos nosso rigor apenas para nós mesmos, sendo pacientes e tolerantes com as fraquezas e imperfeições daqueles com os quais convivemos, no lar, na oficina de trabalho ou na sociedade.
E assim, dezenas ou centenas de outras circunstâncias poderiam ainda ser lembradas, em que, uma amizade sincera, um gesto fraterno ou uma simples demonstração de simpatia, seriam expressões inequívocas da maior de todas as virtudes.
Nós, porém, quase não nos apercebemos dessas oportunidades que se nos apresentam, a todo instante, para fazermos a caridade.
Porquê?
É porque esse tipo de caridade não transpõe as fronteiras de nosso mundo interior, não transparece, não chama a atenção, nem provoca glorificações.
Nós traímos, empregamos a violência, tratamos ou outros com leviandade, desconfiamos, fazemos comentários de má fé, compartilhamos do erro e da fraude, mostramo-nos intolerantes, alimentamos ódios, praticamos vinganças, fomentamos intrigas, espalhamos inquietações, desencorajamos iniciativas nobres, regozijamo-nos com a impostura, prejudicamos interesses alheios, exploramos os nossos semelhantes, tiranizamos subalternos e familiares, desperdiçamos fortunas no vício e no luxo, transgredimos, enfim, todos os preceitos da Caridade, e, quando cedemos algumas migalhas do que nos sobra ou prestamos algum serviço, raras vezes agimos sob a inspiração do amor ao próximo, via de regra fazemo-lo por mera ostentação, ou por amor a nós mesmos, isto é, tendo em mira o recebimento de recompensas celestiais.
Quão longe estamos de possuir a verdadeira caridade!
Somos, ainda, demasiadamente egoístas e miseravelmente desprovidas de espírito de renúncia para praticá-la.
Mister se faz, porém, que a exercitemos, que aprendamos a dar ou sacrificar algo de nós mesmos em benefício de nossos semelhantes, porque "a caridade é o cumprimento da Lei."


Calligaris, Rodolfo. Da obra: As Leis morais.
8a edição. Rio de Janeiro, RJ:FEB, 1998.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

A DOR E O TEMPO

A DOR E O TEMPO
Irmão Saulo
As coisas naturais são constantes lições de paciência ao nosso redor. Tudo no mundo nos ensina duas lições fundamentais: a da evolução e a da imortalidade. Porque tudo se desenvolve em direção ao futuro e tudo morre para renascer. A ciência reconhece que nada se perde, tudo se transforma. A filosofia, mesmo em suas correntes mais atuais e mais negativas, reconhece a evolução geral e admite que o homem é um projeto, ou seja, uma flecha que atravessa a existência em direção a um alvo superior.
Se nos recusamos a entender as lições que nos rodeiam e as que brotam do fundo de nós mesmos, é porque, segundo explica a questão 738 de O livro dos espíritos: “Durante a vida o homem relaciona tudo ao seu corpo.” Mas, diz a mesma questão: “após a morte pensa de outra maneira”. Apegados ao corpo, limitados pelas percepções físicas, avaliamos a dor pela medida do tempo. Entretanto, os espíritos nos lembram, nessa mesma questão: “Um século do vosso mundo é um relâmpago na eternidade.”
Jesus nos ensinou, por isso, o desapego, advertindo: “Quem se apega à sua vida perdê-la-á”. Maria Dolores se comunica em poesia para nos tocar ao mesmo tempo o sentimento e a razão. É a mesma técnica usada por Jesus nas parábolas e na poesia do 'sermão do monte'. A didática moderna confirma a eficiência desse método que nos relaciona com as cosias naturais, que se serve do estímulo do ambiente, da lição das coisas concretas para nos levar à compreensão do sentido da vida.
A dor, ensinou Léon Denis, discípulo e sucessor de Kardec, é uma lei de equilíbrio e educação. A psicologia moderna comprova que aprendemos através de tentativas frustradas, de ensaios sucessivos. É por meio dos erros que chegamos ao acerto.
A sabedoria popular nos diz: “O que arde cura, o que aperta segura.” As pessoas inquietas perguntam porque há de ser assim, porque Deus não nos criou perfeitos e bons. Mas Rousseau já ensinava que tudo sai perfeito das mãos do Criador. A perfeição inclui também o livre-arbítrio, pois só através dele chegamos à consciência plena.
A dor de um minuto nos desperta para a felicidade sem limites, como a ventania de um instante limpa a atmosfera por muitos dias.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

ESPIRITISMO=NEOCRISTIANISMO


ESPIRITISMO = NEOCRISTIANISMO
Por Expedito Luiz Leão
Há 2.000 anos, Jesus veio até nós com a missão de transmitir-nos uma doutrina nova, toda ela envolvida no amor, com o objetivo de nos consolar e esclarecer sobre o significado verdadeiro da verdadeira vida. Sua mensagem, ensinada pela palavra e pelo exemplo, nasceu e cresceu nos homens daquele tempo que, também passaram a ensiná-la pelo exemplo e pela palavra, arrostando todos os perigos e enfrentando, inclusive, a própria morte.
Durante três séculos, o Cristianismo cresceu se espalhando pelo mundo. E isto até o ano de 325 quando aconteceu o Primeiro Concílio ou Conselho da Igreja, em Nicéia (atual Iznik), na Bitínia, sob a proteção do Imperador Constantino, reunindo cerca de (300) bispos, divididos em três partidos, tendo como tema principal discutir a natureza humana e divina de Jesus, abandonando os ensinamentos dEle, que foram a razão de sua vinda e a causa de sua morte. Ele foi sacrificado porque a sua doutrina contrariava os interesses egoísticos dos homens. Num mundo onde os interesses mesquinhos e a maldade predominam, aquele que se dispuser a fazer o bem, contrariando os interesses dos que exercem o poder e exercitam o mando, são, geralmente, sacrificados e, assim, afastados do caminho desses tais.
Morto Jesus, coube aos discípulos da primeira hora, e aos que lhes seguiram, a missão da divulgação da mensagem cristã, o que fizeram com zelo e dedicação por toda parte. O Cristianismo crescia em todos os lugares do Império Romano, no Ocidente e no Oriente.
O primeiro Concílio se preocupou com a figura de Jesus, não mais com os seus ensinamentos. O Segundo Concílio, de Constantinopla, encerraria a discussão concluindo pela natureza divina do Mestre, criando então o dogma da Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. E daí em diante, os dogmas se sucederiam, e da mensagem clara deixada por Jesus surgiria uma outra com interpolações, que a tornariam de entendimento mais difícil e, nalguns casos, até mesmo impossível de ser entendida. A salvação, por exemplo, passaria a acontecer de fora para dentro, isto é, bastaria ao fiel a observância de determinados rituais e a aceitação dos sacramentos e dos dogmas que foram sendo criados no correr dos séculos.
Jesus sabia que a sua doutrina seria esquecida ou mal compreendida pelas gerações futuras e, por isso, promete aos apóstolos um novo Consolador. “Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vós tenho dito”. Jesus (João 15:26).
No dia 18 de abril de 1857, em Paris, é publicado “O Livro dos Espíritos” por Allan Kardec, pseudônimo de Hippolyte Léon Denizar Rivail, professor emérito que se valeu de um pseudônimo exatamente para que o seu prestígio pessoal não viesse a influir na aceitação da nova filosofia, que ele trazia a lume e que, aliás, não era sua, mas dos Espíritos que a haviam ditado.
O Espiritismo vinha com a missão de fazer aos homens novas revelações, em sendo ele mesmo a terceira revelação, e re-ensinar tudo aquilo que Jesus havia ensinado; noutras palavras, retirar dos ensinamentos de Jesus tudo aquilo que nele fora colocado pelos homens no evolver dos séculos.
Com o Espiritismo a salvação, libertação, voltaria a ocorrer de dentro para fora, isto é, o indivíduo terá de vencer as suas imperfeições, corrigindo os seus defeitos e modificando as suas tendências e pendores ruins, cumprindo o mandamento cristão: “Sede pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos Céus”.Jesus (Mateus 5:48). Ora, ninguém se aperfeiçoa sem vencer as suas imperfeições, noutras palavras, sem vencer a si mesmo.
O Espiritismo é o Cristianismo redivivo; por isso mesmo podemos dizer que Espiritismo e Cristianismo são a mesma doutrina cristã de há 2.000 anos, com os acréscimos trazidos pelo Espiritismo e prometidos por Jesus Cristo, e que é do Espiritismo a missão de revelar aos homens as leis que regem os fenômenos espirituais, fazendo cair, de maneira definitiva o véu da ignorância que ainda tolda a visão humana. O Espiritismo, em razão dessa sua missão, é o Neocristianismo, o novo Cristianismo, desvestido de tudo aquilo que não é de origem cristã, mas que é produto da ação humana, que desvirtuou a Doutrina Cristã para satisfazer os seus interesses egoísticos.
Cristianismo e Espiritismo, doutrinas de amor que, por amor, buscam, se fazendo uma, participar ativa e vitoriosamente da redenção humana.

JOANNA DE ÂNGELIS


JOANNA DE ÂNGELIS
O Espírito Joanna de Ângelis, através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, tem escrito livros ricos de ensinamentos, verdadeiros tratados de saúde mental, com uma terapia baseada no Evangelho de Jesus e na Codificação Kardequiana. Vale a pena lembrar que são de sua autoria as mensagens contidas em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo IX, item 7: "A Paciência.", Havre-1862; e Capítulo XVIII, itens 13 a 15: "Dar-se-á àquele que tem.", Bordeaux-1862, ambas recebidas de "Um Espírito Amigo".
Joanna de Ângelis, em uma de suas encarnações, foi Joana de Cuza, uma das piedosas mulheres do Evangelho. Era esposa de Cuza, procurador de Herodes, o Tetrarca - governador de uma tetrarquia, ou seja, uma das partes de um estado ou província dividida em quatro governos. Joana foi curada por Jesus (Lucas VIII, 2 e 3), com Maria Madalena, Suzana e muitas outras mulheres, às quais lhes prestava assistência com os seus bens. Em Lucas 24:10, é mencionada entre as mulheres que, na manhã de Páscoa, tendo ido ao sepulcro de Jesus, o encontraram vazio.
Em Roma, no dia de 27 de agosto do ano 68, foi sacrificada numa fogueira no Coliseu, por não renunciar à fé em Jesus. Desencarnou perdoando seus carrascos.
Em outra de suas encarnações, dessa vez bem menos distante de nossos dias, nasceu no México, em San Miguel Neplanta, no ano de 1651. Foi Juana de Asbajey Ramirez de Santillana, filha de D. Manuel Asbaje, espanhol, e de Isabel Ramirez de Santillana, indígena.
Foi uma criança precoce. Começou a fazer versos aos cinco anos. Aos doze, aprendeu latim em vinte aulas; e português, aprendeu sozinha. Falava a língua indígena "nauatle", dos "nauas", geralmente chamados de astecas. Na Corte, o vice-rei de Espanha, o Marquês de Mancera, querendo fazer brilhar ainda mais sua Corte, tal como na tradição européia, convidou a menina - prodígio de treze anos - para dama de companhia de sua mulher.
Encantou a todos com sua beleza, inteligência e graciosidades. Seus poemas de amor são até hoje citados, e suas peças, representadas em programas de rádio e televisão.
Mas sua sede de saber era maior que a ilusão de prosseguir brilhando na Corte. Aos dezesseis anos, ingressou para o Convento das Carmelitas Descalças e depois foi para a Ordem de São Gerônimo da Conceição, tomando o nome de Soror Juana Inês de la Cruz, ficando conhecida, pelos seus hábitos de estudo, como "Monja da Biblioteca".
Em 1690, dizia da necessidade do conhecimento geral para melhor entendimento e serviço a Deus, defendendo o direito da mulher de se dedicar às atividades intelectuais. Esse ponto de vista, consubstanciado em um documento, é considerado a "carta magna" da liberdade intelectual da mulher americana.
Mulher de letras e ciências, foi a porta-voz das escravizadas do seu tempo. É citada num artigo da revista "Seleções do Reader's Digest", edição de julho de 1972: "Soror Juana Inês de la Cruz: A Primeira Feminista do Novo Mundo."
Dizia que é pela compreensão que o homem é superior aos animais.
Trabalhando na cozinha do Convento, descobre muitos segredos naturais e, curiosamente, conclui que, se Aristóteles tivesse cozinhado, muito mais teria escrito.
Como se vê, trata-se de um vulto muito importante para o México e para a Humanidade. Tanto assim, que a cédula de mil pesos tem a sua efígie.
Em 1695, houve uma epidemia de peste na região. Juana, socorrendo os doentes, desencarna em decorrência da mesma peste aos 44 anos.
Na Bahia, foi Soror Joana Angélica, religiosa da Ordem das Reformadas de Nossa Senhora da Conceição e Heroína da Independência do Brasil. Joana Angélica nasceu em Salvador-BA, em 11 de dezembro de 1761.
Entrou para o noviciado no Convento de Nossa Senhora da Lapa em 1782, pronunciando os votos um ano depois.
Entre 1798 e 1801, exerceu diversos cargos burocráticos na comunidade, assumindo as funções de vigária. Conduzida ao posto de conselheira em 1809, retornou ao vicariato em 1811. Eleita abadessa em 1814, esteve à frente do Convento até 1817, sendo reeleita três anos depois.
Como registro histórico de conhecimento geral, sabe-se que, em 07 de setembro de 1822, no Ipiranga-SP, D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, separando-o de Portugal. Porém, na Bahia, as tropas portuguesas comandadas pelo Brigadeiro Inácio Luis Madeira de Malo (1775-1833), resistiram tenazmente às forças aliadas a D. Pedro I. Somente em 02 de julho de 1823 Madeira de Malo abandonou a Bahia, embarcando para Portugal com suas tropa.
As tropas brasileiras eram comandadas pelo militar francês Pierre Labatut (1768-1849) e pelo tenente Luís Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias. Vale lembrar que Maria Quitéria de Jesus Medeiros, a primeira mulher-soldado, sagra-se heroína, sendo condecorada por D. Pedro I.
Durante as lutas pela Independência, os soldados portugueses invadiram o Convento de Nossa Senhora da Lapa em 19 de fevereiro de 1823. Soror Joana Angélica sai à porta do Convento, intimando-os, com a cruz alçada, a não profanarem o abrigo de suas protegidas. Resistiu valentemente, sendo atacada a golpes de baioneta.
Com o seu martírio, deu tempo às internas de escaparem, refugiando-se no Convento da Soledade. Soror Joana Angélica recebeu socorros, porém vivendo por poucas horas e desencarnando no dia seguinte.
Tombando numa luta pelos ideais de liberdade, Soror Joana Angélica tornou-se Mártir da Independência do Brasil.
Como Joanna de Ângelis, prossegue no mundo espiritual como verdadeira Amiga e Benfeitora - como um Espírito Amigo -, salientando sempre as mensagens do Evangelho Segundo o Espiritismo e orientando as criaturas através dos séculos, em diversas existências, para Jesus e para o Bem.

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sábado, 21 de fevereiro de 2015

EXTINÇÃO DO MAL

Extinção do Mal

Na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo.
Por isso, a condenação não entra em linha de conta nas manifestações da Misericórdia Divina.
Nada de anátemas, gritos, baldões ou pragas.
A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem.
A propósito, meditemos.
O Senhor corrige:
a ignorância: com a instrução;
o ódio: com o amor;
a necessidade: com o socorro;
o desequilíbrio: com o reajuste;
a ferida: com o bálsamo;
a dor: com o sedativo;
a doença: com o remédio;
a sombra: com a luz;
a fome: com o alimento;
o fogo: com a água;
a ofensa: com o perdão;
o desânimo: com a esperança;
a maldição: com a benção.
Somente nós, as criaturas humanas, por vezes, acreditamos que um golpe seja capaz de sanar outro golpe.
Simples ilusão.
O mal não suprime o mal.
Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.

* * *


Xavier, Francisco Cândido; Baccelli, Carlos A.. Da obra: Brilhe Vossa Luz.
Ditado pelo Espírito Bezerra de Menezes.
4a edição. Araras, SP: IDE, 1996.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

JESUS, O INCOMPARÁVEL


JESUS, O INCOMPARÁVEL


Joanna de Angelis
(Mensagem Psicografada pelo Médium Divaldo Franco, em Estocolmo, Suécia no dia 17 de maio de 2001)

Vencendo os milênios que nos separam do Seu berço ninguém que se Lhe equipare ou sequer apresente as características que O assinalaram.
Havendo nascido em um recinto modesto e quase desprezível, transformou-o num esplêndido reduto de luzes e de harmonias gloriosas.
Residindo mais tarde em uma aldeia desconhecida, tornou-a imortal na história, na literatura e na memória dos tempos.
Convivendo com as pessoas do Seu pequeno burgo, evitou destacar-se mantendo-se simples e de relacionamento afável, de forma a não os.perturbar ou provocar celeuma antes do momento.
Fiel servidor das Divinas Leis, trabalhou na pequena carpintaria do pai sem alarde ou demonstração inoportuna de superioridade.
Conhecendo a tarefa para a qual viera, não se preciptou, tampouco postergou a hora em que se deveria desvelar. E o fez de maneira natural, sem alarde nem provocação, quando tomou o texto de Isaias, inserto no Testamento Antigo e, em plena sinagoga, interpretou-o com inusitada acuidade, deixando-se identificar como o Messias.
Compreendeu a reação de surpresa das Seus coevos e familiares que, tomados de espanto e ira, atiraram-se contra Ele, ameaçando-O de morte. Mas não reagiu, nem os agrediu com palavras ou ações que desmentissem o Seu ministério de amor, quando predominavam as sombras da ignorância e da perversidade.
Sem qualquer acusação, deixou aqueles sítios e partiu para a gentil Galiléia, onde as almas simples e desataviadas, sedentas de paz, cansadas de sofrimentos e humilhações, anelavam pela oportunidade de serem livres do jugo cruel da servidão e realmente felizes.
Entre os pobres e desafortunados, os sofredores e puros de coração, entoou o Seu hino de amor à Vida como dantes jamais alguém o fizera, e depois nunca mais se repetiria.
A Sua canção de misericórdia e de ação temperada pela sabedoria arrebatou as gentes de todos aqueles rincões, que abririam espaço para se alargarem pelas terras do futuro, dando inicio à Era da fraternidade que, embora ainda não vivida, já se encontra instalada desde aqueles inesquecíveis momentos.
A Sua revolução diferiu de todas as que a precederam e a sucederiam, porquanto, tratava-se de lutas continuas nas paisagens do coração contra as más inclinações, as tendências primárias e as heranças asselvajadas do período primitivo.
Amando a todos sem distinção, até mesmo àqueles que obstinadamente O perseguiam e tentavam malsinar-Lhe as horas, Jesus permaneceu incomparável, ensinando compaixão e ternura, trabalho e confiança irrestrita em Deus.
Ninguém que jamais se Lhe equipararia!
Os grandes gênios da fé que O precederam e os nobres missionários do amor que O sucederam foram, respectivamente, Seus mensageiros que Lhe deveriam preparara advento e continuadores insistindo na preservação dos Seus ensinamentos e atitudes.
Esse homem nascido em Belém e morador em Nazaré, dividiu os fatos históricos, assinalando a Sua trajetória com os incomparáveis testemunhos da Sua elevação.
Quando provocado pelo farisaísmo compreendia a fúria do despeito e da mesquinhez humana, lamentando o atraso moral daqueles que se Lhe apresentavam como adversários. Admoestava-os e esclarecia-os, embora eles não desejassem respostas honestas, porque os seus eram os objetivos perversos...
Visitado pelo sofrimento dos indivíduos e das massas, não obstante sabendo da transitoriedade do corpo físico, renovava os enfermos e curava-lhes as mazelas, advertindo-os quanto aos valores imperecíveis do Espírito.
Acusado de atitudes que se chocavam contra a Lei e os Profetas, informava que não os veio combater, mas vitalizá-los e dar-lhes cumprimento.
Tentado pela hipocrisia e envolvido nas malhas das insensatas ciladas, destrinchava os fios envolventes e devolvia-os aos sistemáticos perseguidores
Jamais se escusou aos enfrentamentos promovidos pela perversidade dos pigmeus morais, mesmo conhecendo-lhes as artimanhas e propósitos nefastos. Também nunca se recusou a esclarecer qual era a Sua tarefa e quais as bases da Sua revolução, estruturadas no amor a Deus, ao próximo e a si mesmo.
Nunca desmentiu os postulados propostos nos Seus sermões, mediante uma conduta dúbia ante as ameaças e malquerenças que se Lhe apresentavam a cada momento.
Resistiu a todos os tipos de tentação na Sua humanidade, avançando sempre no rumo do holocausto sem qualquer tipo de revolta ou de insegurança quanto aos valores esposados e divulgados.
Profundo conhecedor da psicologia humana, jamais se utilizou desse recurso incomum para humilhar ou submeter quem quer que fosse ao Seu ministério. Pelo contrário, dele se utilizava para identificar as causas transatas geradoras dos sofrimentos que os aturdiam e para aplicar a terapêutica mais conveniente em relação aos múltiplos distúrbios que os afligiam.
Perfeitamente identificado com Deus, não fingiu ser-Lhe igual e jamais se Lhe equiparou, informando sempre ser o Filho, o Embaixador, o Caminho para a Verdade e para a Vida...
Confundido com os profetas que O precederam, revelou a própria procedência. informando que aqueles que vieram antes realizavam o seu mister com elevação, mas a Sua era a confirmação de tudo quanto ensinaram no seu tempo.
Incomparável. Jesus, o Homem libertador de todos os homens e mulheres!
A humanidade sempre recebeu no transcurso da História guias admiráveis, que vieram iluminar as sombras dominantes
Em cada povo e em todos os tempos surgiram missionários incomuns, que demonstravam a vacuidade da vida física e a perenidade do ser espiritual, convidando à reflexão e a conquista da liberdade total.
Alguns tiveram a existência assinalada por muitos conflitos antes da revelação que os transformou; outros sentiram o impulso interno e romperam com os preconceitos e condicionamentos existentes, trazendo o conhecimento e a vivência do dever como essenciais à conquista da paz
Diversos se imolaram em testemunho do que ensinavam, mas só Jesus é o Modelo e Guia nunca ultrapassado ou sequer igualado.
Havendo chegado à Terra na condição de Espírito puro, por haver realizado o Seu processo de evolução em outra dimensão permanece como o Homem incomparável para conduzir a humanidade na direção do inefável amor de Deus.
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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

SINTONIA

SINTONIA

"O que se pensa sempre responde pelo clima emocional onde se vive. Mede-se, pois, a psicosfera de alguém pela incidência frequente do seu pensamento, no que elege.
A inteireza moral é uma defesa para qualquer tipo de agressão, difícil de atingida; a conduta digna irradia forças contrárias às investidas perniciosas; o hábito da prece e da mentalização edificante aureola o ser de força repelente que dilui as energias de baixo teor vibratório; a prática do bem fortalece os centros vitais do perispírito que rechaça, mediante a exteriorização de suas moléculas, qualquer petardo portador de carga danosa; o conhecimento das leis da Vida reveste o homem de paz, levando-o a pensar nas questões superiores sem campo de sintonia para com as ondas carregadas de paixão e vulgaridade".
(…) Meu amigo, todos aqueles que se encontram em desalinho, em desatenção, estúrdios e frívolos, gozadores que exploram sem nada oferecer, os maus e viciados, nem necessitarão que se lhes intentem prejudicar, pois que já se encontram mergulhados no mal que cultivam, tornando-se receptivos aos fenômenos com os quais afinam…

Palavras de Bezerra de Menezes a Manoel Philomeno de Miranda.


(Extraído do Livro: “Loucura e Obsessão”- Ed. FEB, ditado pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, psicografia de Divaldo Pereira Franco).

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Caridade

Caridade
Nos caminhos claros da inteligência, muitas vezes as rosas da alegria incompleta produzem os espinhos da dor, mas, nas sendas luminosas da caridade, os espinhos da dor oferecem rosas de perfeita alegria.
Onde a mão da caridade não passou, no campo da vida, as pedras e a erva daninha alimentam o deserto; e, enquanto não atinge o cérebro, elevando-se do sentimento ao raciocínio, a ciência é simples cálculo que a maldade inclina à destruição.
*indubitavelmente, a fé improvisa revolucionários, a instrução erige doutores, a técnica forma especialistas e a própria educação, venerável em seus fundamentos, burila gentil homens para as manifestações do respeito recíproco e da solidariedade comum. Só a caridade, porém, edifica os apóstolos do bem que regeneram o mundo e lhe santificam os destinos.
*A investigação e a cultura erguerão universidades e academias, onde o pensamento se entronize vitorioso; entretanto, somente a caridade possui as chaves do coração humano para fazer a vida melhor.
*Cristãos abnegados da era nova, uni-vos sob o estandarte da divina virtude! Não convertais o tesouro do Céu em motivo para indagações ociosas quando, ao redor de vossos passos, se agita a multidão atormentada. Multiplicai o pão da crença e do reconforto, à frente da turba aflita e esfaimada, porque o Senhor vos renovará os dons de auxiliar, toda vez que o cântaro de vosso esforço trouxer aos mananciais de cima o sublime sinal da caridade benfeitora. Estudai e meditai, monumentalizando as obras de benemerência pública e ensinando a verdade imperecível com que a Nova Revelação vos enriquece, mas não vos esqueçais de instalar no peito um coração fraterno e compadecido.
*Instituições materiais primorosas, sem o selo íntimo da caridade, são frutos admiráveis sem sementes. Sem a compreensão, filha da piedade generosa e construtiva, nossa organização doutrinal seria um palácio em trevas.
*Iluminemos a luta em torno, clareando a vida por dentro.
*Aspiremos ao paraíso, cooperando para que o bem alcance toda a Terra.
*Fora de Deus não há vida e fora da caridade, que é o Divino Amor, não há redenção.

* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caridade.
Ditado pelo Espírito Thereza.
Araras, SP: IDE, 1978.

domingo, 15 de fevereiro de 2015

CARNAVAL

Carnaval
O ruído atordoante dos instrumentos de percussão incitava ao culto bárbaro do prazer alucinante, misturando-se aos trovões galopantes enquanto os corpos pintados, semidespidos, estorcegavam em desespero e frenesi, acompanhando o cortejo das grandes escolas de samba, no brilho ilusório dos refletores, que se apagariam pelo amanhecer.
Como acontecera nos anos anteriores, aquela segunda-feira de carnaval convidava ao desaguar de todas as loucuras no delta das paixões da avenida em festa.
Milhares de pessoas imprevidentes, estimuladas pela música frenética, pretendendo extravasar as ansiedades represadas, cediam ao império dos desejos, nas torrentes da lubricidade que as enlouquecia.
A delinqüência abraçava o vício, urdindo as agressões, em cujas malhas se enredavam as vitimas espontâneas, que se deixavam espoliar.
As mentes, em torpe comércio de interesses subalternos, haviam produzido uma psícosfera pestilenta, na qual se nutriam vibriões psíquicos, formas-pensamento de mistura com entidades perversas, viciadas e dependentes, em espetáculo pandemônico, deprimente.
As duas populações – a física e a espiritual, em perfeita sintonia – misturavam-se, sustentando-se, disputando mais largas concessões em simbiose psíquica.
Não obstante, como sempre ocorre em situações desta natureza, equipes operosas de trabalhadores espirituais em serviço de emergência, revezavam-se, infatigáveis, procurando diminuir o índice de desvarios, de suicídios a breve e largo prazo pelas conexões que então se estabeleciam, para defender os incautos, menos maliciosos, enfim socorrer a grande mole em desequilíbrio ou pronta para sofre-lhe o impacto.
--- O ---
Onde a criatura coloque suas aspirações, ai encontra intercâmbio. O homem é o somatório dos seus anelos e realizações. Enquanto não elabore mais altas necessidades íntimas, demorar-se-á nas permutas grosseiras da faixa dos instintos primários. Em razão disso, a humanidade padece de carências urgentes nas áreas rudimentares da vida... Deixando-se martirizar pelos desejos inconfessáveis, ainda não se resolveu por uma conduta, realmente emocional, que lhe permita o trabalho íntimo de desembaraçar-se das sensações que respondem pelos interesses grosseiros, geradores das lutas pela posse com a predominância do egoísmo.
Até agora a conquista do belo e a liberação dos vícios têm sido desafios para os espíritos fortes, que marcham à frente, despertando os da retaguarda, anestesiados na ilusão e agrilhoados aos prazeres aliciantes, venenosos.
Não nos cabe, todavia, duvidar da vitória do amor e do êxito que todos conseguirão hoje ou mais tarde.

( Divaldo Pereira Franco, Nas fronteiras da loucura – Pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda.)

ALÉM DA MORTE


ALÉM DA MORTE
(Antero de Quental)

Além da morte, além da sepultura
Onde a Ciência encontra a paz do nada,
Começa a luminosa e longa estrada
Que reconduz à vida eterna e pura.

Na carne é o pesadelo, a noite escura
A fantasia e a luz abandonada.
Na alma liberta a santa madrugada
Na alegria de nova semeadura.

Oh! viajores, no inverno dos caminhos
Aves cansadas dos terrestres ninhos,
Vencei as dores para bendizê-las...

Aguardai a Divina Primavera,
Que outra vida mais alta vos espera
Entre as rotas sublimes das estrelas!

MORTE E REENCONTRO

MORTE E REENCONTRO
Figueiredo Silva - psicografia de Francisco Cândido Xavier

Apagara-se a luz, de pupila a pupila!...
Começa noite enorme! O quarto faz-se escuro...
Rígido, o corpo lembra inesperado muro,
Carga de pedra e cal que me prende e aniquila!...
Em torno escuto ainda a palavra intranquila
Dos que choram na sombra em que me desfiguro!...
Guardo estranha aflição, no temor do futuro,
Espírito algemado a casulo de argila.

Em vão clamo sem voz na dor que me subleva...
Mas de repente, oh! Deus! Um clarão rasga a treva,
Sinto o afago de alguém... Vejo-me de alma erguida!...

Torno a ver minha Mãe, na morte que transponho,
E em seus braços de amor, como na luz de um sonho,
Encontro, além da Terra, a vida de Outra Vida!...


OS TÚMULOS ESTÃO VAZIOS

OS TÚMULOS ESTÃO VAZIOS
(Irmão Saulo)

A última lição de Jesus, através do seu corpo carnal, foi a do túmulo vazio. Até hoje os homens se aturdem ante esse mistério. Muitos chegam mesmo a entregar-se a verdadeiros delírios da imaginação para explicá-lo, e outros o tomam como fundamento de teorias absurdas sobre a natureza de Jesus. Mas Ele, que se igualara aos homens para auxiliá-los nos caminhos do mundo, não quis deixar a Terra sem esgotar até a última possibilidade de ensinar por meio do corpo.
Esse, apenas esse o sentido daquele vazio que as mulheres encontraram na manhã de domingo, quando o foram procurar no túmulo. Seu último gesto físico foi total e sua última lição através do corpo foi absoluta: os túmulos estão vazios.
No soneto de Figueiredo Silva, “Morte e reencontro”, temos a confirmação mediúnica desse princípio evangélico. O filho angustiado pela morte rompe as trevas do velório ao receber o afago da mãe que o vem buscar para a vida espiritual. O cadáver rígido irá sozinho para o túmulo, que permanecerá vazio. A morte do corpo não é a destruição do ser. É preciso afastar essa barreira para que a verdade se restabeleça e o pensamento dos vivos da Terra se dirija, liberto, ao coração dos vivos do Além.
O soneto de Antero de Quental, “Além da morte”, serve de complemento à mensagem de Figueiredo Silva, anunciando a Divina Primavera que nos espera a todos, como herança do espírito após a passagem pela vida terrena. Esses dois sonetos figuram em livros diferentes de Chico Xavier, publicados em datas diversas. Reunimo-los aqui e estamos certos de que esse duplo testemunho de dois espíritos elevados, na expressão poética que os caracterizou em vida, valerá por uma mensagem da vida triunfante, no momento em que a lembrança da morte obscurecer e amargurar a mente das criaturas.

A MORTE NÃO EXISTE

A MORTE NÃO EXISTE

A morte é uma simples mudança de estado, a destruição de uma forma frágil que já não proporciona à vida as condições necessárias ao seu funcionamento e à sua evolução. Para além da campa, abre-se uma nova fase de existência. O Espírito, debaixo da sua forma fluídica, imponderável, prepara-se para novas reencarnações; acha no seu estado mental os frutos da existência que findou.
Por toda parte se encontra a vida. A Natureza inteira mostra-nos, no seu maravilhoso panorama, a renovação perpétua de todas as coisas. Em parte alguma há a morte, como, em geral, é considerada entre nós; em parte alguma há o aniquilamento; nenhum ente pode perecer no seu princípio de vida, na sua unidade consciente. O Universo transborda de vida física e psíquica. Por toda parte o imenso formigar dos seres, a elaboração de almas que, quando escapam às demoradas e obscuras preparações da matéria, é para prosseguirem, nas etapas da luz, a sua ascensão magnífica.
A vida do homem é como o Sol das regiões polares durante o estio. Desce devagar, baixa, vai enfraquecendo, parece desaparecer um instante por baixo do horizonte. É o fim, na aparência; mas, logo depois, torna a elevar-se, para novamente descrever a sua órbita imensa no céu.
A morte é apenas um eclipse momentâneo na grande revolução das nossas existências; mas, basta esse instante para revelar-nos o sentido grave e profundo da vida. A própria morte pode ter também a sua nobreza, a sua grandeza. Não devemos temê-la, mas, antes, nos esforçar por embelezá-la, preparando-se cada um constantemente para ela, pela pesquisa e conquista da beleza moral, a beleza do Espírito que molda o corpo e o orna com um reflexo augusto na hora das separações supremas. A maneira por que cada qual sabe morrer é já, por si mesma, uma indicação do que para cada um de nós será a vida do Espaço.
Há como uma luz fria e pura em redor da almofada de certos leitos de morte. Rostos, até aí insignificantes, parecem aureolados por claridades do Além. Um silêncio imponente faz-se em volta daqueles que deixaram a Terra. Os vivos, testemunhas da morte, sentem grandes e austeros pensamentos desprenderem-se do fundo banal das suas impressões habituais, dando alguma beleza à sua vida interior. O ódio e as más paixões não resistem a esse espetáculo. Ante o corpo de um inimigo, abranda toda a animosidade, esvai-se todo o desejo de vingança. Junto de um esquife, o perdão parece mais fácil, mais imperioso o dever.
Toda morte é um parto, um renascimento; é a manifestação de uma vida até aí latente em nós, vida invisível da Terra, que vai reunir-se à vida invisível do Espaço. Depois de certo tempo de perturbação, tornamos a encontrar-nos, além do túmulo, na plenitude das nossas faculdades e da nossa consciência, junto dos seres amados que compartilharam as horas tristes ou alegres da nossa existência terrestre. A tumba apenas encerra pó. Elevemos mais alto os nossos pensamentos e as nossas recordações, se quisermos achar de novo o rastro das almas que nos foram caras.
Não peçais às pedras do sepulcro o segredo da vida. Os ossos e as cinzas que lá jazem nada são, ficai sabendo. As almas que os animaram deixaram esses lugares, revivem em formas mais sutis, mais apuradas. Do seio do invisível, onde lhes chegam as vossas orações e as comovem, elas vos seguem com a vista, vos respondem e vos sorriem. A Revelação Espírita ensinar-vos-á a comunicar com elas, a unir os vossos sentimentos num mesmo amor, numa esperança inefável.
Muitas vezes, os seres que chorais e que ides procurar no cemitério estão ao vosso lado. Vêm velar por vós aqueles que foram o amparo da vossa juventude, que vos embalaram nos braços, os amigos, companheiros das vossas alegrias e das vossas dores, bem como todas as formas, todos os meigos fantasmas dos seres que encontrastes no vosso caminho, os quais participaram da vossa existência e levaram consigo alguma coisa de vós mesmos, da vossa alma e do vosso coração. Ao redor de vós flutua a multidão dos homens que se sumiram na morte, multidão confusa, que revive, vos chama e mostra o caminho que tendes de percorrer.
Ó morte, ó serena majestade! Tu, de quem fazem um espantalho, és para o pensador simplesmente um momento de descanso, a transição entre dois atos do destino, dos quais um acaba e o outro se prepara. Quando a minha pobre alma, errante há tantos séculos através dos mundos, depois de muitas lutas, vicissitudes e decepções, depois de muitas ilusões desfeitas e esperanças adiadas, for repousar de novo no teu seio, será com alegria que saudará a aurora da vida fluídica; será com ebriedade que se elevará do pó terrestre, através dos espaços insondáveis, em direção àqueles a quem estremeceu neste mundo e que a esperam.
Para a maior parte dos homens, a morte continua a ser o grande mistério, o sombrio problema que ninguém ousa olhar de frente. Para nós, ela é a hora bendita em que o corpo cansado volve à grande Natureza para deixar à Psique, sua prisioneira, livre passagem para a Pátria Eterna.
Essa pátria é a Imensidade radiosa, cheia de sóis e de esferas. Junto deles, como há de parecer raquítica a nossa pobre Terra. O Infinito envolve-a por todos os lados. O infinito na extensão e o infinito na duração, eis o que se nos depara, quer se trate da alma, quer se trate do Universo.
Assim como cada uma das nossas existências tem o seu termo e há de desaparecer, para dar lugar a outra vida, assim também cada um dos mundos semeados no Espaço tem de morrer, para dar lugar a outros mundos mais perfeitos.
Dia virá em que a vida humana se extinguirá no Globo esfriado. A Terra, vasta necrópole, rolará, soturna, na amplidão silenciosa.
Hão de elevar-se ruínas imponentes nos lugares onde existiram Roma, Paris, Constantinopla, cadáveres de capitais, últimos vestígios das raças extintas, livros gigantescos de pedra que nenhum olhar carnal voltará a ler. Mas, a Humanidade terá desaparecido da Terra somente para prosseguir, em esferas mais bem dotadas, a carreira de sua ascensão. A vaga do progresso terá impelido todas as almas terrestres para planetas mais bem preparados para a vida. É provável que civilizações prodigiosas floresçam a esse tempo em Saturno e Júpiter; ali se hão de expandir humanidades renascidas numa glória incomparável. Lá é o lugar futuro dos seres humanos, o seu novo campo de ação, os sítios abençoados onde lhes será dado continuarem a amar e trabalhar para o seu aperfeiçoamento.
No meio dos seus trabalhos, a triste lembrança da Terra virá talvez perseguir ainda esses Espíritos; mas, das alturas atingidas, a memória das dores sofridas, das provas suportadas, será apenas um estimulante para se elevarem a maiores alturas.
Em vão a evocação do passado, lhes fará surgir à vista os espectros de carne, os tristes despojos que jazem nas sepulturas terrestres. A voz da sabedoria dir-lhes-á: “Que importa as sombras que se foram! Nada perece. Todo ser se transforma e se esclarece sobre os degraus que conduzem de esfera em esfera, de sol em sol, até Deus”. Espírito imorredouro, lembra-te disto: “A morte não existe”.
Léon Denis
Do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor"

A FELICIDADE DE BEZERRA DE MENEZES


A FELICIDADE DE BEZERRA DE MENEZES

(Diálogo entre Divaldo Franco e Bezerra de Menezes)
Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual. Ele respondeu-me:
A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo, e, tocando-me, falou, suavemente:
Bezerra, acorde, Bezerra!
Abri os olhos e vi-a, bela e radiosa.
Minha filha, é você, Celina?!
Sim, sou eu, meu amigo. A Mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.
Chegaram os meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas, eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina, me disse:
Venha ver, Bezerra.
Ajudando-me a erguer-me do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.
Quem são, Celina? — perguntei-lhe — não conheço a ninguém. Quem são?
São aqueles a quem você consolou, sem nunca perguntar-lhes o nome. São aqueles Espíritos atormentados, que chegaram às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêm saudar no pórtico da eternidade...
E o Dr. Bezerra concluiu:
A felicidade sem lindes existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxuga-mos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorreremos.


Extraído do Livro “O Semeador de Estrelas”
de Suely Caldas Schubert

ESSA CRIATURA


ESSA CRIATURA

Essa criatura que te aflige

É o cadinho que te aprimora
Que seria da pedra
Sem martelo que a burile?
Não fujas à presença
De quem te humilha e fere.
Deus que palpita em ti vive também nos outros.
Quem te bate ou injuria vem ensinar-te o amor.
Ama e serve que, um dia, Deus te libertará.

EMMANUEL

DEPOIS ENTENDERÁS

Depois Entenderás 

Paciência na vida

É a força que te guarda.

Ninguém serve ou se educa

Sem saber suportar.

A dor que te acompanha

É o buril que te apura.

O amor de sacrifício

É o degrau que te eleva.

Deus age em toda parte,

Construindo o melhor.

Serve com paciência,

Depois entenderás.

( Texto extraído do livro "Busca e Acharás", escrito por Emmanuel e psicografado por Chico Xavier )

BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE.

BOM DIA, BOA TARDE, BOA NOITE.

Quando você se levantou pela manhã, Eu já havia preparado o Sol para aquecer o seu dia, e o alimento para sua nutrição. Sim, Eu providenciei tudo isso enquanto vigiava o seu sono, sua família e sua casa. Esperei pelo seu "Bom Dia", mas você esqueceu. Bem, você parecia ter tanta pressa que Eu perdoei.

O Sol apareceu, as flores ofereceram o seu perfume, a brisa da manhã lhe acompanhou, e você nem se lembrou que Eu havia preparado tudo para você. Seus familiares sorriam, seus colegas lhe saudaram, você trabalhou, estudou, viajou, realizou negócios, alcançou vitórias, mas...Você não percebeu que Eu estava cooperando com você, e mais teria ajudado se você tivesse me dado chance...Eu sei, você corre tanto...Eu perdoei.

Você leu bastante, ouviu muita coisa, viu mais ainda, e não teve tempo de ler ou ouvir a minha palavra. Eu quis até lhe aconselhar mas você nem pensou nessa possibilidade. Seus olhos, seus pensamentos, seus lábios, seriam melhores, o mal seria menor e o bem seria muito maior em sua vida.

A chuva que caiu a tarde foram minhas lágrimas por sua ingratidão, mas foram a minha benção sobre a terra para que não lhe falte o pão e a água.

Findou o seu dia. Você voltou para casa. Mandei a lua e as estrelas tornarem a noite mais bonita para lembrar-lhe o meu amor por você. Certamente, agora, você vai dizer um "Obrigado" e "Boa Noite, Pai". Ei, psiu...Estás ouvindo? Já dormiu! Que pena! Boa noite, durma bem. Eu fico velando seu sono.

(Autor Desconhecido)

CATIVAR


Cativar

Uma palavra tão linda já
Quase esquecida me faz recordar
Contendo sete letrinhas e
Todas juntinhas se ler cativar

 ***
Cativar é amar
É também carregar
Um pouquinho da dor
Que alguém tem que levar

***
 
Cativou disse alguém
Laços fortes criou
Responsável tu és
Pelo que cativou

***
 
Num deserto tão só
Entre homens de bem
Vou tentar cativar
Viver perto de alguém

(Grupo Arte Nascente)

CRONOLOGIA: ALLAN KARDEC (1857-1869)


CRONOLOGIA: Allan Kardec (1857-1869)

• 1857 – Em 18 de abril, é publicada a primeira edição de “O Livro dos Espíritos”, contendo quinhentas e uma perguntas. No momento de publicá-lo, Rivail adotou o pseudônimo de Allan Kardec. O livro foi publicado pelo livreiro Edouard Henri Justin Dentu, com tiragem inicial de 1200.

• 1858 – Em 1º de janeiro, sai à rua o primeiro número da “Revue Spirite”. Em 1º de abril, Kardec funda em Paris a “Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas”.

• 1859 – Lançamento do livro “O que é o Espiritismo”.

• 1860 – Lançamento da 2ª edição de “O Livro dos Espíritos”, com 1019 perguntas. Kardec visita os espíritas de Lyon e Saint-Étienne. A Sociedade Espírita de Paris e a “Revista Espírita” passam a ter um novo endereço: rue Ste-Anne, Passage Ste-Anne, 59.

• 1861 – Visita os espíritas de Lyon em setembro, visitando também as cidades de Sens de Mâcon. Em Barcelona, no dia 9 de outubro, trezentos livros espíritas são queimados, acontecimento denominado “Auto-de-Fé de Barcelona”. Em 15 de janeiro, é publicado “O Livro dos Médiuns”.

• 1862 – Os espíritas de Lyon e Bordéus convidam Kardec a visitá-los. Lançamento do livro “Viagem Espírita em 1862” e “O Espiritismo na sua expressão mais simples”.

• 1864 – Visita os espíritas de Bruxelas e Antuérpia. Lançamento do livro “Imitação do Evangelho segundo o Espiritismo”.

• 1865 – Lançamento da 2ª edição do livro com o título “O Evangelho segundo o Espiritismo”. Em 1º de agosto, é publicado o livro “O Céu e o Inferno".

• 1867 – Visita à Sociedade Espírita de Bordéus.

• 1868 – Lançamento do livro “A Gênese”.

• 1869 – Desencarnação de Allan Kardec em 31 de março, na Passage Ste-Anne, 59. Ao meio-dia de 2 de abril, Allan Kardec é sepultado no Cemitério de Montmartre.

• 1870 – Em 29 de março, acontece a exumação dos despojos mortais de Allan Kardec e sua transferência para o Cemitério de Père-Lachaise. Em 31 de março, pelas duas horas da tarde, os espíritas inauguram o monumento dolmênico levantado em memória a Allan Kardec, com a seguinte inscrição:

“Naítre, mourir, renaítre encore et progresser sans cesse telle est la loi”.

TRADUÇÃO: “ Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar, tal é a lei.

Allan Kardec (codificador da Doutrina Espírita)

O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS


O SACRIFÍCIO MAIS AGRADÁVEL A DEUS

7 – Portanto, se estás fazendo a tua oferta diante do altar, e te lembrar aí que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta. (Mateus, V: 23 e 24).
8 – Quando Jesus disse: “Vai te reconciliar primeiro com teu irmão, e depois virás fazer a tua oferta”, ensinou que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o dos próprios ressentimentos: que antes de pedir perdão ao Senhor, é preciso que se perdoe aos outros, e que, se algum mal se tiver feito contra um irmão, é necessário tê-lo reparado. Somente assim a oferenda será agradável, porque é proveniente de um coração puro de qualquer mau pensamento.
Ele materializa esse preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais e era necessário conformar as suas palavras aos costumes do povo. O cristão não oferece prendas materiais, pois que espiritualizou o sacrifício, mas o preceito não tem menos força para ele. Oferecendo sua alma a Deus, deve apresentá-la purificada. Ao entrar no templo do Senhor, deve deixar lá fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então sua prece será levada pelos anjos aos pés do Eterno. Eis o que ensina Jesus por essas palavras: “Deixai ali a tua oferta diante do altar, e vai te reconciliar primeiro com teu irmão”, se queres ser agradável a Deus.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires)

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...