segunda-feira, 30 de março de 2015

A ATITUDE DO GUIA

A Atitude do Guia
Sob nosso olhar atento, o Guia do grupo começou a desempenhar suas funções de orientador, explicando:

– Enriqueçamos nossa vida, de bênção. A morte, meus irmãos, é simples modificação de roteiros exteriores; preparai-vos, no entanto, a fim de atravessar-lhe os umbrais, com a precisa luz. A encarnação terrestre representa curso de esclarecimento e ascensão. Alegria e dor, contentamento e insatisfação, fartura e escassez constituem oportunidades de engrandecimento para a alma. Nosso problema fundamental, portanto, não é tão somente crer ou descrer. É imperioso aplicar os princípios da  às situações difíceis da experiência humana, como quem espanca as sombras. De que nos serviria a confiança na Providência Divina sem aproveitarmos os dons da Previdência Celeste que nos situou o espírito em aprendizado laborioso, tendo em vista nossa própria felicidade? Tudo, pois, que fizerdes nos setores do bem, enquanto na transitória passagem pela Terra, é essencial para a eternidade.

Se o Supremo Pai apenas aguardasse de nós outros o incenso da adoração, que expressaria a grandiosa oficina do mundo? Brilhariam o Sol e a Lua, resplandeceriam as estrelas, correriam as fontes, frutificariam as árvores, trabalharia o vento simplesmente para satisfazer um punhado de crentes ociosos? Contentar-se-ia Deus, o Criador Infatigável, em erguer para os filhos da Terra apenas um templo suntuoso onde repousassem indefinidamente, sem qualquer finalidade progressiva? É indispensável, desse modo, renovarmos o entendimento, elevando-nos em espírito para a Imortalidade Vitoriosa. Junto de vós outros, alinham-se ferramentas preciosas na edificação sublime. Chamam-se “obstáculos”, “provas” e “lutas”. Utilizando-as para o bem, sereis, em breve, senhores de oportunidades mais altas, nos círculos de iluminação. Fadados ao glorioso destino de cooperadores do Eterno, urge compreenderdes a importância de viver na Crosta da Terra, como é importante para o aprendiz a justa apreciação da escola que o prepara e edifica. O sofrimento, por isso mesmo, aí no mundo é apelo à ascensão. Sem ele, seria difícil acordar a consciência para a realidade superior. Aguilhão benéfico, o sofrimento evita-nos a precipitação nos despenhadeiros do mal, auxilia-nos a prosseguir, entre as margens do caminho, mantendo-nos a correrão necessária ao êxito do plano redentor. Busquemos, assim, aproveitar-lhe as bênçãos renovadoras, praticando a fraternidade em todos os ângulos da bendita peregrinação para a frente. Não nos interessa o passado escuro. Recebamos a claridade compassiva do presente, construindo qualidades santificantes no santuário interior, convertendo-nos em tabernáculos vivos da Vontade Augusta e Misericordiosa do Eterno. Para isso, meus amigos, auxiliemo-nos uns aos outros, procuremos a verdade e o bem, atendendo as exigências do amor cristão. Sem essa atitude pessoal de transformação para o entendimento e aplicação do Cristo, é impossível aguardar mundos melhores, paisagens felizes ou venturas sem fim...

Nesse momento, o orientador interromper-se.

Finalizara a preleção? não sabíamos ao certo.

Parecia disposto a retomar o fio das formosas definições, quando se adiantou um cavalheiro da pequena assembléia de companheiros encarnados.

Julguei-o inclinado a exprimir amor, júbilo, gratidão. Teria estendido a palavra do Guia que afinal de contas, em boa sinonímia, era, ali, o condutor, o que dirige, o que mostra a frente. Longe disso. O irmão mencionado assumiu atitude de consulente inquieto e interrogou, demonstrando absoluta despreocupação de quanto ouvira :

– Meu mestre, que me diz dos bens que me surrupiaram? O furto de que fui vítima representa muitíssimo para mim. Não devo esquecer o futuro... Os advogados de meus parentes parecem ganhar a causa... Devo esperar algum socorro? Espantalho, reparei que o benfeitor espiritual não reagiu. Assumiu paternal expressão no semblante calmo e, no mesmo diapasão de voz, comentou:

– No assunto, meu amigo, creio mais oportuna sua invocação à polícia. Procure a seção de perdas e danos...

Logo após, rogou a bênção de Jesus para todos e, retirando-se da organização mediúnica, tornou ao nosso meio.

Sob forte assombro, referi-me à incompreensão do grupo que visitávamos.

O generoso orientador, porém, distante de qualquer desapontamento, observou:

– Não vos aflijamos. Conheço este irmão, desde muito. Há dois mil e oitocentos anos, aproximadamente, era ele membro de uma associação de ensinos secretos, nas vizinhanças do Templo de Zeus, em Olímpia, enquanto eu, por minha vez, exercia as funções de humilde instrutor espiritual. Na primeira vez em que me materializei, no círculo de estudos em que ele se encontrava, explanando a simbologia dos mistérios órficos, de maneira a adaptá-los à Luz Divina, levantou-se na assembléia e pediu-me socorro para encontrar algumas jóias perdidas.

– Oh! Oh! – aduzi, sarcástico – há quase três milênios? e este homem ainda é o mesmo caçador de arranjos materiais?

O Guia tocou-me os ombros, paternalmente, e acrescentou, compassivo:

– Nada de mais, meu caro. Continuemos trabalhando, em benefício de todos. Vinte e oito séculos são a canta de meu nobre concurso. Trata-se de equação que nós mesmos podemos fazer... Há quantos milênios, porém, Jesus nos auxilia e tudo faz em nosso favor, malgrado a nossa impermeabilidade e resistência?!...

Afagou-me a cabeça e concluiu, interrogando:

– Não acha?

Fiz por minha vez um sorriso amarelo e calei-me.

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Irmão X - Sobre o Autor


Três meses apenas de desencarnado, Humberto de Campos retornou do Além, através do jovem médium Chico Xavier, este, com 24 anos de idade somente, e começou a escrever, sacudindo o País inteiro com suas crônicas de além-túmulo. O fato abalou a opinião pública. Os jornais do Rio de Janeiro e outros estados estamparam suas mensagens, despertando a atenção de toda gente. Os jornaleiros gritavam. Extra, extra! Mensagens de Humberto de Campos, depois de morto! E o povo lia com sofreguidão... Agripino Grieco e outros críticos literários famosos examinaram atenciosamente a produção de Humberto, agora no Além. E atestaram a autenticidade do estilo. "Só podia ser Humberto de Campos!" - afirmaram eles. Começou então uma fase nova para o Espiritismo no Brasil. Chico Xavier e a Federação Espírita Brasileira ganharam notoriedade. Vários livros foram publicados. Aconteceu o inesperado. Os familiares de Humberto moveram uma ação judicial contra a FEB, exigindo os direitos autorais do morto! Tal foi a celeuma, que o histórico de tudo isto está hoje registrado num livro cujo título é "A Psicografia ante os Tribunais", escrito por Dr. Miguel Timponi. A Federação ganhou a causa. Humberto, constrangido, ausentou-se por largo período e, quando retornou a escrever, usou o pseudônimo de Irmão X. Nas duas fases do Além, grafou 12 obras pelo médium Chico Xavier. "Crônicas de Além-Túmulo", "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", "Boa Nova", "Novas Mensagens", "Luz Acima", "Contos e Apólogos" e outros foram livros que escreveu para deleite de muitas almas.


Referência:

Do livro: Luz Acima, Médium: Francisco Cândido Xavier

 



sexta-feira, 27 de março de 2015

APRENDI E DECIDI...

Aprendi e Decidi...


E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...

Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.

Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.

Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.

Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.

Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.

Naquele dia, descobri, que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tenha sido.

Deixei de me importar com quem ganha ou perde, agora, me importa simplesmente saber melhor o que fazer.

Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.

Aprendi que o melhor triunfo que posso ter, é ter o direito de chamar a alguém de "Amigo".

Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida".

Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser a minha própria tênue luz deste presente.

Aprendi que de nada serve ser luz se não vai iluminar o caminho dos demais.

Naquele dia, decidi trocar tantas coisas... Naquele dia, aprendi que os sonhos são somente para fazer-se realidade.

E desde aquele dia já não durmo para descansar... Agora simplesmente durmo para sonhar.

Walt Disney

A FORÇA DO EXEMPLO

A FORÇA DO EXEMPLO
José do Espírito Santo, modesto espírita de Nilópolis, Estado do Rio, falava à porta do Centro, a pequeno grupo de amigos:

— Sim, meus irmãos, a caridade é a maior bênção.

Nisso, passam dois estudantes, ouvem breves trechos da palestra e avançam conversando:

— Você ouviu? Todo espírita é só “fachada”!

— Realmente. Fazem as coisas “para inglês ver”.

Logo depois, os rapazes deparam com infeliz mendigo. Pálido e doente. Sem paletó.

Camisa em frangalhos. Pele à mostra.

A tiritar de frio, estende-lhes a mão magra.

Um dos estudantes dá-lhe alguns centavos.

Notam, então, que José do Espírito Santo vem vindo sozinho, pela rua. E um deles diz:

— Olhe! Lá vem o “tal”! Aposto que não dará nada a esse homem.

— Sim. Vamos ver. Afastemos um pouco, senão ele vai querer “fazer cartaz”.

Os dois jovens ficaram escondidos na esquina, um pouco adiante.

O pedinte roga auxílio.

José chega junto dele e o abraça, fraterno.

Em seguida, apalpa os bolsos e exclama:

— Infelizmente, meu amigo, estou sem um níquel...

Os jovens entreolharam-se, rindo... Um deles recorda:

— Não lhe disse?...

O espírita condoeu-se, vendo a nudez do homem que tremia de frio. Deitou um olhar em torno para ver se estava sendo observado. Sentiu a rua deserta.

Num gesto espontâneo, tirou o paletó. Dependurou a peça num portão de residência próxima, arrancou a camisa felpuda e, seminu, vestiu-a no companheiro boquiaberto, mas encantado.

A seguir, após recobrir, à pressa, o busto nu com o paletó, disse com simplicidade:

— Meu amigo, é só isso que tenho hoje. Volte aqui mesmo amanhã.

E estugou o passo para a frente, enquanto o necessitado sorria, feliz.

No outro dia, os dois estudantes estavam no templo espírita, ouvindo a pregação.
Pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.


A BICICLETA E O CICLISTA

A Bicicleta e o Ciclista
“O Espírito independe da matéria, ou é apenas uma propriedade desta, 
como as cores o são da luz e o som o é do ar?”
“São
 distintos uma do outro; mas, a união do Espírito e da matéria é necessária para intelectualizara matéria”.
(“O Livro dos Espíritos”- Questão nº 25.)

Não há controvérsia em expressões assim:
— Fulano tem
 espírito — é inteligente.
— Beltrano é
 espirituoso — possui senso de humor.
— Ciclano é
 espiritualizado.
— Cultiva valores morais.
A dificuldade surge quando empregamos a palavra
 espiritualista para designar pessoas que admitem a existência da Alma, a individualidade eterna que sustenta o corpo físico e o situa como um ser pensante.
Para muitos trata-se de mera fantasia religiosa, sem base científica.
Concebem
 que capacidade de pensar é mero resultado da organização e do funciona­mento de células cerebrais, que produzem o pensamento, assim como o fígado produz bile ou as glândulas de secreção interna produzem os hormônios.
Afirma jocosamente o patologista:
— Dissequei centenas de cérebros. Jamais encontrei o Espírito.
Interessante frase de
 efeito que não diz nada.
Porventura teria ele desvendado misterioso mecanismo a gerar o
 pensamento no interior das células?
Alguma pesquisa teria surpreendido idéias sendo produzi­das pelos neurônios, da mesma forma que o pâncreas secreta a insulina?
A
 matéria não pensa.
Situemos, a título de ilustração, algo
 bem simples:
A bicicleta.
Trata-se de um veículo de
 transporte muito eficiente que, para movimentar-se, não pres­cinde da força motriz gerada pelo ciclista.
O corpo é a bicicleta que o Espírito usa para a jornada
 humana.
A bicicleta sem o ciclista é um
 objeto inanimado.
O corpo sem o Espírito é mero aglomerado de células em desagregação.
A união do Espírito com o corpo intelectualizou a
 matéria, transformando o ancestral símio antropóide num ser pensante, da mesma forma que a presença do ciclista torna a bicicleta um veículo andante.
Em defesa da
 tese materialista, que nega a individualidade espiritual que anima o ser humano, fala-se em paralelismo psicofisiológico.
Trocando em miúdos:
O
 homem é um produto de seu próprio cérebro.
Por isso, o que lhe afeta os miolos repercute em sua atividade motora, sensorial, intelectual, mental...
Proclama o
 materialista:
— A
 prova de que a inteligência independe da suposta presença do Espírito está no fato de que se ocorrer um problema qual­quer com o tecido cerebral teremos dificuldade para exercitar as funções intelectivas e fisiológicas.
Raciocínio simplista.
Sendo o cérebro o instrumento de sua
 manifestação no plano material, obviamente o Espírito estará na dependência dele.
O ser imortal pode ser muito
 inteligente, muito culto, mas se a caixa craniana apresentar grave disfunção teremos um deficiente mental.
Algo semelhante a um ciclista que ficará impossibilitado de transportar-se em sua bicicleta se um pneu furar ou romper-se a corrente que traciona as rodas.
Um exemplo mais ilustrativo:
Quando falo ao telefone, se­ria o cúmulo da ingenuidade meu interlocutor imaginar que conversa com meu aparelho. O telefone é apenas o instrumento de nosso contato. Se apresentar defeito
 a comunicação ficará prejudicada.
Devemos
 atentar, ainda, para outro aspecto que liquida a tese materialista.
Há doentes mentais submeti­dos aos mais sofisticados exames que não revelam nenhuma disfunção orgânica, nem mesmo nos circuitos cerebrais. Enigmas para os médicos, que se limitam a prescrever lhes tranqüilizantes.
A Doutrina Espírita explica que o problema é decorrente de uma
 obsessão. O paciente tem comprometida sua integridade mental pela influência de inimigos espirituais.
O tratamento em hospitais psiquiátricos
 espíritas — passe magnético, água fluída, sessões desobsessão'>desobsessão, reuniões evangélicas — opera prodígios, afastando os obsessores e promovendo a cura do paciente.
Isso não ocorre apenas com problemas mentais.
Há casos em que a ação do
 obsessor provoca males físicos que desafiam a Medicina.
Durante meses um
 homem sofreu dores intensas nas pernas.
Os médicos não conseguiam um diagnóstico. Exames clínicos e laboratoriais
 nada revelavam.
O
 paciente irritava-se quando lhe diziam que se tratava de um problema psicológico. Esbravejava:
— Dor não tem
 psicologia!
Mesmo assim, em desespero, submeteu-se à Psicanálise.
Resultado nulo.
Saturado de tanto sofrer pedia que lhe amputassem as pernas. Um amigo o convenceu a procurar o Centro Espírita.
Lá explicaram-lhe que estava sendo assediado por um Espírito que, a pretexto de vingar-se de passadas ofensas, impunha-lhe aquela tortura.
Ficou sabendo que em vida passada assassinara aquele que hoje o martirizava. Quebrara suas pernas, abandonando-o em região deserta, atormentado por
 dores intensas.
Durante alguns meses submeteu-se ao tratamento com
 passes magnéticos e água fluída. Recebeu orientações quanto ao estudo, a reforma íntima, a prática do bem...
Seu empenho, aliado às reuniões de
 obsessão'>desobsessão e à interferência de benfeitores do além, modificaram as disposições de seu perseguidor. Sensibilizado, disposto também à renovação, ele se afastou.
Em breve, como por encanto, as
 dores desapareceram.
NO livro “O Que é a Morte” Carlos Imbassahy vai mais longe:
“Há um
 fato desconcertante para a Fisiologia e sobretudo para os fisiologistas, no caso das lesões cerebrais, isto é, quando há operações em partes essenciais do cérebro sem que a consciência e a inteligência fossem suprimidas ou mesmo alteradas.”
Dentre inúmeras citações que ilustram sua afirmação, reporta-se a um suboficial da guarnição de Antuérpia, na Primeira Guerra Mundial, que durante anos sofreu persistente
 dor de cabeça. Não obstante, cumpria normalmente suas obrigações.
Morto repentinamente, foi submetido à autópsia.
O patologista constatou, surpreso, que ele tivera um tumor na cabeça.
O cérebro estava reduzido a uma pasta purulenta.
Incrível que tenha conservado a sanidade mental e motora, sobrevivendo à desintegração da massa encefálica!
Comenta Imbassahy:
“Em suma, o que a Fisiologia descobriu é que, normalmente, comumente, o cérebro é necessário à
 manifestaçãodo Espírito. O estudo de determinados fatos fisiológicos, psíquicos ou metapsíquicos, provam, entretanto, que a dependência não é constante, absoluta. O Espírito faz-nos, por vezes, o efeito de certos mágicos a quem se amarra ou acorrenta com laços e cadeias irremovíveis; ei-los, porém, que se desembaraçam, não se sabe como, e se apresentam em cena, sorridentes, completamente livres. O mecanismo cerebral é inútil como prova a favor das doutrinas materialistas.”
Mais cedo ou mais tarde a Ciência admitirá o fundamental:
O homo sapiens que há muito domina a Terra é apenas uma
 manifestação do Espírito eterno que intelectualiza amatéria em favor de suas experiências evolutivas nos domínios da carne.
Sem o binômio corpo-espírito
 jamais se operaria o desenvolvimento mental que retirou o Homem do fundo das cavernas para elevá-lo às culminâncias da civilização tecnológica.

Richard Simonetti

Sobre o Autor

Richard Simonetti é de Bauru, Estado de São Paulo. Nasceu em 10 de outubro de 1935. Filho de Francisco Simonetti e Adélia M. Simonetti. Casado com Tânia Regina M. S. Simonetti. Tem quatro filhos: Graziela, Alexandre, Carolina e Giovana. Participa do movimento espírita desde 1957, quando integrou-se no Centro Espírita "Amor e Caridade", que desenvolve largo trabalho no campo doutrinário de assistência e promoção social. Articulou o movimento inicial de instalação dos Clubes do Livro Espírita, que prestam relevantes serviços de divulgação em dezenas de cidades. É colaborador assíduo de jornais e revistas espíritas, notadamente "O Reformador", "O Clarim" e "Folha Espírita". Funcionário aposentado do Banco do Brasil, vem percorrendo todos os Estados brasileiros e alguns países em palestras de divulgação da Doutrina Espírita.




quinta-feira, 26 de março de 2015

MISSÃO DOS ESPÍRITAS


MISSÃO DOS ESPÍRITAS
Francisco Cândido Xavier
“Em nossa reunião pública, no início das tarefas em pauta, O evangelho segundo o espiritismo, no capítulo XX, item 4, nos ofereceu a preleção sobre a 'Missão dos espíritas'. Vários comentaristas expuseram o assunto com muita elevação, salientando os valores e as facilidades da civilização moderna que traçam mais amplos caminhos de evolução para a vida planetária em que nos achamos.
No término dos estudos, o nosso caro Emmanuel escreveu os apontamentos que lhe passo às mãos.
É uma página que nos leva a refletir profundamente quanto à necessidade das lições de Jesus em nossas experiências”.
NOTA – Como vemos nessa rápida explicação de Chico Xavier, o tema de estudo fornecido pelo Evangelho, sempre aberto ao acaso, não aparece ligado a conversações anteriores como habitualmente temos observado. É possível que Chico não tenha sido informado a respeito, pois há sempre muitos problemas que lhe tomam a atenção antes do início dos trabalhos. Mas a verdade é que o assunto corresponde a uma das necessidades mais prementes do momento espírita que estamos vivendo, numa fase de transição da vida terrena em que as perturbações psíquicas se alastram de maneira alarmante.

PROGRESSO E VIDA
Emmanuel
Quem lance na Terra ligeiro olhar para a retaguarda de oito lustros se espantará certamente em verificando o progresso dentro do qual a vida planetária vai marchando, aceleradamente, para o futuro melhor.
Ainda assim reconhecerá que as exigências de ordem espiritual não se alteraram muito no curso do tempo.
O homem de hoje dispõe fartamente da televisão pela qual consegue, se o deseja, contemplar de perto as ocorrências do mundo, no entanto, não possui autoconhecimento bastante para analisar-se de modo construtivo.
Inventa computadores que o auxiliam efetuando prodígios de informação e de cálculo, mas ainda não conhece, nas engrenagens perfeitas em que se expressam as leis de causa e efeito que lhe presidem a experiência e o destino.
Utiliza a energia nuclear, todavia, ignora ainda toda a extensão dos poderes do espírito.
Realiza voos espaciais aplicando os princípios da astronáutica, entretanto, é compelido a receber aulas de relacionamento humano a fim de harmonizar-se com os vizinhos que não lhe adotem o modo de pensar ou de crer.
Vacina-se contra a poliomielite, mas não consegue, por enquanto, imunizar-se contra os perigos do ódio e do ressentimento, da discórdia e do desespero.
Desfruta os recursos do subsolo, até mesmo do próprio mar, e descobre minas de nitrogênio nos céus que o rodeiam, no entanto, não sabe manejar, senão muito imperfeitamente, os valores da alma.
*
Compreendamos que a Humanidade atual efetua proezas admiráveis em todos os domínios da natureza física, mas é necessário que os nossos corações se adaptem às leis do bem que Jesus nos legou, de modo a irmanar-nos e a respeitar-nos uns aos outros, sem o que o lazer na Terra ser-nos-á fator desencadeante de tédio e deliquência e a grandeza exterior se nos erguerá em soberbo palácio – onde prosseguiremos sofrendo à mingua de amor.




O CULTIVO DO AMOR

O CULTIVO DO AMOR
Irmão Saulo

A lei civil do casamento, segundo lemos no item 4 do capítulo XXII de O evangelho segundo o espiritismo, “tem por fim regular as relações sociais e os interesses familiares, segundo as exigências da civilização”. E a seguir vem esta observação: “Mas nada, absolutamente, impede que ela seja um corolário da lei de Deus.” E a lei de Deus, no caso, é a lei do amor. Quer dizer que o casamento civil deve efetuar-se por amor e não por conveniência de qualquer espécie. A falta de conjugação dessas duas leis, a humana e a divina, é a causa principal dos fracassos no casamento.
Entre os interesses que podem influir na determinação do casamento figuram também a vaidade e a atração sexual, ambos elementos estranhos ao amor e por isso mesmo de natureza efêmera. Em casos dessa natureza, como em vários outros, a separação se torna inevitável e o divórcio aparece então como a lei civil que serve de remédio à separação dos casais, permitindo aos pares frustrados a reconstrução do lar em bases legítimas com outros cônjuges. “Um dia se perguntará – diz ainda o trecho citado – se uma cadeia indissolúvel não aumentará o número das uniões irregulares”.
Mas quando o lar se formou com base no amor, as decepções que podem surgir têm o remédio no próprio amor. Quem ama sabe tolerar e perdoar. As dificuldades serão superadas dia a dia pelo cultivo do amor. Basta que cada cônjuge se lembre de que as frustrações são recíprocas. O mesmo acontece com o artista na realização de sua obra. O ideal está sempre acima do real. Mas o verdadeiro artista sabe disso e procura superar a sua frustração pelo esforço constante de aperfeiçoamento.
O cultivo do amor é como o cultivo da arte. E quem romper um casamento de amor, por simples intolerância, não encontrará mais remédio para a sua solidão.
http://mensagensdavidaespiritual.blogspot.com.br/

CASAR-SE


CASAR-SE

Emmanuel
Não basta casar-se. Imperioso saber para quê.
Dirás provavelmente que a resposta é óbvia, que as criaturas abraçam o matrimônio por amor.
O amor, porém, reclama cultivo. E a felicidade na comunhão afetiva não é prato feito e sim construção do dia a dia.
As leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se unam segundo as leis divinas.
Se desposaste alguém que te constituía o mais belo dos sonhos, e se encontras nesse alguém o fracasso do ideal que acalentaste, é chegado o tempo de trabalhares mais intensivamente na edificação dos planos que ideaste de início.
Ergueste o lar por amor e tão-só pelo amor conseguirás conservá-lo.
Não será exigindo tiranicamente isso ou aquilo de quem te compartilha o teto e a existência, que te desincumbirás dos compromissos a que te empenhaste.
Unicamente doando a ti mesmo em apoio da esposa ou do esposo é que assegurarás a estabilidade da união em que investiste os melhores sentimentos.
Se sabes que a tolerância e a bondade resolvem os problemas em pauta, a ti cabe o primeiro passo a fim de patenteá-las na vivência comum, garantindo a harmonia doméstica.
Inegavelmente, não se te nega o direito de adiar realizações ou dilatar o prazo destinado ao resgate de certos débitos, de vez que ninguém pode aceitar a criminalidade em nome do amor. Entretanto, nos dias difíceis do lar recorda que o divórcio é justo, mas na condição de medida articulada em última instância. E nem te esqueças de que casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que surgirá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para o mais alto, em plenitude de amor eterno.


quarta-feira, 25 de março de 2015

A AÇÃO DA PRECE

Não resta dúvida de que, como nos ensinou a mediunidade de nosso saudoso Chico, a enxada que não trabalha enferruja. Não resta dúvida, tampouco, que, em um país como o Brasil, em que a Doutrina Espírita está tão bem divulgada, onde existem tantas Casas Espíritas e tantas obras de caridade, onde há tantos desencantados e doentes do corpo e da alma, não faltam oportunidades de auxílio aos necessitados, encarnados e desencarnados. Só não se envolve em atividades mediúnicas em nosso país quem não quer, é mal informado ou desconhece o fator mediúnico em nossas vidas, a mediunidade como ela realmente é.
Entretanto, situação bem diversa se dá em certos países ditos “de primeiro mundo”. Minha experiência em websites espiritualistas estrangeiros deu-me a oportunidade de travar contato com inúmeros médiuns perturbados habitando em países onde a mediunidade deles é incompreendida e as oportunidades de auxílio que abundam no Brasil simplesmente inexistem. Em tais países desenvolvidos não existe pobreza material, a religião existente é dogmática e estagnada e ensinamentos esotéricos desencontrados são misturados de modo comercial e confuso, em um quadro de desamparo e desalento para tais médiuns sofredores, isolados em seus conflitos e simplesmente dados como loucos ou perturbados.
Como a Justiça Divina é perfeita, não há como supor que alguém reencarne com mediunidade em tal situação sem ter como utilizá-la com bom proveito. Desse modo, parece-me evidente que a mediunidade possa ser exercida qualitativamente a contento e em intensidade satisfatória não só em atividades tradicionalmente entendidas como mediúnicas, mas, também e, até mesmo principalmente, nas simples atividades do dia-a-dia.
Logo, um abraço amoroso pode ser uma atividade mediúnica inconsciente. Por que razão um Espírito bom não aproveitaria tal oportunidade para beneficiar a pessoa abraçada, utilizando-se do agente do abraço como médium? Uma prece, um pensamento carinhoso, um aperto de mão, um olhar compassivo, são tantas as formas naturais de passe que podemos dar no dia-a-dia, com o concurso de nossos mentores e guias, em um inequívoco uso de nossa mediunidade. Quando a mãe passa a mão suavemente no cabelo de seu querido filho ou filha, não poderá ela estar usando sua mediunidade e dando um passe, apesar de inconsciente de tal fato?
Não estou sendo meramente teórico em minhas considerações. Observo e sinto em meu dia-a-dia que estou utilizando minha mediunidade a todo o instante. Sim, é verdade, conheço a Doutrina Espírita e isso me permite estar consciente do que faço. No entanto, que diferença faz? Um médium inconsciente pode ser muito eficiente como agente de cura em um abraço dado em uma pessoa doente na casa deste último. Basta, para tanto, que, ao dar esse abraço, ele esteja em sintonia com os bons Espíritos e que encha seu coração de amor pela pessoa a quem abraça.
Concluindo minhas observações, quero dizer que é nessa linha que sempre procurei orientar os médiuns perturbados que escreviam nos websites espiritualistas estrangeiros que frequentava. Dizia a eles que se esforçassem por ser pessoas melhores, um dia após o outro. Que aprendessem a olhar para todos à sua volta como irmãos e irmãs. Que, se lhes fosse difícil perdoar a quem os ofendesse, que, pelo menos, por eles não alimentassem rancor, procurando esquecer as ofensas recebidas; que orassem por todos à sua volta; que valorizassem os apertos de mão, os abraços, os olhares, e projetassem amor em tais comportamentos, de outra forma constituídos de simples formalidades sociais. Dizia, finalmente, que procurassem aquele parente ou conhecido velho e doente e os visitassem, conversassem com ele, lhe trouxessem alento com sua simples presença.
É isso que queria dizer. Costumo ler muitas vezes orientações de como usar a mediunidade que se aplicam somente no Brasil ou, no máximo, em alguns poucos lugares do planeta. Gostaria que os irmãos e irmãs explorassem mais outras situações, mesmo porque, nada nos garante que venhamos a ter nossa próxima reencarnação neste querido País. Que tal, então, começarmos desde agora a praticar?
O Movimento Espírita pode estar muito mais amplo e divulgado no Brasil que em outras partes do mundo, mas a Doutrina Espírita é para toda a humanidade, neste planeta e em outros mais. É mister, portanto, que saibamos praticar os ensinamentos do Mestre, explicados com tanta clareza pelo Espiritismo, estejamos onde estejamos, quer conheçamos a Codificação de forma explícita, pela sua leitura e estudo na vida atual, quer de forma intuitiva, pelas lembranças de estudos sérios que tenhamos feito nas vidas que passaram.

  • João Demétrio Loricchio - RIE

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...