Engenharia genética
O desenvolvimento científico, que se vem
apresentando nos mais diferentes campos do conhecimento, demonstra que o
ser humano progride e diminui a carga dos próprios sofrimentos, que são
por ele mesmo programados como resultado da incúria ou da inépcia para
lidar com os necessários desafios existenciais.
A busca da superação da dor e de todos
os sequazes que a acompanham tem sido constante, desde os audaciosos
sonhos da conquista da pedra filosofal, na Idade Média, até as ambições
que se podem transformar em tristes pesadelos, quais as que dizem
respeito à incursão na intimidade do DNA para clonagem de seres como
outros tantos delírios antiéticos do momento.
Não obstante, a Divindade tem facultado
que as aflições mais rudes, em razão do progresso que a criatura tem
conseguido, particularmente na área moral, embora o muito que ainda lhe
falta alcançar, venham diminuindo a pouco e pouco, abrindo espaços no
seu processo orgânico e psíquico para mais saúde, mais bem-estar e mais
alegria de viver.
Desde quando foram descobertos o éter, o
clorofórmio e outros fármacos, como também os analgésicos, inúmeros
sofrimentos hebetadores foram abrandados expressivamente, assim como o
concurso das cirurgias e microcirurgias, que facultaram melhores meios
para continuar no corpo sem as injunções penosas e deformadoras que eram
habituais.
Certamente, ainda há muito para fazer
nessa área e, por isso mesmo, os avanços tecnológicos não cessam,
surgindo cada dia com mais amplos e abençoados recursos terapêuticos.
Na genética, por exemplo, desde a
descoberta dos genes e cromossomas por G. Mendel, que experimentou
reproche e desconsideração dos seus coevos, os logros são catalogados
com cuidado, de forma a melhor entender-se os mecanismos da vida nas
suas origens, facultando mais amplas possibilidades de auxílio ao ser em
formação como posteriormente às resultantes do seu comportamento.
Graças às quase infinitas possibilidades
de penetração nas organizações moleculares através dos microscópios
eletrônicos e dos estudos acurados dos genes, os cientistas empenham-se
em bem definir as ocorrências da vida física e mental, descobrindo como
surgem os fenômenos biológicos, a aparência humana e os seus detalhes,
desde a configuração até a cor dos olhos, a dos cabelos, examinando as
estruturas íntimas do DNA e estabelecendo normas para corrigir algumas
das anomalias que se apresentam.
O desconhecimento dos mecanismos
superiores da Vida, por parte desses nobres pesquisadores, leva alguns a
sonhos fantásticos, pelo menos para o momento, tais o de evitar futuras
enfermidades degenerativas como o câncer, a AIDS, trabalhando nos
códigos genéticos que tragam deficiências propiciatórias à sua
instalação ou surgimento.
Ao lado dessa busca respeitável, sem
dúvida, mas que foge ao programa da reencarnação de muitos Espíritos
endividados que, se liberados da injunção aflitiva, incidirão em outros
mecanismos depuradores, apresentam-se alguns entusiastas da engenharia
genética pensando na possibilidade de trabalharem a complexidade desses
microcomputadores orgânicos, para alterarem, por exemplo, o sexo do
zigoto, ou mais tarde do feto, mesmo que este já se encontre em processo
de formação física.
O corpo, sob qualquer condição em que se
expresse, é resultado da conduta anterior do Espírito, que programa as
suas necessidades na forma, a fim de crescer e evoluir, transformando
conflitos em paz, débitos em créditos, mazelas em esperanças. Sem
duvidarmos da ingerência do ser humano no projeto, recordaremos que ao
abuso do conhecimento em qualquer área sempre correspondem danos
equivalentes.
Vejamos, por exemplo, o que vem
ocorrendo no ecossistema. O desrespeito à Natureza, por ignorância
inicial e por interesses mesquinhos e argentários no momento, tem
produzido diversos efeitos graves para a própria existência humana. A
destruição da camada de ozônio vem ampliando o número de portadores de
câncer da pele de forma assustadora; o abuso dos adubos químicos no solo
tem gerado problemas orgânicos lamentáveis; a aplicação de hormônio nas
aves e nos animais de abatimento vem facultando doenças desconhecidas
no ser humano; a diminuição do volume de água ameaça regiões onde a vida
se encontra e começa a perecer; a presença do mercúrio nos rios
enseja-lhes o envenenamento, destruindo a flora e a fauna, como as
populações ribeirinhas; o aumento das áreas desérticas e o degelo dos
polos constituem ameaças que estão preocupando alguns governos e nações
do planeta que temem pelo futuro, momentaneamente sombreado por
angústias…
A vida é trabalhada por um princípio de
ética divina, que não pode ser manipulada ao prazer da insensatez, sem
que disso decorram consequências imprevisíveis para os seus infratores.
Fascinados pelas possibilidades teóricas
que a engenharia genética lhes propicia, muitos pesquisadores pensam em
burlar as Leis Universais, tornando-se pequenos deuses com
possibilidades inimagináveis, o que é, aliás, compreensível, dentro dos
seus devaneios materialistas pelos quais pensam em tudo reduzir ao nada
do princípio em que se apoiam.
Parece a esses investigadores dos
emaranhados segredos da existência planetária que lhes é facultado
brincar de Deus, alterando os códigos genéticos e criando aberrações
para atendimento do seu luxo criativo. Compreende-se que o ser humano
ainda não saiba sequer brincar de homem, desde que, na maioria das
vezes, quando o intenta, seu jogo se transforma em conflito de guerra
com destruição à vista.
A partir de 1990 vários países,
compreendendo as possibilidades imensas que lhes estavam ao alcance,
reuniram em um projeto ousado inúmeros cientistas do mundo, objetivando
decodificar os quase três bilhões de caracteres que se encontram nas
células humanas como decorrência do seu código genético.
Trata-se de um nobre trabalho que tem
por meta essencialmente compreender a estrutura molecular do ser humano,
e mesmo curar as enfermidades afligentes que se instalam devorando
vidas. Foi denominado Projeto Genoma Humano que, entre outras
descobertas, confirma que o homem se originou na África, de onde emigrou
para toda a Terra através dos tempos. Entre outras conquistas
maravilhosas se está conseguindo demonstrar que não existem raças
superiores nem inferiores, já que as variações nos grupos étnicos são
infinitamente maiores do que se pensava a princípio, a tal ponto que
indivíduos da mesma raça se apresentam geneticamente muito diferentes
entre si. Outrossim, confirmou-se que a epiderme negra tem sua origem em
região onde o Sol é muito forte, responsabilizando-se pela pigmentação
escura que lhe serve de defesa e proteção, clareando à medida que
diminui o calor, tornando-a clara a fim de sintetizar a vitamina D
indispensável ao desenvolvimento dos músculos e ossos…
Prosseguindo nessa linha de observações
será inevitável a constatação de que todo esse mecanismo providencial à
vida humana organizada tem os seus moldes nos campos energéticos do
perispírito, esse envoltório delicado do Espírito, que é o agente real
da vida.
Simultaneamente se apresenta como
necessidade inadiável a presença de uma ética estribada nos limites que
devem ser impostos à pesquisa, a fim de que os governos arbitrários e as
pessoas alucinadas não se utilizem do conhecimento genético para
experiências macabras, quais aquelas muitas ocorridas em tempos próximos
passados nos campos de concentração, em que milhões de vidas pereceram
longe de qualquer dignidade ou compaixão, ou mesmo sentimento de
humanidade, sob as mãos de cientistas loucos que pretendiam criar uma
raça superior, na vã presunção de submeter aqueloutras que consideravam
inferiores.
A inexorável marcha do tempo, ou
passagem do ser pelo rio infinito das horas presentes, vem demonstrando
que somente as conquistas que objetivam o bom, o belo, o nobre, o
dignificante, permanecem enquanto as utopias da loucura se diluem como
brumas espessas de um momento que o calor do dia termina por desfazer.
A engenharia genética será,
naturalmente, um instrumento para a dignificação do ser humano e
entendimento da vida nas suas mais profundas expressões, jamais recurso
para submetê-lo às paixões e desmandos de outros que dela planejam
utilizar-se para tais nefandos fins.
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(Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, em reunião de 14 de julho de 1997, em San Juan, Porto Rico.) http://www.souleitorespirita.com.br/reformador/noticias/engenharia-genetica/