segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Incompreensão

    Incompreensão

    "Fiz-me fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos para, por todos meios, chegar a salvar alguns." Paulo. (I CORÍNTIOS, 9:22.)

    A incompreensão, indiscutivelmente, é assim como a treva perante a luz, entretanto, se a vocação da claridade te assinala o íntimo, prossegue combatendo as sombras, nos menores recantos de teu coração.
    Não te esqueças, porém, da lei do auxílio e observa-lhe os princípios, antes da ação.
    Descer para ajudar é arte divina de quantos alcançaram conscienciosamente a vida mais alta.
    A luz ofuscante produz a cegueira. 
    Se as estrelas da sabedoria e do amor te povoam o coração, não humilhes quem passa sob o nevoeiro da ignorância e da maldade. 
    Gradua as manifestações de ti mesmo para que o teu socorro não se faça destrutivo. 
    Se a chuva alagasse indefinidamente o deserto, a pretexto de saciar-lhe a sede, e se o Sol queimasse o lago, sem medida, com a desculpa de subtrair-lhe o barro úmido, nunca teríamos clima adequado à produção de utilidades para a vida.
    Não te faças demasiado superior diante dos inferiores ou excessivamente forte perante os fracos.
    Das escolas não se ausentam todos os aprendizes, habilitados em massa, e sim alguns poucos cada ano. 
    Toda mordomia reclama noção de responsabilidade, mas exige também o sendo das proporções. 
    Conserva a energia construtiva do exemplo respeitável, mas não olvides que a ciência de ensinar só triunfa integralmente no orientador que sabe amparar, esperar e repetir. 
    Não clames, pois, contra a incompreensão, usando inquietude e desencanto, vinagre e fel. 
    Há méritos celestiais naquele que desce ao pântano sem contaminar-se, na tarefa de salvação e reajustamento. 
    O bolo da matéria densa reveste-se de lodo, quando arremessado ao poço lamacento, todavia, o raio de luz visita as entranhas do abismo e dele se retira sem alterar-se.
    Que seria de nós se Jesus não houvesse apagado a própria claridade, fazendo-se a semelhança de nossa fraqueza, para que lhe testemunhássemos a missão redentora? Aprendamos com ele a descer, auxiliando sem prejuízo de nós mesmos. 
    E, nesse sentido, não podemos esquecer a expressiva declaração de Paulo de Tarso quando afirma que, para a vitória do bem, se fez fraco para os fracos, fazendo-se tudo para todos, a fim de, por todos os meios, chegar a erguer alguns.
    EMMANUEL

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...