quinta-feira, 29 de junho de 2017

Bem-Aventurados os que choram...

Bem-aventurados os que choram...

Dizem que todos choram, que a Humanidade inteira geme sob o acicate da dor e que esse sofrimento é o preço do pecado introduzido na Terra pelos “nossos primeiros pais” — Adão e Eva.
Afirmam outros que as dores e aflições deste mundo são o meio de que Deus se vale para experimentar-nos e aferir a nossa fé, ou para aumentar os nossos méritos, a fim de que maiores sejam nossos gozos no paraíso.
Se é assim, por que uns sofrem mais do que outros? Por que alguns vivem apenas algumas horas, sem pelo menos tomar consciência de si mesmos, enquanto outros têm de viver sessenta, oitenta ou cem anos, conhecendo toda a sorte de agruras? Por que uns nascem belos, saudáveis, e assim atravessam toda a existência, enquanto outros nascem monstruosos e enfermiços, pré-condenados a uma vida miserável e dolorosa? Por que uns vêm ao mundo em ambientes sadios, em que recebem fina educação e aprendem a cultivar as virtudes, ao passo que outros surgem em meios sórdidos, onde medram os vícios mais infamantes e lhes é ensinado a detestar o trabalho, a furtar e até a matar, meios esses que são verdadeiras antecâmaras de salões hospitalares ou de cubículos penitenciários?
A concepção de que as misérias desta vida são decorrências do pecado original, ou provações necessárias a todas as almas, para que, depois de sua passagem por este mundo, saibam apreciar melhor as alegrias e as doçuras da mansão celestial, forçoso é convir, não explica essas anomalias e diversidades, e há induzido muitos homens a descrerem por completo da Providência, ou seja, da sabedoria suprema com que Deus conduz todas as coisas.
Estava reservado ao Espiritismo, o Consolador prometido pelo Cristo, oferecer o esclarecimento desse ponto, sem negar nem infirmar nenhum dos atributos da Divindade.
O sofrimento — segundo a Doutrina Espírita — é a consequência inelutável da incompreensão e dos transviamentos da Lei que rege a evolução humana.
Sendo Deus soberanamente bom e justo, não haveria de permitir que fôssemos excruciados, salvo por uma boa razão ou uma causa justa; assim, se sofremos é porque, por ignorância ou rebeldia, ficamos em débito com a Lei, seja nesta ou em anteriores encarnações.
Criados para a felicidade completa, só a conheceremos, entretanto, quando formos perfeitos; qualquer jaça ou falha de caráter interdita-nos a entrada nos mundos venturosos e, pois, é através das existências sucessivas, neste e em outros planetas, que nos vamos purificando e engrandecendo, pondo-nos em condições de fruir a deleitável companhia das almas santificadas.
Quanto maiores tenham sido nossas quedas, tanto mais enérgico precisa ser o remédio destinado a curar nossas chagas; então, aqueles que muito sofrem são os que mais culpas têm a expiar, e devem alegrar-se à ideia de que as lágrimas do sofrimento, suportado com paciência e resignação, lavam a consciência e acrisolam o espírito, constituindo-se, por assim dizer, o preço com que se adquirem as mais suaves consolações na vida futura.
Explicada a missão providencial da dor e sua benéfica influência na reforma e melhoria das almas, já agora podemos compreender o alcance das palavras do Mestre, quando proclamava: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados”. (Mateus, 5:4.)

O Sermão da Montanha - Rodolfo Calligaris
A “Carta Magna do Cristianismo” (Mateus, 5 a 7) explicada, versículo por versículo, à luz da Doutrina Espírita.

Atitude Cristã

A maioria das pessoas sabe que Jesus sintetizou na prática do amor todos os deveres dos homens.
Ele afirmou que no amor a Deus e ao próximo estão contidas todas as leis divinas.
Assim, quem se declara cristão, para ser coerente com sua fé, necessita amar a Deus e ao próximo.
Relativamente ao amor ao próximo, há um complicador, pois ele simboliza o conjunto das criaturas humanas.
Não se trata apenas da namorada, do irmão ou do amigo querido, mas de todo ser humano, incluindo os inimigos.
Mesmo os corruptos e os criminosos estão incluídos no conceito de próximo, de semelhante.
Surge então a dúvida: Não é possível distinguir entre pessoas queridas e completamente desconhecidas?
Para cumprir a lei de amor é necessário sentir carinho por quem rouba nosso carro ou nos machuca?
No âmbito da legislação humana, sabe-se que uma lei não pode impor deveres muito artificiais.
Se uma determinação for muito difícil de ser cumprida, nunca será eficaz.
Por exemplo, um limite de velocidade de cinco quilômetros por hora jamais será respeitado.
Esse limite é muito artificial e impossível de ser cumprido.
Não importa a sanção que se aplique, as pessoas o burlarão tanto quanto possível.
Certamente Deus não é menos sábio do que o legislador humano.
A amizade é uma questão de afinidade de almas.
O afeto costuma se originar da semelhança de valores e de gostos.
Não é possível gostar do mesmo modo de um amigo e de um cruel criminoso.
Então, amar, no contexto das leis divinas, não implica necessariamente sentir afeto e externar ternura.
Em relação a desconhecidos ou desafetos, o amor é principalmente uma questão de atitude, de respeito.
O cumprimento da lei de amor pressupõe que o homem se coloque mentalmente no lugar do próximo. E imagine como gostaria de ser tratado, se estivesse na situação dele.
Identificado esse desejo, ele deve agir desse modo.
Amar o próximo é tratá-lo como gostaríamos de ser tratados.
Como sempre desejamos o melhor para nós, temos o dever de dar ao próximo o melhor tratamento possível.
Talvez ainda não consigamos gostar dele.
Mas sempre devemos tratá-lo com correção e generosidade.
Trata-se do amor como uma atitude.
Não é necessário sermos santos para amar os inimigos e os malfeitores.
Basta termos o firme propósito de viver como cristão.
O amor é uma proposta de vida, um compromisso com a própria consciência.
No fundo é algo simples e com profundo potencial transformador da sociedade.
Se cada homem adotar o hábito de imaginar-se no lugar do outro antes de agir ou falar, certamente o padrão de relacionamento humano melhorará muito.
Não importa se o próximo é mesquinho, viciado ou corrupto.
Não se trata de gostar ou não, mas de agir corretamente.
Isso não implica um viver irreal, no qual não se tome cuidado com os indivíduos perigosos.
É preciso sermos mansos como as pombas e prudentes como as serpentes, conforme o dizer de Jesus.
É necessário percebermos o mal onde ele existe, para viabilizarmos a defesa.
Mas não valorizarmos o mal na pessoa do próximo e nem desprezá-lo por suas falhas.
Ajudá-lo a recuperar-se, sempre tendo em mente o nosso próprio desejo de auxílio, caso o corrupto ou o viciado fôssemos nós.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita
Em 26.6.2017.

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Prece para um Nascimento

VI – Prece Para Um Nascimento

            53 – Prefácio –  Os Espíritos só chegam à perfeição depois de haverem passado pelas provas da vida corporal. Os que estão na erraticidade esperam que Deus lhes permita voltar a uma existência que deverá proporcionar-lhes os meios de adiantamento, seja pela expiação de suas faltas passadas, mediante as vicissitudes a que estiverem sujeitos, seja pelo cumprimento de uma missão útil à Humanidade. Seu progresso e sua felicidade futura serão proporcionais ao emprego que derem ao tempo de sua nova passagem pela Terra. O encargo de lhes guiar os primeiros passos, dirigindo-os para o bem, é confiado aos pais, que responderão perante Deus pela maneira com que se desincumbirem do seu mandato. É para facilitar-lhes a execução, que Deus fez do amor paternal e do amor filial uma lei da natureza, lei que jamais será violada impunemente.

            54 – Prece –  (Para ser dita pelos pais) – Espírito que vos encarnastes como nosso filho, sede bem-vindo entre nós. Agradecemos a Deus Todo-Poderoso, pela benção que nos concedeu. É um depósito que nos confiou, e do qual teremos de prestar contas um dia. Se ele pertence à nova geração de Bons Espíritos, que devem povoar a Terra, obrigado,  Senhor, por mais esse favor! Se é uma alma imperfeita, nosso dever é o de ajudá-la no progresso, em direção ao bem, por nossos conselhos e nossos bons exemplos. Se cair no mal por nossa culpa, teremos de  responder por isso perante vós, porque não teremos cumprido nossa missão para com ele. Senhor, amparai-nos no cumprimento da nossa tarefa, e dai-nos a força e a vontade de bem realizá-la. Se esta criança tiver de ser um motivo de provas para nós, seja feita a vossa vontade! Bons Espíritos, que viestes presidir ao seu nascimento e que deveis acompanhá-la durante a vida, jamais a abandoneis. Afastai os maus Espíritos que tentarem induzi-la ao mal. Dai-lhe a força de resistir às suas sugestões, e a coragem de sofrer com paciência e resignação as provas que a esperam na Terra. (Cap. XIV, nº 9)
 
            55 – Prece – Meu Deus, Vós me confiastes a sorte de um dos vossos filhos; fazei, pois, Senhor, que eu me torne digno da tarefa que me destes. Concedei-me a vossa proteção, e esclarecei a minha inteligência, para que eu possa discernir desde logo as tendências desse Espírito, que devo preparar para a vossa paz.

            56 – Prece – Deus de infinita bondade, já que te aprouve permitir ao Espírito desta criança voltar novamente às provas terrenas, para o seu próprio progresso, concede-lhe a luz necessária, a fim de aprender a conhecer-te, amar-te e adorar-te. Faze, pelo teu supremo poder, que esta alma se regenere na fonte dos teus divinos ensinamentos. Que, sob a proteção do seu Anjo da Guarda, sua inteligência se fortaleça e se desenvolva, aspirando a aproximar-se cada vez mais de ti. Que a Ciência do Espiritismo seja a luz brilhante a iluminar o seu caminho, através dos escolhos da existência. Que ele saiba, enfim, compreender toda a extensão do teu amor, que nos submete à prova para nos purificar. Senhor, lança o teu olhar paterno sobre a família a que confiaste esta alma, para que ela possa compreender a importância da sua missão, e faze germinar nesta criança as boas sementes, até o momento em que ela possa, por si mesma, Senhor, e através de suas próprias aspirações, elevar-se gloriosamente para ti. Digna-te, ó meu Deus, ouvir esta humilde prece, em nome e pelos méritos daquele que disse: “Deixai vir a mim os pequeninos, porque o Reino dos Céus é daquele que se lhes assemelham!”

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC 

Céu e Inferno

O que os Espíritos dizem sobre O Céu e o Inferno? 

Em O CÉU E O INFERNO, Allan Kardec aborda este tema com profundidade.
Para se obter uma visão geral, cito O Livro dos Espíritos, Livro IV, Cap. 2, Penas e Gozos Futuros, Item IX: Paraíso, Inferno, Purgatório, Paraíso Perdido, a saber:
 
Questão 1011. Um lugar circunscrito no Universo está destinado às penas e aos gozos dos Espíritos, de acordo com os seus méritos?

Resposta dos Espíritos: Já respondemos a essa pergunta. As penas e os gozos são inerentes ao grau de perfeição do Espírito. Cada um traz em si mesmo o principio de sua própria felicidade ou infelicidade. E como eles estão por toda parte, nenhum lugar circunscrito ou fechado se destina a uns ou a outros. Quanto aos Espíritos encarnados, são mais ou menos felizes ou infelizes segundo o grau de evolução do mundo que habitam.

Questão 1012: De acordo com isso, o inferno e o paraíso não existiriam como os homens os representam?

Resposta dos Espíritos: Não são mais do que figuras: os Espíritos felizes e infelizes estão por  toda parte. Entretanto, como já o dissemos também, os Espíritos da mesma ordem se reúnem por simpatia. Mas podem reunir-se onde quiserem, quando perfeitos.
Comentário de Kardec: A localização absoluta dos lugares de penas e de recompensas só existe na imaginação dos homens. Provém da sua tendência de materializar e circunscrever as coisas cuja natureza infinita não podem compreender.

Questão 1013. O que se deve entender por purgatório?

Resposta dos Espíritos: Dores físicas e morais: é o tempo da expiação. É quase sempre na Terra que fazeis o vosso purgatório e que Deus vos faz expiaras vossas faltas.
Comentário de Kardec: Aquilo que o homem chama purgatório é também uma figura pela qual se deve entender, não algum lugar determinado, mas o estado dos Espíritos imperfeitos que estão em expiação até a purificação completa que deve elevá-los ao plano dos Espíritos felizes. Operando-se essa purificação nas diversas encarnações, o purgatório consiste nas provas da vida corpórea.

Questão 1016. Em que sentido se deve entender a palavra Céu?

Resposta dos Espíritos: Crês que seja um lugar como os Campos Elísios dos antigos, onde todos os bons Espíritos estão aglomerados e confundidos, sem outra preocupação que a de gozar na eternidade uma felicidade passiva ? Não. E o espaço universal; são os planetas, as estrelas e todos os mundos superiores em que os Espíritos gozam de todas as suas faculdades, sem as atribulações da vida material nem as angústias inerentes à inferioridade.

Questão 1017. Disseram alguns Espíritos habitar o quarto, o quinto céu etc.; o  que entendiam por isso?

Resposta dos Espíritos: Vós lhes perguntais que céu habitam, porque tendes a idéia de muitos céus sobrepostos como os andares de uma casa; então eles respondem de acordo com a vossa linguagem. Mas para eles as palavras “quarto, quinto céu ” exprimem diferentes graus de purificação e por conseguinte de felicidade.  É exatamente como quando se pergunta a um Espírito se ele está no inferno. Se for infeliz dirá que sim, porque para ele inferno é sinônimo de sofrimento; mas ele sabe muito bem que não se trata de uma fornalha. Um pagão vos responderia que estava no Tártaro.

Comentário de Kardec: Comentário de Kardec: Acontece o mesmo com outras expressões análogas, tais como as de cidade das flores, cidade dos eleitos, segunda ou terceira esfera etc., que não são mais do que alegorias empregadas por certos Espíritos seja como figuras, seja por ignorância da realidade das coisas e mesmo das mais simples noções científicas.
Segundo a idéia restrita que outrora se fazia dos lugares de penas e de recompensas, e sobretudo de acordo com a opinião de que a Terra era o centro do Universo, que o céu formava uma abóbada na qual havia uma região de estrelas,  colocava-se o céu no alto e o inferno em baixo.Daias expressões: subir ao céu, estar no mais alto do céus, ser precipitado no inferno. Hoje que a Ciência demonstrou que a Terra não é mais do que um dos menores mundos entre tantos milhões de outros, e sem importância especial; que traçou a história da sua formação e descreveu a sua constituição, provando que o espaço é infinito, de maneira que não há nem alto nem baixo no Universo, faz-se necessário renunciar a colocar o céu acima das nuvens e o inferno nos lugares baixos. Quanto ao purgatório, nenhum lugar lhe havia sido marcado. Estava reservado ao Espiritismo dar sobre todas essas coisas a mais racional explicação, a mais grandiosa e ao mesmo tempo a mais consoladora para a Humanidade. Assim, podemos dizer que trazemos em nós mesmos o nosso inferno e o nosso paraíso e que encontramos o nosso purgatório em nossa encarnação, em nossas vidas corpóreas ou físicas.

Questão 1018. Em que sentido se devem entender as palavras do Cristo: “Meu reino não é deste mundo”?

Resposta dos Espíritos: O Cristo respondeu em sentido figurado. Queria dizer que não reina senão sobre os corações puros e desinteressados. Ele está em todos os lugares em que domine o amor do bem, mas os homens, ávidos das coisas deste mundo e ligados aos bens da Terra, não estão com ele.
 
Questão 1019. O reino do bem poderá um dia realizar-se na Terra?

Resposta dos Espíritos: O bem reinará na Terra quando, entre os Espíritos que a vêm habitar, os bons superarem os maus. Então eles farão reinar o amor e a justiça, que são a fonte do bem e da felicidade. É pelo progresso moral e pela prática das leis de Deus que o homem atrairá para a Terra os bons Espíritos e afastará os maus. Mas os maus só a deixarão quando o homem tiver banido daqui o orgulho e o egoísmo.
A transformação da Humanidade foi predita e chegais a esse momento em que todos os homens progressistas estão se apressando. Ela se realizará pela encarnação de Espíritos melhores, que constituirão sobre a Terra uma nova geração. Então os Espíritos dos maus, que a morte ceifa diariamente, e todos os que tendem a deter a marcha das coisas serão excluídos, porque estariam deslocados entre os homens de bem, cuja felicidade perturbariam. Irão para mundos novos, menos adiantados, cumprir missões penosas, nas quais poderão trabalhar pelo seu próprio adiantamento ao mesmo tempo que trabalharão para o adiantamento de seus irmãos ainda mais atrasados. Não vedes nessa exclusão da Terra transformada a sublime figura do Paraíso Perdido? E no homem que veio à Terra em condições semelhantes, trazendo em si os germes de suas paixões e os traços de sua inferioridade primitiva, a    figura não menos sublime do pecado original ? Considerado dessa maneira, o pecado original se refere à natureza ainda imperfeita do homem que só é responsável por si mesmo e por suas próprias faltas, e não pelas dos seus pais.
Vós todos, homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto, com zelo e com coragem na grande obra da regeneração, porque colhereis centuplicado o grão que tiverdes semeado. Infelizes dos que fecham os olhos à luz, pois preparam para si mesmos longos séculos de trevas e de decepções. Infelizes dos que colocam todas as suas alegrias nos bens deste mundo, porque sofrerão mais privações que os gozos que tenham tido. Infelizes sobretudo dos egoístas, porque não encontrarão ninguém para os ajudara carregar o fardo das suas misérias. (São Luís.) 

http://oqueosespiritosdizem.com.br/index.php/en/o-que-os-espiritos-dizem/sobre-deus-e-a-criacao/510-sobre-ceu-e-inferno#.WVRLmumQzIU

domingo, 25 de junho de 2017

Mais Além

Mais Além

Não basta que sua boca esteja perfumada. É imprescindível
que permaneça incapaz de ferir.
*
É importante que suas mãos se mostrem limpas. É essencial,
no entanto, verificar o que fazem.
*
Bons ouvidos são, certamente, um tesouro. A Justiça Divina,
porém, desejará saber como você ouve.
*
Excelente visão é qualidade louvável. Todavia, é interessante
notar como você está vendo a vida.
*
Possuir saúde física é reter valioso dom. Mas é necessário
considerar o que faz você do corpo sadio.
*
Raciocínio claro é virtude. Entretanto é imperioso observar
em que zona mental está você raciocinando.
*
Bela imaginação é trazer consigo maravilhoso castelo. Convém
reparar, porém, com que imagens você povoa o seu palácio
interior.
*

Grande emotividade é característico de riqueza íntima. Contudo,
é preciso saber como gasta você as emoções.
*
Possibilidades de produzir intensamente são recursos preciosos.
No entanto, é imprescindível conhecer a substância daquilo
que você produz.
*
Capacidade de prosseguir, vida afora, lepidamente, é uma
bênção. Não se esqueça, todavia, da direção que seus pés vão
tomando através dos caminhos.


Francisco Cândido Xavier - mensagem extraída do livro Agenda Cristã
pelo Espírito André Luiz

Comportamento

Comportamento

Alguns estudiosos do comportamento humano chegaram à conclusão que alguns fatores preponderantes na conduta hodierna são responsáveis pelos problemas da atualidade, como sejam: desconstrução da família, liberdade em excesso, perda do sentido existencial, excesso da parafernália tecnológica infantil, ausência dos pais no lar...
Iniciada essa nova maneira de viver-se, a partir dos anos sessenta, no século passado, a chamada revolução dos costumes produziu um grande vazio nos indivíduos, que procuraram preenchê-lo mediante gozos incessantes, como se a existência fosse um passeio à ilha da fantasia, sem responsabilidade nem respeito pela própria vida.
Desfrutar das múltiplas ocasiões ricas de gozo, o amor e a flor, num disfarce mal elaborado sobre o excesso do prazer sexual e da indiferença pelo mundo, os jovens perceberam-se órfãos de pais vivos, que também desejavam aproveitar o momento, libertando-se das castrações da cultura do passado, como único objetivo da existência.
A competição masculina/feminina, os vícios sociais, o tabaco, o álcool, as drogas aditivas, a libertinagem tomaram conta do planeta, inaugurando o período da irresponsabilidade.
Alastraram-se as fugas das grandes cidades para locais denominados paraísos e o mundo se tornou pequeno demais para os grupos de errantes, buscando praias encantadoras e lugares mágicos para curtir, para o embalo e a liberdade que, a esse tempo, transformou-se em libertinagem.
 Subitamente, com a mesma acelerada mudança, John Lenon declarou: O sonho terminou!, e movimentos em favor da paz externa surgiram exóticos, sem a preocupação do equilíbrio interior, única maneira de viver-se em tranquilidade.
As guerras multiplicaram-se e voltaram as lutas entre Oriente e Ocidente, quando o atormentado Bin Laden inaugurou o período do terror, no fatídico 11 de setembro de 2001, cujos danos emocionais ainda perduram no medo que tomou conta da sociedade. Novos atos terroristas modificaram as paisagens humanas e vive-se, na atualidade, a ausência da ética, do amor, da fraternidade entre as criaturas.
Certamente, surgiram nobres movimentos, preocupações com a Mãe Terra, com os animais e todas as expressões de vida, direitos humanos...
Mas o amor ainda não encontrou guarida nos corações. E todos estamos sedentos de que o amor nos suavize a jornada e domine os atormentados comportamentos atuais. Somente o amor em todas as suas expressões possui a terapia própria para acabar com a onda de violência e ódio, de medo e solidão que tomam conta da Terra.
Um amor especial, sem dúvida, que é o retorno às tradições, ao respeito entre as criaturas e o cumprimento dos deveres em relação a tudo e a todos.
Divaldo Pereira Franco. Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 5.5.2017.
Em 16.6.2017.

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Ajuda dos Céus

A garota de pernas longas e ossudas, cabelo crespo e bochechas cobertas de sardas, voltava para casa de bicicleta.
Distraída, pensava em que teria feito sua mãe para o jantar. Ao virar a esquina, um carro surgiu ao lado, com dois jovens dentro.
Ela pensou se tratar de amigos de seu irmão. O que estava no banco do carona se inclinou para fora da janela, em sua direção.
Tinha cabelos longos e parecia com seu irmão Michael. Ele sorriu e perguntou se ela não desejava uma carona até em casa.
Não, obrigada – respondeu – moro logo ali, depois da esquina. Estou quase chegando.
Ele insistiu: Vem. Vai ser divertido. Vem dar uma volta com a gente.
Ela olhou em torno. Não havia ninguém. Nenhum carro passando. A rua estava vazia.
Começou a sentir um mal-estar, mas não conseguia se mexer. Parecia estar hipnotizada.
Nesse instante, uma voz soou em seu ouvido. Ou, ao menos, ela pensou que fosse em seu ouvido.
Corre! Se manda.
Imagens de sua casa começaram a piscar na mente daquela menina de onze anos.
Despertou da paralisia que o medo lhe provocara e pedalou o mais rápido que pôde, em direção à sua casa.
O carro se afastou na direção oposta.
Chegou em casa com dor no peito, por ter prendido a respiração e pedalado com tanta força.
Tremendo ainda, correu aos braços de sua mãe, contando o que acontecera.
Infelizmente, como fazem muitos pais, ela não deu maior importância àquilo que fora uma tentativa de sequestro infantil.
Mas o comando daquela voz salvara a garota.
O episódio a marcou profundamente. Mais de vinte anos passados, ela recorda da cena em todos os detalhes.
Naquele dia, ela lembra ter prometido a si mesma que, ao crescer, faria algo para proteger as crianças de agressores.
Não sabia direito como, mas tinha certeza de que, um dia, se dedicaria a essa causa.
Pensou em ser advogada e juíza, para distribuir sentenças severas a pessoas que maltratavam crianças.
Adulta, ela ajudou a criar um sistema de alerta a rapto de crianças no Estado do Arizona, onde reside.
Mas, a grande certeza que guarda do episódio, é de que naquele dia aterrorizante, aos onze anos de idade, havia um anjo em seu ombro.
O anjo, tanto a protegeu naquela tarde quanto, diz ela mesma, a colocou no caminho que deveria seguir na vida adulta.
Traçando perfis de criminosos para a polícia, auxiliando na captura de raptores, ela se sente gratificada.
Mais ainda, quando suas palavras podem aliviar a dor dos parentes de uma vítima, retirando um peso de seus corações.
*   *   *
Poucos nos damos conta do quanto somos protegidos. Isso porque a proteção é sutil.
As ideias brotam como uma intuição e quase sempre as creditamos à conta de nós mesmos.
Atravesse a rua. Siga por aquele caminho. Olhe para trás.
Por vezes, o socorro é providenciado através da interferência feliz de um parente, amigo, ou até de um desconhecido.
Alguém que chega e nos sugere algo. Alguém que passa e nos socorre.
Pensemos nisso e fiquemos atentos à ajuda que os céus nos remetem todos os dias, aprendendo a ouvir com lucidez e sejamos gratos.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 3, do
livro
Não é preciso dizer adeus, de Allison DuBois,
ed. Sextante.
Em 20.6.2017.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Espetáculo Divino

A madrugada despede a noite e se instala. Mas, a escuridão ainda predomina.
Os homens usam a luz artificial para espancar as trevas. São faróis de carros, para os que se deslocam a distâncias. Nas casas, são lâmpadas, velas, lampiões.
Lâmpadas nos postes auxiliam a mostrar o caminho que a cara redonda da lua, com sua luz prateada, não se mostra suficiente.
Faróis em pontos estratégicos apontam o rumo aos que navegam nas águas mansas ou agitadas dos mares.
Logo mais, os braços da madrugada se espreguiçam e pequenos raios de luminosidade tocam a manhã, para que desperte.
Finalmente, é manhã plena e, enquanto os homens correm, de um lado para outro, em função de seus estudos, de seus negócios, de suas vidas, Deus instala Seu extraordinário aparelho multimídia para a projeção do novo dia.
Em trabalho sem igual, que a cada dia não se repete da mesma forma, o Arquiteto sem par projeta na tela do Universo, os Seus slides.
Há luz, som, animação.
Os braços do salgueiro balançam, agitados pelo vento que se veste de brisa ligeira.
Jardins, montanhas, campinas. Áreas verdejantes, rios cantantes, fontes generosas se multiplicam.
A projeção é tão magnífica que o espetáculo permite se sentir o perfume da terra, das flores, dos veios da madeira aberta em sulcos.
Os raios do sol aqui lançam sombra, além se estendem, espancando nuvens.
As pequenas elevações parecem ondular na paisagem. As folhas multicoloridas do outono se misturam em um quadro, enquanto noutro as delícias da primavera explodem em botões.
Paisagens desérticas, quase intermináveis em um ponto. Dunas, oásis, palmeiras.
Paredes altas, montanhosas, de outro.
Gelo aqui, calor acolá.
Pássaros cantam, ovos são chocados, a vida se multiplica em toda parte.
E assim, durante as horas do dia, os slides irão se sucedendo um a um.
O homem passa apressado, poucos se dando conta dos quadros que se alternam, sucedem, de contínuo.
Quando morre a tarde e a noite retorna, como hábil artista, Deus estende um negro manto, a fim de que os astros, que percorrem o Infinito, possam melhor ser percebidos.
Assim é, a cada dia, a cada noite.
Se o homem contemplasse mais a natureza, estudasse melhor as suas leis, compreendesse a harmonia que ela leciona, viveria melhor.
Quando o cansaço o tomasse, nas horas de trabalho, pararia um pouco e olharia o jardim.
Se estivesse cercado por paredes de concreto de vários edifícios, poderia olhar o céu, acompanhar o passeio das nuvens e permitir-se despentear pelo vento.
Bastaria colocar a cabeça para fora de uma das janelas em que esteja.
Tudo isso o revigoraria. E o faria lembrar de Quem o criou por amor e por amor o sustenta.
Dar-se-ia conta de que acima das leis humanas, uma maior, imutável e justa vigora.
Lembraria que é filho de Deus, que a vida é um tesouro muito precioso para ser desperdiçado.
E, então, aprenderia que o dia foi feito para o homem e não o homem para o dia. O que quer dizer que dosaria trabalho, lazer, meditação.
Horário para alimentar o corpo. Horário para alimentar a alma.
Sobretudo amaria intensamente aos que com ele convivem neste lar abençoado que se chama planeta Terra.
Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 14, ed. FEP.
Em 8.6.2017.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Poder da Fé

Poder da Fé

1E depois que veio para onde estava a gente, chegou a ele um homem que, posto de joelhos, lhe dizia: Senhor, tem compaixão de meu filho, que é lunático e padece muito; porque muitas vezes cai no fogo, e muitas na água. E tenho-o apresentado a teus discípulos, e eles o não puderam curar. E respondendo Jesus, disse: Ó geração incrédula e perversa, até quando hei de estar convosco, até quando vos hei de sofrer? Trazei-mo cá. E Jesus o abençoou, e saiu dele o demônio, e desde àquela hora ficou o moço curado. Então se chegarão os discípulos a Jesus em particular e lhe disseram: Por que não pudemos nós lançá-lo fora? Jesus lhes disse: Por causa da vossa pouca fé. Porque na verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: Passa daqui para acolá, e ele há de passar, e nada vos será impossível. (Mateus, XVII: 14-19).
            2 – É certo que, no bom sentido, a confiança nas próprias forças torna-nos capazes de realizar coisas materiais que não podemos fazer quando duvidamos de nós mesmos. Mas, então, é somente no seu sentido moral que devemos entender estas palavras. As montanhas que a fé transporta são as dificuldades, as resistências, a má vontade, em uma palavra, que encontramos entre os homens, mesmo quando se trata das melhores coisas. Os preconceitos da rotina, o interesse material, o egoísmo, a cegueira do fanatismo, as paixões orgulhosas, são outras tantas montanhas que atravancam o caminho dos que trabalham para o progresso da humanidade. A fé robusta confere a perseverança, a energia e os recursos necessários para a vitória sobre os obstáculos, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas. A fé vacilante produz a incerteza, a hesitação, de que se aproveitam os adversários que devemos combater; ela nem sequer procura os meios de vencer, porque não crê na possibilidade de vitória.
            3 – Noutra acepção, considera-se fé a confiança que se deposita na realização de determinada coisa, a certeza de atingir um objetivo. Nesse caso, ela confere uma espécie de lucidez, que faz antever pelo pensamento os fins que se têm em vista e os meios de atingi-los, de maneira que aquele que a possui avança, por assim dizer, infalivelmente. Num e outro caso, ela pode fazer que se realizem grandes coisas
            A fé e verdadeira é sempre calma. Confere a paciência que sabe esperar, porque estando apoiada na inteligência e na compreensão das coisas, tem a certeza de chegar ao fim. A fé insegura sente a sua própria fraqueza, e quando estimulada pelo interesse torna-se furiosa e acredita poder suprir a força com a violência. A calma na luta é sempre um sinal de força e de confiança, enquanto a violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta de confiança em si mesmo.
            4 – Necessário guardar-se de confundir a fé com a presunção. A verdadeira fé se alia à humildade. Aquele que a possui deposita a sua confiança em Deus, mais do quem em si mesmo, pois sabe que, simples instrumento da vontade de Deus, nada pode sem Ele. E por isso que os Bons Espíritos vêm em seu auxílio. A presunção é menos fé do que orgulho, e o orgulho é sempre castigado cedo ou tarde, pela decepção e os malogros que lhes são infligidos.
            5 – O poder da fé tem aplicação direta e especial na ação magnética. Graças a ela, o homem age sobre o fluído, agente universal, modifica-lhe a qualidade e lhe dá impulso por assim dizer irresistível. Eis porque aquele que alia, a um grande poder fluídico normal, uma fé ardente, pode operar, unicamente pela sua vontade dirigida para o bem, esses estranhos fenômenos de cura e de outra natureza, que antigamente eram considerados prodígios, e que entretanto não passam de conseqüências de uma lei natural. Essa a razão porque Jesus disse aos seus apóstolos: Se não conseguistes curar, foi por causa de vossa pouca fé.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

Salvando Vidas

Um site nas redes sociais destaca a ação de um pescador,  na Sérvia,  que acabou famoso por evitar vários suicídios no rio Danúbio.
Pelo fato de navegar abaixo da ponte de Pancevo, começou por ouvir o baque das pessoas que dali se atiravam nas águas.
Salvou mais de vinte e oito pessoas, recebendo a gratidão de todos eles, o que prova que o suicídio é um ato intempestivo, que pode e deve ser evitado sempre.
Renato Grbic conta que, ao retirar as pessoas da água, sente emoção e felicidade muito fortes, que lhe dão força e rapidez especial.
Como o Danúbio é um rio forte e frio, tem que ser determinado e muito rápido no socorro.
Há algum tempo salvou uma moça de dezoito anos. Algum tempo depois, foi convidado para seu casamento. Hoje ela é mãe de um lindo menino.
Uma adolescente, também por ele salva, após tentar o suicídio, ficou agradecida. Mais tarde o convidou para seu aniversário de quinze anos.
Ele se tornou amigo de todos aqueles a quem salvou das garras da morte autoprovocada.
Disse ele que todos devemos nos ajudar na desgraça.
*   *   *
Para vivermos na Terra Deus nos concede um tesouro especial que não devemos enterrar. Mas, ao contrário, nos servirmos dele da melhor forma possível.
Deus nos empresta uma máquina divina, construída de forma única, o que nem sempre registramos ou agradecemos.
Essa máquina incrível é o nosso corpo físico, que nos permite vivermos e aprendermos mais e mais, para nosso aperfeiçoamento espiritual.
Jamais a criatividade humana será capaz de construí-la, tão perfeita como o Pai a concebeu.
Uma engenharia inigualável, um funcionamento genuíno, um sistema de irrigação realizado através de uma bomba propulsora incomparável, que leva desde o seu interior até às menores e mais delicadas partes, a seiva sagrada da vida.
Um complexo eletroeletrônico de ressonâncias tão sensíveis que permite seja percebida uma minúscula formiga, localizando-a, nesse corpo, em qualquer ponto em que se encontre.
Um sistema de captação, transformação e distribuição de alimentos, que leva energia e vida a trilhões de habitantes celulares de diversas utilidades.
Duas enormes esponjas especiais, capazes de absorver do exterior o oxigênio da vida, conduzi-lo ao interior e renovar a linfa da vida.
E, ainda, expelir do interior o gás carbônico gerado, devolvendo-o à natureza para a devida e necessária transformação.
Através do computador central, que chamamos cérebro, efetuamos as operações dessa máquina, sob o comando da nossa mente espiritual.
Esse usufruto nos torna compromissados com essa riqueza sem preço.
Somos os responsáveis pelo seu devido funcionamento para que sirva aos nossos propósitos de vida, enquanto na Terra.
Somos os senhores dos direcionamentos que lhe impusermos. E também, os únicos responsáveis pelos sucessos ou insucessos que com ela obtivermos.
Todo e qualquer dano que lhe causarmos teremos que reparar, no hoje ou no amanhã de nossa vida imortal.
Valorizemos, pois, a nossa vida no corpo físico!
Um tesouro que deve ser preservado e respeitado!
Um tesouro de cujo uso deveremos prestar contas ao Pai  Celestial.

Redação do Momento Espírita, com fato extraído do site
 
https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2017/01/21/pescador
-ganha-fama-na-servia-apos-evitar-varios-suicidios-no-rio-danubio.htm
Em 3.6.2017.

Perdão Libertador

Ela se chamava Megan e tinha uma chefe terrível. Quando Megan chegava pela manhã e falava bom dia, ela respondia com uma pergunta: Por que não chegou mais cedo?
Se chegasse antes da hora, a chefe não estava lá, mas ficava sabendo e lhe perguntava se ela não sabia qual o horário do expediente, mesmo depois de trabalhar ali há tantos anos.
Era uma mulher má. Implicava com tudo. Até que um dia Megan se cansou e decidiu se demitir.
Vou sair, mas antes vou dizer tudo o que tenho vontade. - Foi o que pensou.
Exatamente naquele dia ela estava almoçando, quando encontrou a doutora Casarjian, que a convidou para assistir a um curso, à tarde.
Não posso, foi a sua resposta.
Por que não?
Megan falou sobre a chefe que vivia implicando com ela e a doutora Casarjian disse que pior a situação não poderia ficar.
Além do que, se recebesse uma bronca por faltar ao trabalho, naquela tarde, ao menos haveria um motivo.
Ao se lembrar de que no dia seguinte iria se demitir, Megan resolveu ir ao curso. Ali ouviu referências a respeito do perdão.
O perdão é bom para você, falava a doutora. Se você perdoar alguém que o ofendeu ele continua do mesmo jeito. Mas você se sentirá bem.
Se você perdoar o mentiroso, ele continuará mentiroso, mas você não se sentirá mal por causa das mentiras dele.
Ao final daquelas horas, Megan concluiu que a sua chefe estava muito doente.
No dia seguinte, tomou uma resolução: Não vou deixar que ela me atormente mais. E nem vou abandonar o trabalho que eu gosto.
Megan chegou e cumprimentou: Olá.
A chefe foi logo lhe perguntando o que tinha acontecido. Ela estava diferente. Megan falou que havia participado de um curso, que estava bem consigo mesma e a convidou para tomar chá, ao final da tarde.
A reação veio logo: você está me convidando só para eu não reclamar de você?
Pode reclamar, até mandar descontar as horas da minha ausência. Mas insisto no chá.
E foram. Durante o chá, a chefe falou da sua surpresa em ter sido convidada. Ela sabia que era intratável. Também falou da sua emoção. Nunca ninguém a convidara para um lanche, um café.
Acabou por falar das suas dores. O marido lhe batia, o filho vivia no mundo das drogas. Por isso ela odiava as pessoas. Era infeliz e reagia, agredindo.
Semanas depois, era a própria chefe que comparecia ao novo curso da doutora Casarjian a respeito do perdão.
*   *   *
Perdoar é libertar-se. Quem agride é sempre alguém a um passo do desequilíbrio.
Quem persegue nem pode imaginar o quanto se encontra enfermo.
Sem dúvida, a felicidade pertence sempre àquele que a pode oferecer, que a possui para dar.
Nosso maior exemplo é Jesus. Poderia ter reagido às agressões, mas preferiu perdoar e amar, por saber que aqueles que o afligiam eram Espíritos atormentados em si mesmos. Por essa razão, dignos de perdão.
De nossa parte, se tivermos ainda muita dificuldade para perdoar, pensemos que tudo passa. Passam as coisas ruins, passam as pessoas que as provocam. Só o bem permanece para sempre.

Redação do Momento Espírita, com base em Seminário
 intitulado
Perdão e autoperdão, por Divaldo Pereira Franco
 e no cap. 39, do livro
Convites da vida, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
 ed. LEAL.
Em 1º.6.2017.

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...