sábado, 30 de abril de 2016

159º aniversário do Livro dos Espíritos - Divaldo Franco


No dia 18 de abril de 1857, foi publicado em Paris, pela Editora Dentu, na Galeria d”Orleans, no Palais Royale, O Livro dos Espíritos, de autoria de Allan Kardec, obra que deveria assinalar um novo período na cultura da civilização.

Constituído por perguntas apresentadas aos espíritos pelo emérito Prof. Rivail, que mais tarde adotou o pseudônimo de Allan Kardec, em homenagem a uma reencarnação que tivera no século I a.C. nas Gálias e as respectivas respostas dos mesmos.

Inúmeros comentários nele são feitos pelo ínclito Codificador que deu a doutrina de que a obra se constitui o nome de Espiritismo, definindo-o “como uma ciência que estuda a origem, a natureza, o destino dos espíritos e as relações que existem com o mundo material”, e composto por 1019 questões sobre história, antropologia, filosofia, psicologia, ética e moral, religião, defluentes das pesquisas em torno da imortalidade da alma.

Produzindo uma grande celeuma na época, o extraordinário livro que abarca ímpar proposta de filosofia comportamental e moral cristã restaura os ensinamentos de Jesus, atualizando-os à luz da ciência e das conquistas modernas do pensamento.

Utilizando criteriosa metodologia de investimento de investigação da mediunidade – foram consultados centenas de médiuns de diferentes países –, o Codificador, conforme se tornou conhecido, confirmou a promessa de Jesus, quando anunciara que enviaria o Consolador para restabelecer a verdade dos seus ensinamentos e novas informações que, no seu tempo, a sociedade não tinha como entender.

Hoje o Espiritismo espalha-se pelo mundo, especialmente pelo Brasil, com a finalidade de confirmar a sobrevivência do Espírito à consumpção física, explicando, através da reencarnação, a Justiça Divina e abrindo largos horizontes de esperança e plenitude para todos.

Comemorando o seu 159º aniversário há poucos dias, merece ser lido e estudado, a fim de que se possa explicar os atuais conflitos que aturdem a sociedade.

Divaldo Franco escreve quinta-feira, quinzenalmente.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 21-04-2016

Luzes do Entardecer

Luzes do Entardecer

Conserva contigo os companheiros idosos, com a alegria de quem recebeu da vida o honroso encargo de reter, junto do coração, as luzes remanescentes do próprio grupo familiar.

Reflete, naqueles que te preservaram a existência ainda frágil, nos panos do berço; nos que te equilibraram os passos primeiros; nos que te afagaram os sonhos da meninice e naqueles outros que te auxiliaram a pronunciar o nome de Deus.

Já que atravessaram o caminho de muitos janeiros, pensa no heroísmo silencioso com que te ensinam a valorizar os tesouros do tempo, nas dificuldades que terão vencido para serem quem são, no suor que lhes alterou as linhas da face e nas lágrimas que lhes alvejaram os cabelos...

E quando, porventura, te mostrem azedume ou desencanto, escuta-lhes a palavra com bondade e paciência... 

Não estarão, decerto, a ferir-te e sim provavelmente algo murmurando contra dolorosas recordações de ofensas recebidas, que trancam no peito, a fim de não complicarem os dias dos seres que lhes são especialmente queridos!...

Ama e respeita os companheiros idosos! São eles as vigas que te escoram o teto da experiência e as bases de que hoje te levantas para seres quem és...

Auxilia-os, quanto puderes, porquanto é possível que, no dia da existência humana, venhas igualmente a conhecer o brilho e a sombra que assinalam, no mundo, a hora do entardecer.


Autor: Meimei
Psicografia de Chico Xavier

Auxiliar Sempre

Auxiliar Sempre

Recorda que a fonte da caridade tem nascedouro 
em ti mesmo e não descreias da possibilidade de auxiliar.

Autor: Meimei
Psicografia de Francisco Cândido Xavier. Livro: O Espírito da Verdade

O Poder do Exemplo

O poder do exemplo

Todo indivíduo que gosta de literatura certamente leu as obras notáveis de Léon Tolstoi, o grande escritor russo de Guerra e Paz e Ana Karenina, ficando profundamente tocado pela sua beleza mágica.
O notável escritor, porém, escreveu muito mais obras que o destacaram na condição de um dos maiores do seu país e, por extensão, do mundo.
Não obstante, o livro pelo qual tinha mais consideração é O Reino de Deus está em vós.
Trata-se de uma obra criada após a sua conversão ao cristianismo ensinado e vivido por Jesus. Após meditar demoradamente na doutrina cristã ortodoxa a que se vinculara, por não concordar com a opressão que exercia sobre o povo sofredor da Rússia, pelo luxo e apoio ao poder do czar Nicolau II, leu, em grego, os originais do Evangelho e encontrou Jesus, Aquele que realmente modificara a ética da Humanidade para o amor sem limites.
Renunciou à sua posição de nobreza, da condição de conde, e passou a cultivar as próprias terras, com os humildes e esfaimados trabalhadores, vivendo de maneira equivalente.
Escreveu uma carta longa ao czar, pondo-se contrário à pena de morte e às injustiças praticadas pelas suas forças armadas do exército e polícia, vaticinando que, se ele persistisse na crueldade contra as massas, não fugiria à lei divina. Mais tarde, a sua previsão tornou-se realidade durante a revolução de 1917, que o retirou do poder, enviou-o ao exílio e o fuzilou, bem como à família real.
Causou um tremendo escândalo a sua dedicação a Jesus na simplicidade do Evangelho, havendo sido responsável pela mudança de comportamento para melhor de incontáveis criaturas.
Estimulou Gandhi, enviando-lhe o livro, e ele começou a notável campanha da não violência que, por sua vez, influenciou Martin Luther King Jr. na libertação do seu povo. O exemplo, mais do que as palavras, é o que vale.
Nestes dias tumultuosos, se desejamos mudar o mundo, mudemos nossa conduta, especialmente aqueles que nos dizemos cristãos. 
 Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde,
coluna Opinião, em  25.2.2016.
Em 1º.3.2016

terça-feira, 26 de abril de 2016

A Próxima Grande Revolução

Em silêncio, a avó observava o comportamento dos netos de três e quatro anos, em frente ao notebook do pai.
De onde se encontrava, podia ver as mãozinhas agindo nas teclas.
Percebeu, surpreendida, a maneira calma com que o menino ensinava a menorzinha a encontrar, na Internet, o desenho animado que desejava assistir.
Como um bom professor, indicava o que devia fazer, mas deixava que ela acionasse as teclas, na busca do que queria.
E os dedinhos dela iam testando rapidamente o caminho do seu desejo, até conseguir.
Então, voltou-se para o irmão e disse: Obrigada, Pedrinho. É fácil, já descobri como faz. Você pode ir embora que agora eu consigo sozinha...
Verificando a rapidez da aprendizagem e a desenvoltura da pequena, a avó ficou a pensar nas próprias limitações com algumas das tecnologias atuais.
Lembrou das dificuldades para descobrir as teclas certas, de memorizar as ações, de responder um e-mail, enviar uma mensagem.
Impressionante, concluiu, como é fácil para os pequenos absorver as novidades, adaptar-se, utilizar a tecnologia disponível.
Pousou os olhos na revista que tinha ao colo e retornou à leitura do artigo  A próxima grande revolução não será tecnológica…
E foi lendo: Ela será moral, e liderada pelos humanos em evolução, que estão atualmente em nossos lares, em nossos colos!
Esta geração de humanos está bem diferente. Estão muito rápidos na sua cognição. Mais profundos na sua forma de traduzir o mundo e os sentimentos. E sua noção de ética e moral está mais refinada.
*   *   *
De fato, hoje vemos, com frequência, cenas de grande respeito e, de maneira espontânea, entre crianças.
O carinho demonstrado com os animais, as plantas, os doentes nos deixa admirados.
E esses pequenos de mente desperta, que aprendem e apreendem tudo ao seu redor, tirarão o real proveito da ciência e da tecnologia.
São almas que trazem, em si mesmos, os elementos para a transformação, para a verdadeira revolução que se fará na Terra, em benefício de todos.
Revolução moral, na qual a ética que eles trazem vigorosa se espalhará, anulando a hipocrisia humana vigente.
Precisamos nos questionar que pais somos nós, como estamos educando essas almas que nos chegam aos braços, pela bondade do Pai Celestial.
Que sejamos capazes de dar o suporte necessário e muito amor a esta geração, pois seremos nós os responsáveis pelo tom e dom que elas usarão nessa revolução!
Pais e mães, valorizemos a confiança do Celeste Criador, que nos entregou filhos Seus, possivelmente aptos a transformar o cenário da Terra.
Por isso mesmo, desde o berço, precisamos lhes oferecer exemplos do bem, de amor, de respeito, para que não se desviem da rota prevista.
Conduzi-los para a escola, oferecer-lhes a instrução preciosa, deixar que se expressem na arte, nas ciências, no esporte.
No entanto, acima de tudo, que não nos esqueçamos de lhes ensinar a pronunciar o nome de Deus com unção; a elevar o pensamento em prece; a dialogar com o Pai e Criador.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo
 
A próxima grande revolução não será tecnológica,
 por Ligia Zotini Mazurkiewicz, de 23.12.2015.
Em 23.4.2016

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O Ciúme

O ciúme

 O ciúme é um sentimento perturbador, que aflige a maioria das criaturas e alcança algumas outras espécies animais. Trata-se de uma emoção que se deriva do medo de perder-se a pessoa amada ou os objetos, posições e relacionamentos conseguidos ao longo da existência. É muito variável o seu grau de manifestação, apresentando-se de maneira sutil e simples até os casos mais graves de transtorno psicológico e mesmo mental, quando se transforma em fixação patológica.
O ciúme tem causas diversas, desde a infância, nos complexos de Édipo e de Electra, quando a criança ama o genitor do mesmo sexo e tem medo de perdê-lo. Noutros casos, são fenômenos de falta de autoestima e de ausência de segurança pessoal, por não acreditar nos próprios valores que lhe parecem insignificantes, facilmente superados pelos de outras pessoas.
Famílias desajustadas em que são demonstradas afeições diferenciadas entre os seus membros, com a eleição de uns em detrimento de outros, respondem a conflitos e recalques de autodesvalorização e medo. O ciúme transtorna a vida de quem o padece e agasalha, assim como daquele que lhe padece o aguilhão, porquanto a sua morbidez atormenta a ambos, envolvendo também outrem que lhe seria o causador.
Mesmo nas suas expressões mais simples, tem tendência de tornar-se destruidor, pela ausência de confiança e pelos tormentos que produz no paciente, inspirando-lhe, muitas vezes, crimes tenebrosos, a fim de livrar-se da situação. O ciúme é filho espúrio do egoísmo na sua faina de querer sempre para si, de não repartir emoções nem posses, encastelando-se em territórios de congelamento afetivo.
Pode-se facilmente superá-lo, quando os parceiros se resolvem pela honestidade do diálogo esclarecedor, oferecendo, cada um a seu turno, segurança e paz, defluentes do próprio ato de amar. Em casos mais graves deve-se recorrer à psicoterapia, a fim de libertar-se desse gigante da alma que alucina. O verdadeiro amor não se deixa corroer pela insegurança do ciúme. 
Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde,
 coluna Opinião, em  7.4.2016.

Em 11.4.2016

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Uso da Palavra

Instrumento de alto significado é o verbo que faculta a comunicação e a convivência entre as criaturas.
Jesus, o excelso Mestre, abrindo a boca enunciou as mais belas palavras jamais ouvidas na Terra.
Tomou de um grão de mostarda, insignificante, e transformou-o num poema de singeleza, num hino de referência à fé.
Num entardecer inesquecível, num monte bordado de Sol poente, compôs a mais harmoniosa ode à bem-aventurança, alterando a estrutura do pensamento sociopsicológico e comportamental da Humanidade.
Esse poema clássico modificou os sentimentos humanos e rompeu a cortina de sombras dos preconceitos do passado, enquanto exaltou os humilhados e perseguidos, os abandonados e esquecidos, os esfaimados e infelizes em geral, oferecendo-lhes a herança da paz e a fortuna do reino dos céus.
Não, porém, a todos, pois que existem aqueles rebeldes e vingativos que se não dispõem à transformação moral para melhor, ao aproveitarem a nobre provação.
Com o brilho de cada palavra compôs as novas de alegrias que permanecem como o roteiro mais seguro para a vivência da plenitude.
Utilizou-se das paisagens iridescentes e das coisas comuns, corriqueiras, para construir a sinfonia do Evangelho que ainda comove a sociedade terrestre.
Viveu a paz em todos os instantes e não aceitou as infelizes discussões dos hábeis insensatos dominadores de vidas e de consciências.
Cada vez que enunciava a palavra havia um objetivo nobre antes não conhecido e, sem censurar, corrigia os equivocados e desculpava a ignorância em predomínio.
Os Seus silêncios enriqueciam de paz e de reflexão aqueles que O acompanhavam.
Até hoje o Seu verbo sublime vem merecendo cuidados e análises para se transformar em terapia valiosa para os enfermos do mundo.
Arrebanhou multidões com palavras simples aureoladas de amor e todos quantos as ouviram, se não lograram penetrar-se do seu conteúdo vêm reencarnando sob a musicalidade Divina dos Seus conceitos, que tornam a sociedade melhor.
Nunca Lhe puderam imputar a pronúncia de uma palavra perversa ou venenosa, vulgar ou degradante.
Todas eram elaboradas com o suave perfume da compaixão e do entendimento.
Toma-O como exemplo, silenciando quando não possas ajudar ou enunciando-a somente para socorrer.
*
Oradores exaltados e escritores enfermos, dominados pelo pessimismo, têm-se utilizado da palavra para malsinar, atormentar, promover o ódio e a perseguição, fomentar as guerras vergonhosas.
Alguns são responsáveis por crimes hediondos, como consequência da mensagem belicosa e agressiva. Outros dizimaram vítimas incontáveis com as suas inflamadas dissertações. Diversos deixaram uma herança maldita de preconceitos e horrores, exteriorizando os conflitos que os martirizaram, feridos pela inveja da pureza, da ingenuidade, dos valores éticos.
Celebrizaram-se no mundo, que detestavam, enquanto se locupletavam com o lucro das suas assertivas venenosas e amargas...
Arrependidos, após o despertar no Além-Túmulo, rogam em padecimentos quase insuportáveis, o mergulho nos tecidos da miséria orgânica ou social, econômica, na mudez ou surdez, a fim de resgatarem os crimes, impossibilitados de pensar, no presídio carnal em que se encontram.
A palavra é neutra na sua estrutura linguística. O uso que dela se faz, dá-lhe sentido libertador e feliz ou torna-a ácido destrutivo que arde no íntimo daquele que a expressa.
Tem cuidado com a palavra.
Reflexiona em torno dos conceitos que emitas, evitando que as paixões inferiores ocupem o espaço verbal, denegrindo ou levando suspeitas em relação aos outros ou a qualquer tema. Se não conheces o assunto, silencia e ouve. Se tens um conceito a seu respeito, mantém-te sereno e não o expresses, especialmente se é portador de conflitos e de acusações, de propósitos infelizes que mais perturbam do que ajudam.
Aprende a usá-la para a edificação do Bem e da Verdade.
Os comentários infelizes e difamadores que fazes, complicam-te o futuro espiritual em razão do prejuízo que promove.
Altera a tua óptica verbal, usando as tuas expressões com piedade e respeito pelo outro.
Se não puderes ajudar, não perturbes, nem cries animosidade contra o teu próximo.
Com uma palavra levanta o ânimo de alguém alquebrado, ilumina uma consciência obscurecida, facilita a movimentação de outrem paralisado.
O que comentas com censura não é com certeza conforme vês e reprochas com acrimônia.
De acordo com o teu estágio evolutivo depreendes o que se passa a tua volta, o que não significa seja isso a realidade.
A maledicência é virose terrível que envilece as vidas.
Seja tua a palavra de bondade, que intercede a favor, que ampara e ergue o ser infeliz às culminâncias da sua jornada.
*
Jesus e Suas palavras!
Medita nos Seus ditos e feitos, imunizando-te contra o mal que ainda se demora em ti, transformando-o em compaixão e solidariedade.
Ninguém na Terra incorruptível.
Somente Ele o conseguiu.
Faze tuas as palavras dEle e torna-te bem-aventurado também. 

Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 23 de dezembro de 2015,
no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 13.4.2016

Vírus da Hostilidade

Pesquisadores da Universidade da Flórida, nos Estados Unidos, descobriram que quando alguém é alvo de um comportamento rude, ou apenas testemunha algo do tipo, uma espécie de vírus da hostilidade se instala e vai se espalhando entre as pessoas.
Segundo os estudiosos, mesmo sem querer, acabamos passando esse comportamento adiante.  Essas pessoas assim contaminadas, por sua vez, sucessivamente, vão aumentando a onda de grosseria entre os outros seres humanos.
Em um dos estudos, um grupo de voluntários presenciou uma autoridade esbravejar com alguém que chegou atrasado, enquanto outro grupo viu de perto uma cena com uma atitude mais polida por parte da chefia.
Depois disso, ambas as equipes tiveram que identificar, rapidamente, sequências de letras em um texto.
Os resultados finais do teste mostraram que as pessoas expostas à atitude grosseira encontraram mais rapidamente palavras de conotação rude no texto.
No segundo trabalho científico, um grupo de participantes viu um vídeo que mostrava interações ríspidas entre colegas de trabalho, enquanto outros voluntários assistiram cenas de relações harmoniosas no escritório.
Em seguida, tiveram que responder e-mails para alguns clientes, que enviaram mensagens de forma muito rude, moderada ou normal.
Segundo os pesquisadores, os voluntários que assistiram ao vídeo grosseiro foram mais suscetíveis a interpretar os e-mails normais e moderados como agressivos, e responderam de modo semelhante.
Isso tudo demonstra como somos frágeis, como nosso sistema imunológico moral, poderíamos assim dizer, ainda está com defesas muito baixas.
Como nos proteger disso, então?
Não podemos fazer nada em relação à rudeza dos outros, ao mal que está lá fora e que nos bate à porta diariamente. O vírus da hostilidade está no ar.
Porém, como nos protegemos dos tantos vírus com os quais convivemos em nosso dia a dia, ameaçando nosso organismo?
Dependerá de nossas defesas, de nosso sistema imunológico.
No caso em questão, isso estará em escolher se vamos nos deixar ou não ser contagiados pela hostilidade, pela violência, pela crueldade. Ou se permaneceremos imunes ao mal, não permitindo que ele se instale e se alastre.
Será de grande nobreza o gesto de dizer, quando formos vítimas de alguma agressão: o mal termina aqui. e não permitir que ele siga em frente, nem retorne a quem nos ofendeu, nem levar adiante ao mundo, descontando nos outros.
Em muitos casos não temos como evitar de nos ferirmos, de passar alguns dias de cama, por causa de algumas dessas viroses de hostilidade. Mas já temos condições de não mais transmitir a doença aos outros.
Transformemos nosso período de cama em momentos importantes de reflexão, de viagem interior e de tratamento para o ódio, para que quando voltemos às atividades normais, possamos ser transmissores de saúde.
Cada um de nós pode propagar o bem, inundando o mundo com boas ações, boas palavras e bons pensamentos.
Somente assim teremos, neste mundo, mais bem do que mal, mais gentileza do que hostilidade, mais saúde do que doença.
Redação do Momento Espírita, com base em
reportagem  do site 
www.sonoticiaboa.com.br.
Em 18.4.2016.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Pede Ajudando

Pede ardentemente o Amparo Celestial, mas não olvides o socorro a quem te sente compelido no caminho terrestre.

O Anjo ouve o Homem na medida que o Homem ouve os próprios irmãos.

Esperas jubilosa segurança para os que nasceram em tua equipe doméstica, no entanto, consagra essa ou aquela migalha de teu próprio conforto aos que se reúnem desalentados, na furna do sofrimento.

Contas com o agasalho justo em favor daqueles que te merecem carinho, contudo, estende alguma peça desnecessária ao companheiro relegado à intempérie.

Rejubilas-te com o pão farto, entretanto, divide alguma fatia disponível à mesa com aqueles que trazem o estômago flagelado no corpo desnutrido.

Agradece, ditoso, os talentos da provisória tranqüilidade que te enriquecem os dias, mas aplica alguns momentos no concurso fraterno, a benefício dos que choram sem esperança.

Regozijas-te com a fé luminosa de que te coroa perante o mundo, todavia, não fujas à esmola de paz aos que vagueiam nas trevas.

Alegras-te com a saúde preciosa que te assegura harmonia interior, no entanto, ampara o enfermo esquecido que te mostra os braços sequiosos de entendimento.

Ergues tua voz no Templo Celeste, entretanto, milhares de vozes, cada dia erguem-se da sombra humana, buscando-te o coração.

Aqui alguém te solicita a bênção da simpatia, adiante há quem te rogue cooperação.

Pede, pois, ajudando.

Lembra-te de que podes também auxiliar e serve quanto possas.

Pela fé subirás ao Senhor com a tua súplica, mas pela caridade o Senhor descerá ao teu encontro para que as tuas mãos se enriqueçam de amor na construção do Reino da Luz.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Ideal Espírita, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

sábado, 16 de abril de 2016

O Domador de Elefantes

Conta-se que há muito tempo, em um reino distante, vivia um rei que um dia anunciou ao povo que precisava, com urgência, de um domador de elefantes.
Apresentou-se um homem que se dizia perito nesse perigoso ofício.
Ele declarou ao rei que conhecia três maneiras seguras por meio das quais lhe era fácil domesticar um elefante.
Antes mesmo que pudesse descrever ao monarca os métodos que utilizava, o rei aceitou seu oferecimento, dizendo-lhe que poderia começar o trabalho na manhã seguinte.
Informou-lhe, ainda, que deveria iniciar domesticando o elefante bravio de predileção do soberano e que seria bem recompensado se obtivesse êxito.
Momentos depois, quando deixava o palácio, o vaidoso treinador passou ao lado de um grupo de servos e um desses proferiu um gracejo qualquer.
O domador não se conteve. Avançou impetuoso e colérico contra o jovem e o feriu gravemente.
Preso pelos guardas, o agressor foi levado à presença do rei.
O que foi isso? – Perguntou muito sério, o monarca. – O que se passou, afinal?
Senhor, – respondeu o domador, com tremores na voz – não poderei ocultar a verdade.
Ao sair do palácio, depois da audiência, cruzei na escada com um grupo de servos. Um deles dirigiu-me uma pilhéria.
Não me contive. Avancei contra o gaiato e castiguei-o com extrema violência. Confesso que foi tudo obra irrefletida do impulso de um momento.
O rei ponderou, com intencional frieza:
Como pretende domesticar um elefante bravio, se não é capaz de conter a fera odienta que vive dentro de você?
Aprenda primeiro, meu amigo, a dominar os seus impulsos, o seu gênio, a sua cólera.
E, numa decisão irrevogável, concluiu:
Retire-se, pois sua colaboração não me interessa. Eduque-se primeiro, para que possa, depois, educar.
*   *   *
Eduquemos nossos sentimentos, enquanto nos encontramos a caminho do próprio enobrecimento espiritual.
Reflitamos em tudo o que nossos atos, palavras e pensamentos estão gerando em nossa existência e na vida daqueles que nos cercam ou cruzam nosso caminho.
Considerando que dispomos de plena liberdade para orientar as nossas forças e energias, eduquemo-nos com disposição e afinco.
Tenhamos consciência de que as facilidades e os talentos que possuímos devem servir de instrumentos para nos auxiliar no crescimento moral e na iluminação espiritual.
A não ser assim, estaremos desperdiçando abençoada oportunidade.
Estaremos, apenas, acumulando tormentos e dores, frustrações e lágrimas para o porvir.
Pensemos nisso: a vida é oportunidade abençoada para que encontremos definitivamente o caminho da verdadeira felicidade.
É chegado o momento de encararmos o homem velho, que habita em nós e lapidarmos essa pedra bruta, sem brilho e com tantas arestas.
Atendamos ao convite do Mestre Nazareno: façamos brilhar a nossa luz.
Eduquemo-nos a partir de hoje, a partir de agora.

Redação do Momento Espírita, com base em conto do livro 
Novas lendas orientais, de Malba Tahan, ed. Record e no
cap. 18, do livro 
Educação e vivências, pelo Espírito
Camilo, psicografia de Raul Teixeira, ed. Fráter.
Em 14.4.2016

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Na Luz do Além

Em plena cova escura,
Desce a mão generosa
Do operário do pão...

Enquanto se faz ele
Condutor da semente,
Recebe sobre o rosto
Os borrifos do charco.

E vermes asquerosos
Que residem no pântano
Atiram-se-lhe aos dedos,
Tentando corromper-lhe
O sangue nobre e puro.

Mas, longe de temer
Os golpes da maldade,
Enxuga, forte e humilde,
Os salpicos de lama...
E, suando, a cantar,
Prossegue em seu trabalho,
Porque sabe e confia
Que a semente, amanhã,
Será beleza e flor,
Ramaria e alimento,
Para a vida abundante
A estender-se na Terra...
Assim, também no mundo,
Se procuras plantar,
No campo da virtude,
Sofrerás, com certeza,
Os assédios do mal,
Através da calúnia,
Da miséria ou da sombra!...

O lodo não perdoa
Quem lhe arremessa luz
Aos abismos do seio...
Mas, se tens clara fé,
Na grandeza do bem,
Cultiva, sem cessar,
A bondade fraterna
E o futuro feliz
Bendirá teu concurso,
Descerrando-te ao ser,
Largo e lindo horizonte,
Em cuja glória excelsa,
Encontrarás caminho,
Ditoso e resplendente,
Para o retorno ao Lar
Da Alegria Sem fim...



Pelo Espírito Rodrigues de Abreu - Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 12 de abril de 2016

Enganos Ante os Espíritos

Julgar que todos os espíritos benevolentes que se comunicam na Terra são instrumentos imaculados. Desencarnação é vida em outra face.

Considerar que eles veiculam princípios de virtude, como se fossem anjos flanando nos céus, dando conselhos que nada lhes custa. O professor reconhece-se impelindo a disciplinas mais austeras que as dos alunos para ser digno da missão de ensinar.

Chamá-los, a propósito de bagatelas. Criaturas relativamente educadas sabem respeitar os horários alheios.

Solicitar-lhes concurso em problemas estritamente materiais. Nenhum de nós, conquanto satisfeitos de ser úteis, furtará obrigações dos outros, das quais eles necessitam para a segurança da própria felicidade.

Censurá-los por não estarem à nossa inteira disposição. Amigos sinceros e conscientes não escravizam amigos.

Complicar as consultas que lhes queiramos fazer, com a desculpa de lhes testar a existência. Só os corações irresponsáveis intentariam transformar os entes amados em ledores de buena-dicha.

Exigir-lhes a verdade total. Todos nós cultivamos o tato psicológico no trato recíproco e não ignoramos que certas revelações funcionam nos mecanismos da alma, assim como determinados medicamentos que somente beneficiam os mecanismos do corpo em dose adequada.

Criticar-lhes sem ponderação e respeito as falhas quando apareçam. A pessoa de bom senso compreende claramente o desacerto do benfeitor de que já recebeu noventa e nove favores perfeitos, através de recursos imperfeitos, como sejam os canais mediúnicos terrestres e doente algum pode queixar-se quando ele mesmo procura obscurecer, por todos os modos, os raciocínios e manifestações do médico.

Não desconhecemos que entre a encarnação, a desencarnação e a reencarnação, todos somos espíritos em trabalho evolutivo.

A Doutrina Espírita é o fiel da balança de nossas relações uns com os outros, nos planos a que se acolhem desencarnados e encarnados, representando orientação e luz, ensinamento e pedra de toque. Diante dela os espíritos têm responsabilidade e os homens também.



pelo Espírito André Luiz - Do livro: Opinião Espírita, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

sexta-feira, 8 de abril de 2016

I - Mundos Superiores e Inferiores

            8 – A classificação de mundos inferiores e mundos superiores é antes relativa do que absoluta, pois um mundo é inferior ou superior em relação aos que se acham abaixo ou acima dele, na escala progressiva.
                Tomando a Terra como ponto de comparação, pode fazer-se uma idéia do estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes no grau evolutivo dos povos selvagens e das nações bárbaras que ainda se encontram em nosso planeta, como restos do seu estado primitivo. Nos mundos mais atrasados, os homens são de certo modo rudimentares. Possuem a forma humana, mas sem nenhuma beleza; seus instintos são temperados por nenhum sentimento de delicadeza ou benevolência, nem pelas noções do justo e do injusto; a força bruta é sua única lei. Sem indústrias, sem invenções, dedicam sua vida à conquista de alimentos. Não obstante, Deus não abandona nenhuma de suas criaturas. No fundo tenebroso dessas inteligências encontra-se, latente, a vaga intuição de um Ser Supremo, mais ou menos desenvolvida. Esse instinto é suficiente para que uns se tornem superiores aos outros, preparando-se para a eclosão de uma vida mais plena. Porque eles não são criaturas degradadas, mas crianças que crescem.
                Entre esses graus inferiores e mais elevados, há inumeráveis degraus, e entre os Espíritos puros, desmaterializados e resplandecentes de glória, é difícil reconhecer os que animaram os seres primitivos, da mesma maneira que, no homem adulto, é difícil reconhecer o antigo embrião.
9 – Nos mundos que atingiram um grau superior de evolução, as condições da vida moral e material são muito diferentes das que encontramos na Terra. A forma dos corpos é sempre, como por toda parte, a humana, mas embelezada, aperfeiçoada, e sobretudo purificada. O corpo nada tem da materialidade terrena, e não está, por isso mesmo sujeito às necessidades, às doenças e às deteriorações decorrentes do predomínio da matéria. Os sentidos, mais sutis, têm percepções que a grosseria dos nossos órgãos sufoca. A leveza específica dos corpos torna a locomoção rápida e fácil. Em vez de se arrastarem penosamente sobre o solo, eles deslizam, por assim dizer, pela superfície ou pelo ar, pelo esforço apenas da vontade, à maneira das representações de anjos ou dos manes dos antigos nos Campos Elíseos. Os homens conservam à vontade os traços de suas existências passadas, e aparecem aos amigos em suas formas conhecidas, mas iluminadas por uma luz divina transfiguradas pelas impressões interiores, que são sempre elevadas. Em vez de rostos pálidos, arruinados pelos sofrimentos e as paixões, a inteligência e a vida esplendem, com esse brilho que os pintores traduziram pela auréola dos santos.
                A pouca resistência que a matéria oferece aos Espíritos já bastante adiantados, facilita o desenvolvimento dos corpos e abrevia ou quase anula o período de infância. A vida, isenta de cuidados e angústias, é proporcionalmente muito mais longa que a da Terra. Em princípio, a longevidade é proporcional ao grau de adiantamento dos mundos. A morte não tem nenhum dos horrores da decomposição, e longe de ser motivo de pavor, é considerada como uma transformação feliz, pois não existem dúvidas quanto ao futuro. Durante a vida, não estando à alma encerrada numa matéria compacta, irradia e goza de uma lucidez que a deixa num estado quase permanente de emancipação, permitindo a livre transmissão do pensamento.
10 – Nos mundos felizes, a relação de povo para povo, sempre amigáveis, jamais são perturbadas pelas ambições de dominação e pelas guerras que lhes são conseqüentes. Não existem senhores nem escravos, nem privilegiados de nascimentos. Só a superioridade moral e intelectual determina as diferentes condições e confere a supremacia. A autoridade é sempre respeitada, porque decorre unicamente do mérito e se exerce sempre com justiça. O homem não procura elevar-se sobre o seu semelhante, mas sobre si mesmo, aperfeiçoando-se. Seu objetivo é atingir a classe dos Espíritos puros, e esse desejo incessante não constitui um tormento, mas uma nobre ambição, que o faz estudar com ardor para os igualar. Todos os sentimentos ternos e elevados da natureza humana apresentam-se engrandecidos e purificados. Os ódios, as mesquinharias dos ciúmes, as baixas cobiças da inveja, são ali desconhecidos. Um sentimento de amor e fraternidade une a todos os homens e os mais fortes ajudam os mais fracos. Suas posses são correspondentes às possibilidades de aquisição de suas inteligências, mas ninguém sofre a falta do necessário, porque ninguém ali se encontra em expiação. Em uma palavra, o mal não existe.
                11 – No vosso mundo, tendes necessidade do mal para sentir o bem, da noite para admirar a luz, da doença para apreciar a saúde. Lá, esses contrastes não são necessários. A eterna luz, a eterna bondade, a paz eterna da alma, proporcionam uma alegria eterna, que nem as angústias da vida material, nem os contatos dos maus, que ali não tem acesso, poderiam perturbar. Eis o que o Espírito humano só dificilmente compreende. Ele foi engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas jamais pôde representar as alegrias do céu. E isso por que? Porque, sendo inferior, só tem experimentado penas e misérias, e não pode entrever as claridades celestes. Ele não pode falar daquilo que não conhece. Mas, à medida que se eleva e se purifica, o seu horizonte se alarga e ele compreende o bem que está à sua frente, como compreendeu o mal que deixou para trás.
12 – Esses mundos afortunados, entretanto, não são mundos privilegiados. Porque Deus não usa de parcialidade para nenhum, de seus filhos. A todos os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarem até lá. Fez que todos partissem do mesmo ponto, e não dota a uns mais do que os outros. Os primeiros lugares são acessíveis a todos: cabe-lhes conquistá-los pelo trabalho, atingi-los o mais cedo possível, ou abandonar-se durante séculos e séculos no meio da escória humana.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO 
por Allan Kardec
(Resumo do ensinamento de todos os Espíritos Superiores)

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Vida Inextinguível

Vida Inextinguível

O objetivo essencial da existência humana é a conquista da plenitude. Mediante continuado esforço, o Espírito desenvolve as aptidões que se lhe encontram em latência, de modo que se conheça a si mesmo, enriquecendo-se de instrumentação para os enfrentamentos naturais no processo evolutivo.
Atravessando as experiências do instinto ao longo do tempo, passa a compreender as emoções que acompanham as sensações, libertando-se das amarras dos automatismos orgânicos para a administração saudável dos sentimentos.
Envolto na tecelagem complexa da matéria, trabalha-a, a fim de bem conduzir o carro orgânico enquanto aspira às delícias da imortalidade.
Etapa a etapa, deve aprimorar-se, sublimando as paixões primitivas e transformando-as em beleza e alegria indispensáveis ao êxito do empreendimento.
Reencarnando-se por necessidade de crescimento íntimo, dá sentido à existência física, aformoseando o planeta e a existência em esforço contínuo e enriquecedor.
O conhecimento do sentido de viver favorece-o com a lucidez para superar as tendências primárias, que permanecem em largo período agrilhoando-o ao passado.
Essas injunções, às vezes, penosas, impulsionam-no à autoiluminação, de modo que se operem as transformações morais no íntimo para a vitória sobre a ignorância, a dor, o desequilíbrio.
É todo um processo de crescimento, no qual todas as conquistas de enobrecimento ampliam-lhe os horizontes para a espiritualização.
Impulsos e reações dos instintos básicos que lhe serviram de suporte para vencer as fases iniciais, são transformados em métodos seguros para as experiências libertadoras através das quais o sentido existencial supera todos os outros.
Autor dos conhecimentos que defronta, cabe-lhe recuperar-se, agindo corretamente, de modo que a paz que deflui da consciência dignificada constitua-lhe a razão primordial da jornada evolutiva.
Enquanto a ignorância das Divinas Leis predomina, o ser permanece mergulhado no primarismo, necessitado do buril do sofrimento para romper o envoltório grosseiro que abafa as aspirações e impede-lhe a ruptura de dentro para fora, mediante o conhecimento da verdade.
A dor, desse modo, é instrumento do Bem para despertar todos aqueles que se encontram submetidos ao sono do desconhecimento.
Bendize, pois, esses fatores-sofrimento que te induzem à reflexão e ao encontro da liberdade.
*
Nasceste ou renasceste para morrer no momento quando concluíres o trâmite carnal. Isso é inevitável, pois que é fatalidade da vida. 
O fenômeno da morte é parte fundamental do programa da existência.
Tudo que nasce tem o seu período próprio de existir no invólucro material, para logo depois experimentar a consumpção orgânica através da desencarnação.
Em razão da afetividade e da imensa necessidade de união e de comunhão de uns Espíritos com os outros, a morte representa uma dor moral quase que insuperável.
Embora todos os seres humanos tenham conhecimento de que acontecerá em momento determinado, quando ocorre em algum lar, também despedaça os sentimentos daqueles que permanecerão na roupagem física.
Importante considerar como despertará esse viajante de retorno ao Grande Lar, quando terá que contabilizar os resultados da experiência vivenciada.
Por outro lado, aqueles que lhe perderam a presença padecem a dor da ausência material, da convivência abençoada dos sonhos e anelos programados para o que se denomina como felicidade.
A morte, em consequência, é detestada; no entanto, é a grande libertadora, porque propicia o encontro com a paz, desencarcerando o ser da prisão sem grades das doenças degenerativas, daquelas incuráveis e de muitas situações penosas.
A certeza de que o reencontro é inevitável, porque o amor jamais separa aqueles que se vinculam, constitui um bálsamo, uma esperança anunciada para depois.
A imortalidade é a expressão da sábia misericórdia de Deus, propiciando vida exuberante, quando o corpo de constituição transitória consome-se.
Não te desesperes ante a morte do ser amado. Ele vive e logo readquire a lucidez, passado o período de ajustamento, volve a visitar-te, a estar contigo, inspirando-te nas injunções da carne.
Por tua vez, envolve-o em lembranças afetuosas e gratulatórias que eles captam e sentem-se bem pelas evocações amadas.
Não te permitas revoltar ou sucumbir pela dor da sua viagem. Se as lágrimas da saudade visitarem-te, verte-as com ternura e amor, e eles se sentirão queridos, também emocionados.
Em situação nenhuma te permitas a rebeldia, considerando que também desencarnarás.
Vive de tal forma que, ao chegar o teu momento de retorno, exultantes, os seres queridos que te anteciparam venham receber-te cantando um hino de alegria inefável, homenageando-te.
Como jamais te esqueceram, no Além-túmulo trabalham para a continuação da afetividade, preparando-te o lar, novas realizações que ignoras, de forma que vivas o banquete de luz e de paz que está prometido a todos aqueles que são fiéis ao Bem e à Verdade.
*
À dor da separação do Mestre Jesus na crucificação, aqueles que O amavam reativaram as alegrias ante a Sua ressurreição luminosa. 
Aquela madrugada de bênçãos foi a resposta de Deus à tarde-noite de sombras e morte.
Tem paciência quando desencarne um ser querido, considerando os júbilos que te tomarão oportunamente, por ocasião do reencontro, quando fores recebido por quem agora choras... 

Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite
de 2 de setembro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
em Salvador, Bahia.
Em 28.12.2015.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Uns pelos outros

A foto de um menino de quatro anos junto a um Papai Noel, ambos ajoelhados, orando, emocionou muitos, no Natal de 2015.

O instante captado pelas lentes motivou diversas ações nas mídias sociais. Foi o que chamam de viral, um vírus do bem, podemos afirmar.

O menino, o pequeno Preston Barnette, num encontro com um Papai Noel de shopping, nos Estados Unidos, ao invés de pedir brinquedos, como seria o esperado, desejou que seu presente de Natal fosse a saúde de um bebezinho doente, que nem sequer conhecia pessoalmente.

A fotografia captou o momento em que ambos, ajoelhados, oraram pela recuperação do recém-nascido, desenganado em uma UTI neonatal.

Preston ficou sabendo do estado do bebê através de sua avó, que mantém um grupo de orações numa rede social. Não teve dúvida que era isso que iria pedir ao Papai Noel quando o encontrasse: que o bebê ficasse bem.

A avó conta que ele se sensibilizou de tal forma, quando viu a foto da criança hospitalizada, que desejou fazer algo por ele. E fez.

Há tantas coisas que podemos fazer uns pelos outros...

O gérmen da bondade, do altruísmo vive dentro de cada um de nós, sem exceção.

Alguns levamos mais tempo para encontrá-lo, mas podemos dizer que a floração do bem em nossos corações é inevitável, é da Lei, é do Universo.

Quando alguém começa a pensar também no outro, começa a enxergar o próximo em sua jornada, vendo-o como um igual, um irmão de caminho, começa a perceber maravilhas no mundo.

A lei de amor e de caridade não propõe o abandono de si mesmo, isto é, uma desvalorização de quem somos, de nossos desejos ou sonhos.

Não, isso é compreensão equivocada. O que o amor propõe é: considere o outro também; considere que o outro é importante, que tem direito de ser feliz da mesma forma que você.

Essas perspectivas, por si só, podem mudar totalmente nossas relações sociais e familiares.

O amor diz que precisamos fazer mais uns pelos outros, mesmo que esse fazer seja uma singela oração por alguém que sofre distante.

A oração é força, é ação positiva, não é apenas um pedido jogado no ar, como um balão que soltamos no vento sem saber que direção irá tomar.

Que possamos orar, uns pelos outros, nos momentos difíceis, de provação, de infelicidade e também de alegria.

Isso mesmo, de alegria também. Quem vive momentos bons em sua existência, frutos de conquistas, vitórias, celebrações, precisa igualmente de nossas orações.

É a oração pedindo proteção, enviando boas vibrações, que funcionam como escudo contra qualquer tipo de adversidade. Enfim, é a antítese da inveja que, em sua natureza perturbada, não suporta enxergar a felicidade no outro.

Uns pelos outros.

O que podemos fazer uns pelos outros?

Muito mais do que imaginamos.

Olhemos ao nosso redor e percebamos o quão útil podemos ser. Abracemos essa causa simples, das pequenas ações, e desfrutemos de uma felicidade sem igual no fundo de nossos corações.



POR Redação do Momento Espírita. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4749&stat=0

Entre Dois Planos

– “Não agüento sofrer! Estou vencida...”
– Gemia Maricota de Toledo.
- “Ando no mundo como um degredo,
Quero morrer, meu Deus, quero outra vida!...”

Tanto rogou em choro sem medida,
Que faleceu de um tombo no lajedo.
E voltando ao Além, assim mais cedo,
Foi levada de novo à nova lida...

Trabalhando num grupo de socorro,
Clamou que tinha vida de cachorro,
Xingou a morte e tudo quanto via!...

Quis renascer num corpo asselvajado...
Hoje carrega pedras num serrado,
Mas é feliz na Roça da Alegria.



Pelo Espírito Cornélio Pires - Do livro: Caminhos de Volta, Médium: Francisco Cândido Xavier

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...