domingo, 27 de setembro de 2015

Pecado por Pensamento e Adultério

Pecado por Pensamento e Adultério

            5 – Ouvistes que foi dito aos antigos: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo o que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já no seu coração adulterou com ela. (Mateus, V: 27-28).

            6 – A palavra adultério não deve ser aqui entendida no sentido exclusivo de sua acepção própria, mas com sentido mais amplo. Jesus a empregou freqüentemente por extensão, para designar o mal, o pecado, e todos os maus pensamentos, como, por exemplo, nesta passagem: “Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vierem na glória de seu Pai, acompanhado dos santos anjos”. (Marcos, VIII: 38).
            A verdadeira pureza não está apenas nos atos, mas também no pensamento, pois aquele que tem o coração puro nem sequer pensa no mal. Foi isso que Jesus quis dizer, condenando o pecado, mesmo em pensamento, porque ele é um sinal de impureza.
            7 – Este princípio leva-nos naturalmente a esta questão: Sofrem-se as conseqüências de um mau pensamento que não se efetivou?
            Temos de fazer aqui uma importante distinção. À medida que a alma, comprometida no mau caminho, avança na vida espiritual, vai-se esclarecendo, e pouco a pouco se liberta de suas imperfeições, segundo a maior ou menor boa-vontade que emprega, em virtude do seu livre arbítrio. Todo mau pensamento é portanto o resultado da imperfeição da alma. Mas, de acordo com o desejo que tiver de se purificar, até mesmo esse mau pensamento se torna para ela um motivo de progresso, porque o repele com energia. É o sinal de uma mancha que ela se esforça por apagar. Assim, não cederá à tentação de satisfazer um mau desejo, e após haver resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.
            Aquela que, pelo contrário, não tomou boas resoluções, ainda busca a ocasião de praticar o mau ato, e se não o fizer, não será por não querer, mas apenas por falta de circunstâncias favoráveis. Ela é, portanto, tão culpada, como se o houvesse praticado.
            Em resumo: a pessoa que nem sequer concebe o mau pensamento, já realizou o progresso; aquela que ainda tem esse pensamento, mas o repele, está em vias de realizá-lo; e por fim, aquela que tem esse pensamento e nele se compraz, ainda está sob toda a força do mal. Numa, o trabalho está feito; nas outras, está por fazer. Deus, que é justo, leva em conta todas essas diferenças, na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

Amor, essa palavra de luxo

Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão, ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado.”
Arrumou pão e café, deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor, essa palavra de luxo.
*   *   *
Adélia Prado, poetisa mineira, apresenta uma visão muito comum: a de que o estudo é a coisa mais importante que há.
Ainda hoje, é preocupação primordial dos pais dar instrução aos filhos. A coisa mais fina do mundo.
Para os mais simples, apenas poder colocá-los em uma escola.
Para os que têm mais posses, matriculá-los nas melhores instituições de ensino e dar-lhes ainda cursos e mais cursos extras, para se aprimorarem ao máximo. Afinal, o mundo é competitivo.
A grande questão é que o termo educação continua muito ligado às capacidades intelectivas.
Educar, contudo, vai muito além das boas escolas. Educar é a arte de formar caracteres.
Assim, o que torna um filho vitorioso não é apenas o conhecimento adquirido mas, principalmente, sua vivência como homem de bem, de bons hábitos adquiridos.
De que adianta criarmos gênios, se serão usurpadores, desonestos, individualistas e egoístas ao extremo?
Esse outro tipo de educação não está nos livros, nem nos cursos, nem mesmo nas escolas. Está no lar, na relação intensa e profunda que os pais ou tutores conseguem manter com seus educandos.
Está nos exemplos, está no carinho que sobra ou que falta. Está na atenção que recebem ou da qual carecem. Está na disciplina, nos limites. Está no amor, sempre no amor.
Em muitos lares é uma palavra de luxo, pois todos estão preocupados com tantas outras coisas que o esquecem, deixam-no de lado.
Você tem que estudar, tem que ser alguém, tem que passar no vestibular, tem que se formar, tem que arranjar emprego, tem que ganhar bem. É de tirar o fôlego.
Mas será que alguém, nesse caminho todo lembra de perguntar se esse adolescente, esse jovem está feliz com isso? Está se realizando? Está construindo sua personalidade em bases seguras?
Será que ali foi construído um bom caráter, antes de um bom estudante ou de um bom profissional? Alguém que saberá se relacionar bem com as pessoas, que saberá ser agregador, acolherá bem seus irmãos de caminho?
Será que estamos moldando alguém para ser agente transformador do mundo?
Essa transformação só será completa se o conhecimento estiver aliado à moralidade. Não adianta desenvolver uma das asas apenas. A aeronave não alça voo.
Pensemos nisso. Repensemos nossos conceitos sobre educação. O mundo precisa de homens inteligentes. Mas muito mais de homens bons.
*   *   *
Não basta ensinar à criança os elementos da ciência. Aprender a governar-se, a conduzir-se como ser consciente e racional, é tão necessário como saber ler, escrever e contar: é entrar na vida armado não só para a luta material, mas, principalmente, para a luta moral.
Para despertar na criança as primeiras aspirações ao bem, para corrigir um caráter difícil, é preciso às vezes a perseverança, a firmeza, uma ternura de que somente o coração de um pai ou de uma mãe pode ser suscetível.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 54, do livroDepois da morte, de Léon Denis, ed. FEB e no poemaEnsinamento, de Adélia Prado, do livro Poesia reunida,
ed. Siciliano.
Em 24.9.2015

Servir é o Melhor Remédio

SERVIR É O MELHOR REMÉDIO
    Se muitas vezes sente-se desanimado e sem perspectiva para o futuro, lembre-se que servir é o melhor remédio.
    Muitas vezes não compreende a aspereza da luta íntima e por conta disso permanece por longo tempo inativo, sequer ousa imaginar que pode estar tão perto do bem que é imperioso realizar em seu benefício.
    É verdade que muita coisa precisa ser decidida ainda pelo trabalhador do bem, às vezes somente o ardor da luta é que lhe abrirá os novos horizontes e lhe dar-lhe-á a visão melhor do percurso da caminhada.
    No momento que se dispõe a servir em nome de Deus, toma-se uma decisão muito séria com vista ao futuro que se pretende.
    Compreende-se que não será fácil levar adiante esse projeto de amor aos outros, quando não se tem ainda a fé raciocinada por diretriz.
    Mas como disse alguém: é preciso começar algum dia, caso contrário nunca se chegará à meta assinalada. Assim que a largada pode ser dada ainda hoje, através de pequenos gestos de solidariedade.
    Quando Jesus observava as doações ao templo, percebeu uma pobre viúva lança no cofre de ofertas duas pequenas moedas e Jesus afirmava que ela lançara ali mais do que todos os outros, porque ela dava tudo o que tinha.
    Talvez ainda não esteja em condição desse gesto de grandeza, no entanto pode começar desde agora doando algo de si, ou das sobras de sua mesa.
    A experiência de muitos nos socorrem, naturalmente que muitas pessoas, mais tarde gostariam de remediar essa falta de sensibilidade daquele momento decisivo de sua jornada, mas não foram capazes de compreender a importância de fazer o bem.
    Assim que a cada manhã é colocado um crédito que representa o tempo disponível para realizar o melhor naquelas vinte e quatro horas. E muitas vezes, fica-se tão impressionado pelos valores do mundo transitório que esquece o tempo como concessão divina, não percebe que este passa depressa demais.
    Esquecem que de repente qualquer um pode ser chamado à realidade da vida espiritual, se não aproveita a oportunidade que lhe é oferecida, o que pode esperar do futuro? É essa é uma pergunta oportuna a se fazer;
    Todavia, nesse momento é necessária uma atitude corajosa. Faça a sua parte, construa o seu destino. Seja forte e confiante. Talvez tenha se deixado seduzir por falsas promessas que poderá angariar recursos morais, ou alguma vantagem real, sem amor ao próximo?
    Com todos os seus problemas e contradições que julga ter, ainda assim, siga em frente, cheio de entusiasmo, porque depois desses breves dias sem luz, o Sol outra vez surgirá trazendo novas esperanças e fazendo com que o trigo cresça no campo, os lírios renasçam no vale, as aves façam os seus ninhos, como também você, renove suas esperanças e vitalize os seus sonhos de ontem energizados pelas experiências de hoje.
    Não seja pessimista, isto faz um enorme mal ao seu coração, aliás, ao seu nobre coração, nunca se deixe abater, depois de haver renascido nesta casa abençoada do Pai, não há motivo para se contar triste ou sem caminho.
    Pois em verdade o Cristo descortinou novos horizontes, que é imprescindível assimilar, visto que toda a felicidade que sonha é fruto do trabalho de hoje. Assim o próximo se apresenta como aquela alternativa sublimada do amor misericordioso de Deus, mostrando a necessidade imperiosa de amar o próximo, como condição única da felicidade futura.
    Por isso mesmo, ninguém pode fugir ao sagrado dever de servir.
Áulus
Otacir Amaral Nunes
Campo Grande/MS

Fundado em 16/07/1996 publicado 02/02/2006
JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA - ANO VI - N. 69 * Campo Grande/MS * Outubro de 2011.
EDIÇÃO DO CENTRO ESPÍRITA “VALE DA ESPERANÇA”

A Visão Médico-Espírita do Aborto

Por Érika Silveira

Devido à complexidade do tema aborto, é fundamental aliar a abordagem científica a espiritual. Para tanto, entrevistamos a Dra. Marlene Nobre, médica ginecologista, presidente do Grupo Espírita Cairbar Schutel e da AME (Associação Médico-Espírita) do Brasil e Internacional. É também autora dos livros: Lições de SabedoriaA Obsessão e Suas MáscarasNossa Vida no AlémA Alma da Matéria e O Clamor da Vida. Este último foi escrito com o propósito de ressaltar os argumentos científicos contra o aborto e propiciar ao público uma compreensão de que a vida se expande muito mais além do que a formação de um feto.
Como a medicina aliada à espiritualidade vê a questão do aborto?
Como é lógico, os fundamentos da medicina espírita são os mesmos do espiritismo, sendo assim, a questão 358 de O Livro dos Espíritos deixa clara a questão do aborto: é um crime.
Esse foi um dos temas abordados no MEDINESP 2003, inclusive com uma carta publicada. O que dizia essa carta?
A Carta de São Paulo exprime compromissos bioéticos dos membros das Associações Médico-Espíritas do Brasil e foi elaborada pelos participantes da Assembléia Geral, realizada durante o MEDINESP. Entre os vários compromissos nela exarados, os médicos das AMEs comprometem-se a lutar não apenas contra a eutanásia e o aborto, mas também, contra a administração da chamada “pílula do dia seguinte”, que é abortiva. Por exemplo, quando forçado a receitar a “pílula do dia seguinte”, nos ambulatórios públicos, o médico espírita não o faz, para isso, lança mão de um direito legítimo, reconhecido pelo Código de Ética Médica, que é o de ser fiel à sua própria consciência. Do mesmo modo, o anestesista espírita lança mão desse mesmo direito para não participar das equipes de abortamento legal já existentes em alguns hospitais do país.
Existem campanhas contra o aborto promovidas pela AME?
A AME-Paraná, sob a presidência fraterna e idealista do dr. Laércio Furlan, tem uma campanha permanente: Vida, sim! Nela, todos os membros estão envolvidos e visa, principalmente, o esclarecimento de adolescentes e jovens, o apoio para que a gestante leve a gravidez até o fim e o aconselhamento sempre disponível, baseado na fraternidade. A AME-São Paulo participou ativamente de campanha contra o aborto, em 1994, juntamente com a União das Sociedades Espíritas e Federação Espírita do Estado de S.Paulo, quando o Congresso Nacional se movimentava em favor da aprovação do aborto, o que felizmente não se concretizou. Enfim, todas as AMEs estão engajadas nessa luta, que tem características próprias em cada Estado.
Quais são os países que mais se preocupam com o aborto e os países onde se comete o maior número de abortos?
Há muito poucos países no mundo onde o aborto ainda não é legal. Estados Unidos e Rússia são os que fazem o maior número de abortos no mundo.
Em relação ao Brasil, há algum número estatístico sobre os abortos cometidos?
Nenhuma estatística brasileira, a esse respeito, é confiável. O que se faz aqui no Brasil é manipular esses números duvidosos com a finalidade de se legalizar o aborto, alegando-se que a mulher tem o direito de fazê-lo em condições técnicas adequadas. Os que assim agem pretendem que o Estado esteja devidamente aparelhado para institucionalizar a pena de morte para inocentes.
Explique em linhas gerais quais são as conseqüências do aborto?
O aborto traz conseqüências orgânicas, psicológicas e espirituais, nesta existência e na outra, para a mulher que o provoca, para o companheiro que não a apóia na gravidez e para a equipe de saúde que o executa. Não há como negar, porém, que as conseqüências são mais graves para a mulher, porque, desde tempos imemoriais, ela traz no seu psiquismo o compromisso com os entezinhos que necessitam vir ao mundo para progredir. Essas conseqüências tomam o nome de obsessão, depressão, disfunções e doenças orgânicas do aparelho genital, etc.
Por que resolveu publicar um livro sobre o aborto?
A luta contra o aborto está intimamente ligada a minha convicção como espírito imortal e a minha tarefa como médica.
Enquanto escrevia o livro, tive confirmação de que estava absolutamente certa, quando me deparei com a estatística de um dos maiores geneticistas do mundo, Steve Jones, são 90 milhões de recém-nascidos, por ano, no mundo, contra 60 milhões de abortos, no mesmo período, ou seja, em cinco anos, o número de mortos por aborto é maior do que o morticínio ocorrido nos seis anos da Segunda Guerra Mundial.
O que aborda o livro?
O Clamor da Vida é um livro de conceitos. Com ele, visamos, sobretudo, discutir os fundamentos da Bioética Espírita. Ao emitirmos, por exemplo, o conceito e o significado da própria vida, procuramos lançar luzes acerca do que é lícito e do que não é lícito na atitude bioética. Com isso, evidenciamos o valor da pessoa humana e a tentativa sub-reptícia dos que desejam reduzi- la ao estado de coisa, com a conseqüente perda de sua dignidade. Com esses conceitos, chegamos facilmente à conclusão de que a vida é um bem outorgado e que nem a mulher, nem o homem, nem o Estado, tem o direito de dispor dela.
Na sua opinião o movimento espírita deveria enfatizar mais a questão do aborto, ou seja, promover uma campanha forte e maciça?
Creio que essa campanha forte e maciça deverá ocorrer toda vez que houver real ameaça de legalização do aborto em nosso país. Enquanto isso não ocorre, e esperamos em Deus não venha a ocorrer, deve-se continuar a falar contra o aborto, como temos feito em nossas atividades normais, conforme se faça necessário, sobretudo, como ação preventiva.
Gostaria de deixar alguma mensagem de reflexão sobre o assunto?
Cremos, firmemente, que os seres humanos vão eliminar, de forma definitiva, o infanticídio e o aborto da face da Terra, porque a evolução espiritual é inapelável. Sob os ares benfazejos do progresso, os seres humanos vão elevar o padrão do seu comportamento moral, de modo a banir toda forma de violência, inclusive essa, que é uma das mais cruéis - a do aborto - para viverem, em toda plenitude, o sentimento sublime do Amor, em todas as latitudes do Planeta.
Extraído da Revista Cristã de Espiritismo, nº 26, páginas 8-9. http://www.reflexoesespiritas.org/mensagens-espiritas/3554-a-visao-medico-espirita-do-aborto

A Honestidade não tem Preço

A História é comovente. Fala de uma honestidade a toda prova, e é contada por Vladimir Petrov, jovem prisioneiro de um campo de concentração no nordeste da Sibéria.
Vladimir tinha um companheiro de prisão chamado Andrey. Ambos sabiam que daquele lugar poucas pessoas saiam com vida, pois o alimento se dava aos prisioneiros políticos não tinham por objetivo mantê-los vivos por muito tempo.
A taxa de mortalidade era extremamente alta, graças ao regime de fome e aos trabalhos forçados. E como é natural, os prisioneiros, em sua maioria, roubavam tudo quanto lhes caíam nas mãos.
Vladimir tinha, numa pequena caixa, alguns biscoitos, um pouco de manteiga e açúcar - coisas que sua mãe havia mandado clandestinamente, de quase três mil quilômetros de distância.
Guardava aqueles alimentos para quando a fome se tornasse insuportável. E como a caixa não tinha chave, ele a levava sempre consigo. Certo dia, Vladimir foi despachado para um trabalho temporário em outro campo.
E porque não sabia o que fazer com a caixa Andrey lhe disse: Deixe-a comigo que eu a guardo. Pode estar certo de que ficará a salvo comigo.
No dia seguinte da sua partida, uma tempestade de neve que durou três dias tornou intransitáveis todos os caminhos, impossibilitando om transporte de provisões.
Vladimir sabia que o campo de concentração em que ficara Andrey, as coisas deviam andar muito mal. Só dez dias depois os caminhos foram reabertos e Vladimir retornou ao campo. Chegou à noite, quando todos já haviam voltado do trabalho, mas não viu Andrey entre os demais.
Dirigiu-se ao capataz e lhe perguntou: Onde está Andrey?
Enterrado numa cova enorme junto com tantos prisioneiros, respondeu ele. Mas antes de morrer pediu-me que guardasse isto para você.
Vladimir sentiu um forte aperto no coração. Nem minha manteiga nem os biscoitos puderam salvá-lo, pensou. Abriu a caixa e, dentro dela, ao lado dos alimentos intactos, encontrou um bilhete dizendo:
Prezado Vladimir, escrevo enquanto ainda posso mexer a mão. Não sei se viverei até você voltar, porque estou horrivelmente debilitado. Se eu morrer, avise minha mulher e meus filhos. Você sabe o endereço.
Deixo suas coisas com o capataz. Espero que as receba intactas,
Andrey.

(Texto extraído da Revista LUZES DO AMANHECER -Jornal de Divulgação Espírita, fundado em 16/07/1996 - publicado em 02/02/2006 ANO VI Nº 69 CAMPO GRANDE-MS, OUT/2011)

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

No Lar

Não olvides que teu filho, sendo a materialização de teu sonho, é também tua obra na Terra.

Às vezes é um lírio que plantaste no tempo; contudo, na maioria das ocasiões, é um fragmento de mármore que deixaste à distância.

Flor que te pode encorajar ou pedra que te pode ferir.

Recebe-o, pois, como quem encontra a oportunidade mais santa de trabalho no mundo.

Não lhe abandones o espírito à liberdade absoluta, para que se não perca ao longo da estrada, e nem cometas a loucura de encarcerá-lo em teus pontos de vista, para que o teu exclusivismo não lhe desfigure as qualidades inatas para o infinito bem.

Ajuda-o, acima de tudo, a crescer para o ideal superior, assim como auxilias a árvore nascente, em ímpeto ascensional para a luz.

Livra-o das deformidades mentais, tanto quanto proteges o vegetal proveitoso contra a invasão da erva sufocante.

Ser pai é ser colaborador efetivo de Deus, na Criação.

Receber um filho é deter entre os homens o mais sagrado depósito.

Não desertes, assim, da abnegação em que deves empenhar todas as forças peculiares à própria vida, a fim de que o rebento de tuas aspirações humanas se faça legítimo sucessor dos teus mais íntimos anseios de elevação.

O lar, na Terra, ainda é o ponto de convergência do passado. Dentro dele, entre as quatro paredes que lhe constituem a expressão no espaço, recebemos todos os serviços que o tempo nos impõe, habilitando-nos ao título de cidadãos do mundo.

Exercitemos, desse modo, o amor e o serviço, a humildade e o devotamento, no templo familiar, à frente de nossos amigos ou adversários do pretérito transformados hoje em nossos parentes ou em nossos filhos, e estaremos alcançando nos problemas da eternidade a mais alta e a mais sublime equação
.
Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Luz no Lar, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Pedido e Fuga

Dona Branca pediu a Irmão Silveira,
Guia e mentor do Centro de Traíra:
- “Rogo o seu passe, irmão! Veja se tira
Este mal que me segue a vida inteira!

Sempre sonho que estou em perambeira,
Vejo os mortos, mas penso que é mentira,
Minha cabeça fraca gira, gira ...
Sinto febre, cansaço, batedeira!”

O guia disse: “Irmã, venha ... Não tema!
É só mediunidade o seu problema ...
Venha! Serviço é luz! Não se embarace ...

Dona Branca fez prece e compromisso,
Mas nunca veio ao trato de serviço
E nunca mais voltou pedindo passe.
Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Caminhos de Volta, Médium: Francisco Cândido Xavier

Além do Intelecto

Nos dias atuais, existem aqueles que acreditam que oração, fé e religiosidade são questões próprias de pessoas simplórias e crédulas.
Pessoas que se permitem convencer por qualquer coisa, que acreditam em tudo e todos. Pessoas sugestionáveis.
No entanto, o Dr. Alexis Carrel, que recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina, em 1912, por seus trabalhos sobre sutura vascular e transplante de vasos sanguíneos e órgãos, realizou estudos sérios a respeito da prece.
Em seu livro A oração, seu poder e efeitos, publicado em 1944, escreveu:
A oração éuma elevação da alma até Deus. É um ato de amor e adoração para com Aquele a quem se deve esta maravilha a que se chama vida.
De fato, a oração representa o esforço do homem para se comunicar com um ser invisível, Criador de tudo o que existe, suprema sabedoria, força e beleza, Pai e salvador de cada um de nós.
Longe de consistir numa simples recitação de fórmulas, a verdadeira oração representa um estado místico em que a consciência se absorve em Deus.
Este estado não é de natureza intelectual e, por isso, conserva-se inacessível para filósofos e sábios. Da mesma forma que o sentido do belo e do amor, não exige qualquer conhecimento livresco.
As almas simples sentem Deus tão naturalmente como sentem o calor do sol ou o perfume duma flor. Mas esse Deus, tão abordável para aquele que O sabe amar, se oculta àquele que O não sabe compreender. O pensamento e a palavra sentem-se impotentes para descrevê-lO.
Doutor Alexis Carrel estudou ainda o efeito da prece nas curas e afirmou: A oração tem, por vezes, um efeito que poderemos chamar explosivo. Há doentes que têm sido curados quase instantaneamente.
Em alguns segundos ou, quando muito, em algumas horas, os sintomas desaparecem e as lesões orgânicas cicatrizam.
Por tal motivo, o médico que vê o seu doente orar deve-se regozijar com isso, pois a calma proveniente da oração é uma poderosa ajuda para a terapêutica.
Se a oração é tão eficiente, de tão salutares resultados, indagam alguns qual será a melhor forma de orar, qual o local mais adequado.
E recordamos Jesus, em Sua orientação: Entra em teu quarto e fechada a porta, ora ao Pai em segredo.
Ou seja, recolha-se para sua intimidade, onde esteja, na rua, no escritório, no lar, e dialogue com o Pai. Desnude a sua alma e diga das suas necessidades.
*   *   *
Dizem que, certa feita, um homem do povo, muito simples, entrou em um templo religioso, postou-se bem ao fundo e ali ficou.
O que o senhor está esperando? – Perguntou alguém.
A resposta foi surpreendente:
Eu olho para ele. Ele olha para mim.
A sua sentida prece, na qual ele se permitia penetrar pela Divindade, e a Deus enviava o que havia de mais puro em sua alma, não precisava de palavras.
Oração é sentimento. Oração é ação. Oração é diálogo do filho com o Pai. Por isso mesmo, não precisa de fórmulas especiais, preparadas, rebuscadas.
Diálogo simples, que é agradecimento, louvor ou gratidão.
Redação do Momento Espírita, com base no livro 
A oração, seu poder e efeitos, de Alexis Carrel,
 ed. Tavares Martins.
Em 14.9.2015

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Ilusões do Mundo Material

Adélia sempre tivera uma vida social muito intensa. Desde criança, a mãe a estimulara a participar de concursos de beleza infantil.
Mais tarde, foram os concursos juvenis e a busca pela atuação como modelo.
Ela concorreu ao título de Miss em sua cidade, pois a mãe sonhava com o destaque social para sua única filha.
Algumas vezes, a moça tentara se rebelar àquilo tudo, que não lhe agradava. Sempre em vão.
De fato, era muito bonita. Seus cabelos cor de ouro, encaracolados, davam-lhe um encanto especial. Os olhos cor de mel e o sorriso encantador pareciam portadores de magnetismo, quando se dirigiam aos demais.
Entretanto, os compromissos eram tantos que Adélia mal tinha tempo para si mesma. Queria ser como suas amigas, ter uma vida comum, porém, temia magoar a mãe.
Os meses e os anos foram passando e a deixaram desgastada, inconformada, permitindo-se enredar em grave quadro depressivo.
A mãe, desesperada, começou a busca pela saúde da filha.
Somente então, Adélia ousou desabar em lágrimas e confessar ao terapeuta que não suportava aquele tipo de vida .
Disse que desejava, intensamente, esvaziar-se de tudo.
Não era feliz e nunca fora. Não pretendia magoar sua mãe, não sabia como resolver o problema. Desejava ser livre para decidir o que verdadeiramente queria para sua vida.
*   *  *
Como é importante que, na qualidade de pais e mães, nos conscientizemos de que nossos filhos são, como nós, indivíduos.
Trazem consigo seus sonhos, provas, expiações e mesmo, missões a cumprir.
Precisamos lhes dar liberdade de escolha, preparando-os para viver no mundo.
Vivemos cercados de ilusões materiais, e ainda não aprendemos a lidar com essa realidade.
Quantas vezes sentimos uma vontade imensa de mudar de vida, buscando novas e mais atraentes atividades?
Quantas oportunidades de crescimento interior perdemos, por medo ou por não termos tempo?
Quantos de nós, chamados para uma atividade de voluntariado, dispensamos o convite?
Tudo em função de ilusões materiais, escolhidas ou impostas.
A inconformação que nos bate às portas do coração, gerando tristeza e caminhando para a depressão, muitas vezes tem sua raiz em situações semelhantes à que descrevemos.
Deixamos de atender ao nosso eu interior, vivemos conforme a moda que o mundo dita, sem coragem para buscar aquilo que nos seja de real valor.
Existe sempre a necessidade de faxinarmos nosso íntimo e, se for o caso, mudarmos nossa forma de vida.
É comum nos esquecermos de que somos um Espírito vivendo no corpo, e que, como Espíritos, precisamos de manutenção, de alimento condizente.
Alimentamos o corpo. E o Espírito?
Orações, boas leituras, boa música, meditação, conversas construtivas, programas culturais enobrecedores são alimentos especiais para a alma.
Deixemos sempre um espaço em nossa agenda para essas pequenas grandes coisas que fazem a diferença em nossa vida. 
Redação do Momento Espírita.
Em 19.9.2015.

domingo, 20 de setembro de 2015

União

Um homem que costumava participar assiduamente de determinado grupo, um dia se afastou sem deixar nenhum aviso.
Após algumas semanas, o líder do grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria. Ele encontrou o homem em casa, sozinho, sentado diante de um grande fogo.
Supondo a razão para a visita, o homem lhe deu boas vindas. Depois o conduziu até uma grande cadeira, perto da lareira. E ficou quieto, esperando.
O líder não disse nada. No silêncio sério, contemplou a dança das chamas em torno da lenha ardente.
Após alguns minutos, o líder examinou as brasas. Cuidadosamente, apanhou uma brasa ardente e a deixou de lado.
Então voltou a se sentar e permaneceu silencioso e imóvel. O anfitrião prestou atenção a tudo, fascinado e quieto.
A chama da solitária brasa diminuiu. Houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou de vez. Logo estava frio e morto.
Nenhuma palavra tinha sido dita, desde o cumprimento inicial. O líder, antes de se preparar para sair, recolheu a brasa fria e inoperante, e colocou-a de volta no meio do fogo.
Imediatamente, começou a incandescer uma vez mais, com a luz e o calor dos carvões ardentes, em torno dela.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião lhe disse:
Obrigado por sua visita e pelo seu sermão. Voltarei ao convívio do grupo.
*   *   *
Uma pessoa sozinha pode realizar grandes coisas, mas um grupo de pessoas pode revolucionar o mundo.
Uma pessoa pode sanear sua rua, seu bairro. Um grupo unido pode modificar uma cidade inteira.
A mensagem do Cristo é de união. Porque união representa força.
Vinculados a um grupo de serviço, a uma crença religiosa, participemos, dando nossa contribuição ativa.
Somos semeadores do tempo melhor. Somos os pomicultores da Era Nova. A colheita que faremos em nome de Jesus nos caracterizará o trabalho.
Unamo-nos em torno do bem. Demo-nos as mãos e ajudemo-nos.
Esqueçamos opiniões contraditórias e avancemos na busca da aurora dos novos tempos.
Convidados à dinâmica do amor, sejamos os honrados continuadores da obra que o Mestre Jesus nos conclama.
Imprescindível que nos unamos como irmãos e que, afeiçoados a um grupo que labora em nome do amor, calemos disputas e divergências, pensando no bem maior.
O trabalho a que somos chamados, na qualidade de cristãos, é incessante, porque jamais terminaremos o serviço.
Servidores imperfeitos, vivamos o Cristo em nossas atitudes, não deixando que opiniões pessoais e pequenas divergências nos distanciem das tarefas abraçadas e dos irmãos que conosco vibram, no mesmo ideal.
*   *   *
Quando as clarinadas de um novo dia em luz nos anunciam os chegados tempos do Senhor; quando uma era de paz prepara a nova Humanidade, somos convidados à responsabilidade maior de amar e servir.
Jesus é mais do que um símbolo. É uma realidade em nossa existência.
Não é apenas um ser que transitou da manjedoura à cruz, mas o exemplo, cuja vida se transformou num evangelho de realizações, chamando por nós.
Aprofundemos o pensamento nesse Evangelho de luz, a fim de viver Jesus em toda a plenitude.
Redação do Momento Espírita, com base no texto A brasa isolada, 
de autor ignorado e no cap. 15, do livro 
Sementes de vida eterna,
por Espíritos diversos, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 15.9.2015

Horas Difíceis

Provável estejas atravessando as horas difíceis que não aguardavas.

Querias o empréstimo de recursos amoedados, para acertar os próprios negócios e os amigos falharam.

Perdeste todos os haveres num investimento que te parecia importante e que resultou em fracasso.

Colocaste todas as esperanças num filho querido que te trocou por aventuras inferiores.

Pessoas amadas deixaram-te a sós, afastando-se junto daqueles mesmos que te recebiam apreço e confiança.

Companheiros de ontem surrupiam-te hoje as vantagens e os bens.

Apoiavas-te no afeto e na dedicação de alguém que a morte transferiu de plano, impondo-te desajuste e solidão.

Se essas horas de crise te surgiram na existência, não te desanimes e nem te desesperes.

Ergue a fronte para o alto e conta com Deus.
Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Livro de Respostas, Médium: Francisco Cândido Xavier

RENDIMENTO

Leve auxílio que estendas:
Mais apoio a servir-te.

A esperança que espalhes
É uma estrela a esperar-te.

Dor que tires dos outros,
Prova de que te afastas.

Doar felicidade
É retratá-la em nós.

Olha a semente humilde
E a colheita dos frutos.

Todo bem rende o bem
Pelas contas de Deus.
 Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Deus Sempre, Médium: Francisco Cândido Xavier

sábado, 19 de setembro de 2015

Dai a César o que é de César

Dai A César O Que É De Cesar

5 – Então, retirando-se os fariseus, projetaram entre si comprometê-lo no que falasse. E enviaram-lhe seus discípulos, juntamente com os herodianos, que lhe disseram: Mestre, sabemos que és verdadeiro, e não se te dá de ninguém, porque não levas em conta a pessoa dos homens; dize-nos, pois, qual é o teu parecer: é lícito dar tributo a César ou não? Porém Jesus, conhecendo a sua malícia, disse-lhes: Por que me tentais, hipócritas? Mostrai-me cá a moeda do censo. E eles lhes apresentaram um dinheiro. E Jesus lhes disse: De quem é esta imagem e inscrição? Responderam-lhe eles: De César. Então lhes disse Jesus: Pois daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E quando ouviram isto, admiraram-se, e deixando-o se retiraram. (Mateus, XXII: 15-22; Marcos, XII: 13-17).
            6 – A questão proposta a Jesus era motivada pela circunstância de haverem os judeus transformados em motivo de horror o pagamento do tributo exigido pelos romanos, elevando-o a problema religioso. Numeroso partido se havia formado para rejeitar o imposto. O pagamento do tributo, portanto, era para eles uma questão de irritante atualidade, sem o que, a pergunta feita a Jesus: “É lícito dar tributo a César ou não?”, não teria nenhum sentido. Essa questão era uma cilada, pois, segundo a resposta, esperavam excitar contra ele as autoridades romanas ou os judeus dissidentes. Mas “Jesus, conhecendo a sua malícia”, escapa à dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, ao dizer que dessem a cada um o que lhes era devido. (Ver na Introdução o artigo intitulado Publicanos).
            7 – Esta máxima: “Daí a César o que é de César” não deve ser entendida de maneira restritiva e absoluta. Como todos os ensinamentos de Jesus, é um princípio geral, resumido numa forma prática e usual, e deduzido de uma circunstância particular. Esse princípio é uma conseqüência daquele que manda agir com os outros como quereríamos que os outros agissem conosco. Condena todo prejuízo moral e material causado aos outros, toda violação dos seus interesses, e prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um deseja ver os seus respeitados. Estende-se ao cumprimento dos deveres contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, bem como para os indivíduos.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Processos de Morrer

A morte guarda nuances 
E matizes curiosos, 
Para os que foram atuantes 
No bem, e pr’os preguiçosos... 

Para alguns são enervantes, 
Para outros são dolorosos, 
Os momentos expirantes, 
Pelos delitos culposos. 

Para os que vivem no amor, 
A morte é como brilhantes 
Que o homem forja, e o Senhor 
Faz luzes inebriantes. 

Aos que se estribam no mal, 
Ou em gozos tormentosos, 
As desgraceiras do Umbral 
São quais viscos pegajosos. 

Nas trilhas moralizantes, 
Em que o homem se situa, 
Terá sonhos fulgurantes 
Que o vero bem preceitua. 

Mas, com os atos perigosos 
De materialismo denso, 
Faz seus dias enganosos 
Para um porvir agro e tenso. 

A morte não traz alento, 
Como pensam os farsantes, 
Sem o aval do pensamento 
Nas ações do amor, constantes. 

Para os que servem no bem, 
São momentos portentosos, 
Bem diferentes, no Além 
Do estado dos viciosos. 

Energias suavizantes 
Recebem os bons obreiros, 
Que se opõem aos fortes guantes 
Que prendem os desordeiros. 

Dos crimes mais insultuosos, 
Que a consciência amarguram, 
Formam-se ensejos grandiosos 
Que no perdão se estruturam. 

Meu amigo, eu que já estive 
Como tu, reencarnado, 
Sinto que o mundo é um declive 
Aos que o Senhor hão negado. 

Vitória mais importante, 
Para quem se une a Jesus, 
É a luta firme, extenuante, 
Na Terra, em busca da Luz. 

Todo o valor que buscares, 
Sejam fúlgidos, gloriosos, 
Para que, quando voltares, 
Tenhas dias luminosos. 

Os processos de morrer, 
Ternos ou traumatizantes, 
Dependerão do viver, 
Dos dias, horas, instantes. 

Na vida, quanto na morte, 
Não há fatos milagrosos. 
Ama, crê, busca teu norte 
Para os tempos mais ditosos. 

Co’a Doutrina Espiritista, 
Tens conceitos bem pujantes... 
Passa teu passo em revista 
Para um morrer triunfante!
Pelo Espírito André Fernandes - Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira em 26.01.85, na Sociedade Espírita Fraternidade - Niterói – RJ. Publicada no Jornal Mundo Espírita de março de 1990. Do site: http://www.raulteixeira.com.br/mensagens.php?not=74.

Exercitando Virtudes

Segundo Aristóteles, virtude é uma disposição adquirida de fazer o bem, e que se aperfeiçoa com o hábito.
Muitas são as virtudes que podemos desenvolver, no decorrer de nossas vidas.
Conforme as conquistamos, elas vão construindo uma aura luminosa, ao nosso redor.
São várias as situações que nos fazem despertar para esses aprendizados.
Muitas dessas realizações nos chegam através da mídia. Cenas de devastações naturais, que abalam nossos sentimentos.
Centenas de pessoas que perdem suas moradas, outras que perdem a vida, inúmeras famílias destroçadas.
E, mesmo estando a milhares de quilômetros dessas catástrofes, nossos corações se enternecem e sofrem, junto com os diretamente atingidos.
Essa emoção que nos invade, é um despertar de solidariedade, de compaixão, de empatia, ou, simplesmente, de piedade.
Quando esses sentimentos despertam em nós e nos levam a estender as mãos para ajudar, ou mesmo elevar o pensamento em preces, estamos na prática dessas virtudes.
Não devemos sufocar no coração esse ímpeto, pois são maneiras de exercitarmos o que agasalhamos de bom, em nós. 
Por vezes, um simples gesto resulta em grande ajuda.
Recentemente, soubemos de um menino de doze anos, Pedro, que, ao se dirigir para a escola, presenciou uma cena, que o sensibilizou.
Duas crianças maltrapilhas e descalças, frente a uma vitrine de padaria, olhavam, fixamente, para os doces, biscoitos enfeitados, pães e bolos.
Percebeu, pelas fisionomias, que elas os desejavam. Aparentavam ter fome.
Um sentimento de compaixão o tomou por inteiro. Apalpou os bolsos e viu que tinha somente o suficiente para o seu lanche, no intervalo escolar.
Não teve dúvidas, nem pensou duas vezes. Entrou, comprou dois pedaços de bolo e os entregou aos pequenos.
Eles sorriram com os olhos, a boca, os gestos.
E ele, simplesmente, continuou no seu caminho para a escola, com o coração batendo diferente, emocionado, com vontade de cantar.
*  *  *
Como é bom se deixar envolver pela felicidade de um ato de amor.
Sim! A compaixão, quando profundamente sentida, é amor, amor ao próximo.
Esse esquecimento de si mesmo em favor do outro, essa abnegação pelos demais, esse ato de se doar em favor do próximo, é essa virtude colocada em ação.
Jesus, quando Se viu rodeado pela multidão imensa, faminta, abençoou os pães e peixes disponíveis e mandou que fossem distribuídos.
Importante o destaque do Evangelista ao relatar que Ele mandou que o alimento fosse distribuído àqueles homens, mulheres e crianças que O seguiam. Não pensou em Si, mas em lhes saciar a fome.
Seguindo o exemplo do Mestre, quando a oportunidade se apresentar, aproveitemo-la e façamos aos outros o que gostaríamos que nos fizessem.
Logo, desejaremos transformar esse gesto em hábito, sentindo a necessidade de nos tornarmos atuantes e úteis, na sociedade.
E, de forma gratificante, sentiremos o coração vibrar de alegria diante daqueles a quem dispensarmos atenção, cuidados, fizermos uma doação.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 8.9.2015

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...