terça-feira, 29 de janeiro de 2019

A Lição da Infância

Eram duas crianças a brincar na praia, na manhã plena de sol. Tinham em torno de três anos e os olhos atentos das mães as vigiavam.
As meninas iam e vinham da beira do mar carregando água em seus baldinhos, construindo formas na areia.
Em certo momento, uma bola entrou na brincadeira. Ambas a queriam e cada qual segurou com mais força, tentando tirá-la da outra.
Finalmente, Stéphanie bateu forte no rosto de Nadine e tomou a bola para si.
De imediato, as mães se aproximaram. Uma, repreendendo a filha pelo mau comportamento e insistindo que ela pedisse desculpas.
A outra consolando com carícias a agredida, que fazia carinha de choro.
Mas não passou muito tempo e lá estavam as duas novamente na areia. Nadine, a menina que sofrera a agressão, foi a primeira a recomeçar a brincadeira. Com sua naturalidade infantil, se aproximou da outra, abaixou a cabecinha, olhou-a no rosto e perguntou:
Você ainda está muito brava comigo?
Antes que a resposta saísse dos lábios de Stéphanie, lançou outra pergunta:
Quer brincar comigo?
E brincaram até a noite estender seu manto de estrelas e luar sobre a Terra.
*   *   *
Bom seria se fôssemos como essas crianças, capazes de perdoar, esquecer e prosseguir juntos.
Quantas vezes criamos problemas graves, de larga duração, somente pelo fato de não cedermos um milímetro do próprio orgulho.
Quantos casais têm conturbado o seu relacionamento porque um não deseja perdoar o outro pela palavra agressiva, pelo gesto infeliz de grosseria.
Muita vez, o cônjuge agressor tenta se redimir. Por sentir dificuldades de se achegar e pedir desculpas, envia flores com um bilhete, um cartão.
Mas, em vez de receber o que esperava, tem devolvidos o ramalhete e o recado.
Persistindo a má vontade de um, a indelicadeza do outro, desfaz-se um compromisso afetivo, gerando sérias consequências.
Amizades de longos anos esmorecem por coisa nenhuma. E bastaria tão pouco.
Bastaria que voltássemos à capacidade da nossa infância, quando esquecíamos à tarde a desfeita que nos fora dirigida pela manhã.

Você sabia?

Você sabia que perdoar consiste em dar oportunidade a quem ofendeu de se redimir?
Que o exercício do perdão exige uma boa dose de humildade e de altruísmo?
Todos precisamos que nos perdoem pelas faltas de todos os dias, pelo nervosismo das respostas, pelas críticas irônicas, pelo descaso e a indiferença.
Por essa razão foi que Jesus recomendou o perdão incondicional das ofensas pois também precisamos do perdão do nosso próximo.
 Redação do Momento Espírita, a partir de
fato ocorrido com Nadine Helena Marcon.
Em 29.1.2019.

Você Deve

Educar o pensamento.
Pensamento é força: discipline-o para receber-lhe os benefícios.

Orientar as opiniões.
Não acredite no êxito da maledicência: medite antes de falar. Todo maledicente torna-se algoz de si mesmo.

Vencer os impulsos inferiores.
Não é o corpo que dirige o Espírito, mas este que dirige aquele. Lembre-se de que o Espírito é o ser.

Dominar as paixões.
As emoções nascem na alma, e esta se encontra na Terra para livrar-se dos instintos, ao invés de os vitalizar.

Triunfar sobre o “eu”.
O caminho do êxito começa nas intenções. Todavia, a estrada a percorrer somente será vencida se você inicialmente buscar conhecer-se.

Ajudar o mundo a ser feliz.
O homem que se aprimora abre as portas para a felicidade geral.

Cobrar ânimo novo e libertar-se. Para quem Crê realmente, a dor é lição, a enfermidade é benção. Descubra no sofrimento a excelência da paz e desperte para o dever da solidariedade humana.

Comandar as exigências do temperamento. A maior vitória que se pode alcançar é aquela que se consegue nos arraiais do Espírito.

Enriquecer-se de Luz. Todo o Universo é um hino de exaltação à ordem.

Conduza seus esforços no sentido do bem, “de acordo com a Lei de DEUS”, e liberte-se desses pequeninos algozes conhecidos como egoísmo, ambição, e displicência; então você será, não apenas um homem, mas um cristão legítimo.



Autor: Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Franco

Obediência

Em sua Carta aos Hebreus, o Apóstolo Paulo de Tarso escreveu sobre a obediência de Jesus a Deus.
Salientou que o Cristo manifestou Sua submissão à vontade do Criador até o extremo sacrifício.
E que, após a crucificação, tornou-se o meio de salvação para todos os que O seguissem.
*   *   *
É interessante refletir a respeito da obediência.
Todos obedecemos a alguém ou a alguma coisa. Vivemos no mundo, sujeitos a normas e regras que nos ditam a maneira adequada de nos conduzirmos, de agirmos.
Obedecemos a normas a toda hora: no trânsito, na profissão, na escola, na sociedade, no trato com os outros.
Contudo, muitos de nós não conseguimos entender que o respeito às leis constitui virtude e traz benefícios para nós mesmos.
Não entendemos a necessidade de nos submetermos com dignidade ao cumprimento dos deveres que a vida nos apresenta.
Ressentimo-nos com os encargos que nos competem e buscamos abandoná-los.
Com essa atitude, atendemos aos impulsos inferiores da natureza e, por resistirmos ao trabalho íntimo de autoelevação, nos tornamos rebeldes.
Quase sempre, em nosso coração, transformamos a obediência que, no dizer do Apóstolo, nos salvaria, na escravidão que nos condena.
O Senhor da Vida estabeleceu as gradações do caminho.
Instituiu a lei do próprio esforço, na aquisição dos supremos valores da vida.
Em Sua extrema bondade, elaborou formosos roteiros para que encontremos a felicidade e nos plenifiquemos.
Determinou que o homem, para ser verdadeiramente livre, aceite os Seus sagrados desígnios.
Contudo, frequentemente, preferimos atender à nossa condição de inferioridade e determinamos para nós uma verdadeira escravidão às nossas paixões.
Importante que examinemos atentamente o campo em que desenvolvemos nossas tarefas e nos perguntemos a quem verdadeiramente obedecemos.
Será que estaremos atendendo, em primeiro lugar, às vaidades humanas?
Estaremos, antes e acima de qualquer coisa, agindo conforme as opiniões alheias?
Ou conseguimos acomodar o nosso sentimento no tranquilo cumprimento dos deveres que nos competem?
São frequentes as tentações que o mundo apresenta no caminho de quem deseja viver retamente.
E temos desculpas para quase tudo, seja o abandono do lar, a traição conjugal, a sonegação de impostos ou a pouca dedicação aos filhos.
Sempre é possível achar alguma justificativa, ainda que insignificante, para podermos passar livremente pela porta larga da perdição.
O problema é que nesse processo comprometemos não só a própria dignidade mas também nosso futuro espiritual.
Cada um de nós, através de suas ações, constrói o seu próprio destino e sempre chegará o momento de assumirmos as consequências dos atos praticados.
Em termos morais, não existem atos sem consequências.
O sacrifício das próprias fantasias e vaidades em favor do bem rende plenitude e luz, logo adiante.
Já a vivência de paixões, em clima egoísta, traz uma inevitável cota de dores e desilusões.
Jesus ensinou e exemplificou a vivência do amor, em regime de pureza.
Apenas a obediência aos Seus ensinamentos permite quebrar a escravidão do mundo em favor da libertação eterna.
Pensemos nisso e nos disponhamos a segui-lO, nosso Modelo e Guia.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 16, do
livro
Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 18.1.2019.

sábado, 19 de janeiro de 2019

Os Últimos Serão Os Primeiros

I – Os Últimos Serão Os Primeiros

CONSTANTINO
Espírito Protetor, Bordeaux, 1863
            2 – O trabalhador da última hora tem direito ao salário. Mas, para isso, é necessário que se tenha conservado com boa-vontade à disposição do Senhor que o devia empregar, e que o atraso não seja fruto da sua preguiça ou da sua má vontade. Tem direito ao salário, porque, desde o alvorecer, esperava impacientemente aquele que, por fim, o chamaria ao labor. Era trabalhador, e apenas lhe faltava o que fazer.
            Se tivesse, entretanto, recusado o trabalho a qualquer hora do dia; se tivesse dito: “Tenham paciência; gosto de descansar. Quando soar a última hora, pensarei no salário do dia. Que me importa esse patrão que não conheço e não estimo? Quanto mais tarde, melhor!” Nesse caso, meus amigos, não receberia o salário do trabalho, mas o da preguiça.
            Que dizer, então, daquele que, em vez de simplesmente esperar, tivesse empregado as suas horas de trabalho para cometer estrepolias? Que tivesse blasfemado contra Deus, vertido o sangue de seus semelhantes, perturbado as famílias, arruinado homens de boa-fé, abusado da inocência? Que tivesse, enfim, se lançado a todas as ignomínias da humanidade? O que será dele? Será suficiente dizer, à última hora: “Senhor usei mal o meu tempo; empregai-me até o fim do dia, para que eu faça um pouco, um pouquinho que seja da minha tarefa, e pagai-me o salário do trabalhador de boa-vontade!”? Não, não! Porque o Senhor lhe dirá: “Não tenho agora nenhum trabalho para ti. Esperdiçaste o teu tempo, esqueceste o que havias aprendido, não sabes mais trabalhar na minha vinha. Cuida, pois, de aprender de novo, e quando te sentires mais bem disposto, vem procurar-me e te franquearei as minhas terras, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia”.
            Bons espíritas, meus bem-amados, todos vós sois trabalhadores da última hora. Bem orgulhoso seria o que dissesse. “Comecei o trabalho de madrugada e só o terminarei ao escurecer”. Todos vieram quando chamados, uns mais cedo, outros mais tarde, para a encarnação cujos grilhões carregais. Mas há quantos e quantos séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que aceitásseis o convite? Eis chegado, agora, o momento de receber o salário. Empregai bem esta hora que vos resta. Não vos esqueçais de que a vossa existência, por mais longa que vos pareça, não é mais do que um momento muito breve na imensidade dos tempos que constituem para vós a eternidade.

*
HENRI EINE
Paris, 1863
            3 – Jesus amava a simplicidade dos símbolos. Na sua vigorosa expressão, os trabalhadores da primeira hora são os Profetas, Moisés, e todos os iniciadores que marcaram as diversas etapas do progresso, continuadas através dos séculos pelos Apóstolos, os Mártires, os Pais da Igreja, os Sábios, os Filósofos, e, por fim, os Espíritas. Estes, que vieram por último, foram entretanto anunciados e preditos desde o advento do Messias. Receberão, pois, a mesma recompensa. Que digo? Receberão uma recompensa maior. Últimos a chegar, os Espíritas aproveitam o trabalho intelectual dos seus antecessores, porque o homem deve herdar do homem, e porque os trabalhos e seus resultados são coletivos: Deus abençoa a solidariedade.
            Muitos dos antigos revivem hoje, ou  reviverão amanhã, para acabar a obra que haviam começado. Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo, e de um divulgador da fé cristã se encontram, entre vós. Ressurgem mais esclarecidos, mais adiantados, e já não trabalham mais nos fundamentos, mas na cúpula do edifício. Seu salário será, portanto, proporcional ao mérito da obra.
            A reencarnação, esse belo dogma, eterniza e precisa a filiação espiritual. O Espírito, chamado a prestar contas do seu mandato terreno, compreende a continuidade da tarefa interrompida, mas sempre retomada. Vê e sente que apanhou no ar o pensamento de seus antecessores. Reinicia a luta, amadurecido pela experiência, para ainda mais avançar. E todos, trabalhadores da primeira e da última hora, de olhos bem abertos sobre a profundidade da Justiça de Deus, não mais se queixam, mas se põem a adorá-lo.
            Este é um dos verdadeiros sentidos dessa parábola, que encerra, como todas as que Jesus dirigiu ao povo, as linhas do futuro, e também, através de suas formas e imagens, a revelação dessa magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no universo, dessa solidariedade que liga todos os seres atuais ao passado e ao futuro.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

Obediência

Em sua Carta aos Hebreus, o Apóstolo Paulo de Tarso escreveu sobre a obediência de Jesus a Deus.
Salientou que o Cristo manifestou Sua submissão à vontade do Criador até o extremo sacrifício.
E que, após a crucificação, tornou-se o meio de salvação para todos os que O seguissem.
*   *   *
É interessante refletir a respeito da obediência.
Todos obedecemos a alguém ou a alguma coisa. Vivemos no mundo, sujeitos a normas e regras que nos ditam a maneira adequada de nos conduzirmos, de agirmos.
Obedecemos a normas a toda hora: no trânsito, na profissão, na escola, na sociedade, no trato com os outros.
Contudo, muitos de nós não conseguimos entender que o respeito às leis constitui virtude e traz benefícios para nós mesmos.
Não entendemos a necessidade de nos submetermos com dignidade ao cumprimento dos deveres que a vida nos apresenta.
Ressentimo-nos com os encargos que nos competem e buscamos abandoná-los.
Com essa atitude, atendemos aos impulsos inferiores da natureza e, por resistirmos ao trabalho íntimo de autoelevação, nos tornamos rebeldes.
Quase sempre, em nosso coração, transformamos a obediência que, no dizer do Apóstolo, nos salvaria, na escravidão que nos condena.
O Senhor da Vida estabeleceu as gradações do caminho.
Instituiu a lei do próprio esforço, na aquisição dos supremos valores da vida.
Em Sua extrema bondade, elaborou formosos roteiros para que encontremos a felicidade e nos plenifiquemos.
Determinou que o homem, para ser verdadeiramente livre, aceite os Seus sagrados desígnios.
Contudo, frequentemente, preferimos atender à nossa condição de inferioridade e determinamos para nós uma verdadeira escravidão às nossas paixões.
Importante que examinemos atentamente o campo em que desenvolvemos nossas tarefas e nos perguntemos a quem verdadeiramente obedecemos.
Será que estaremos atendendo, em primeiro lugar, às vaidades humanas?
Estaremos, antes e acima de qualquer coisa, agindo conforme as opiniões alheias?
Ou conseguimos acomodar o nosso sentimento no tranquilo cumprimento dos deveres que nos competem?
São frequentes as tentações que o mundo apresenta no caminho de quem deseja viver retamente.
E temos desculpas para quase tudo, seja o abandono do lar, a traição conjugal, a sonegação de impostos ou a pouca dedicação aos filhos.
Sempre é possível achar alguma justificativa, ainda que insignificante, para podermos passar livremente pela porta larga da perdição.
O problema é que nesse processo comprometemos não só a própria dignidade mas também nosso futuro espiritual.
Cada um de nós, através de suas ações, constrói o seu próprio destino e sempre chegará o momento de assumirmos as consequências dos atos praticados.
Em termos morais, não existem atos sem consequências.
O sacrifício das próprias fantasias e vaidades em favor do bem rende plenitude e luz, logo adiante.
Já a vivência de paixões, em clima egoísta, traz uma inevitável cota de dores e desilusões.
Jesus ensinou e exemplificou a vivência do amor, em regime de pureza.
Apenas a obediência aos Seus ensinamentos permite quebrar a escravidão do mundo em favor da libertação eterna.
Pensemos nisso e nos disponhamos a segui-lO, nosso Modelo e Guia.
 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 16, do
livro
Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 18.1.2019.

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...