domingo, 29 de abril de 2018

Professores diferentes

Somos todos instrumentos sagrados nas mãos do Pai amoroso na construção de um mundo melhor e de uma vida mais feliz.
A muitos, Ele delega funções de maternidade e de paternidade para orientar aos filhos. A outros, a tarefa de ilustrar e orientar aos demais.
Para alguns, a missão de medicar, curar, sanar doenças físicas. Para outros, o dom de energizar, inspirar mentes e corações.
Diversos têm a tarefa de sustentar os ânimos, desvendar a fé, a coragem, a confiança. Vários têm a disposição para o socorro amoroso e fiel.
No mundo, as tarefas são múltiplas. Todas importantes: desde os que servem aos que comandam; desde as mentes privilegiadas às pessoas com menos recursos intelectuais.
Todos, onde estivermos e nos dispusermos, somos instrumentos benditos nas mãos do Senhor.
Logicamente teremos que dispor de boa vontade, de desprendimento, de amor ao próximo para que os efeitos de tamanha confiança demonstrem nosso valor.
Porém, a bondade do Senhor permite que aprendamos sempre mais, até mesmo com aqueles companheiros equivocados do caminho, que se nos tornam professores diferentes.
É assim que os que são odientos, atacados de loucura, nos permitem aprender que somente o sentimento de amor é o caminho seguro para se chegar ao Pai.
Por sua vez, as criaturas vingativas, que carregam em si as cadeias do ressentimento, nos acenam com a possibilidade de praticarmos o socorro, através do leve sentimento de perdão.
Sempre que perdoamos ao ofensor, cortamos os liames do sentimento negativo e exalamos paz interior.
Da mesma forma, os irmãos envolvidos pela inveja e pela insatisfação nos ensinam o quanto deveremos nos contentar com o que possuímos e com o que podemos fazer.
Desejar o que não nos pertence nunca nos dará a mesma paz que usufruímos quando a conquista se faz pelo próprio esforço.
E os companheiros que abraçam a senda da maldade como meta de vida, nos convidam a construir a paz que nos leva ao encontro dos bons.
*   *   *
Podemos adquirir sabedoria, a duras penas, coagidos pelo sofrimento que nos dilacera as carnes. Ou com nossos sentimentos nobres, colocados em ação no decorrer da caminhada.
Toda a experiência que vivenciamos, no campo da felicidade ou da infelicidade, pode se tornar preciosa lição, se soubermos bem observar.
A forma como reagimos ou agimos, perante os percalços, determinam resultados que nos infelicitam ou que nos engrandecem os dias.
O bem que assistimos e praticamos nos levará a desejar sempre mais realizações nessa área pelo bem-estar que nos proporciona.
O mal que se espalha, ao nosso redor, sempre terá um resultado de mau aspecto, e nos estimulará a fugirmos em busca de algo que nos beneficie.
Jesus nos recomendou a oração pelos que nos desejam fazer mal, que nos infelicitam e perturbam, como regra de felicidade para nós mesmos.
Amar, perdoar, assistir e colaborar, respaldados na oração sincera, somente nos trará resultados positivos.
Redação do Momento Espírita.
Em 28.4.2018.

sábado, 28 de abril de 2018

Como abençoar nossos filhos

A chamada “Bênção Parental”, consiste na habilidade de derramar as bênçãos de Deus sobre nossos filhos. Como pais e mães, temos o dever de confiar nossos filhos a Deus e nossas orações têm um duplo efeito sobre eles.
“O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz” (Números 6:24-26).
Linda e verdadeira, não é?

Outra Bênção Parental pode ser encontrada no livro de Tobias:
“Que Deus nos céus te proteja no teu caminho e te traga salvo de volta pra mim; que o teu anjo te acompanhe “(Tobias 5:17).
Todas essas orações você pode recitar para seus filhos. Outra maneira simples de fazer isso seria colocar a mão na cabeça dele. Ao fazer isso, você pode rezar qualquer uma das orações acima, ou apenas dizer: “Que Deus o abençoe meu filho”.

Não existe uma fórmula definida para a oração de bênção dos filhos. Ela pode até ser espontânea. O importante é invocar a benção de Deus sobre eles.

Este tipo de bênção é comumente feita na hora de dormir, mas também pode ser aplicada antes de seu filho ir para a escola, embarcar em um ônibus ou fazer uma viagem. Isso lhe dará conforto adicional para saber que Deus está com eles enquanto eles saem de sua casa e um anjo está a seu lado a cada passo do caminho.

Não é fácil ser pai e mãe e ter que ensinar a fé aos filhos. No entanto, com a ajuda de Deus, todas as coisas são possíveis. E eles, um dia, vão te agradecer por isso.

Verdadeira prova de amor

Um senhor de idade chegou a um consultório médico, para fazer um curativo na sua mão, na qual havia um profundo corte. E muito apressado pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso.

O médico que o atendia, curioso perguntou o que tinha de tão urgente para fazer.

O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava em um lar para idosos, com mal de Alzheimer muito avançado.

O médico muito preocupado com o atraso do atendimento disse:
– Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora?

No que o senhor respondeu:
– Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos que não me reconhece mais.

O médico então questionou:

– Mas então para quê tanta pressa, e necessidade em estar com ela todas as manhãs, se ela já não o reconhece mais?

O velhinho então deu um sorriso e batendo de leve no ombro do médico e respondeu:
– Ela não sabe quem eu sou… Mas eu sei muito bem quem ela é!
O médico teve que segurar suas lágrimas enquanto pensava…

O verdadeiro AMOR, não se resume ao físico, nem ao romântico…

O verdadeiro AMOR é aceitação de tudo que o outro é…

De tudo que foi um dia… Do que será amanhã… e do que já não é mais!

Caridade

Caridade não é tão somente a Divina Virtude, é também o sistema contábil do Universo, que nos permite a felicidade de auxiliar para sermos auxiliados.

Deus, que nos auxilia sempre, permite-nos possuir, para que aprendamos também a auxiliar.
...em verdade, devemos a Deus tudo o que temos, mas possuímos o que damos.

Chico Xavier - Emmanuel

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Não Julgueis Para Não Serdes Julgados

NÃO JULGUEIS PARA NÃO SERDES JULGADOS. AQUELE QUE ESTIVER SEM PECADO QUE ATIRE A PRIMEIRA PEDRA

            11 – Não julgueis, pois, para não serdes julgados; porque com o juízo que julgardes os outros, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. (Mateus, VII: 1-2).

            12 – Então lhe trouxeram os escribas e os fariseus uma mulher que fora apanhada em adultério, e a puseram no meio, e lhe disseram: Mestre, esta mulher foi agora mesmo apanhada em adultério; e Moisés, na Lei, mandou apedrejar a estas tais. Qual é a vossa opinião sobre isto? Diziam pois os judeus, tentando-o, para o poderem acusar. Jesus, porém, abaixando-se, pôs-se a escrever com o dedo na terra. E como eles perseveraram em fazer-lhes perguntas, ergueu-se Jesus e disse-lhes: Aquele dentre vós que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra. E tornando a abaixar-se, escrevia na terra. Mas eles, ouvindo-o, foram saindo um a um, sendo os mais velhos os primeiros. E ficou só Jesus com a mulher, que estava no meio, em pé. Então, erguendo-se, Jesus lhe disse: Mulher, onde estão os que te acusavam? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor. Então Jesus lhe disse: Nem eu tampouco te condenarei; vai, e não peques mais. (João, VIII: 3-11).

            13 – “Aquele que estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra”, disse Jesus. Esta máxima faz da indulgência um dever, pois não há quem dela não necessite para si mesmo. Ensina que não devemos julgar os outros mais severamente do que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar nos outros os que nos desculpamos em nós. Antes de reprovar uma falta de alguém, consideremos se a mesma reprovação não nos pode ser aplicada.
            A censura de conduta alheia pode ter dois motivos: reprimir o mal, ou desacreditar a pessoa cujos atos criticamos. Este último motivo jamais tem escusa, pois decorre da maledicência e da maldade. O primeiro pode ser louvável, e torna-se mesmo um dever em certos casos, pois dele pode resultar um bem, e porque sem ele o mal jamais será reprimido na sociedade. Aliás, não deve o homem ajudar o progresso dos seus semelhantes? Não se deve, pois, tomar no sentido absoluto este princípio: “Não julgueis para não serdes julgados”, porque a letra mata e o espírito vivifica.
            Jesus não podia proibir de se reprovar o mal, pois ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez em termos enérgicos. Mas quis dizer que autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia. Tornar-se culpável daquilo que se condena nos outros é abdicar dessa autoridade, e mais ainda, arrogar-se arbitrariamente o direito de repressão. A consciência íntima, de resto, recusa qualquer respeito e toda submissão voluntária àquele que, investido de algum poder, viola as leis e os princípios que está encarregado de aplicar. A única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo. É o que resulta evidentemente das palavras de Jesus.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

Pecado por Pensamento e Adultério


Pecado por Pensamento e Adultério

            5 – Ouvistes que foi dito aos antigos: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo que todo o que olhar para uma mulher, cobiçando-a, já no seu coração adulterou com ela. (Mateus, V: 27-28).

            6 – A palavra adultério não deve ser aqui entendida no sentido exclusivo de sua acepção própria, mas com sentido mais amplo. Jesus a empregou freqüentemente por extensão, para designar o mal, o pecado, e todos os maus pensamentos, como, por exemplo, nesta passagem: “Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e de minhas palavras, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vierem na glória de seu Pai, acompanhado dos santos anjos”. (Marcos, VIII: 38).
            A verdadeira pureza não está apenas nos atos, mas também no pensamento, pois aquele que tem o coração puro nem sequer pensa no mal. Foi isso que Jesus quis dizer, condenando o pecado, mesmo em pensamento, porque ele é um sinal de impureza.
            7 – Este princípio leva-nos naturalmente a esta questão: Sofrem-se as conseqüências de um mau pensamento que não se efetivou?
            Temos de fazer aqui uma importante distinção. À medida que a alma, comprometida no mau caminho, avança na vida espiritual, vai-se esclarecendo, e pouco a pouco se liberta de suas imperfeições, segundo a maior ou menor boa-vontade que emprega, em virtude do seu livre arbítrio. Todo mau pensamento é portanto o resultado da imperfeição da alma. Mas, de acordo com o desejo que tiver de se purificar, até mesmo esse mau pensamento se torna para ela um motivo de progresso, porque o repele com energia. É o sinal de uma mancha que ela se esforça por apagar. Assim, não cederá à tentação de satisfazer um mau desejo, e após haver resistido, sentir-se-á mais forte e contente com a sua vitória.
            Aquela que, pelo contrário, não tomou boas resoluções, ainda busca a ocasião de praticar o mau ato, e se não o fizer, não será por não querer, mas apenas por falta de circunstâncias favoráveis. Ela é, portanto, tão culpada, como se o houvesse praticado.
            Em resumo: a pessoa que nem sequer concebe o mau pensamento, já realizou o progresso; aquela que ainda tem esse pensamento, mas o repele, está em vias de realizá-lo; e por fim, aquela que tem esse pensamento e nele se compraz, ainda está sob toda a força do mal. Numa, o trabalho está feito; nas outras, está por fazer. Deus, que é justo, leva em conta todas essas diferenças, na responsabilidade dos atos e dos pensamentos do homem.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

Salário Ideal

Você está satisfeito com o seu salário?
Provavelmente não, pois são contínuas as reclamações a respeito da baixa remuneração que, como dizem, não dá para nada.
Ouve-se dizer que o dinheiro que se ganha, ao final do mês, mal dá para quitar débitos anteriormente assumidos.
O estranho em tudo isso é que, se as reclamações pela melhoria dos salários provêm de todas as classes trabalhistas, o que se verifica em questão de qualidade de trabalho é quase o caos.
Não se percebe, falando de forma generalizada, que as pessoas se preocupem em realizar bem a sua tarefa.
Contrata-se um jardineiro para colocar em ordem o jardim. E o que se obtém é uma poda mal feita, grama mal aparada e a terra mal espalhada pelos canteiros.
Entrega-se uma criança aos cuidados de uma babá e se percebe a má vontade com que segue os passos vacilantes do pequeno, inquieto e vivaz.
Recomenda-se um idoso enfermo a determinado atendente e nos surpreendemos com a forma com que ele é tratado, às pressas, sem atentar para detalhes.
Balconistas apressados, servidores desatenciosos, vendedores impacientes.
Em todos os lugares nos deparamos com criaturas que somente pensam em olhar para o relógio, no aguardo do final do expediente, atendendo suas tarefas com descuido e até desleixo.
À conta disto, decai a qualidade e trabalhos contratados são concluídos e entregues de forma afoita.
Se digno é o trabalhador do seu salário, como nos alerta o Evangelho, é também muito justo que o trabalhador execute o seu trabalho com disposição e cuidado.
Que nos custará, na qualidade de jardineiros, atender à poda devidamente, afofar a terra com carinho? Afinal, as plantas dependem de nós.
Quantos minutos despenderemos a mais se nos detivermos, junto ao idoso ou ao enfermo, e estendermos a colcha com cuidado, interessando-nos pelo seu bem-estar?
E poderemos acaso nos dar conta da responsabilidade que é zelar pelos passos de um bebê?
Podemos avaliar o quão emocionante é acompanhar o desenvolvimento de um ser tão pequeno, e vê-lo a cada dia vencer mais um obstáculo?
Não importa qual seja nossa profissão, qual seja a nossa tarefa.
O que importa, e muito, é que a realizemos com amor, aprimorando-nos na sua execução.
Quer se trate de lavar uma simples peça de roupa ou lidar com sofisticados aparelhos computadorizados, é necessário que nos conscientizemos de que, tanto quanto desejamos receber dos demais o melhor, compete-nos doar o melhor.
Portanto, antes de prosseguirmos a reclamar da nossa remuneração, revisemos a qualidade dos nossos serviços.
Preocupemo-nos muito mais em nos tornarmos excelentes profissionais, o que significa criaturas responsáveis, ativas, competentes.
*   *   *
Sejam quais forem as tuas possibilidades sociais ou econômicas, trabalha!
O trabalho é, ao lado da oração, o mais eficiente antídoto contra o mal, porquanto conquista valores incalculáveis com que o Espírito corrige as imperfeições e disciplina a vontade.
 
Redação do Momento Espírita, com pensamento final
 do verbete
Trabalho, do livro Repositório de sabedoria,
v. 2, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 23.4.2018.

Um minuto apenas

Lúcia era uma mulher feliz. Como poucas, acreditava.
Casada com o homem por quem se apaixonara nos verdes anos da adolescência, vivia o sonho da mulher realizada. Um filho lhe viera coroar a felicidade.
Que mais ela poderia desejar?
Acordava pela manhã e saudava o dia cantarolando. Com alegria realizava as tarefas do lar, cuidava do filho, aguardava o marido.
Tudo ia muito bem. Até o dia em que descobriu que o homem que tanto amava, a traía. E não era de agora. O problema vinha tomando corpo de algum tempo.
Magoada, se dirigiu ao marido. Exigiu-lhe e falou-lhe de respeito.
A resposta foi brutal, violenta. O homem encantador tornou-se raivoso, briguento. Chegou a lhe bater.
Foi nesse dia que Lúcia teve a certeza de que seu casamento acabara. Era o cúmulo.
Não poderia prosseguir a viver com alguém que chegara à agressão física.
Então, acordou na manhã de tristeza, depois de uma noite de angústia e tomou uma séria decisão.
Iria se matar. Acabar com a própria vida. Mais do que isto. Ela desejava vingança.
Por isso, tomou o filho de quatro anos pela mão e decidiu que o mataria. Queria que o marido ficasse com drama de consciência.
Seu destino era o Farol da Barra, na cidade de Salvador, na Bahia, onde residia. Ela sabia que era um local onde o mar batia com violência no penhasco.
A rua por onde transitava era movimentada. Muitos carros. Enquanto aguardava para atravessar a rua, a criança lhe escapou das mãos e correu, entre os carros. Ela se desesperou.
Estranho paradoxo. Conduzia a criança pela mão e tencionava jogá-la do penhasco ao mar para que morresse.
Mas, quando a vê correr perigo, esquecida de si mesma, vai-lhe ao encontro, agarra-a, até um pouco raivosa. Puxa-­a pela mão.
Neste momento, a criança se abaixa, alheia a tudo que se passava, e recolhe do chão um papel.
Lúcia o arranca das mãos do pequeno e um título, em letras grandes, lhe chama a atenção: Um minuto apenas.
Ela lê: Num minuto apenas, a tormenta acalma, a dor passa, o ausente chega. O dinheiro muda de mão, o amor parte, a vida muda.
Vai andando, puxando a criança e lendo a página. Era uma página mediúnica que vinha assinada por um Espírito.
Ela terminou de ler. Passou o ímpeto. Em um minuto. Parou, olhou ao redor e verificou que tinha chegado ao seu destino. O penhasco estava próximo. Sentou-se e teve uma crise de choro.
O impulso de se matar havia desaparecido. Tornou a ler a mensagem. Ela se recordou de um senhor que era espírita e trabalhava no banco, no mesmo onde seu marido trabalhava.
Foi para casa. Lembrou que um dia, jantando em casa dele, ele falara algo sobre espiritismo. Algo que ela e o marido, por terem outra formação religiosa, rechaçaram de imediato.
Ela lhe telefonou, pediu-lhe orientação e ele a encaminhou a um centro espírita.
Atendida por companheiro dedicado, que lhe ouviu os gritos da alma aflita, passou a buscar na oração sincera, na leitura nobre, no passe reconfortante, as necessárias forças para superar a crise.
O marido, notando-lhe a mudança, a calma, no transcorrer dos dias, a seguiu em uma das suas saídas do lar. Desconfiado, adentrou ele também à casa espírita. Para descobrir uma fonte de consolo e esclarecimento.
Hoje, ambos trabalham na seara espírita. Reconstituíram sua vida, refizeram-se. Os anos rolaram. O garoto é um adolescente e mais dois filhos se somaram a ele.
*   *   *
Mudança de rumo. A vida muda. Em um minuto apenas. Em um minuto apenas Deus providencia o socorro.
Pode ser um coração atento, uma mão amiga ou um pedaço de papel impresso caído na calçada. Papel que o vento não levou para longe.
Um minuto apenas e o amor volta. A esperança renasce. Um minuto apenas e o sol rompe as nuvens, clareando tudo.
Não se desespere. Espere. Um minuto apenas. O socorro chega. O panorama se modifica. A vida refloresce.
Tenha paciência. Não se entregue à desesperança. Aguarde. Enquanto você sofre, Deus providencia o auxílio.
Aguarde. Um minuto apenas. Sessenta segundos. Uma vida.
Um minuto a mais...
*   *   *
Em um minuto apenas, a Misericórdia Divina se derrama, cheia de bênçãos, nas vielas escuras dos passos humanos. Corrige, saneia, repara, transformando-as em estradas luminosas no rumo da vida maior.
 Redação do Momento Espírita, com base no cap. 24, do livro
O semeador de estrelas, de Suely Caldas Schubert, ed. LEAL.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 1, ed. FEP.
Em 26.4.2018.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Guerra no trânsito

Se perguntássemos às pessoas se apreciam as guerras, certamente nos responderiam que as abominam.
No entanto, se não houvesse guerreiros, as guerras fatalmente não se realizariam.
Prova evidente disso são as guerras no trânsito, que tantas e tantas vítimas têm feito no mundo inteiro.
São pais e mães de família que, sob a aparente proteção de um veículo, sentem-se invencíveis e fazem do automóvel um tanque de guerra.
Isso nos faz lembrar uma passagem narrada na Revista Seleções. Um motorista desses que estão sempre apressados, dirigia seu carro agressivamente e insultava todos que estavam à sua frente.
Agia como se todos tivessem a obrigação de lhe ceder passagem.
Um sobrinho de 6 anos que estava no banco de trás, ouvindo o tio dizer a um que tirasse a carroça de sua frente, a outro perguntar se estava dormindo no volante, entre outros xingamentos, perguntou:
Tio Bob, por que você permite que as pessoas trafeguem pela "sua" rua?
Tio Bob teve um choque. Diminuiu a velocidade e começou a refletir no que acabara de ouvir da boca de uma criança, fruto da observação do seu comportamento.
Deu-se conta de que realmente estava agindo como se fosse o dono da rua. E o que era pior, ele era uma lição viva ao sobrinho que estava atento a todos os seus movimentos.
Daquele dia em diante, tio Bob adotou o propósito de nunca mais dirigir como se a rua lhe pertencesse.
*   *   *
Se nós somos daqueles motoristas nervosos, sempre irritados com tudo e com todos, aliviemos um pouco o pé do acelerador e reflitamos sobre a nossa postura.
Além do inconveniente de sermos um exemplo vivo de intolerância e incúria para os que nos observam, há o agravante de fomentarmos as guerras no trânsito.
Quantos motoristas que, por falta de prudência e paciência, jazem inermes nas rodovias, nas ruas ou calçadas. Ou fazem vítimas fatais, ou provocam sequelas irreversíveis em outras pessoas.
Já é tempo de refletirmos em torno dessas questões que a todos nos interessam.
É tempo de mudar o comportamento equivocado de declarar guerra aos demais motoristas que, como nós, necessitam enfrentar o trânsito cada vez mais disputado.
Se sabemos que o trânsito se faz lento em determinadas horas do dia, saiamos mais cedo. Calculemos melhor o tempo que levaremos para nos deslocar de um lugar a outro. E, ainda, lembremos que é melhor perder um minuto na vida do que a vida num minuto.
Antes de xingar alguém no trânsito, pensemos que talvez a pessoa mereça nossas melhores vibrações por ser alguém visitado pela dor, pela enfermidade. Ou quiçá seja alguém que esteja a caminho do hospital, levando consigo um enfermo grave, uma criança em pranto ou outra dificuldade qualquer.
Seja qual for a situação, jamais nos arrependeremos por mantermos a paciência e a tolerância no trânsito.
*   *   *
A ação precipitada, sem a necessária prudência, invariavelmente engendra desacertos e aflições sem nome, conduzindo o aturdido aos despenhadeiros do insucesso, em cuja rampa o remorso chega tardio.

Redação do Momento Espírita com base no verbete Pensamento e no verbete Precipitação, do livro
Repositório de sabedoria, v. 2,  pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. Leal e em artigo publicado na revista Seleções Reader’s Digest, de nov/1993.
Em 25.02.2009.

Herói Maior

Ocorreu há algum tempo. Personalidade nacional famosa sofreu um acidente com seu filho de apenas seis anos de idade.
Durante mais de dez horas ficaram aguardando socorro, em um quase pântano.
O pai, bastante ferido, tranquilizou o filho dizendo-lhe que Papai do Céu iria dizer às pessoas onde eles haviam caído. Que ele não ficasse com medo. Logo estariam salvos.
A fome e a sede se instalaram. A noite chegou. O medo do garoto aumentou.
No cair da noite, ele afirmou que estava zangado com Papai do Céu. Afinal, ele não tinha contado para ninguém onde eles estavam. O socorro não havia chegado.
Finalmente, ambos foram resgatados. O garoto, ileso. Nada além de bastante assustado.
Nas entrevistas que se seguiram, o pai adjetivou o comportamento do menino de seis anos como o de um verdadeiro herói.
Foi ele quem auxiliou o pai a mover o corpo, procurou água em meio à lama e até providenciou um galho para afastar eventuais urubus que viessem atacar seu pai.
É que o sangue que jorrava do corte na sua testa poderia atraí-los.
O menino, passado o perigo, voltou a pular e saltar. Na escola contou sua aventura.
Lamentou não ter nenhum arranhão para referendar que o que estava narrando era verdadeiro.
A nota mais importante, em todo o episódio, no entanto, ficou mesmo por conta do garoto vivo e peralta.
Ao ser indagado por um jornalista a respeito de quem era o seu herói, desde que ele mesmo assim era considerado, esperou-se que ele apontasse o pai, por dois motivos.
Pai é sempre herói para o filho. Nesse caso, acresce o fato dele ser famoso internacionalmente.
Entretanto, sem titubear um momento sequer, ele exclamou: Meu herói é Papai do Céu!
*   *   *
Oxalá pudessem nossos filhos ter este conceito. E nós mesmos. Conceito que é afirmação de fé.
Fé de quem sabe que é Deus que nos governa a vida, sustenta as horas e dispensa bênçãos.
Deus Pai que nos ama e cujo amor se manifesta no hálito à vida.
Vida que permite a uma débil raiz a força para fender a rocha ou extrair do interior da terra o perfume da flor. O sabor do fruto.
Deus Pai que nos criou Espíritos, fadados à perfeição. Que estabeleceu o processo da reencarnação, a fim de que, através de inúmeras etapas, realizemos experiências evolutivas, desdobrando os germes que dormem em nosso íntimo, até se agigantarem na glória do bem.
Em qualquer circunstância, pois, não nos esqueçamos do amor de Deus, que se estende sobre todos nós.
Você sabia?
Você sabia que o amor de Deus é o programador perfeito para a exuberância infinita das galáxias?
Que é o Seu amor que dá equilíbrio ao cosmo, com tal precisão que extasia a mente humana, que apenas começa a compreender as leis de sustentação e de ordem vigentes em toda parte?

Redação do Momento Espírita, com base em artigo daRevista Isto é, nº 1459 e no cap. 25, do livro Filho de Deus,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco,  ed. LEAL.
Em 17.4.2018.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Autismo - na visão espírita

Como as cores do prisma que degrada a luz solar, as diferenças entre as pessoas marcam a beleza da individualidade humana.

Entre todas as diferenças, está o autismo, que ama em silêncio e luta como um símbolo a mais contra a indiferença de uma sociedade acostumada a olhar o próximo sem compreender sua integridade. Assim se expressa o Dr. Juan Danilo Montilla, estudioso dedicado dessa síndrome malcompreendida que se vem tornando quase pandêmica.

Incompreendida no passado remoto e diagnosticada posteriormente como esquizofrenia, a partir de 1970, em razão de o nobre Dr. Hans Asperger haver sido pai de gêmeos portadores do distúrbio, mediante a observação do atraso do desenvolvimento da linguagem, estudou-o profundamente, buscando encontrar a sua gênese, assim como a melhor terapêutica.

Em 1981, a psiquiatra Lorna Wing, em homenagem a esse notável pesquisador, referiu-se pela primeira vez à síndrome de Asperger.

Curiosamente, a Dra. Wing era mãe de uma menina autista...

O autista invariavelmente não gosta de ser tocado, evita fitar as pessoas, tendo quase sempre a cabeça baixa e as reações compatíveis com a sua problemática em razão da ausência de sociabilidade, reagindo a distúrbios sonoros, a multidão, etc.

Sob o aspecto da Doutrina Espírita, podemos considerar a problemática do autismo como sendo uma provação para o paciente, que estaria recuperando-se de delitos praticados em existências passadas, assim como os seus familiares, especialmente os pais.

Mediante as limitações experimentadas e os sofrimentos pertinentes, o espírito endividado refaz-se e liberta-se da carga aflitiva a que se encontra jungido, tornando-se, desta forma, uma verdadeira bênção.

Outrossim, pode ser uma experiência iluminativa solicitada pelo próprio espírito, a fim de contribuir em favor de estudos científicos que irão beneficiar outros, ao mesmo tempo um esforço pessoal para o maior crescimento sociopsicológico.

No primeiro caso, podem ocorrer transtornos obsessivos, produzidos pelas vítimas de existência anterior, que se comprazem em piorar o quadro de sofrimentos, levando o paciente à agressividade, ao mutismo e a estados de aparente esquizofrenia.

O Espiritismo dispõe de terapias valiosas: passes, água fluidificada, desobsessão, conversação paciente e edificante, música suave, conforme a sua reação ao ouvir e muita perseverança do amor para que o mesmo sinta-se aceito e confiante.

DIVALDO P. FRANCO
Professor, médium e conferencista

Vós sois deuses

Vós sois deuses, lembrou-nos o Mestre de Nazaré, referindo-se à nossa condição de seres imortais.
Podeis fazer tudo que faço e muito mais, acrescentou ainda.
Recordamos-lhe a vida e O vemos andando pelas estradas, atendendo o povo, sem cansaço.
O povo, a Sua paixão. Onde se manifestasse a dor, ei-lO a espalhar o consolo.
Ele adentra Naim e deparando-se com um cortejo fúnebre que levava ao sepulcro um corpo jovem, compadece-se da mãe em prantos.
Estanca o passo dos homens e ordena ao moço, que estava em sono letárgico, que se erga, devolvendo-o à mãe, agora em júbilo.
Ele convive com a má-vontade e a ignorância dos homens. Ouve as perguntas, tolas por vezes, que lhe são dirigidas e as responde, elucidando.
Vai à casa dos apontados como corruptos, serve-se do momento para ensinar o bem, sem macular-se.
Ergue a mulher equivocada de Magdala, convidando-a à reformulação íntima.
Recebe-lhe as demonstrações de carinho e ternura, mas insiste no convite à mudança de atitude.
Imparcial, sempre. Sereno, também.
Devolve a vista ao cego de nascença e lhe recomenda nada dizer a ninguém.
Como se pudesse o beneficiado deter a cascata de alegrias de que se revestiu.
Liberta o homem de Gadara de legião, os Espíritos que o atormentavam.
Aponta diretrizes renovadas à samaritana, no poço de Jacó e lhe possibilita o crescimento espiritual.
Da virtude que emana de Seu Espírito oferta a cura ao problema hemorrágico da mulher das distantes terras de Cesareia de Felipe.
Entra, triunfante, em Jerusalém, sem, no entanto, prender-se às efêmeras manifestações de júbilo com que o recebe o povo.
Podeis fazer muito mais...
*   *   *
Obediente à afirmação do Cristo, Albert Schweitzer embrenhou-se no coração da África equatorial francesa e se dedicou aos seus irmãos negros.
Construiu seu hospital do nada, praticamente com as próprias mãos. Tudo para atender os pacientes africanos atacados de todas as doenças, desde lepra até elefantíase.
Foi-lhes médico, pastor, professor. Suportou-lhes a ignorância que os fazia comer os unguentos receitados para enfermidades da pele.
Ou beber de uma vez o vidro de medicamento destinado a durar semanas. Ou quando tentavam envenenar outros internados.
Quando o silêncio descia sobre o resto do acampamento, ele trabalhava até meia-noite ou mais tarde ainda, escrevendo ou respondendo cartas.
Quando partiu para a África, Schweitzer pensou que estava abandonando para sempre as coisas que lhe eram mais caras: a arte e o ensino.
Mas sempre teve um piano consigo e assim pôde manter em dia sua música. Suas gravações de Bach em órgão obtiveram grande êxito.
Cada vez que voltava à civilização, fazia uma longa série de conferências, tendo sido homenageado por inúmeras universidades.
Além disso, trabalhando à noite, manteve uma produção literária constante.
Os homens lhe reconheceram a grandeza. Ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1952.
Vós sois deuses... Podeis fazer muito mais...
Schweitzer fez. Que podemos nós realizar?
Pensemos nisso.
 Redação do Momento Espírita, com transcrição
do
Evangelho de João, cap. 10, versículo 34 e
 cap. 14, versículo 12.
Em 9.4.2018.

A Carne é fraca

Quando alguém procura uma desculpa para justificar suas fraquezas, é comum ouvirmos a afirmativa de que a carne é fraca.
A culpa, portanto, é da carne, ou seja, do corpo físico.
Esse é um assunto que merece mais profundas reflexões.
Hahnemann, criador da medicina homeopática, fez a seguinte afirmativa:
O corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao espírito. A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade?
Sábia consideração essa, pois encerra grandes verdades.
Culpar o corpo pelas nossas fraquezas equivaleria a culpar a roupa que estamos usando por um acesso de cólera.
Quando a boca de um guloso se enche de saliva diante de um prato apetitoso, não é a comida que excita o órgão do paladar, pois sequer está em contato com ele.
É o Espírito, cuja sensibilidade é despertada, que atua sobre aquele órgão através do pensamento.
Se uma pessoa sensível facilmente verte lágrimas, não é a abundância das lágrimas que dá a sensibilidade ao Espírito, mas precisamente a sensibilidade desse que provoca a secreção abundante das lágrimas.
Assim, um homem é músico não porque seu corpo seja propenso à musicalidade, mas porque seu Espírito é musicista.
Como podemos perceber, a ação do Espírito sobre o corpo físico é tão evidente que uma violenta comoção moral pode provocar desordens orgânicas.
Quando sofremos um susto, por exemplo, logo em seguida vem a sudorese, o tremor, a diarreia.
Outras vezes, um acesso de ira pode provocar dor de cabeça, taquicardia, e até mesmo deixar manchas roxas pelo corpo.
Quanto às disposições para a preguiça, a sensualidade, a violência, a corrupção, igualmente não podem ser lançadas à conta da carne, pois são tendências radicadas no Espírito imortal.
Se assim não fosse, seria fácil, pois não teríamos nenhuma responsabilidade pelos nossos atos, desde que, uma vez enterrado o corpo, com ele sumiriam todas as fragilidades e os equívocos cometidos.
Toda responsabilidade moral dos atos da vida física competem ao Espírito imortal. Nem poderia ser diferente.
Assim, quanto mais esclarecido for o Espírito, menos desculpável se tornam as suas faltas, uma vez que, com a inteligência e o senso moral, nascem as noções do bem e do mal, do justo e do injusto.
*   *   *
Todos nós, sem exceção, possuímos na intimidade a centelha divina, a força capaz de conter os impulsos negativos e fazer vibrar as emoções nobres que o Criador depositou em nós.
Fazendo pequenos esforços conquistaremos a verdadeira liberdade, a supremacia do Espírito sobre o corpo. E só então entenderemos porque Jesus afirmou: Vós sois deuses, podereis fazer o que eu faço, e muito mais.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. VII do livroO céu e o inferno, de Allan Kardec, ed. FEB e no livro Hahnemann,
o apóstolo da medicina espiritual, de Hermínio C. Miranda, ed. CELD.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 3, ed. FEP.
Em 16.4.2018.

domingo, 8 de abril de 2018

Destino da Terra e Causa das Misérias Humanas

6Admira-se de haver sobre a Terra tantas maldades e tantas paixões inferiores, tantas misérias e enfermidades de toda sorte, concluindo-se que miserável coisa é a espécie humana. Esse julgamento decorre de uma visão estreita, que dá uma falsa ideia do conjunto. È necessário considerar que toda humanidade não se encontra na Terra, mas apenas uma pequena fração dela. Porque a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão, que povoam os inumeráveis mundos do Universo. Ora, o que seria a população da Terra, diante da população total desses mundos? Bem menos que a de um lugarejo em relação a de um grande império. A condição material e moral da humanidade terrena nada tem, pois, de estranho, se levarmos em conta o destino da Terra e a natureza de sua população.
7Faríamos uma ideia muito falsa da população de uma grande cidade, se a julgássemos pelos moradores dos bairros mais pobres e sórdidos. Num hospital, só vemos doentes e estropiados; numa galé, vemos todas as torpezas, todos os vícios reunidos; nas regiões insalubres, a maior parte dos habitantes são pálidos, fracos e doentes. Pois bem: consideremos a Terra como um arrabalde, um hospital, uma penitenciária, um pantanal, porque ela é tudo isso a um só tempo, e compreenderemos porque as suas aflições sobrepujam os prazeres. Porque não se enviam aos hospitais as pessoas sadias, nem às casas de correção os que não praticam crimes, e nem os hospitais, nem as casas de correção, são lugares de delícias.
                Ora, da mesma maneira que , numa cidade, toda a população não se encontra nos hospitais ou nas prisões, assim a humanidade inteira não se encontra na Terra. E como saímos do hospital quando estamos curados, e da prisão quando cumprimos a pena, o homem sai da Terra para mundos mais felizes, quando se acha curado de suas enfermidades morais.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

Extinção do Mal

Livro: Brilhe vossa Luz - Bezerra de Menezes & Francisco Cândido Xavier



Na didática de Deus, o mal não é recebido com a ênfase que caracteriza muita gente na Terra, quando se propõe a combatê-lo.
Por isso, a condenação não entra em linha de conta nas manifestações da Misericórdia Divina.
Nada de anátemas, gritos, baldões ou pragas.
A Lei de Deus determina, em qualquer parte, seja o mal destruído não pela violência, mas pela força pacífica e edificante do bem.
A propósito, meditemos.
O Senhor corrige:
    a ignorância: com a instrução; o ódio: com o amor; a necessidade: com o socorro; o desequilíbrio: com o reajuste; a ferida: com o bálsamo; a dor: com o sedativo; a doença: com o remédio; a sombra: com a luz; a fome: com o alimento; o fogo: com a água; a ofensa: com o perdão; o desânimo: com a esperança; a maldição: com a benção.
Somente nós, as criaturas humanas, por vezes, acreditamos que um golpe seja capaz de sanar outro golpe.
Simples ilusão.
O mal não suprime o mal.
Em razão disso, Jesus nos recomenda amar os inimigos e nos adverte de que a única energia suscetível de remover o mal e extingui-lo é e será sempre a força suprema do bem.

terça-feira, 3 de abril de 2018

No exercício da Oração

Quando as dificuldades nos chegam e os problemas se avolumam, é comum lembrarmos que existe um Pai Criador, que a tudo preside.
E a Ele dirigimos rogativas, no sentido de receber auxílio, algo que nos alivie a carga de tribulações que nos pesam aos ombros.
De um modo geral, portanto, o maior número das nossas orações se refere a pedidos a Deus pelas nossas necessidades.
No entanto, a prece, que se traduz também em louvor e gratidão, vai muito além do valor que lhe atribuímos. E tem um alcance que sequer aquilatamos.
Os que estão habituados ao seu exercício, aqueles que a utilizam de forma constante, nos dão exemplos do seu valor.
Certa oportunidade, duas freiras que trabalhavam como missionárias da caridade, na Índia, sob a tutela de Madre Teresa de Calcutá, sofreram um grave problema.
Transitando pelas ruas de Calcutá, viram uma criança sendo atacada por um cão. Sem pensarem em si mesmas, lançaram-se contra o animal, salvando a criança.
Entretanto, raivoso, ele investiu contra elas, mordendo-as na face e nas mãos. Socorridas por terceiros, foram conduzidas de imediato a um hospital.
Contudo, por não disporem do medicamento adequado contra a raiva, foram enviadas a outro hospital e a outro. O medicamento estava em falta e levaria em torno de uma semana para chegar a Calcutá.
Uma das freiras decidiu escrever a um monge tetraplégico que, do seu leito, alimentava com suas preces, o bom ânimo daquelas trabalhadoras.
Em carta comovida, descreveu o ocorrido e a tentativa de conseguirem a medicação adequada para ambas, que deveria tardar mais de uma semana para chegar.
Poderia ser tarde demais para ambas as freiras.
Philippe chamou o superior ao seu quarto e mostrou a carta rogativa. De imediato, foram convocados os demais companheiros e logo, quase uma dúzia deles se entregava à oração.
Era preciso orar e orar muito. Orar por aquelas irmãs que, em nome do amor, haviam exposto suas próprias vidas em perigo.
Era preciso que muitos orassem juntos para que a prece chegasse aos céus. Seria como se fosse necessário chamar a atenção de alguém e para isso se unissem muitas vozes, gritando ao mesmo tempo.
Philippe trazia a oração integrada à sua vida. Desde algum tempo, ele fora convidado a dedicar a sua vida, em benefício do trabalho das missionárias da caridade.
Essa foi uma missão que o Prêmio Nobel da Paz de 1979, Teresa de Calcutá, espalhou pelo mundo.
A quem estivesse retido no leito, impossibilitado de atuar fisicamente, ela convidava a apadrinhar uma das suas missionárias.
Um singular apadrinhamento: orar em sua intenção, diária e constantemente. O propósito era fortalecer, mesmo à distância, a quem se propunha a servir o próximo e auxiliar sem medida.
Dessa forma, Madre Teresa estabeleceu, em todo o mundo, uma extensa rede de orações.
Ela tinha o exato conhecimento dos poderes da prece. Da prece que sustenta, que fortalece, que alimenta a alma e concede energias ao corpo.
Envolver cada uma das suas missionárias nessa corrente poderosa era a sua intenção.
Oração é fortalecimento. Aprendamos a utilizá-la em todos os momentos de nossa vida: na alegria e na tristeza.
No festejar das conquistas e na recepção dos fracassos.
Tentemos e sintamos as energias do Alto nos fortalecerem.
Algo semelhante a receber do Pai Criador constantes abraços e carinhoso envolvimento.

 Redação do Momento Espírita, com dados extraídos
do cap. 32, do livro
Muito além do amor,
de Dominique Lapierre, ed. Salamandra.
Em 3.4.2018.

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Nossa Felicidade

Todos desejamos ser felizes. Todos pensamos alcançar a felicidade. E cada um de nós a idealiza de uma forma.
Ocorre que, nos dias atuais, em que a depressão se tem tornado tão comum, em que mais ouvimos falar de tristezas e de dificuldades, em que encontramos muitas pessoas de cenho carregado, de semblante sombrio, é de nos perguntarmos se existe mesmo essa tal de felicidade.
Muitos falamos dos problemas que precisamos enfrentar, da vida dura que levamos, das horas cansativas que o trabalho profissional nos exige sem, por vezes, a compensação salarial que apreciaríamos ou que nos daria melhores condições de vida.
O noticiário não colabora muito para mudar essa forma de ver a vida, considerando os relatos de cataclismas, que destroçam vidas e acabam com patrimônios construídos a muito esforço.
Ou da violência que alcança, parece, todas as gentes, em todo lugar.
E se vamos nos fixando nesse viés de vicissitudes, próprias de um planeta de provas e expiações, qual o que nos encontramos, natural que acabemos por nos permitir abraçar pela tristeza.
Que o desânimo nos faça curvar os ombros e arrastar os pés, como se tivéssemos uma bola de ferro a eles acorrentada.
No entanto, basta uma olhada rápida para direção diversa para percebermos outro panorama.
Seria como vermos a atmosfera pesada, as nuvens negras escurecendo o céu.
Chegam os ventos em fúria e a água jorra abundante, lavando o ar e penetrando o solo.
A terra sorve com rapidez o líquido precioso e agradece, exalando um característico perfume de terra molhada, que nos chega às narinas.
Dissipada a tempestade, sentimos o ar leve. O céu se oferece claro, o sol se manifesta.
Logo, esquecemos a tormenta de há pouco!
Constatamos que assim também acontece em nossas vidas. Depois de momentos difíceis, descobrimos cores de felicidade em nossos dias.
E, nesse exercício, enumeramos tantas coisas que fazem nossa felicidade.
Damo-nos conta de que somos felizes.
Felizes por termos um corpo que nos permite a mobilidade, que nos permite ouvir, ver, falar.
Felizes por desvendarmos o alfabeto e descobrirmos o segredo das letras que nos narram o belo, o bom, o extraordinário.
Somos felizes por termos um teto, uma família grande ou pequena ou minúscula.
Ou por vivermos sós, mas contarmos com um cão que nos recebe feliz ao chegarmos em casa. Ou por termos um gato para alimentar, uma flor para regar.
Somos felizes por termos quem nos abrace, nos queira bem.
Felizes por termos a capacidade de apreciar um bom filme, um espetáculo de ballet, uma sonata, uma peça de teatro.
Felizes por podermos cantar uma canção, dedilhar um instrumento, soprar uma flauta, imitando o vento.
Indaguemo-nos hoje, agora, o que nos faz felizes. Comecemos a escrever uma lista.
Iremos nos surpreender, com certeza, com a abundância de itens que fazem nossa felicidade tantas vezes no dia, na semana.
Permitamo-nos descobrir essas pequenas grandes felicidades diárias. E, enquanto morrem os acordes da música que compõem a harmonia deste texto, abramos um sorriso dentro d´alma, iluminando este dia.
Redação do Momento Espírita.
Em 30.3.2018.
 

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...