Nestes
dias agitados e que se apresentam ricos de desencanto, de ansiedade, de
loucura, é perfeitamente válido que voltemos a reflexionar em torno de
valores morais e comportamentais que vão ficando à margem...
A
perda de valores ético-morais e a ausência de respeito pelo próximo vêm
transformando a nossa sociedade em diversas tribos de seres primitivos
que se caracterizam pela agressividade e pelo exacerbado egoísmo.
Não
se respeitam os direitos do outro, não se obedecem às leis, escasseiam
os gestos de civilidade e quase todos somos consumidos pelo espírito de
autodefesa, como se pertencêssemos a etnias diferentes que se
detestassem.
Discute-se
mais do que se conversa e armados não perdemos a oportunidade de um
desforço, mesmo quando o motivo não é credor da mínima consideração.
Recordo-me
de um fato curioso em que fui envolvido. Caminhava tranquilamente por
uma das nossas ruas, quando fui atropelado literalmente por um
esportista que corria no passeio fazendo cooper. Chocou-se comigo, porque a sua atenção estava na música que ouvia com audífonos
modernos. Bati na parede, e, quando me recuperei e olhei para o
cidadão, ele se encontrava quase em fúria porque perdera o ritmo a que
se entregava.
Não me permitindo perturbar, disse-lhe: – Desculpe-me, porque estava à sua frente... De outra vez terei muito cuidado, a fim de não ser atropelado... E sorri.
O pseudoatleta desconsertou-se e pediu-me desculpas, reconhecendo-me e perguntando-me: – Você não é o Divaldo Franco? – Sim, respondi-lhe.
E ele, eufórico, concluiu: – É um grande prazer conhecê-lo pessoalmente. Eu também sou espírita...
Fiquei
imaginando se ele sendo espírita, encontrava-se tão agitado, como seria
se não adotasse uma doutrina de paz e solidariedade como é o
Espiritismo.
Nunca será demais uma atitude gentil, compreensiva e fraternal.
O
cansaço que toma grande número de pessoas é mais agitação e ambição de
triunfos vazios na existência sem sentido, do que resultado de ações
nobilitantes.
Necessitamos
de reflexionar em torno do sentido da nossa existência na Terra e
buscar viver conforme os padrões do equilíbrio e da harmonia interior.
Há
poucos dias o Papa Francisco declarou com severidade que a missa era um
culto respeitável, que exigia concentração e não algo turístico para
fotografias...
A falsa necessidade de aparecer como triunfador, realizado nas redes sociais, agridem e aturdem os vencedores de mentira.
Gentileza
para com eles e com todos: um semblante suave, um sorriso afável, um
aperto de mão, um muito obrigado, uma saudação, constituem pequenos
gestos de vida saudável.
Igualmente, ser gentil consigo, evitar intoxicar-se pela ira é recurso para a sociedade melhor.
Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no Jornal A Tarde,
coluna Opinião, de 16.11.2017.
Em 20.11.2017.
Artigo publicado no Jornal A Tarde,
coluna Opinião, de 16.11.2017.
Em 20.11.2017.
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