Banalização do Crime
Anteriormente,
quando tomávamos conhecimento de alguma notícia chocante sobre
homicídio, suicídio, suborno, indignidade de pessoas aparentemente
respeitáveis, autoridades de qualquer jaez, éramos dominados pelo
desencanto e, às vezes, pela compaixão.
Nos
últimos tempos, de tal forma os crimes hediondos se tornaram tão
repetitivos e descritos nos seus detalhes mais escabrosos, em manchetes
espalhafatosas e comentários perturbadores, que estão quase banalizados.
Acostumamo-nos,
cada dia, com os novos escândalos que diminuem de intensidade e levam
ao esquecimento os anteriores, que nos haviam surpreendido de especial
maneira, e já não causam tanto espanto nenhuma tragédia nem desgraça
individual ou coletiva.
Os
avanços tecnológicos das comunicações colocam-nos ao par de quase tudo
que acontece no mundo, especialmente os fenômenos degradantes que
deleitam grande parte da sociedade, dando ideia de que não mais há
esperança de viver-se em harmonia e que os inúmeros séculos de evolução
da ética, da cultura e da civilização foram inúteis.
Predominam
as infâmias e os horrores, enquanto ocorrem, simultaneamente, milhares
de ações que dignificam, que projetam a Humanidade a patamares elevados,
embora quase não comentados. É como se houvesse uma surda ou, talvez,
declarada conspiração contra o bem e o amor, quais se fossem
representação da pequenez, da covardia, de conflitos malcamuflados, que
não merecem consideração.
O
ser humano está destinado à conquista solar. Da brutalidade à
sublimação, prossegue no rumo que lhe está traçado, embora os óbices
daqueles que permanecem sob o impacto da natureza animal em detrimento
da sua natureza espiritual.
A
vitória do amor é inevitável, por ser Deus a sua Fonte inexaurível.
Permanecem na Terra os heróis anônimos da misericórdia, que fomentam o
progresso e oferecem a própria vida em favor do seu próximo,
individualmente e em organizações humanitárias, quais a Cruz Vermelha e
os Médicos Sem Fronteiras.
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