domingo, 30 de abril de 2017

Igreja de São Rufino prece de Francisco de Assis

- Grande Artífice da Verdade!...
Aqui estamos, nesta casa do teu coração, como servos penitentes em busca da perfeição, e queremos
encontrar os meios, que nos fogem da razão.
Pedimos-Te a paz, Senhor, mas que ela não nos venha na feição da preguiça.
Pedimos-Te a luz, mas não permitas, Senhor, que ela nos leve a cruzar os braços no conforto das claridades.
Pedimos-Te, Senhor, que nos ajudes a perdoar, sem nos afastar aqueles ue, por vezes, nos ofenderam.
Pedimos-Te, Grande Força do Universo, Amor, mas muito amor, sem que le exija algo de alguém.
Pedimos-Te, Senhor, que nos dê o pão de cada dia, sem que esse pão nos leve ao egoísmo, e que possamos reparti-lo com os que têm fome.
Pedimos-Te, Senhor, consolação, porém, que nos ajudes também a consolar os tristes e os desesperados, todos os dias.
Pedimos-Te, meu Deus, Deus nosso, que a saúde se instale em nós, mas ue não "nos esqueçamos de ajudar os enfermos.
Pedimos-Te, Senhor, o teto, mas, ajuda-nos a abrir as nossas portas aos sabrigados.
Pedimos-Te a Tua companhia permanente, todavia, ajuda-nos a acompanhar os deserdados, os órfãos, os atormentados, os viciados, os criminosos, os leprosos, os famintos da Tua Luz, porque sabemos que, sem esse convívio, de da nos valerá pedir-Te o que almejamos.
Jesus, abençoa a nossa razão e clareia os nossos sentimentos, no afã de ntirmos a luz da Verdade e multiplicá-la pela presença dos nossos exemplos.
Maria Santíssima, seja a nossa luz, para que o Amor brilhe dentro de nós como o Sol da vida.
Abençoa-nos todos, os nossos familiares, a humanidade inteira, os assaros, os peixes, os animais e a
 
Terra em que vivemos.

FRANCISCO DE ASSIS-JOÃO NUNES MAIA (MIRAMEZ)

Não Somos uma Ilha

Em tudo que fazemos afetamos as pessoas de três modos: alteramos o seu tempo, a sua memória e as suas reações.
Os mínimos comportamentos podem interferir na História da Humanidade.
Quando um índio, em uma tribo isolada da Amazônia, abate um pássaro, ele afeta a História.
O pássaro não porá ovos, que não serão chocados e não gerarão descendentes. Isso afetará o consumo das sementes, dos predadores e toda a cadeia alimentar.
Afetará o ecossistema, a biosfera terrestre. A ausência do pássaro abatido afetará o processo de observação dos biólogos, interferindo em suas pesquisas, seus livros, sua universidade e sua sociedade.
Quando um aluno tem problemas na leitura, perante uma classe e é obrigado a repetir, muitas vezes, o mesmo trecho, sob o deboche dos colegas, registra a experiência.
Isso pode se transformar em um bloqueio da sua inteligência. Pode gerar gagueira, insegurança, afetando de forma drástica seu futuro como pai e como profissional.
Eventualmente, poderá nunca mais conseguir falar em público.
Uma pessoa que se suicida altera o tempo dos amigos e dos parentes.
Ele despedaçará a emoção e a memória deles. Terão lembranças tristes, pensamentos perturbadores que afetarão as suas histórias.
Consequentemente, cada um deles interferirá na história de outras pessoas, alterando o futuro da sociedade.
Quando Hitler se mudou para Viena, em 1908, tinha o objetivo de se tornar um pintor.
Rejeitado pelo professor da Academia de Belas Artes, ele teve afetada a sua afetividade, a sua emotividade.
Tudo isso influenciou sua compreensão do mundo, suas reações, sua luta no partido nazista, sua prisão e seu livro.
O processo interferiu na Segunda Guerra Mundial, afetando a Europa, o Japão, a Rússia, os Estados Unidos.
Os rumos da Humanidade foram alterados.
É possível que, se Hitler tivesse sido aceito na Escola de Belas Artes, tivéssemos um artista plástico medíocre. Mas não um dos maiores sociopatas da História.
Não que a sociopatia de Hitler seria resolvida pelo seu ingresso nas artes, mas poderia ter sido abrandada. Ou até mesmo deixado de se manifestar.
Não somos uma ilha. Somos uma grande família. Uma única espécie.
Dessa forma, cada um de nós é responsável, em maior ou menor proporção, pela violência do mundo, pelo terrorismo, pela fome.
O que fazemos influencia as pessoas que influenciam outras, que alimentam os sistemas e desencadeiam reações.
Somos mutuamente afetados pelas reações uns dos outros.
Assistir a um filme, conversar com um amigo, elogiar alguém, promover um ato cívico, auxiliar a outrem, acolher uma criança, pode mudar pouco ou muito o curso de nossas vidas.
*   *   *
O que fazemos afeta a nossa vida e a de outras pessoas.
Pensemos, assim, em tudo que dizemos e façamos.
Em meio a um incêndio, podemos usar nosso verbo para acalmar as pessoas ou para aumentar o desespero.
Da nossa forma de agir poderão resultar muitas mortes ou muitas vidas salvas.
Pensemos nisso, antes de agir, no próximo minuto.
Somos responsáveis pelo mundo.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 11,
do livro O futuro da Humanidade – a saga de
Marco Polo, de Augusto Cury, ed. Sextante.
Em 27.4.2017

O Poder da Oração

O cérebro, este dínamo gerador de energia psíquica, é também fonte de exteriorização que se espraia, facultando a vitalização ou desequilíbrio na área que focaliza. Externando-se através do pensamento, este se lhe torna o veículo que a potencializa e direciona. Quanto maior for a intensidade mental da idéia, mais poderosa se apresenta a onda em que se movimenta.

Em face dessa realidade, o cultivo dos pensamentos edificantes, pela constituição vibratória de que se reveste, estimula os neurônios cerebrais que produzem substâncias saudáveis e processamentos eletroquímicos, que facilitam as sinapses e viajam pelo sistema circulatório, vitalizando as células e auxiliando-as no processo de mitose harmônica.
Quando estão carregados de pessimismo ou malquerença, de ressentimentos e ódios, produzem moléculas que são eliminadas pelos mesmos neurônios com alto poder destrutivo, que perturbam as comunicações e se alojam no sistema nervoso central e no endócrino, afetando o de natureza imunológica, naquele indivíduo que prossegue na emissão de mensagens tóxicas e perturbadoras, às vezes atingindo a pessoa que esta na mira da sua revolta.

O ato da oração é constituído pelo fixar dos pensamentos nobres e aspirações superiores, produzindo ondas carregadas de amor e de harmonia que mantêm em grande atividade os centros nervosos, que se alimentam de forças e, de imediato exteriorizam as vibrações que atraem os bons espíritos, que acorrem para ajudar, ao tempo em que as canalizam no rumo das Esferas superiores onde são captadas para análise imediata.
Em face do seu conteúdo especial, são potencializadas e retornam ao emissor, proporcionando-lhe vitalização e alegria. ode, dessa forma, a oração ser encaminhada aos Centros espirituais de captação para análise de conteúdo ou direcionar-se para os objetivos a que se destina.

Por isso, a oração pode ser de louvor, quando se expressa em hinos de alegria e de homenagem ao criador, à vida, às ocorrências existenciais; de rogativa, quando revestida pela necessidade que pode ser socorrida pelo Divino Poder, não apenas por quem ora, assim como em favor daquele por quem se intercede, e de gratidão, transformada em júbilo pelo que se tem logrado ou ainda não conseguiu...

A oração inunda de emoções superiores o ser que se lhe entrega ao ministério. Quando é a favor do próximo, encarnado ou no plano espiritual, alcança-o como uma onda de paz, que favorece a reflexão, o despertar da consciência para a responsabilidade, o diminuir das aflições, ensejando o prosseguimento a partir desse momento com diferente disposição emocional e psíquica.

Mesmo quando o beneficiário ignora o recurso que lhe é direcionado, ainda assim é alcançado pela emissão vibratória e experimenta alteração para melhor no quadro do comportamento em que se encontra. Se conhecedor do benefício, gerando sintonia mental, mais se robustece de recursos valiosos, que se transformam em bem-estar, saúde e paz.
Enfermos terminais uns, portadores de doenças degenerativas outros, de distúrbios psicológicos ou psiquiátricos diversos, quando envolvidos pelas ondas benéficas da oração, experimentam sensações favoráveis que, se utilizadas de forma edificante, podem modificar a situação em que se encontram, reiniciando os processos de recuperação ou de diminuição dos seus sofrimentos.

Os desencarnados, por sua vez, sentindo-se recordados e queridos, ao captarem a onda mental que lhes é direcionada, têm diminuídas as angústias e perturbações, reconsiderando a situação em que se encontram e se reanimando, desse modo adquirindo forças e valor para superarem as dificuldades que os afligem, frutos amargos da insensatez a que se entregaram anteriormente.

A onda mental da oração cinde a densa camada da psicosfera deletéria onde respiram aqueles a quem é enviada a mensagem de amor, e qual um raio vigoroso deixa a claridade da sua presença e descarga de energia benéfica de que se faz portadora.

Não elimina, certamente, os débitos, nem seria justo que assim acontecesse, também não impede o insucesso, mas oferece serenidade e confiança para o enfrentamento dos efeitos perniciosos dos atos transatos, trabalhando em favor da mudança da paisagem, que se nimba de diferente conteúdo propiciador de paz e de vitória que devem ser alcançadas, a partir de então. Simultaneamente, aquele que ora se potencializa e irradia ondas de harmonia que envolvem a tudo e a todos quantos lhe estão no campo psíquico ou emocional.

Animais e plantas captam as ondas mentais que lhe são dirigidas, refletindo no comportamento os efeitos saudáveis ou danosos do tipo de vibrações de que se constituem.
No momento em que a criatura humana se conscientizar do poder da oração ou do pensamento nobre, o planeta será beneficiado pela emissão individual e coletiva de orações para recuperá-lo após todas as agressões que tem sofrido pela imprevidência e loucura dos seus habitantes, tornando-se abençoado reduto de regeneração, ao invés de oficina de dolorosas provas e expiações.

O pensamento, portanto, vinculado a Deus, ao bem, ao amor, ao desejo sincero de ajudar, eis a oração que todos podem e devem utilizar, a fim de que a felicidade se instale por definitivo nos corações. Por isso que as formas e as fórmulas utilizadas para a oração se fazem secundárias, sendo indispensável a intenção do orante, cujo propósito estimula o dínamo cerebral a liberar a onda psíquica vigorosa que lhe conduzirá a aspiração.

O hábito de orar, a constância da oração, a elevação do pensamento se transformarão em um estado especial de equilíbrio espiritual, que sustentará o ser em todas e quaisquer ocasiões da sua existência.

Isto, porque, oração é vida, e com Jesus é vida em abundância...

por Manoel Philomeno de Miranda - psicografia do médium Divaldo Pereira Franco

Caridade com os criminosos

IV – Caridade Com Os Criminosos

ELIZABETH DE FRANÇA - Havre, 1862
                                                          
            14 – A verdadeira caridade é um dos mais sublimes ensinamentos de Deus para o mundo. Entre os verdadeiros discípulos da sua doutrina deve reinar perfeita fraternidade. Devem amar os infelizes, os criminosos, como criaturas de Deus, para as quais, desde que se arrependam, serão concedidos o perdão e a misericórdia, como para vós mesmos, pelas faltas que cometeis contra a sua lei. Pensai que sois mais repreensíveis, mais culpados que aqueles aos quais recusais o perdão e a comiseração, porque eles quase sempre não conhecem a Deus, como o conheceis, e lhes será pedido menos do que a vós.
            Não julgueis, oh! Não julgueis, meus queridos amigos, porque o juízo com que julgardes vos será aplicado ainda mais severamente, e tendes necessidade de indulgência para os pecados que cometeis sem cessar. Não sabeis que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza, mas que o mundo não considera sequer como faltas leves?
            A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem mesmo nas palavras de consolação com que as acompanhais. Não , não é isso apenas que Deus exige de vós! A caridade sublime, ensinada por Jesus, consiste também na benevolência constante, e em todas as coisas, para com o vosso próximo. Podeis também praticar esta sublime virtude para muitas criaturas que não necessitam de esmolas, e que palavras de amor, de consolação e de encorajamento conduzirão ao Senhor.
Aproximam-se os tempos, ainda uma vez vos digo, em que a grande fraternidade reinará sobre o globo. Será a lei de Cristo a que regerá os homens: somente ela será freio e esperança, e conduzirá as almas às moradas dos bem-aventurados. Amai-vos, pois, como os filhos de um mesmo pai; não façais diferenças entre vós e os infelizes, porque Deus deseja que todos sejam iguais; não desprezeis a ninguém. Deus permite que os grandes criminosos estejam entre vós, para vos servirem de ensinamento. Brevemente, quando os homens forem levados à prática das verdadeiras leis de Deus, esses ensinamentos não serão mais necessários, e todos os Espíritos impuros serão dispersados pelos mundos inferiores, de acordo com as suas tendências.
            Deveis a esses de que vos falo o socorro de vossas preces: eis  a verdadeira caridade. Não deveis dizer de um criminoso: “É um miserável; deve ser extirpado da Terra; a morte que se lhe inflige é muito branda para uma criatura dessa espécie”. Não, não é assim que deveis falar! Pensai no vosso modelo, que é Jesus. Que diria ele, se visse esse infeliz ao seu lado? Havia de lastimá-lo, considerá-lo como um doente muito necessitado, e lhe estenderia a mão. Não podeis, na verdade, fazer o mesmo, mas pelo menos podeis orar por ele, dar-lhe assistência espiritual durante os instantes que ainda deve permanecer na Terra. O arrependimento pode tocar-lhe o coração, se orardes com fé. É vosso próximo, como o melhor dentre os homens. Sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar. Ajudai-o, pois, a sair do lamaçal, e orai por ele.

***
            LAMENNAIS - Paris, 1862

15 – Um homem está em perigo de morte. Para salvá-lo, deve expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malvado, e que, se escapar poderá cometer novos crimes. Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?
         Esta é uma questão bastante grave, e que pode naturalmente apresentar-se ao espírito. Responderei segundo o meu adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor. A abnegação é cega. Socorre-se a um inimigo; deve-se socorrer também a um inimigo da sociedade, numa palavra, a um malfeitor. Credes que é somente à morte que se vai arrebatar esse desgraçado? É talvez a toda a sua vida passada. Porque, pensai nisso, – nesses rápidos instantes que lhe arrebatam os últimos momentos da vida, o homem perdido se volta para a sua vida passada, ou melhor, ela se ergue diante dele. A morte, talvez, chegue muito cedo para ele. A reencarnação poderá ser terrível. Lançai-vos, pois, homens! Vós, que a ciência espírita esclareceu, lançai-vos, arrancai-o ao perigo! E então, esse homem, que teria morrido injuriando-vos, talvez se atire nos vossos braços. Entretanto, não deveis perguntar se ele o fará ou não, mas correr em seu socorro, pois, salvando-o, obedeceis a essa voz do coração que vos diz: “Podeis salvá-lo; salvai-o!”

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Pai Nosso Espírita

Pai Nosso que estais nos céus, na terra, em todos os mundos espirituais, santificado e bendito seja sempre o vosso nome, mesmo quando a dor e a desilusão ferirem nosso coração, bendito sejas.

O pão nosso de cada dia, dai-nos hoje Pai, dai-nos o pão que revigora as forças físicas, mas dai-nos também o pão para o espírito.

Perdoai as nossas dívidas, mas ensinai-nos antes a merecer o vosso perdão, perdoando aqueles que tripudiam sobre nossas dores, espezinham nossos corações e destroem nossas ilusões. Que possamos perdoá-los não com os lábios e sim com o coração.

Afastai do nosso caminho todo sentimento contrário a caridade.

Que este Pai Nosso seja dadivoso para todos aqueles que sofrem. Como espiritas encarnados ou desencarnados.

Que uma partícula deste Pai Nosso vá até os cárceres, onde alguns sofrem merecidamente, mas outros, pelo erro judiciário.

Que vá até os hospícios iluminando os cérebros conturbados que ali se encontrão. Que vá aos hospitais, onde muitos choram e sofrem sem o consolo da palavra amiga.

Que vá a todos aqueles que nesse momento transpõe o pórtico da vida terrena para a espiritual para tenham um guia e o vosso perdão.

Que esse Pai Nosso vá até os lupanares e erga estas pobres infelizes criaturas que para ali foram tangidas pela fome, dando-lhes apoio e fé.

Que vá até o seio da terra onde o mineiro esta exposto a grande perigo, e que ele findo o dia possa voltar ao seio de sua família.

Que este Pai Nosso vá até os dirigentes das nações para que evitem a guerra e cultivem a Paz.

Tende piedade dos órfãs e viúvas. Daqueles que até esta hora não tiveram uma pedaço de pão. Tende compaixão dos navegadores dos ares, dos que lutam com os vendavais no meio do mar bravio. Tende piedade da mulher que abre olhos do ser à vida.

Que a Paz e a Harmonia do Bem fiquem entre nós e estejam com todos.

Amém

(Autor desconhecido)

quarta-feira, 26 de abril de 2017

André Luiz

"Quero trabalhar e conhecer a satisfação dos cooperadores anônimos da felicidade alheia. Procurarei a prodigiosa luz da fraternidade através do serviço às criaturas, olvidando o próprio nome que deixo para trás por amor a Deus e a elas. Revisto-me transitoriamente de outra personagem para melhor ensinar e amparar. 
Sou André Luiz."

O ano de 1944 marca a estreia de André Luiz no mercado editorial espírita brasileiro, revolucionando, de certo modo, a concepção geral acerca da vida pós-túmulo. "Nosso Lar" descreve as atividades de uma cidade espiritual próxima à Terra, e transforma-se em objeto de estudo, discussão e deslumbramento nos círculos espíritas do país.
Portas até então cerradas se abrem de par em par, revelando vida e trabalho, continuidade e justiça onde imperavam dúvidas e suposições.
Todos querem saber mais sobre o autor.
André Luiz não é o seu verdadeiro nome.
Dele sabe-se apenas que foi médico sanitarista, no século iniciante, e que exerceu sua profissão no Rio de Janeiro, Brasil. Segundo suas próprias palavras, optou pelo anonimato, quando da decisão de enviar notícias do além-túmulo, por compreender que "a existência humana apresenta grande maioria de vasos frágeis, que não podem conter ainda toda a verdade".
Declara Emmanuel, no prefácio de "Nosso Lar", que ele, "por trazer valiosas impressões aos companheiros do mundo, necessitou despojar-se de todas as convenções, inclusive a do próprio nome, para não ferir corações amados, envolvidos ainda nos velhos mantos da ilusão."
Imensa curiosidade cerca a personalidade do benfeitor e aventam-se hipóteses, sem que se chegue à sua real identidade.
André Luiz, no entanto, fiel ao desejo de servir sem láureas, e atento ao compromisso com a verdade, prossegue derramando bênçãos em forma de livros, sem curvar-se à curiosidade geral.
Importa o que tem a dizer, de espírito à espírito.
A vaidade do nome ou sagrações passadas já não encontram eco em seu coração lúcido e enobrecido.
André Luiz foi, positivamente, dentre todos os Benfeitores que escreveram aos encarnados o que manteve fidelidade maior aos postulados espíritas, notadamente à Allan Kardec. O seu trabalho, no que concerne à forma e ao fundo, notabiliza-se em tudo pelo respeito e lealdade mantidos, ao longo do tempo, ao Codificador e à Codificação.
Por mais de quatro décadas, André Luiz trabalhou ativamente junto a Seara Espírita, lhe exornando a excelência e clarificando caminhos.
Chico Xavier, o médium que serviu de "ponte", hoje desencarnado, não pode mais oferecer mão segura à transmissão de seus ensinamentos luminosos.
Não sabemos se André Luiz retornará pela mão de outro médium.
Deste modo, resta apenas, aos espíritas e admiradores, o estudo de sua obra magnífica, calando interrogações para ater-se às lições ministradas, de mente despojada e coração agradecido.
Como ele, certamente, aguarda seja feito.

A LUMINOSA TRAJETÓRIA 

O HOMEM - André Luiz traça de si mesmo um perfil comum, previsível, sem nuances ou grandezas espirituais. Logo nas primeiras páginas de "Nosso Lar", diz, referindo-se à sua personalidade de então: "Filho de pais talvez excessivamente generosos, conquistara meus títulos universitários sem maior sacrifício, compartilhara os vícios da mocidade do meu tempo, organizara o lar, conseguira filhos, perseguira situações estáveis que garantissem a tranquilidade econômica do meu grupo familiar, mas, examinando atentamente a mim mesmo, algo me fazia experimentar a noção do tempo perdido, com a silenciosa acusação da consciência. Habitara a Terra, gozara-lhe os bens, colhera as bênçãos da vida, mas não lhe retribuíra ceitil do débito enorme. Tivera pais, cuja generosidade e sacrifícios por mim nunca avaliei; esposa e filhos que prendera, ferozmente, nas teias rijas do egoísmo destruidor. Possuí um lar que fechei a todos os que palmilhavam o deserto da angústia. Deliciara-me com os júbilos da família, esquecido de estender essa bênção divina à imensa família humana, surdo a comezinhos deveres de fraternidade."
O APRENDIZ - É possível acompanhar esta personalidade em André Luiz por quase todo primeiro volume da série "Nosso Lar". No Umbral, irrita-se com a pecha de suicida e tenta reunir forças para esmurrar os agressores, sem sucesso; já em Nosso Lar, ainda frágil, ofende-se com as verdades que o médico espiritual lhe declara, analisando seu desencarne prematuro; recuperado, quer trabalhar, ansiando pelo velho cargo de médico, sem cogitar de suas reais possibilidades no campo da medicina espiritual; junto à mãezinha, queixa-se choroso de suas dores e dificuldades, infantilizando-se; nas Câmeras de Retificação, como homem comum e de passado vicioso, é levado a encarar, face a face, a mulher que infelicitou um dia, na juventude distante; fiel e apegado egoisticamente à esposa deixada na Terra, se abstrai de partilhar momentos de lazer e amizade com o elemento feminino, deixando de acompanhar Lísias e demais amigas ao Campo da Música.
É só a pouco e pouco que André se conscientiza de sua nova posição e responsabilidades. Chora com frequência, ouvindo verdades que não toleraria na Terra, ali orgulhoso e arrogante; aprende humildade a duros golpes; observa, ouve, pergunta, medita...
Assim o vemos crescendo com as dificuldades e superando desafios, no intuito sincero de se aprimorar. Auxilia Elisa, a jovem infelicitada, serve aos doentes das Câmaras de Retificação com redobrado carinho, sendo-lhes, não o médico, mas o irmão dedicado e vigilante; aceita as recomendações de Genésio e de sua mãe, vigiando pensamentos e sentimentos inferiores, para aprender a calar queixas e mágoas improcedentes; e, finalmente, buscando a integração perfeita com o clima harmonioso e elevado de Nosso Lar, através do trabalho e da renovação íntima, recebe a ansiada autorização para retornar ao lar terrestre, o qual não mais pudera visitar.
O NOVO HOMEM - Sentindo-se qual criança, na companhia dos Mentores que lhe patrocinaram o regresso à casa, não contém em si a alegria e o júbilo de retornar aos seus. Adentra a antiga morada, estranhando a decoração e dando por falta de detalhes, como um gracioso retrato da família que adornava a entrada, embelezando-a singularmente. Ainda assim, feliz e exultante, corre ao encontro de Zélia, sua amada esposa, gritando-lhe sua saudade e seu amor, mas ela não o ouve. Desapontado, abraça-se à ela, mas em vão: Zélia parece completamente indiferente ao seu carinho e ao seu abraço.
Então, ouvindo-a conversar com alguém, descobre-lhe o segundo casamento: "Mas doutor, salve-o, por caridade! Peço-lhe! Oh, não suportaria uma segunda viuvez."
André Luiz descreve assim sua decepção e seu sofrimento: "Um corisco não me fulminaria com tamanha violência. Outro homem se apossara de meu lar. A esposa me esquecera. A casa não mais me pertencia. Valia a pena ter esperado tanto para colher semelhantes desilusões?"
E prossegue, recordando os duros momentos de sua volta ao lar terreno: "Corri ao meu quarto, verificando que outro mobiliário existia na alcova espaçosa. No leito estava um homem de idade madura, evidenciando melindroso estado de saúde... De pronto, tive ímpetos de odiar o intruso com todas as forças, mas já não era eu o mesmo homem de outros tempos... Assentei-me decepcionado e acabrunhado, vendo Zélia entrar no aposento e dele sair, acariciando o enfermo com a ternura que me coubera noutros tempos... Minha casa pareceu-me, então, um patrimônio que os ladrões e os vermes haviam transformado. Nem haveres, nem títulos, nem afetos! Somente uma filha ali estava de sentinela ao meu velho e sincero amor."
À tardinha do dia seguinte, André recebe a visita de Clarêncio, que, percebendo seu abatimento, lhe diz: "Compreendo suas mágoas e rejubilo-me pela ótima oportunidade deste testemunho... Apenas não posso esquecer que aquela recomendação de Jesus para que amemos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, opera sempre, quando seguida, verdadeiros milagres de felicidade e compreensão, em nossos caminhos."
André pondera o alcance das palavras de Clarêncio e, sentindo-se realmente renovado, um outro homem, a quem o Senhor havia chamado aos ensinamentos do amor, da fraternidade e do perdão, reflete com mais serenidade: "Afinal de contas, por que condenar o procedimento de Zélia? E se fosse eu o viúvo na Terra? Teria, acaso, suportado a prolongada solidão? Não teria recorrido a mil pretextos para justificar novo consórcio? E o pobre enfermo? Por que odiá-lo? Não era também meu irmão na Casa de Nosso Pai? Precisava era, pois, lutar contra o egoísmo feroz..."
De imediato, procura auxiliar a Ernesto, o novo esposo de Zélia, mas sente-se enfraquecido, debilitado, compreendendo então o valor do amor e da amizade, alimentos confortadores absorvidos em Nosso Lar.
Em prece, clama o auxílio de Narcisa, sua grande amiga das Câmaras de Retificação. Juntos dirigem-se à Natureza exuberante, dali retirando os elementos curativos à enfermidade do doente.
Recuperado o enfermo, e restituindo a alegria à antiga morada, André Luiz retorna a Nosso Lar, sentindo-se jubiloso e renovado. Mas ao chegar, imensa surpresa o aguarda: Clarêncio, em companhia de dezenas de amigos, vêm ao seu encontro, saudando-o, generosos e acolhedores. O bondoso velhinho se adianta,e, estendendo-lhe a mão, diz, comovido:
"Até hoje, André, você era meu pupilo na cidade; mas, doravante, em nome da Governadoria, declaro-o cidadão de Nosso Lar."
O MENSAGEIRO - Imensa transformação opera-se no íntimo de André. "Compelido a destruir meus castelos de exclusivismo injusto, senti que outro amor se instalava em minhalma", diz. Volta a frequentar o ninho doméstico, não mais como senhor, mas como alguém "que ama o trabalho da oficina que a vida lhe designou"; auxilia a Zélia, o quanto está em suas forças, ampara os filhos e evita encarar o segundo marido como o intruso que lhe roubou o amor da companheira do mundo.
Alegre esperança se lhe desenha no espírito, mas sente-se vazio, de alguma forma, entediado. Compreendendo-lhe a transformação, diz-lhe Narcisa: "André, meu amigo, você vem fazendo a renovação mental. Em tais períodos, extremas dificuldades espirituais nos assaltam o coração... Sei que você experimenta intraduzível alegria ao contato da harmonia universal, após o abandono de suas criações caprichosas, mas reconheço que, ao lado das rosas de júbilo, defrontando os novos caminhos que se descerram para sua esperança, há espinhos de tédio nas margens das velhas estradas inferiores que você vai deixando para trás. Seu coração é uma taça iluminada aos raios do alvorecer divino, mas vazia dos sentimentos do mundo que a encheram por séculos consecutivos."
"Não poderia, eu mesmo, formular tão exata definição do meu estado espiritual", comove-se André Luiz. E conhecendo-o bem, seu temperamento agitado, Narcisa sugere, com felicidade: "Creio deve você aproveitar os novos cursos de serviço, instalados no Ministério da Comunicação. Muitos companheiros nossos habilitaram-se a prestar concurso na Terra, nos campos visíveis e invisíveis ao homem, acompanhados, todos eles, por nobres instrutores. Poderia você conhecer experiências novas, aprender muito e cooperar com excelente ação individual. Por que não tenta?"
André sente-se então dominado por esperanças diferentes, relativamente às suas tarefas, conforme afirma. Levado por Tobias até a residência de Aniceto, entidade que se ligaria fundamente à sua vida espiritual, mantêm com ele fraterno diálogo, cientificando-se do trabalho e das novas responsabilidades porvindouras.
André aceita, jubiloso, a nova e fascinante etapa existencial. E diz: "Misteriosa alegria dominava-me todo, sublimada esperança iluminava-me os sentimentos. Aquele desejo ardente de colaborar em benefício dos outros, que Narcisa me acendera no íntimo, parecia encher, agora, a taça vazia do meu coração.
Trabalharia sim. Conheceria a satisfação dos cooperadores anônimos da felicidade alheia. Procuraria a prodigiosa luz da fraternidade, através do serviço às criaturas."
E olvidando o próprio nome, que deixa para trás por amor à Deus e as criaturas, reveste-se transitoriamente de outra personagem, para melhor ensinar e amparar.
Surge André Luiz.


SUA OBRA: NOSSO LAR, OS MENSAGEIROS, MISSIONÁRIOS DA LUZ, OBREIROS DA VIDA ETERNA, NO MUNDO MAIOR, AÇÃO E REAÇÃO, LIBERTAÇÃO, ENTRE A TERRA E O CÉU, NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE, MECANISMOS DA MEDIUNIDADE, EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS, CONDUTA ESPÍRITA, SEXO E DESTINO, DESOBSESSÃO, E A VIDA CONTINUA, AGENDA CRISTÃ, SOL NAS ALMAS, SINAL VERDE, ENDEREÇOS DE PAZ, OPINIÃO ESPÍRITA, ESTUDE E VIVA (estes dois últimos com Emmanuel).  Muitos outros livros ainda compõem este acervo, além de centenas de mensagens distribuídas nos inúmeros livros de Chico Xavier. 
http://www.institutoandreluiz.org/andreluiz.html
 

A Ideia de DEUS

O físico alemão Albert Einstein que, entre seus principais trabalhos desenvolveu a teoria da relatividade, escreveu interessante depoimento, que merece ser lido, ouvido e meditado:

A opinião comum de que sou ateu repousa sobre grave erro. Quem a pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu.
Creio em um Deus pessoal e posso dizer que, nunca, em minha vida, cedi a uma ideologia ateia.
Não há oposição entre a ciência e a religião. Apenas há cientistas atrasados, que professam ideias que datam de 1880.
Aos dezoito anos, eu já considerava as teorias sobre o evolucionismo mecanicista e casualista como irremediavelmente antiquadas.
No interior do átomo não reinam a harmonia e a regularidade que esses cientistas costumam pressupor.
Nele se depreendem apenas leis prováveis, formuladas na base de estatísticas reformáveis.
Ora, essa indeterminação, no plano da matéria, abre lugar à intervenção de uma causa, que produza o equilíbrio e a harmonia dessas reações dessemelhantes e contraditórias da matéria.
Há, porém, várias maneiras de se representar Deus.
Alguns O representam como o Deus mecânico, que intervém no mundo para modificar as leis da natureza e o curso dos acontecimentos.
Desejam colocá-lO ao seu serviço, por meio de fórmulas mágicas.
É o Deus de certos primitivos, antigos ou modernos. Outros O representam como o Deus jurídico, legislador e agente policial da moralidade, que impõe o medo e estabelece distâncias.
Outros, enfim, o entendem como o Deus interior, que dirige por dentro todas as coisas e que se revela aos homens no mais íntimo da consciência.
A mais bela e profunda emoção que se pode experimentar é a sensação do místico.
Este é o semeador da verdadeira ciência.
Aquele a quem seja estranha tal sensação, aquele que não mais possa sonhar e ser empolgado pelo encantamento, não passa, em verdade, de um morto.
Saber que realmente existe aquilo que é impenetrável a nós, e que se manifesta como a mais alta das sabedorias; a mais radiosa das belezas, que as nossas faculdades embotadas só podem entender em suas formas mais primitivas.
Esse conhecimento, esse sentimento, está no centro mesmo da verdadeira religiosidade.
A experiência cósmica religiosa é a mais forte e a mais nobre fonte de pesquisa científica.
Minha religião consiste em humilde admiração do espírito superior e ilimitado que se revela nos menores detalhes que podemos perceber em nossos espíritos frágeis e incertos.
Essa convicção, profundamente emocional, na presença de um poder racionalmente superior, que se revela no incompreensível, é a ideia que faço de Deus.
*   *   *
Quando o homem se detém a contemplar o fulgor das estrelas no firmamento, constata a grandeza da Criação.
Sente emocionado a presença da Divindade a se refletir em cada astro, em pleno universo.
E constata que, sem o amor de Deus que tudo vitaliza, a Criação voltaria ao caos do princípio.

Redação do Momento Espírita com base no texto A fé de Einstein,
do site http://www.guia.heu.nom.br/fe_de_albert_einstein.htm
e no verbete
Deus, do livro Repositório de sabedoria, v. 1,
pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL. Em 26.4.2017

segunda-feira, 24 de abril de 2017

Obsessão durante o sono

Certa vez Chico Xavier disse: 
”Os espíritos obsessores, muitos deles, são altamente treinados na técnica de hipnotizar: quase sempre eles hipnotizam as suas vítimas quando elas se retiram do corpo no momento do sono. Por este motivo, muita gente acorda mal humorada e violenta. Se soubéssemos o que nos espera no além, não dormiríamos sem recorrer aos benefícios da prece. Os espíritos que são nossos desafetos nos espreitam; se não tivermos defesa, eles farão conosco o que bem entenderem. Há obsessões terríveis que são programados durante o sono; toda noite é uma sessão de hipnose. De repente, é uma agressão violenta dentro de casa, um crime inexplicável.”

Observando cuidadosamente as palavras de Chico Xavier, podemos perceber a importância da prece, é como dizem “Orar e vigiar” a todo momento, é sempre importante entender que nada acontece por acaso, infelizmente, alguns espíritos não conseguem uma evolução pessoal, são movidos pela raiva, pelo ódio, egoísmo, e passam a eternidade espiritual a fim de atormentar os encarnados.

Todos nós que reencarnamos, temos uma história no passado, e que muitas vezes não foi tão bom assim, porque somos humanos e falhos, porém, temos a oportunidade de reparar nossos erros, quitar nossas dívidas do pretérito, no intuito de nos aperfeiçoarmos, contudo, as pessoas com quem tivemos desavenças no passado pode não ter superado os fatos, carregar consigo um ódio pela eternidade e assim virar “nosso obsessor particular”, eles fazem questão de se aperfeiçoarem nas técnicas do “submundo” para conseguirem saciar essa sede de vingança, que sabemos que pode durar por vários e vários anos, até que eles tenham a consciências de seus atos e procurem seu caminho dentro da luz. É como muitos espíritos bem feitores dizem, os seres de luz são muito inteligentes e tem todo suporte para nos auxiliar, mas, os espíritos de pouca luz também possuem inteligência para nos persuadir e nos obsidiar.

Como sabemos, os métodos para nos tornar alvo é por meio de uma vida desregrada, a falta de ética e caráter e moral do nosso corpo e mente, e a falta da prece, a prece é uma grande arma para fortalecer nossa alma e afastar as almas de vibração inferior, a prece nos conecta com o divino, e a luz espanta a sombra, parece até besteira por ser muito óbvio, mas como seres falhos que somos, esquecemos desse detalhe o tempo todo, por isso não é incomum ser “vítima” de obsessores e vampiros espirituais.

Pensando nisso, precisamos criar um hábito da prece antes de dormir, quando crianças, a maioria pelo menos aprende orações antes de dormir, e quando crescemos, infelizmente vamos perdendo esse hábito que é tão bonito.

Eu sempre digo que uma prece não precisa ser necessariamente decorada, ou seja, um Pai nosso, Ave Maria etc. Não estou dizendo que não deva praticar essas orações, ao contrário, se gostam orem dessa maneira, o que estou dizendo é que ela não é a única ferramenta de prece, algumas pessoas realmente não gostam de orar um pai nosso, até porque uma grande parte reza o pai nosso sem nem ao menos prestar atenção no que está dizendo, é tão automático que não captamos a essência da oração, nesses casos, uma conversa sincera com Deus, um minuto de gratidão vale muito mais do que rezar um pai nosso rapidinho sem prestar atenção nas palavras pronunciadas.

Felizmente, Deus com sua infinita bondade e sabedoria, nos deu a chance da escolha, o direito de decidir para onde queremos ir, por quanto tempo ficar e quando voltar, então meus queridos, façam a prece conforme for tocado em seus corações, e lembrem-se sempre, uma conversa com Deus, a gratidão também é uma prece e das boas, pois expõem nossos sentimentos mais profundos.

E, se caso queira uma oração antes de dormir, deixo essas como sugestão:

Prece 1: – Minha alma vai estar por alguns instantes com os outros Espíritos. Venham os bons ajudar-me com seus conselhos. Faze, meu anjo guardião, que, ao despertar, eu conserve durável e salutar impressão desse convívio.

Prece 2: Para afastar os maus espíritos.

Em nome de Deus Todo-Poderoso, afastem-se de mim os maus Espíritos, servindo-me os bons de antemural contra eles. Espíritos malfazejos, que inspirais maus pensamentos aos homens; Espíritos velhacos e mentirosos, que os enganais; Espíritos zombeteiros, que vos divertis com a credulidade deles, eu vos repilo com todas as forças de minha alma e fecho os ouvidos às vossas sugestões; mas, imploro para vós a misericórdia de Deus.

Bons Espíritos que vos dignais de assistir-me, dai-me a força de resistir à influência dos Espíritos maus e as luzes de que necessito para não ser vítima de suas tramas. Preservai-me do orgulho e da presunção; isentai o meu coração do ciúme, do ódio, da malevolência, de todo sentimento contrário à caridade, que são outras tantas portas abertas ao Espírito do mal.
 
(Autor desconhecido)

O Ódio

II – O Ódio


            10 – Amai-vos uns aos outros, e sereis felizes. Tratai sobretudo de amar aos que vos provocam indiferença, ódio e desprezo. O Cristo, que deveis tornar o vosso modelo, deu-vos o exemplo dessa abnegação: missionário do amor, amou até dar o sangue e a própria vida. O sacrifício de amar os que vos ultrajam e perseguem é penoso, mas é isso, precisamente, o que vos torna superiores a eles. Se vós os odiásseis como eles vos odeiam, não valereis mais do que eles. É essa a hóstia imaculada que ofereceis a Deus, no altar de vossos corações, hóstia de agradável fragrância, cujos perfumes sobem até Ele.
            Mas embora  lei do amor nos mande amar  indistintamente  todos os nossos irmãos, não endurece o coração para os maus procedimentos. É essa, pelo contrário, a prova mais penosa. Eu o sei, pois durante minha última existência terrena experimentei essa tortura. Mas Deus existe, e pune, nesta e na outra vida, os que não cumprem a lei do amor. Não vos esqueçais, meus queridos filhos, de que o amor nos aproxima de Deus,e o ódio nos afasta dele.

FÉNELON
Bordeaux, 1861

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Linda Mensagem Psicografada de Irmã Dulce

Meus queridos filhos,

Maravilhosa Luz, que incendeia os corações das pessoas que seguem no Bem, servem no Amor e são Caridosas. A generosa bondade de Deus, traz a alegria aos corações, a Luz nos Caminhos, a Verdade para as mentes. Seu Amor rebrilha em cada um dos irmãos que se colocam com humildade em Suas Santas Mãos.

Que sempre seja iluminado o caminho de vocês, que permaneçam na conduta do Bem, que sempre ofereçam além do necessário para o corpo, o mais importante e essencial, o necessário para a Alma.

Sofrem os filhos que se afastam do Pai, sofrem os filhos que, pelas tribulações da vida na carne, se voltam contra nosso Amado Pai.

Temos que, principalmente, ter aceitação do nosso caminho, aceitação das coisas que nos sucedem na existência da carne, elas nos pertencem, e o Pai, na sua bondade, permite vivenciarmos essas situações, para podermos nos redimir em Seu Amor, para podermos buscar a nós mesmos.

Por mais que os fatos dessa vida de vocês pareçam sem um sentido mais claro, entendam, meus filhos, que tudo se passa a contento do Pai.

Não que Ele permita que soframos as agruras das existências, mas sim, Ele permite termos a liberdade para escolher qual caminho seguir. Mas essa liberdade chega carregada de responsabilidade e consequências, sendo, todos nós, os criadores de nossas próprias aflições.

Fiquem com Deus, no Amor de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Irmã Dulce

Fonte: Grupo Socorrista Obreiros do Senhor Jerônimo Mendonça Ribeiro

A Inabalável Certeza de DEUS

O jovem acreditava ser uma mente brilhante. Elaborava ideias, imergia o pensamento nos livros buscando maior conhecimento. Orgulhava-se de seu saber.
Certo dia, deparou-se com um filósofo que, extasiado ante o espetáculo ímpar da natureza, expressava sua admiração ao Criador:
Quem é Você que está por trás da cortina das nuvens? Por que silencia a Sua voz e grita através dos fenômenos da natureza?
Por que gosta de se ocultar aos olhos humanos? Deixe-me descobri-lO.
O rapaz, com ar de intelectual, lhe disse:
Você está totalmente equivocado. Deus não existe. Ele é uma invenção do cérebro humano para suportar as limitações da vida. A ciência é o Deus do ser humano.
Sem se perturbar, o filósofo respondeu:
Se você me disser que é um ateu, que não crê em Deus, sua atitude é respeitável. Ela reflete sua opinião e sua convicção pessoal. Agora, dizer que Deus não existe é uma ofensa à inteligência, pois reflete uma afirmação irracional.
Não aja como um menino brincando com a ciência e construindo seu orgulho sobre a areia. Você nunca se indagou quem administra este imenso Universo? O porquê de tanta harmonia?
Sua intelectualidade não lhe diz que todo efeito tem uma causa? E que se esse efeito é grandioso, imensurável deve ser a causa?
Percebeu alguma vez os detalhes das folhas de uma palmeira? A perfeição do ovo? O potencial de uma minúscula semente que traz em si a árvore gigantesca?
Já se perguntou quem deu origem a tantas espécies vegetais e animais? A tanta riqueza que se encontra no seio da terra e na profundeza dos mares?
Guarde a certeza de que você pode duvidar de que Deus existe. Mas Deus não duvida de que você existe.
Muitos filósofos acreditavam em Deus. Não tinham medo de argumentar e discutir a respeito.
Afinal, não sabemos quase nada sobre a caixa de segredos da nossa existência. Milhões de livros são como uma gota no oceano.
Somos, em verdade, uma grande pergunta procurando uma resposta. Ou muitas respostas: Quem somos? Para onde vamos? Por que fomos criados?
A ciência é um produto do homem. Use-a mas não se deixe contagiar pelo vírus do orgulho.
A sabedoria do ser humano não está no quanto ele sabe. Mas no quanto ele tem consciência de que não sabe. A nobreza de um ser humano está na sua capacidade de reconhecer a sua pequenez.
Silenciou o filósofo. O jovem ficou a pensar. Olhou o sol que brilhava forte, sentiu a brisa leve no rosto, ouviu o farfalhar das folhas que se perdiam pelo chão.
E continuou a pensar...
*   *   *
Deus está em toda parte e está dentro de nós. Quando tomamos de uma fruta e nos extasiamos com a sua cor, a sua textura, o seu sabor, estamos sentindo a Divindade.
Quando contemplamos as nuvens imitando andarilhos pelo céu, e as vemos destilar lágrimas generosas sobre a terra, estamos contemplando o cuidado de Deus com Suas criaturas.
No verde das árvores, no vermelho das rosas, nas cores do arco-íris, Deus se manifesta. No dia abençoado, na noite escura.
No rosto das pessoas que passam, nas sementes que brotam - em tudo Deus está. Permitamo-nos descobri-lO. 

Redação do Momento Espírita, com base no cap. 10,
do livro O futuro da Humanidade – a saga de Marco Polo,
de Augusto Cury, ed. Sextante.
Em 19.4.2017

domingo, 16 de abril de 2017

Nosso Destino

Marina havia deixado sua terra natal para acompanhar os pais idosos, que desejavam conhecer o outro lado do mundo.
Sentia-se feliz por ter a oportunidade de conhecer outro país, outra cultura, outros costumes.
Alugaram uma pequena moradia à beira mar, junto aos coqueiros, imaginando permanecer naquele local por alguns meses.
Tudo era novidade. A praia imensa, a alimentação diferente, pessoas alegres, clima quente, sol brilhante...
Enfim, tudo muito agradável, propiciando passeios longos, momentos de descanso debaixo dos coqueiros, leitura amena nos finais de tarde.
Passados seis meses, o pai adoeceu repentinamente e, embora todos os cuidados, não resistiu.
A mãe entristeceu, sentiu-se desprotegida. Marina procurava demonstrar fortaleza moral, a fim de não se tornar motivo de preocupação e maior tristeza.
Decidiram por retornar à pátria. Mas, enquanto faziam os preparativos, a mãe enfermou, logo deixando também a vida física e a filha.
Agora foi a vez de Marina se sentir desprotegida e só. A melancolia a envolveu.
Sentia-se triste por ter perdido a presença física dos pais, por estar longe de sua terra. Sentia saudade do seu povo, dos seus costumes, dos seus amigos.
Seria seu destino ficar naquele país, sozinha e triste? Não seria melhor retornar para sua terra onde poderia voltar a ser feliz?
Certo dia, abriu o coração com algumas pessoas, que conhecera no transcorrer daqueles meses.
E nelas descobriu amigas, que a convidaram a se integrar na comunidade. Levaram-na a conhecer o artesanato local.
Depois a conduziram ao templo de sua fé, estimulando-a à oração, estabelecendo confiança em Deus, Pai de amor e bondade.
Marina se deu conta de que poderia ser feliz, ali mesmo.
Mais tarde, já melhor adaptada, contraiu matrimônio e refez sua vida.
*   *   *
Nossas vidas dependem somente de nós.
Imaginamos, muitas vezes, que nosso destino esteja traçado, e que nada podemos fazer para alterar o que está estabelecido.
No entanto, a cada segundo, a cada iniciativa, a cada ação que empreendemos, definimos como será o nosso amanhã.
Mudamos nossa trajetória a cada decisão que tomamos, a cada escolha que fazemos.
Somos os senhores dos nossos destinos.
Naturalmente que nada nos acontece por acaso. Tudo se encontra dentro das leis que regem a vida. E essa lei estabelece que a cada ação corresponde uma reação.
A cada semeadura, a respectiva colheita.
Quando problemas nos alcançam, quando as dores nos pareçam superlativas, lembremos que neste planeta tudo é transitório.
Se hoje a tempestade se faz intensa, as nuvens escuras escondem o azul do céu, logo mais o sol voltará a brilhar e o dia a sorrir.
E para nossa felicidade não importa onde nos encontremos, desde que tenhamos fé e esperança a guiar os nossos passos.
Tudo dependerá das nossas escolhas, da forma como nos conduzimos na vida, do que espalhamos pelas estradas que percorremos.
Dores, dificuldades, fazem parte do contexto do planeta em que nos encontramos. Mas a felicidade é possível. Basta que aprendamos a tudo olhar através dos vitrais do otimismo, da fé e da esperança.

Redação do Momento Espírita.
Em 15.4.2017.

A Realeza de JESUS

4 – O reino de Jesus não é deste mundo. Isso todos compreendem. Mas sobre a Terra ele não terá também uma realeza? O título de rei nem sempre exige o exercício do poder temporal. Ele é dado, por consenso unânime, aos que, por seu gênio, se colocam em primeiro lugar em alguma atividade, dominando o seu século e influindo sobre o progresso da humanidade. É nesse sentido que se diz: o rei ou o príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, que nasce do mérito pessoal, consagrada pela posterioridade, não tem muitas vezes maior preponderância que a dos reis coroados? Ela é imperecível, enquanto a outra depende das circunstâncias; ela é sempre abençoada pelas gerações futuras, enquanto a outra é, às vezes, amaldiçoada. A realeza terrena acaba com a vida, mas a realeza moral continua a imperar, sobretudo, depois da morte. Sob esse aspecto, Jesus não é um rei mais poderoso que muitos potentados? Foi com razão, portanto, que ele disse a Pilatos: Eu sou rei, mas o meu reino não é deste mundo.

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC


Antes da Nossa Partida

Somos perecíveis enquanto seres vivos, transitando pela Terra. Imortal somente o Espírito.
Apesar dessa transitoriedade, ainda continuamos a dar importância a uma série de coisas que não importam tanto assim.
Deveríamos ter aprendido a reservar espaços na agenda e energia para as pequenas coisas que nos fazem felizes e dão sentido à vida.
Possivelmente por isso é que alguém escreveu um poema de despedida sobre uma pessoa que, ao encarar a morte, realiza um balanço sobre os ontens deixados para trás e o amanhã que não viverá mais neste mundo.
Quando o amanhã começar sem mim, e eu não estiver lá para ver, se o sol nascer e encontrar seus olhos cheios de lágrimas por mim, eu gostaria que você não chorasse da maneira que chorou hoje, enquanto pensava nas muitas coisas que deixamos de dizer.
Sei quanto você me ama, e quanto amo você. E cada vez que você pensa em mim, sei que sente a minha falta.
Mas quando o amanhã começar sem mim, por favor, tente entender que um anjo veio e chamou meu nome, tomou-me pela mão e disse que meu lugar estava pronto, nas moradas celestiais.
E que eu tinha de deixar para trás todos os que eu tanto amava.
Mas quando me virei para ir embora, uma lágrima escorreu-me pela face. Eu pensei que não queria morrer.
Eu tinha tanto para viver, tanta coisa por fazer, e pareceu quase impossível que eu estivesse indo sem você.
Pensei em nossos dias passados, nos dias bons e nos dias ruins, em todo o amor que vivemos, em toda as alegrias que tivemos.
Se eu pudesse reviver o ontem ainda que só por um instante, eu diria adeus e lhe daria um beijo. E talvez visse você sorrir.
Só então descobri que isso não aconteceria, pois o vazio e as lembranças ocupariam meu lugar.
Quando pensei nas coisas deste mundo, vi que posso não voltar amanhã.
Então pensei em você e meu coração se encheu de dor.
Mas quando cruzei os portões do céu eu me senti em casa. Quando Deus olhou para mim e sorriu, ele disse: “isto é a eternidade e tudo o que lhe prometi.
Agora sua vida na Terra é passado mas aqui uma vida nova começa.
Eu prometo que não haverá amanhã, mas que o hoje durará para sempre.
Então, que tal me dar a mão e compartilhar da minha vida?”
Logo, quando o amanhã começar sem mim, não pense que estamos separados, pois todas as vezes que pensar em mim, eu estarei dentro do seu coração.
*   *   *
Não esperemos a morte chegar para desejar fazer as coisas que nos deixam felizes.
Ouçamos o nosso coração e não esperemos a hora de partir para dizer: Amo você! Você é importante na minha vida! Minha vida sem você não teria sido tão maravilhosa!
Não economizemos gestos e palavras para manifestar a nossa ternura, o nosso carinho para com aqueles que amamos.
Obrigado, minha mãe! Parabéns, meu filho! Você lembra daquele dia?
Lembremos: depois da nossa morte, a empresa em que trabalhamos continuará, o trabalho prosseguirá, alguém o fará.
Mas ninguém nos poderá substituir no coração dos nossos amores. Por isso, aproveitemos, intensamente, a estadia ao lado deles.
Nenhum de nós sabe o dia, nem a hora da partida.

Redação do Momento Espírita, com transcrição
do poema
Quando o amanhã começar  sem mim,
de David M. Romano, que circula pela internet.
Em 11.4.2017.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Lembrando Maria, nossa Mãe

Minha filha:

Deus nos guie para diante.

Atendamos aos Desígnios do Senhor que nos redime pelo sofrimento, como o oleiro consegue purificar a argila do vaso pela bênção do fogo.

Não tenhamos em mente senão a soberana e compassiva determinação do Alto para que possamos realmente triunfar.

Não sabemos a hora da grande renovação, mas não ignoramos que a renovação virá, fatalmente, em favor de cada um de nós.

Assim sendo, não nos preocupemos quanto à estrada que nos cabe palmilhar; mas sim, busquemos, em nós e fora de nós, a precisa força para vencê-la dignamente.

Sigo-te ou, aliás, seguimos-te o calvário silencioso.

Não te desanimes, nem te inquietes.

Caminha simplesmente.

Existe para nós o divino modelo daquela Mulher venerável e sublime que, depois de escalar o monte, tudo perdeu na Terra; sabendo, porém, conservar-se ligada ao Pai de Infinita Misericórdia, convertendo em trabalho e conformação, em prece e esperança, as chagas da própria dor.

Maria, nossa Mãe Santíssima, não é mãe ausente do coração que a Ela recorre.

Inspiremo-nos em seu martirológio de angústia e saibamos fazer de nossos padecimentos um celeiro de graças.

A aflição que se submete a Deus, procurando-lhe as diretrizes, é uma âncora de sustentação; mas aquela que se perde em desespero infrutífero é um espinheiro de fel.

Soframos com calma, com resignação invariável, de mãos no arado de nossos deveres e de olhos voltados para o Céu.

É preciso coragem para não esmorecer, porquanto, para as mães, a renúncia como que se converte em alimento de cada dia.

Recordemos, porém, nossa Mãe do Céu e sigamos com destemor.

Não te faltará o arrimo das amizades celestiais que te cercam e pedindo-te confiar em minha velha dedicação, sou a amiga de sempre, que se considera tua mãe espiritual.




Pelo Espírito Zizinha - Do livro: Mãe, Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Renovação

Desligando-me dos laços Inferiores que me prendiam às atividades terrestres, elevado entendimento felicitou-me o espírito.

Semelhante libertação, contudo, não se fizera espontânea.

Sabia, no fundo, quanto me custara abandonar a paisagem doméstica, suportar a incompreensão da esposa e a divergência dos filhos amados.

Guardava a certeza de que amigos espirituais, abnegados e poderosos, me haviam auxiliado a alma pobre e imperfeita, na grande transição.

Antes, a inquietude relativa à companheira torturava-me incessantemente o coração; mas, agora, vendo-a profundamente identificada com o segundo marido, não via recurso outro que procurar diferentes motivos de interesse.

Foi assim que, eminentemente surpreendido, observei minha própria transformação, no curso dos acontecimentos.

Experimentava o júbilo da descoberta de mim mesmo. Dantes, vivia à feição do caramujo, segregado na concha, impermeável aos grandiosos espetáculos da Natureza, rastejando no lodo. Agora, entretanto, convencia-me de que a dor agira em minha construção mental, à maneira da aluvião pesada, cujos golpes eu não entendera de pronto. A aluvião quebrara a concha de antigas viciações do sentimento. Libertara-me. Expusera-me o organismo espiritual ao sol da Bondade Infinita. E comecei a ver mais alto, alcançando longa distância.

Pela primeira vez, cataloguei adversários na categoria de benfeitores.

Comecei a freqüentar, de novo, o ninho da família terrestre, não mais como senhor do círculo doméstico, mas como operário que ama o trabalho da oficina que a vida lhe designou. Não mais procurei, na esposa do mundo, a companheira que não pudera compreender-me e sim a irmã a quem deveria auxiliar, quanto estivesse em minhas forças. Abstive-me de encarar o segundo marido como intruso que modificara meus propósitos, para ver apenas o irmão que necessitava o concurso de minhas experiências. Não voltei a considerar os filhos propriedade minha e alui companheiros muito caros, aos quais me competia estender os benefícios do conhecimento novo, amparando-os espiritualmente na medida de minhas possibilidades.

Compelido a destruir meus castelos de exclusivismo injusto, senti que outro amor se instalava em minhalma.

Órfão de afetos terrenos e conformado com os desígnios superiores que me haviam traçado diverso rumo ao destino, comecei a ouvir o apelo profundo e divino, da Consciência Universal.

Somente agora, percebia quão distanciado vivera das leis sublimes que regem a evolução das criaturas.

A Natureza recebia-me com transportes de amor. Suas vozes, agora, eram muito mais altas que as dos meus interesses isolados. Conquistava, pouco a pouco, o júbilo de escutar-lhe os ensinamentos misteriosos no grande silêncio das coisas. Os elementos mais simples adquiriam, a meus olhos, extraordinária significação. A colônia espiritual, que me abrigara generosamente, revelava novas expressões de indefinível beleza. O rumor das asas de um pássaro, o sussurro do vento e a luz do Sol pareciam dirigir-se à minhalma, enchendo-me o pensamento de prodigiosa harmonia.

A vida espiritual, inexprimível e bela, abrira-me os pórticos resplandecentes. Até então, vivera em “Nosso Lar” como hóspede enfermo de um palácio brilhante, tão extremamente preocupado comigo mesmo, que me tornara incapaz de anotar deslumbramentos e maravilhas.

A conversação espiritualizante tornara-se indispensável.

Aprazia-me, antigamente, torturar a própria alma com as reminiscências da Terra. Estimava as narrativas dramáticas de certos companheiros de luta, lembrando o meu caso pessoal e embriagando-me nas perspectivas de me agarrar, novamente, à parentela do mundo, valendo-me de laços inferiores.

Mas agora... perdera totalmente a paixão pelos assuntos de ordem menos digna: as próprias descrições dos enfermos, nas Câmaras de Retificação, figuravam-se-me desprovidas de maior interesse. Não mais desejava informar-me da procedência dos infelizes, não indagava de suas aventuras nas zonas mais baixas. Buscava irmãos necessitados. Desejava saber em que lhes poderia ser útil.

Identificando essa profunda transformação, falou-me Narcisa certo dia:

— André, meu amigo, você vem fazendo a renovação mental. Em tais períodos, extremas dificuldades espirituais nos assaltam o coração. Lembre-se da meditação no Evangelho de Jesus. Sei que você experimenta intraduzível alegria ao contacto da harmonia universal, após o abandono de suas criações caprichosas, mas reconheço que, ao lado das rosas do júbilo, defrontando os novos caminhos que se descerram para sua esperança, há espinhos de tédio nas margens das velhas estradas inferiores que você vai deixando para trás. Seu coração é uma taça iluminada aos raios do alvorecer divino, mas vazia dos sentimentos do mundo, que a encheram por séculos consecutivos.

Não poderia, eu mesmo, formular tão exata definição do meu estado espiritual.

Narcisa tinha razão. Suprema alegria inundava-me o espírito, ao lado de incomensurável sensação de tédio, quanto às situações da natureza inferior.

Sentia-me liberto de pesados grilhões, porém, não mais possuía o lar, a esposa, os filhos amados. Regressava freqüentemente ao círculo doméstico e aí trabalhava pelo bem de todos, mas sem qualquer estímulo. Minha devotada amiga acertara. Meu coração era bem um cálice luminoso, porém, vazio. A definição comovera-me.

Vendo-me as lágrimas silenciosas, Narcisa acentuou:

— Encha sua taça nas águas eternas daquele que é o Doador Divino. Além disso, André, todos nós somos portadores da planta do Cristo, na terra do coração. Em períodos como o que você atravessa, há mais facilidade para nos desenvolvermos com êxito, se soubermos aproveitar as oportunidades. Enquanto o espírito do homem se engolfa apenas em cálculos e raciocínios, o Evangelho de Jesus não lhe parece mais que repositório de ensinamentos comuns; mas, quando se lhe despertam os sentimentos superiores, verifica que as lições do Mestre têm vida própria e revelam expressões desconhecidas da sua inteligência, à medida que se esforça na edificação de si mesmo, como ensinamento do Pai. Quando crescemos para o Senhor, seus ensinos crescem igualmente aos nossos olhos. Vamos fazer o bem, meu caro! Encha seu cálice com o bálsamo do amor divino. Já que você sente os raios da alvorada nova, caminhe confiante para o dia!...

E, conhecendo meu temperamento de homem, amante do serviço movimentado, acrescentou, generosa:

— Você tem trabalhado bastante aqui nas Câmaras, onde me preparo, por minha vez, considerando o futuro próximo, na carne. Não poderei, portanto, acompanhá-lo, mas creio deve você aproveitar os novos cursos de serviço, instalados no Ministério da Comunicação. Muitos companheiros nossos habilitam-se a prestar concurso na Terra, nos campos visíveis e invisíveis ao homem, acompanhados, todos eles, por nobres instrutores. Poderia você conhecer experiências novas, aprender muito e cooperar com excelente ação individual. Porque não tenta?

Antes que pudesse agradecer o alvitre valioso, Narcisa foi chamada ao interior das Câmaras, a serviço, deixando-me dominado por esperanças diferentes de quantas abrigara até então, relativa mente às minhas tarefas.



pelo Espírito André Luiz - Do livro: Os Mensageiros, Médium: Francisco Cândido Xavier

domingo, 9 de abril de 2017

Felicidade e Saúde

O sábio e filósofo Buda, que viveu na Índia, depois de deixar seu luxuoso palácio e sua família para seguir os passos da simplicidade, do jejum e da meditação, já orientava, meio milênio antes de Jesus: Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.
Uma medida comum de felicidade e saúde para todos os homens está nesta resposta dado por sábios Espíritos à questão 922 de seu Livro1: “Para a vida material, a posse do necessário; para a vida moral, a consciência pura e a fé no futuro”. E para tanto devemos começar com a preservação de nossa saúde, cuidando com sabedoria do corpo físico, instrumento concedido por Deus para nossas experiências nesta dimensão, templo de nossa alma.
O médico André Luiz faz uma interessante prescrição, recomendando este preceito de saúde:
1 – Guarde o coração em paz, à frente de todas as situações e de todas as coisas. Todos os patrimônios da vida pertencem a Deus.
2 – Apoie-se no dever rigorosamente cumprido. Não há equilíbrio físico sem harmonia espiritual.
3 – Cultive o hábito da oração. A prece é luz na defesa do corpo e da alma.
4 – Ocupe o seu tempo disponível com o trabalho proveitoso, sem esquecer o descanso imprescindível ao justo refazimento. A sugestão das trevas chega até nós pela hora vazia.
5 – Estude sempre. A renovação das ideias favorece a sábia renovação das células orgânicas.
6 – Evite a cólera. Enraivecer-se é animalizar-se, caindo nas sombras de baixo nível.
7 – Fuja à maledicência. O lodo agitado atinge a quem o revolve.
8 – Sempre que possível, respire a longos haustos e não olvide o banho diário, ainda que ligeiro. O ar puro é precioso alimento e a limpeza é simples obrigação.
9 – Coma pouco. A criatura sensata come para viver, enquanto a criatura imprudente vive para comer.
10 – Use a paciência e o perdão infatigavelmente. Todos nós temos sido caridosamente tolerados pela Bondade Divina milhões de vezes, e conservar o coração no vinagre da intolerância é provocar a própria queda na morte inútil.
O nosso amigo escritor e professor de sociologia, Regis de Morais, de Campinas, é preciso quando diz: “Muito realizador é amar; grandemente saudável é perdoar – um sentimento cheio de coloração divina; outra maravilha para a saúde como um todo é a solidariedade que nasce do respeito à vida. Pois todos estes elementos de saúde têm como alicerce a humildade – esta mesma que nos garante paz”.
Para nossa saúde física e espiritual, sejamos médicos de nós mesmos: escutemos o doutor Serenidade, a doutora Moderação, a doutora Humildade, a doutora Caridade, e a doutora Sabedoria.
 
Referências:

1)
 O Livro dos Espíritos – Editora EME – Tradução do francês por Matheus R. Camargo (Capivari-SP).
 
2) Aulas da vida, André Luiz (Chico Xavier) - IDE (Araras-SP).

3)
 Caminhada necessária, publicado pela Editora EME (Capivari-SP).

Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é editor das editoras EME e Nova Consciência.

Nunca Desfalecer

“... Orar sempre e nunca desfalecer.” -  (LUCAS, 18-1.)

Não permitas que os problemas externos, inclusive os do próprio corpo, te inabilitem para o serviço da tua iluminação. Enquanto te encontras no plano do exercício, qual a crosta da Terra, sempre serás defrontado pela dificuldade e pela dor. A lição dada é caminho para novas lições. Atrás do enigma resolvido, outros enigmas aparecem.
Outra não pode ser a função da escola, senão ensinar, exercitar e aperfeiçoar.
Enche-te, pois, de calma e bom ânimo, em todas as situações.
Foste colocado entre obstáculos mil de natureza estranha, para que, vencendo inibições fora de ti, aprendas a superar as tuas limitações.
Enquanto a comunidade terrestre não se adaptar à nova luz, respirarás cercado de lágrimas inquietantes, de gestos impensados e de sentimentos escuros.
Dispõe-te a desculpar e auxiliar sempre, a fim de que não percas a gloriosa oportunidade de crescimento espiritual.
Lembra-te de todas as aflições que rodearam o espírito cristão, no mundo, desde a vinda do Senhor.
Onde está o Sinédrio que condenou o Amigo Celeste à morte?
Onde os romanos vaidosos e dominadores?
Onde os verdugos da Boa Nova nascente?
Onde os guerreiros que fizeram correr, em torno do Evangelho, rios escuros de sangue e suor?
Onde os príncipes astutos que combateram e negociaram, em nome do Renovador Crucificado?
Onde as trevas da Idade Média?
Onde os políticos e inquisidores de todos os matizes, que feriram em nome do Excelso Benfeitor?
Arrojados pelo tempo aos despenhadeiros de cinza, fortaleceram e consolidaram o pedestal de luz, em que a figura do Cristo resplandecerá, cada vez mais gloriosa, no governo dos séculos.
Centraliza-te no esforço de ajudar no bem comum, seguindo com a tua cruz, ao encontro da ressurreição divina. Nas surpresas constrangedoras da marcha, recorda que, antes de tudo, importa orar sempre, trabalhando, servindo, aprendendo, amando, e nunca desfalecer. 

Emmanuel
 
Mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, constante do livro Fonte Viva, de 1956, publicado pelo Federação Espírita Brasileira.

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...