Estando Jesus a caminhar junto ao mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André,
que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores. Disse-lhes: Segui-me e eu vos farei pescadores de homens.
[I] Eles, deixando imediatamente as redes, O seguiram…
Iniciava-se assim a reunião de doze homens, estruturando-se o colégio apostólico em doze pilares,
a fim de que Jesus, com esse apoio basilar, erigisse e apresentasse ao mundo a grande catedral do amor,
como sendo essa a Casa do Pai, o Reino de Deus que cada coração humano comportaria.
A saga da implantação do Reino de Deus dentre os homens continua seu curso.
Muito se tem feito nesse sentido. Muito ainda a se fazer.
E dizia-lhes: A colheita é grande, mas os operários são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que
envie operários para sua colheita.
[II]
Cada pessoa pode muito fazer. Juntando-se a outras, mais farão.
Lemos em Eclesiastes (4: 9 a 12): Mais vale dois que um só, porque terão proveito do seu trabalho.
Porque se caem, um levanta o outro; mas o que será de alguém que cai sem ter um companheiro para
levantá-lo? Se eles se deitam juntos, podem se aquecer; mas alguém sozinho como vai se aquecer?
Alguém sozinho é derrotado, dois conseguem resistir, e a corda tripla não se rompe facilmente.
E O Espírito de Verdade
[III] arremata:
Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de
que o Senhor, ao chegar, encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que
sois bons servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias,
a fim de que daí não viesse dano para a obra!”
Desde as primeiras ações, ditas públicas, de Jesus, Ele contou com a força da união.
E ampliou Sua rede de trabalhadores, sempre em regime de união, como bem se conhece pela narrativas
de Lucas (10:1): Depois disso, o Senhor designou outros setenta e dois, e os enviou dois a dois à sua frente
a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.
Espíritas! Amemo-nos, unamo-nos e irmanemo-nos.
Já se vai o tempo e se faz urgente a formação de grande Rede do Bem, incondicional, independente de credo,
de raça, de posição social, de país, a fim de poder corresponder como devido e esperado aos apelos de
dor e de padecimentos múltiplos que a Humanidade sofre.
Do mesmo modo que quando pessoas se dão as mãos não se dá um nó entre elas, mas um
entrelaçamento, as malhas de uma rede também se entrelaçam, a fim de que seu cordame prossiga até a
extensão que se pretenda para a tecedura completa. Sem interrupção. Sem solução de continuidade.
Assim deve ser a nossa Rede: tecida com mãos acostumadas ao serviço do Senhor da Vida, entrelaçando as
malhas da solidariedade com laços fortes do trabalho comum ao próximo. E guiados pelas mãos do
Celeste Pescador, arremessar a Rede Luminescente do Bem com mãos tolerantes e firmes,
determinadas e destemidas, confiantes e corajosas, fraternas e amigas.
Espíritas, cristãos, homens de boa vontade! Consolidemos a grande equipe de trabalhadores,
agindo em perfeita interdependência.
Da qualidade do nosso esforço nasce o êxito ou surge o fracasso do conjunto.
Fala-nos ao coração o Espírito Emmanuel:
[IV]
(…) somos levados a reconhecer que o servidor do Evangelho é compelido a sair de si próprio,
a fim de beneficiar corações alheios.
É necessário desintegrar o velho cárcere do “ponto de vista” para nos devotarmos ao serviço do próximo.
Aprendendo a ciência de nos retirarmos da escura cadeia do “eu”, excursionaremos através do grande
continente denominado “interesse geral”. E, na infinita extensão dele, encontraremos a “terra das
almas”, sufocada de espinheiros, ralada de pobreza, revestida de pedras ou intoxicada de pântanos,
oferecendo-nos a divina oportunidade de agir a benefício de todos.
Foi nesse roteiro que o Divino Semeador pautou o ministério da luz, iniciando a celeste missão do
auxílio entre humildes tratadores de animais e continuando-a através dos amigos de Nazaré e dos
doutores de Jerusalém, dos fariseus palavrosos e dos pescadores simples, dos justos e dos injustos,
ricos e pobres, doentes do corpo e da alma, velhos e jovens, mulheres e crianças…
Ouçamos a voz doce e suave de Jesus, repetindo o convite feito a Simão (Lc. 5: 4ss): “Faze-te ao largo”
e a todos: “Lançai vossas redes para a pesca.
Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira sem nada apanhar; mas, porque mandas,
lançarei as redes.”
Fizeram isso e apanharam tamanha quantidade de peixes que suas redes se rompiam.
E por fim, Jesus disse a Simão, este então muito surpreso: ” Doravante serás pescador de homens.”
Para nós, já desponta a aurora de um novo dia, tendo Jesus, nosso Sol de Primeira Grandeza, a iluminá-lo.
Em meio da grande noite do sofrimento humano, é necessário acendamos a nossa luz.
Jesus conclama: hora de se iniciar a pescaria. Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis...
[V]
Fora da caridade não há salvação!
Fora do amor não há caridade, uma vez que caridade é o próprio amor em ação.
Lancemos a Rede…