domingo, 29 de maio de 2016

Altruísmo

Altruísmo

Segundo Joanna de Ângelis (Espírito), o altruísmo, que é lição viva de caridade, expressão superior do sentimento de amor enobrecido, abre as portas à ação, sem a qual não teria sentido a vida (humana).
Vivendo numa sociedade eminentemente egoísta, o indivíduo sofre os efeitos do seu próprio comportamento, recebendo conforme se conduz. Sem o espírito de solidariedade a nortear-lhe os passos, as suas são ações egoicas, que somente objetivam o próprio bem-estar, tornando-o avaro e destituído das elevadas expressões do amor. 
Enquanto não compreendermos que o amor deve reger as nossas existências, estaremos solitários e ambiciosos, tristes e frustrados, procurando meios para alcançarmos a felicidade, que parece estar sempre onde não nos encontramos. 
Abraçando o altruísmo, o sentimento de fraternidade vige vigoroso, ampliando-nos os horizontes existenciais e dando-nos sentido psicológico, o que torna a vida muito mais significativa e atraente. 
Esse comportamento deve iniciar-se ao abrir-se a mão para auxiliar, o que resultará em abrir o coração para melhor viver. A dor do próximo passa a pertencer-nos também, e a sua solidão se nos torna um convite forte à convivência confortadora. O individualismo, que atormenta as pessoas, leva-as à constante preocupação de ter sempre mais, não deixando espaço emocional para distribuir alegria e esperança entre aqueles que sofrem e, sem o quererem, tornam-se ameaça à sua tranquilidade. 
Este é o momento de expandirmos o altruísmo sob todas as formas possíveis. A Europa, erudita e rica, durante muito tempo vinha impondo regras eminentemente severas para impedir a entrada de estrangeiros no solo de alguns países. Agora se vê a braços com a necessidade de amparar milhões de vidas estioladas que a buscam, na esperança de se reconstruírem. Em consequência, outra alternativa não dispõe, senão albergar os desamparados e sofrer-lhes as angústias e dramas que os atormentam. 
Evitemos aflição igual.

Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 19.5.2016.
Em 24.5.2016

sábado, 28 de maio de 2016

O LIVRO DOS MÉDIUNS

Muitos referiam-se à justiça...
Mas apenas Moisés logrou expressá-la junto aos homens.

Muitos sentiam a necessidade do amor por único recurso de sustentação da concórdia e da fraternidade entre as criaturas...
Entretanto, somente Jesus consegui exemplificá-la na Terra.
Qual ocorre no plano moral, assim tem acontecido se, pré em todos os distritos do progresso humano.

Muitos registravam o impositivo de mais ampla divulgação da cultura...
Contudo, só Guttemberg pôde articular os alicerces da imprensa.

Muitos observavam que o mundo químico devia ter por base um elemento extremamente simples...
Todavia, somente Cavendish chegou a descobrir o hidrogênio.

Muitos reconheciam a possibilidade de isolar-se a faísca elétrica...
No entanto, só Franklin levantou a pára-raios.

Muitos pensavam na criação do transporte rápido...
Mas apenas Stephenson desvelou a locomotiva.

Muitos pressentiam a existência da gravitação...
Entretanto, somente Newton granjeou enunciá-la.

Muitos falavam em arquivo da voz...
Contudo, só Edison corporificou o fonógrafo.

Muitos suspeitavam da influência maléfica dos bacilos...
Todavia, somente Pasteur instituiu a imunização.

Muitos estudavam as ondas eletromagnéticas...
No entanto só Marconi estabeleceu as comunicações sem-fio.

Através de séculos, muitos admitiam o intercâmbio entre os homens na carne e os espíritos no Espaço...
Contudo, somente Allan Kardec definiu a prática mediúnica inaugurando nova era para a vida mental da Humanidade.

Glória, pois, a "O Livro dos Médiuns" que consubstancia o pensamento puro e original do Codificador sobre a mediunidade com Jesus. Estudêmo-lo.



pelo Espírito André Luiz - Do livro: Opinião Espírita, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Você Mesmo

Você Mesmo 

Lembre-se de que você mesmo é:
O melhor secretário de sua tarefa.
O mais eficiente propagandista de seus ideais.
A mais clara demonstração de seus princípios.
O mais alto padrão do ensino superior que seu espírito
abraça e a mensagem viva das elevadas noções que você transmite aos outros.
Não se esqueça, igualmente, de que:
O maior inimigo de suas realizações mais nobres,
a completa ou incompleta negação do idealismo sublime que você apregoa;
A nota discordante da sinfonia do bem que pretende executar;
O arquiteto de suas aflições e o destruidor de suas oportunidades de elevação — é você mesmo.

Psicografia de Francisco Cândido Xavier 
do Livro Agenda Cristã - pelo Espírito André Luiz   

terça-feira, 24 de maio de 2016

Cruzes e Algemas

Observa o longo caminho em que transitas no mundo e notarás que todas as criaturas jornadeiam na Terra entre cruzes e algemas.

Cruzes talhadas pela misericórdia de Deus.

Algemas forjadas pelos próprios homens.

Cruzes que elevam. Algemas que aniquilam.

Cruzes que bendizem. Algemas que amaldiçoam.

Cruzes que iluminam. Algemas que ensombram.

Não desprezes o madeiro das obrigações em que a Sabedoria do Senhor te situa, porque todas as almas que sobem o monte da evolução, transportam consigo as cruzes redentoras do trabalho e da disciplina.

Onde se destaquem progresso e sublimação ai enxameia cruzes diversas.

Possuímo-las por toda parte, em todos os feitos e em todos os tons de luta.

Aqui constituem o esposo difícil, a companheira desesperada e o filho ingrato e incompreensivo...

Acolá, descobrimo-las na solidão e na enfermidade, na penúria e no sofrimento, na dor e no sacrifício, tanto quanto mais além, reconhecemo-las na popularidade e na inteligência, no fausto e no ouro, na responsabilidade e no poder.

Procura aceitar com valor e serenidade os preciosos deveres que o Senhor te confia, porque das cruzes abandonadas nascem as trevas da rebeldia e do orgulho, que perturbam o coração e ensangüentam os filhos rebeldes da Terra.

Quantos lhes abominam os braços santificantes, sacudindo-lhes o jugo, não raro, descem à sombra e à viciação, à loucura e à delinquência, em que padecem, às vezes, por séculos dolorosos, nos grilhões do remorso e do crime, do desequilíbrio e do desencanto que inventaram para si mesmos.

Abraça na cruz que te honra o caminho a bênção da própria vida e agradece-lhe o suor do trabalho e as lágrimas da renúncia que te faça verter, porquanto se apenas a Cruz do Cristo, - o Anjo sem culpa, - foi capaz de instalarmos a luz da ressurreição, somente a cruz de nossas dores no resgate de nossos erros, será capaz de impelir-nos à posse da Vida Eterna.



Pelo Espírito Emmanuel  - Do livro: Taça de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

Não Fujas

Quando as sombras da provação se te adensem, ao redor dos passos, permanece firme na confiança em Deus e em ti mesmo, seguindo adiante nas tarefas que abraçaste na seara do bem.

Não existem tribulações infindáveis.

Sobretudo, não te omitas.

Aceita os encargos que as circunstâncias te impõem, buscando cumpri-los com o melhor ao teu alcance.

Não te aflijam dificuldades.

Anota as bênçãos de que dispões.

Conserva-te fiel às próprias obrigações, na certeza de que a Divina Providência te oferecerá os recursos precisos para que qualquer desequilíbrio desapareça.

Desapegue-te de toda idéia do mal.

Abençoa a quanto não raciocinem por teus princípios.

Muitas vezes, os adversários de hoje, se soubermos respeitá-los com sinceridade, estarão possivelmente amanhã na fileira de nossos melhores benfeitores.

Não te lamentes.

O aguaceiro que te incomoda é apoio da natureza para que não te falte o pão indispensável à vida.

Não exijas dos outros qualidades que ainda não possuem.

A árvore nascente aguarda-te a bondade e a tolerância para que te possa ofertar os próprios frutos em tempo certo.

Por mais áspero se te mostrem os obstáculos da estrada, segue adiante.

Se alguém te feriu, desculpa e prossegue à frente.

Não procures na morte provocada o esquecimento que a morte não te pode dar.

Não fujas dos problemas com que a vida te instrui.

A vida, como a fizeres, estará contigo em qualquer parte.

Lembra-te sempre: cada dia nasce de novo amanhecer.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Atenção, Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O Sorriso

Apolônia de Alexandria, que mais tarde veio a ser conhecida como Santa Apolônia, fez parte de um grupo de mártires que padeceram em Alexandria, no Egito, durante um levante local contra o cristianismo.
Torturada, teve os dentes violentamente quebrados e arrancados. Por essa razão, é popularmente considerada a protetora dos dentistas e daqueles que sofrem de problemas dentais.
*   *   *
Sensibilizado com os dados alarmantes de violência doméstica no Brasil, o dentista Fábio Bibancos criou o projeto Apolônias do Bem.
Há quatro anos, a iniciativa oferece tratamento integral e gratuito, realizado por dentistas voluntários, para mulheres que foram agredidas.
A marca da violência estava na boca dessas mulheres. Depois de passar pelo tratamento elas renascem, afirma Bibancos.
As Apolônias fazem parte de um grupo de mulheres, vítimas da violência. Segundo dados da Fundação Perseu Abramo, a cada dois minutos, cinco mulheres sofrem agressão domiciliar.
E, via de regra, elas são atingidas, principalmente, no rosto, motivo pelo qual perdem os dentes.
Nascido como projeto piloto para atender mulheres que passaram por situação de violência em São Paulo, atualmente a iniciativa se estende para o Rio de Janeiro e Espírito Santo.
A meta é ampliar Apolônias do Bem para todo o território nacional, no intuito de, ao menos, remover as marcas físicas, permitindo que elas voltem a sorrir.
*    *   *
Quanto custa um sorriso?
Custa o tempo de, num mundo tão ligeiro, que corre tão depressa, no qual tantos são os compromissos e as exigências, pararmos e observarmos.
Olhemos uns para os outros: ao nosso lado, tantos são os que perderam a vontade de sorrir. Será que percebemos?
Nas ruas, nos hospitais, nos asilos, nos centros de recuperação, incontáveis são os que, ansiosos, aguardam um motivo para novamente sorrir.
Eles aguardam uma mão amiga, uma conversa fraterna, um abraço consolador, o apoio de uma amizade ou um sorriso...
O nosso sorriso!
Quanto vale um sorriso?
Não custa nada, mas desperta esperanças. Dura apenas um momento, mas sua lembrança permanece por largo tempo.
Não se pode comprá-lo, mendigá-lo, pedi-lo emprestado ou furtá-lo. E não tem utilidade enquanto não é oferecido.
Assim, se encontrarmos alguém em nosso caminho, por demais cansado para sorrir, ofertemos o nosso, pois ninguém precisa tanto de um sorriso quanto aquele que não mais o possui.
Nosso sorriso será tão precioso a essa pessoa que lhe permitirá sentir o bálsamo da felicidade e da paz, mesmo que por alguns instantes apenas.
Por gratidão, ela retornará um sorriso, mesmo que tímido e fugaz.
O sorriso é o som do silêncio nos momentos em que as palavras não couberem ou não existirem. O sorriso apoia, conforta, nos torna presentes, faz-nos irmãos.
Para nós, caminheiros do progresso e que muito temos a aprender sobre o amor, sorrir é guia seguro na jornada.
Pensemos nisso!          
Redação do Momento Espírita, com base
 em dados da 
Fundação Perseu Abramo.
Em 21.5.2016.

sábado, 21 de maio de 2016

Microcefalia na visão Espírita


Os diversos casos de microcefalia que estão ocorrendo por todo o Brasil, e com mais intensidade no Nordeste, com os números cada vez mais aumentando, faz-nos indagar: por que isto está acontecendo?

Para nós espíritas isto não é por acaso. Na visão da Doutrina Espírita esta situação enquadra-se nas chamadas provações coletivas, é um resgate coletivo. São espíritos que trazem necessidade de provas ou expiações semelhantes, nisto são atraídos a lugares ou situações, onde graves desequilíbrios destes espíritos são tratados em conjunto. Sobretudo nas doenças chamadas de congênitas, que a criança já traz ao nascer, não pode ser atribuída ao acaso ou a má sorte elas passarem por esta situação.

Há casos também em que esses espíritos reencarnam com este problema para ajudar os familiares a desenvolverem boas qualidades, a terem mais paciência, para desenvolver o cuidado pelo próximo, a compaixão, a generosidade...

O Espiritismo nos esclarece que estamos num mundo de efeitos, de consequências, onde percebemos que na reencarnação encontra-se o “por que” para compreendermos o que está ocorrendo, as causas e as consequências.

Nas questões 132 e 133 de O Livro dos Espíritos, encontramos os seguintes esclarecimentos: Que Deus impõe a encarnação com o objetivo de fazer os espíritos chegarem a perfeição. Para alguns a encarnação é uma expiação, para outros é uma missão. Todavia, para alcançarem essa perfeição, devem suportar todas as vicissitudes da existência corporal; nisto é que está a expiação. (...)
Todos nós necessitamos de reencarnarmos, pois todos nós fomos criados simples e ignorantes; instruímo-nos nas lutas e nas tribulações da vida corporal. Deus, que é justo, não poderia fazer a alguns felizes, sem dificuldades e sem trabalho e, por conseguinte, sem mérito. Os espíritos que seguem o caminho do bem alcançam mais depressa o objetivo. Aliás, as dificuldades da vida, frequentemente, são consequências da imperfeição do espírito; quanto menos tenham de imperfeição, menos tem de tormentos. (...)

Estamos vivenciando um momento crucial no progresso do planeta Terra, e no nosso progresso. Esta é a encarnação que melhor nos preparamos através das outras encarnações. É a grande chance e a grande oportunidade para nos tornamos indivíduos melhores. E para esses espíritos que nasceram com o corpo físico com microcefalia é uma grande oportunidade de reajuste de dividas passadas, é uma reencanação impar para eles, mesmo que seja por breve instantes, ou pela experiência de passar por isso, ou que vivam por anos; tanto para eles como para os familiares .

Sabemos que a Terra está passando pela mudança de uma Era para outra, deixando o mundo de Provas e Expiações para o mundo de Regeneração. Tudo que estamos vivenciando seja desencarnes coletivos, seja reencarnações de resgate coletivo, é para acelerar o processo de quitação de divida do mundo em estagio de Provas e Expiações, pois não se pode chegar um novo estagio moral na Terra com as dividas e os sofrimentos atuais. Só irão ficar na Terra os espíritos que assumirem o compromisso com o bem, espíritos com a moral adequada para habitar o mundo em estagio evolutivo de Regeneração. Por isso que as dividas tem que serem pagas, e por isso que está havendo esse aceleramento para o pagamento dos débitos desses espíritos, e tudo isso acontecendo por meio da Lei de Causa e Efeito, da ação e da reação.

Assim, os débitos de vidas anteriores que tal espírito contraiu e acarretou tal deficiência, é sanado com essa atitude de encarnar com a microcefalia. Décadas atrás a incidência de casos de deficiência física era muito grande, e se apresentando de diversas formas as deficiências físicas, atualmente os espíritos estão nascendo com doenças emocionais, psíquicas, é a mente que está sofrendo atualmente. Tendo diminuído os casos de deficiência física, pois os espíritos que precisavam passar por tais circunstancias já terem quitado tal divida, contraída por erros em vidas passadas. É por isso que esta é a grande chance, quem sabe uma das ultimas chamadas para esses espíritos quitarem suas dividas e a dos seus familiares por meio da microcefalia.

Deus sempre Escreve Certo e Seu Amor e Justiça nunca falham. Temos que entender que os espíritos desses bebês, são espíritos que já viveram muitas outras vidas, com erros e acertos. Os aspectos espirituais por trás desta situação é que são espíritos que precisam passar pela experiência da microcefalia, é como se fosse um processo de cura para as dificuldades espirituais desses espíritos.

Que as mães não abortem esses bebês de forma alguma, porque se houver um caso na família de microcefalia é porque a família necessita desta experiência para desenvolver boas qualidades. Porque se haver de nascer na família um bebê com alguma deficiência física é necessidade da família e do bebê. A família tem que se doar, porque tudo tem uma razão de ser. É a Justiça Divina atuando, mesmo que não compreendemos atualmente, para que alcancemos a luz.

Que as mães, os pais e os familiares agradeçam a Deus por esta oportunidade bendita, por receber estes espíritos sofredores, que vão precisar dos seus pais, responsáveis, familiares, de todo o amor, carinho, da servidão, para se dedicarem a estes espíritos, dando condição a eles de cura para o espírito, através desta oportunidade. Quando servimos crescemos. É um crescimento mútuo, para os pais e para o filho, muitos casos podem ser resgates de dividas dos pais com os filhos de outras vidas, outros casos os bebês podem assim nascer para sensibilizar os pais e familiares, e outros podem ser a necessidade do espírito de nascer desta forma e os pais o acolhem para ajuda-lo e isto já foi estabelecido no plano reencarnatório, antes dos pais e filhos nascerem.

Que esses casos sirvam para a sociedade em geral, para sensibilizar-nos e nos voltarmos mais para o bem, para o amor, para a caridade... Uma nova era está chegando, e temos que cada dia sermos pessoas melhores. O tempo urge, e os trabalhos estão sendo acelerados. Colhemos o que plantamos isto através dos séculos, isto é a lei de causa e efeito, ação e reação. Mas, sobretudo, confiemos em Deus Pai. E nos ensinos de Mestre Jesus, pois Ele afirmou: “Das ovelhas que meu Pai me confiou, nenhuma se perderá.”

“Estamos certos de que Deus age em todas as coisas com o fim de beneficiar todos os que o amam, dos que foram chamados conforme seu plano.“ (Romanos 8:28)

Autor: Ana Maria Teodoro Massuci
Fonte: Espiritbook

Assim falou Jesus


Disse o Mestre: "buscai e achareis".
Mesmo nos céus, você pode fixar a atenção na sombra da nuvem 
ou no brilho da estrela. 
Afirmou o Senhor: "cada árvore é conhecida pelos frutos."
Alimentar-se com laranja ou intoxicar-se com pimenta é problema seu. 
Proclamou o Cristo: "orai e vigiai para não entrardes em tentação, porque o espírito, em verdade, está pronto, mas a carne é fraca."
O espírito é o futuro e a vitória final, mas a carne é o nosso próprio passado, repleto de compromissos e tentações.
Ensinou o Mentor Divino: "não condeneis e não sereis condenados".
Não critique o próximo, para que o próximo não critique a você.
Falou Jesus: "quem se proponha conservar a própria vida, perdê-la-á".
Quando o arado descansa, além do tempo justo, encontra a ferrugem que o desgasta.
Disse o Mestre: "não vale para o homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma".
A criatura faminta de posses e riquezas materiais, sem trabalho e sem proveito, assemelha-se, de algum modo, a pulga que desejasse reter um cão para si só.
Afirmou o Senhor: "não é o que entra pela boca que contamina o homem".
A pessoa de juízo são, come o razoável para rendimento da vida, mas os loucos ingerem substâncias desnecessárias para rendimento da morte.
Ensinou o Mentor Divino: "andai enquanto tendes luz".
O corpo é a máquina para a viagem do progresso e todo relaxamento corre por conta do maquinista.
Proclamou o Cristo: "orai pelos que vos perseguem e caluniam".
Interessar-se pelo material dos caluniadores é o mesmo que se adornar você, deliberadamente, com uma lata de lixo.
Falou Jesus: "a cada um será concedido segundo as próprias obras".
Não se preocupe com os outros, a não ser para ajudá-los; pois que a lei de Deus não conhece você pelo que você observa, mas simplesmente através daquilo que você faz.

ANDRÉ LUIZ

quinta-feira, 19 de maio de 2016

A Cerimônia dos Sonhos


 Frida sempre havia sonhado com um casamento de contos de fadas.

Planejara como seria o vestido, o véu, o buquê, o penteado, o sapato, os vestidos das madrinhas.

Selecionou as músicas da cerimônia, da entrada até a saída, e especificou como seriam as lembrancinhas, o bolo, os doces.

Preparou tudo com cuidadoso zelo.

Mas se esqueceu de levar em conta a parte principal, aquela que faria a diferença na adaptação do casamento: a realidade da vida a dois.

Ficara tão absorvida na cerimônia que deixara de lado a essência e o significado profundo desse ato.

O dia da celebração foi maravilhoso. Os convidados se encantaram com a decoração dos salões, os aromas das flores, os sons dos violinos e os sabores dos pratos.

Frida estava orgulhosa de si mesma. Havia se esmerado e agora se sentia realizada.

O noivo a tudo assistia com resignada alegria. Ficava feliz ao vê-la radiante.

Para ele, bastaria uma cerimônia simples, com os amigos íntimos e os familiares, mas ela queria uma festa digna de rainha.

Por conta desse desejo, casaram-se endividados.

Casamento é uma vez só, justificara Frida, a cada novo gasto inesperado.

E assim foram avançando em compromissos financeiros. Tudo em nome do sonho da mimada noiva.

Uma amiga alertou: Você não acha que está exagerando? Foi afastada do convívio e tratada com polida indiferença.

A noiva não queria ninguém lançando energias negativas em seu casamento.

Terminada a cerimônia, o casal rumou para uma breve lua de mel, em uma cidade de veraneio.

Quando voltaram, Frida não conseguia se adaptar à rotina de casada. Irritava-se, reclamando das tarefas diárias.

As dívidas chegavam impiedosas e o casal acabava discutindo por causa da eterna insatisfação de Frida.

Meses depois, ela decidiu voltar para a casa dos pais. Acusava o marido de não lhe dar atenção, de trabalhar muitas horas, deixá-la sozinha e não ajudá-la nos trabalhos da casa.

Ele realmente trabalhava horas a mais para pagar as onerosas contas. E, ultimamente, não fazia questão de retornar mais cedo.

Não se sentia à vontade em casa, onde a esposa o aguardava sempre com queixumes.

O casamento acabou antes mesmo do casal terminar de pagar todas as prestações assumidas.

Aquela amiga que havia sido afastada, um dia encontrou Frida e, ao ouvi-la reclamar sem parar, nem a deixou terminar.

Você estava tão focada em concretizar o seu sonho, tão voltada para si mesma e para a parte material do casamento, que ignorou o fato de que nossa felicidade está intimamente associada à felicidade dos que nos cercam.

O que você fez para que as pessoas que a cercam também tivessem seus sonhos realizados?

Frida emudeceu. Não havia pensado nos sonhos de mais ninguém. Apenas nos seus.

Naquele momento, um clarão iluminou sua mente. Ela percebeu, em choque, o quanto havia sido egoísta e imatura.

Voltou para casa cabisbaixa, pensando no quê, de fato, havia significado o casamento para ela.

E lamentou ter desperdiçado tanto tempo e recursos numa ilusão.

Desde então, Frida mudou sua forma de ser e estar no mundo, buscando primeiro a essência das coisas, e não suas manifestações exteriores.



Por Redação do Momento Espírita, do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4791&stat=0

Encontro Inesquecível

A nossa reunião em preces começara.
Em derredor, a névoa densa...

Éramos oitos irmãos, ante a presença
Da inteligência rara
De antigo delinqüente,
Que precisava rumo diferente.

Finda a nossa oração,
O Instrutor exclamou, emocionado:
- Escuta, meu irmão,
Agora, és nosso convidado
Para a escola do amor.
Em nome de Jesus, cuja a paz nos alcança,
Rogamos-te esquecer os gestos de vingança
Que exerces sobre humilde lar terreno,
Hoje quase desfeito
Sem que a piedade te penetre o peito,
Semelhante a motor sustentado a veneno...

Uma estranha e estridente gargalhada
Ecoou, sob a névoa desolada.

- Nunca! – disse o infeliz, mal disfarçando a ira –
Não me faleis de amor, essa eterna mentira,
Farei justiça pelas próprias mãos.
Estou cansado de preceitos vãos.
Ingênuos pregadores, que dizeis
De tudo o que sofri no relho da injustiça?
Das mistificações de vossas duras leis,
Ninguém me arrancará do ódio que me escolta,
Quero ser a vingança, o rebate, a revolta...
Pobre órfão de mãe, sem pai que me quisesse,
Para sobreviver doente, exausto e roto,
Fiz-me rato de esgoto,
Embora o homem, meu pai, amplamente soubesse
Que eu tinha sob os pés o abismo por destino...
Fui ladrão e assassino.
Temível salteador
Respondendo a sarcasmo o fel da minha dor!...

Ante a pausa pequena,
O Instrutor indagou em voz serena:
- E Deus, irmão? Que fizeste de Deus?

- Eu preferi trilhar a estrada dos ateus –
- Replicou, apressado, o espírito infeliz –
- Se há Deus também é um Pai que não me quis;
Sei que saí da morte e existo em outro plano,
Mas não quero ilusões do pensamento humano!...

- E o bem? Não queres crer na prática do bem? –
- Disse o Orientador, paciente e amigo-
- Não desejamos obrigar-te,
Quanto possas, porém, modifica-te e vem
Ao caminho do amor que é sempre o nosso abrigo,
A doar-nos socorro em qualquer parte.

- Tolice!... – proclamou a rebelde entidade –
O bem aduba o mal em toda Humanidade,
A prática do bem sugere desacatos,
É a galinha a sofrer na desova de ingratos.

Notando-lhe a feição empedernida,
O nosso grupo em prece ao Criador da Vida
Pediu por ele apoio e proteção.

Assim que terminou a singela oração
Que o nosso Condutor em pranto formulara,
Veio do Azul Imenso uma luz rosicler
Que se fez, entre nós, simpática mulher...
Abraçou-nos sorrindo, em júbilo e tristeza,
Dirigindo-se após ao rude sofredor,
Falou-lhe em doce voz, repassada de amor:
- Filho, Deus te abençoe!... – E o pobre a ouvi-la,
Qual se atendesse, enfim, a invencível comando,
Cambaleou sem força e gritou, soluçando:
- Mãe, generosa mãe, rever-te me aniquila...
Não me retenhas, mãe! A treva me reclama,
Fita-me o peito em fel, a converter-se em lama...
Sou apenas um monstro, acusado e infeliz!...

Ela, porém, sentou-se, linda tal qual era,
Colocou-lhe a cabeça no regaço
E parecendo um anjo, acalmando uma fera, a lhe apontar a imensidão do Espaço:
- Filho, é meu ideal, o mais belo e o mais santo;
Não te sintas a sós, eu nunca te amei tanto
Quanto agora que estás desolado e sozinho
Não te creias no mal, és filho dos Céus,
Deus não cria em ninguém o estigma dos réus.
A vida nos fará renovado caminho.
Erraste, filho meu, mas as faltas que tens
Resgataremos nós com nossos novos bens.
Retornarei a Terra e seguirás comigo,
Viveremos num lar singelo, claro e amigo;
Conforme a proteção de Afetos Imortais,
Terás comigo o amor de meus futuros pais...
No tempo que eu dormir e pequenina for
Serás junto ao meu berço,
Meu fiel companheiro e maior defensor...
E, em regressando a ser menina-criança,
Estarás junto a mim por meu sonho-esperança.
Nos bebês que eu tiver, em brinquedos do lar,
Sei que te embalarei com as canções de ninar;
E ao tornar-me mulher, sem qualquer empecilho,
Serás, então, de novo,
Ante a benção de Deus, meu tesouro e meu filho...
Não chores mais. Agora, é o fim da longa espera,
Raiará para nós a nova primavera...
Não te importem a luta, o esforço, a prova e a dor!...
Todo lugar é Céu onde está nosso amor!...

Calou-se a mãe sublime. E entre nós, em seguida,
Ergueu-se a sustentá-lo com ternura,
Qual se o pobre fosse a própria vida.
Depois, a despedir-se, a nobre criatura,
Na carícia de luz, que das mães se descerra,
Partiu a carregá-lo, em direção a Terra.

Nosso Mentor, em voz pausada e enternecida,
Agradeceu aos Céus a tarefa cumprida.
E, qual se me encontrasse, em reunião qualquer,
Exclamei, a chorar, em êxtase profundo:
- Sê louvado, meu Deus, porque deste à mulher
A chave para a vida e a redenção do Mundo!...



Pelo Espírito Maria Dolores  - Do livro: Vida em Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier

Longas Colheres

Num reino não muito distante, havia um rei famoso por suas excentricidades.
Um dia, ele mandou anunciar por toda parte que ofereceria a maior e mais bela festa que o reino jamais tivera.
Toda a corte e os amigos foram convidados.
Ao chegarem, vestidos em seus ricos trajes, os convidados maravilharam-se com a visão do palácio que resplandecia em luzes.
As apresentações transcorreram segundo o protocolo e as festividades tiveram início. Danças, jogos e os mais refinados divertimentos foram oferecidos.
Tudo, até os mínimos detalhes, era esplendor e luxo.
Apesar da primorosa organização da festa, depois de algum tempo os convidados perceberam que não lhes havia sido oferecido nada para comer ou beber.
Em parte alguma se encontrava algo para acalmar a fome, que começavam a sentir mais duramente à medida que as horas passavam.
Jamais se havia tido notícia de algo semelhante.
Uma festa daquela magnitude e os convidados passando fome.
Mesmo que os dançarinos e os músicos se esforçassem para alegrar o ambiente, pouco a pouco o mal-estar foi tomando conta do salão e os convidados não disfarçavam sua contrariedade.
Ninguém, no entanto, ousava queixar-se ou questionar o rei que observava tudo em silêncio.
Finalmente, quando a situação se tornou insustentável e a fome intolerável, o rei convidou a todos para passarem para uma sala especial, onde uma refeição os aguardava.
Os convidados, como um conjunto harmonioso de famintos, avançaram em direção do delicioso aroma de sopa que exalava de um enorme caldeirão no centro da mesa.
Quiseram se servir, mas grande foi a surpresa ao encontrarem, ao lado do caldeirão, apenas gigantescas colheres de metal, com mais de um metro de comprimento.
Nenhum prato, nenhuma tigela, nenhuma outra colher eram oferecidos.
Os cabos desmesurados não permitiam que o braço levasse à boca o caldo suculento e impossível segurar as escaldantes colheres a não ser por uma pequena haste de madeira em sua extremidade.
Desesperados, todos tentavam comer, sem resultado.
Até que um convidado, mais esperto ou mais faminto, encontrou a solução e mostrou aos demais.
Segurando a colher pela haste situada na extremidade, levou-a à boca do convidado que estava à sua frente, que pôde comer à vontade.
Todos imitaram o gesto e se saciaram, compreendendo, enfim, que a única forma de se alimentar, naquele magnífico festim, era um servindo ao outro.
*   *   *
Não acredite que você é capaz de viver isolado.
Nenhum homem é uma ilha.
Por mais que tenhamos capacidades e talentos, eles são limitados e insuficientes para garantir nosso pleno desenvolvimento como seres humanos.
A vida em sociedade é uma conquista e uma oportunidade.
Deus nos convida, diariamente, a servir nossos irmãos, por meio do trabalho digno e honrado.
Não importa nossa idade, nossa condição social ou nosso estado físico. Sempre há formas de sermos úteis à sociedade em que nos encontramos inseridos.
Dessa maneira, percebemos também que dependemos dos outros e que essa interdependência nos possibilita aprender e crescer infinita e constantemente.
Redação do Momento Espírita, com base no livro
 
Como atirar vacas no precipício, de Alcira Castilho,
 ed. Panda Books.
Em 17.5.2016

terça-feira, 17 de maio de 2016

A Campanha da Paz

Estabelecidos em Jerusalém, depois do Petencostes, os discípulos de Jesus, sinceramente empenhados à obra do Evangelho, iniciaram as campanhas imprescindíveis às realizações que o Mestre lhes confiara.

Primeiro, o levantamento de moradia que os albergasse.

Entremearam possibilidades, granjearam o apoio de simpatizantes da causa, sacrificaram pequenos luxos, e o teto apareceu, simples e acolhedor, onde os necessitados passaram a receber esclarecimento e consolação, em nome do Cristo.

Montada a máquina de trabalho, viram-se defrontados por novo problema. As instalações demandavam expressivos recursos. Convocações à solidariedade se fizeram ativas. Velhos cofres foram abertos, canastras rojaram-se de borco, entornando as derradeiras moedas, e o lar da fraternidade povoou-se de leitos e rouparia, candeias e vasos, tinas enormes e variados apetrechos domésticos.

Os filhos do infortúnio chegaram em bando.

Obsidiados eram trazidos de longe, velhinhos que os descendentes irresponsáveis atiravam à rua engrossavam a estatística dos hóspedes, viúvas acompanhadas por filhinhos chorosos e magricelas aumentavam na instituição, dia a dia, e enfermos sem ninguém arrastavam-se na direção da pousada de amor, quando não eram encaminhados até aí em padiolas, com as marcas da morte a lhes arroxearem o corpo enlanguescido.

Complicaram-se as exigências da manutenção e efetuaram-se coletas entre os amigos.

Corações generosos compareceram. Remédios não escassearam e as mesas foram supridas com fartura.

Obrigações dilatadas reclamaram concurso humano.

Os continuadores de Jesus apelaram das tribunas, solicitando braços compassivos que lavassem os doentes e distribuíssem os pratos. Cooperadores engajaram-se gratuitamente e formaram-se os diáconos prestimosos.

Criancinhas começaram a despontar na estância humilde e outra espécie de assistência se impôs, rápida. Era necessário amontoar o material delicado em que os recém-nascidos, à maneira de pássaros frágeis, pudessem encontrar o aconchego do ninho. Senhoras abnegadas esposaram compromissos. A legião protetora do berço alcançou prodígios de ternura.

E novas campanhas raiavam, imperiosas. Campanhas para o trato da terra, a fim de que as despesas diminuíssem. Campanhas para substituir as peças inutilizadas pelos obsessos, quando em crises de fúria. Campanhas para o auxílio imediato às famílias desprotegidas de companheiros que desencarnaram. Campanhas para mais leite em favor dos pequeninos.

Entretanto, se os apóstolos do Mestre encontravam relativa facilidade para assegurar a mantença da casa, reconheciam-se atribulados pela desunião, que os ameaçava, terrível.

Fugiam da verdade. Levi criticava o rigor de Tiago, filho de Alfeu. Tiago não desculpava a tolerância de Levi. Bartolomeu interpretava a benevolência de André como sendo dissipação.

André considerava Bartolomeu viciado em sovinice. Se João, muito jovem, fosse visto em prece, na companhia de irmãs caídas em desvalimento diante dos preconceitos, era indicado por instrumento de escândalo. Se Filipe dormia nos arrabaldes, velando agonizantes desfavorecidos de arrimo familiar, regressava sob a zombaria dos próprios irmãos que não lhe penetravam a essência das atitudes.

Com o tempo, grassaram conflitos, despeitos, queixumes, perturbações. Cooperadores insatisfeitos com as próprias tarefas invadiam atribuições alheias, provocando atritos de conseqüências amargas, junto dos quais se sobrepunham os especialistas do sarcasmo, transfigurando os querelantes em trampolins de acesso à dominação deles mesmos.

Partidos e corrilhos, aqui e ali. Cochichos e arrufos nos refeitórios, nas cozinhas enredos e bate-bocas.

Discussões azedavam o ambiente dos átrios. Fel na intimidade e desprezo por fora, no público que seguia, de perto, as altercações e as desavenças.

Esmerava-se Pedro no sustento da ordem, mas em vão. Aconselhava serenidade e prudência, sem qualquer resultado encorajador. Por fim, cansado das brigas que lhes desgastavam a obra e a alma, propôs reunirem-se em oração, a benefício da paz.

E o grupo passou a congregar-se uma vez por semana, com semelhante finalidade. Apesar disso, porém, as contendas prosseguiam, acesas. Ironias, ataques, remoques, injúrias...

Transcorridos seis meses sobre a prece em conjunto, uma noite de angústia apareceu, em que Simão implorou, mais intensamente comovido, a inspiração do Senhor. Os irmãos, sensibilizados, viram-no engasgado de pranto. O companheiro fiel, rude por vezes, mas profundamente afetuoso, mendigou o auxílio da Divina Misericórdia, reconhecia a edificação do Evangelho comprometida pelas rixas constantes, esmolava assistência, exorava proteção...

Quando o ex-pescador parou de falar, enxugando o rosto molhado de lágrimas, alguém, surgiu ali, diante deles, como se a parede, à frente, se abrisse por dispositivos ocultos, para dar passagem a um homem.

À luz mortiça que bruxuleava no velador, Jesus, como no passado, estava ali, rente a eles...

Era ele, sim, o Mestre!... Mostrando o olhar lúcido e penetrante, os cabelos desnastrados à nazarena e melancolia indefinível na face calma, ergueu as mãos num gesto de bênção!...

Pedro gemeu, indiferente aos amigos que o assombro empolgava:

-Senhor, compadece-te de nós, os aprendizes atormentados!... Que fazer, Mestre, para garantir a segurança de tua obra? Perdoa-me se tenho o coração fatigado e desditoso!...

-Simão – respondeu Jesus, sem se alterar -, não me esqueci de rogar para que nos amássemos uns aos outros...

-Senhor – tornou Cefas -, temos realizado todo o bem que nos é possível, segundo o amor que nos ensinaste. Nossas campanhas não descansam...Temos amparado, em teu nome, os aleijados e os infelizes, as viúvas e os órfãos...

-Sim, Pedro, todas essas campanhas são aquelas que não podem esmorecer, para que o bem se espalhe por fruto do Céu na Terra; no entanto, urge saibamos atender à campanha da paz em si mesma...

-Senhor, esclarece-nos por piedade!... Que campanha será essa?!...

Jesus, divinamente materializado, espraiou o olhar percuciente na diminuta assembléia e ponderou, triste:

-O equilíbrio nasce da união fraternal e a união fraternal não aparece fora do respeito que devemos uns aos outros... Ninguém colhe aquilo que não semeia... Conseguiremos a seara do serviço, conjugando os braços na ação que nos compete; conquistaremos a diligência, aplicando os olhos no dever a cumprir; obteremos a vigilância, empregando criteriosamente os ouvidos; entretanto, para que a harmonia permaneça entre nós, é forçoso pensar e falar acerca do próximo, como desejamos que o próximo pense e fale sobre nós mesmos...

E, ante o silêncio que pesava, profundo, o Mestre rematou:

-Irmãos, por amor aos fracos e aos aflitos, aos deserdados e aos tristes da Terra, que esperam por nós na luz do Reino de Deus, façamos a campanha da paz, começando pela caridade da língua.



pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos desta e Doutra Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier

sábado, 14 de maio de 2016

IV – Sócrates e Patão, Precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo

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IV – Sócrates e Patão, Precursores da Doutrina Cristã e do Espiritismo

                    Da suposição de que Jesus devia conhecer a seita dos essênios, seria errado concluir que ele bebeu nessa seita a sua doutrina, e que , se tivesse vivido em outro meio professaria outros princípios. As grandes idéias não aparecem nunca de súbito. As que têm a verdade por base contam sempre com precursores, que lhes preparam parcialmente o caminho. Depois, quando o tempo é chegado, Deus envia um homem com a missão de resumir, coordenar e completar os elementos esparsos, com eles formando um corpo de doutrina. Dessa maneira, não tendo surgido bruscamente, a doutrina encontra, ao aparecer, espíritos inteiramente preparados para a aceitar. Assim aconteceram com as idéias cristãs, que foram pressentidas muitos séculos antes de Jesus e dos essênios, e das quais foram Sócrates e Platão os principais precursores.
                Sócrates, como o Cristo, nada escreveu, ou pelo menos nada deixou escrito. Como ele, morreu a morte dos criminosos, vítima do fanatismo, por haver atacado as crenças tradicionais e colocado à verdadeira virtude acima da hipocrisia e da ilusão dos formalismos, ou seja: por haver combatido os preconceitos religiosos. Assim como Jesus foi acusado pelos fariseus de corromper o povo com os seus ensinos, ele também foi acusado pelos fariseus do seu tempo— pois os que os tem havido em todas as épocas, — de corromper a juventude, ao proclamar o dogma da unicidade de Deus, da imortalidade da alma e da existência da vida futura. Da mesma maneira porque hoje não conhecemos a doutrina de Jesus senão pelos escritos dos seus discípulos, também não conhecemos a de Sócrates, senão pelos escritos do seu discípulo Platão. Consideramos útil resumir aqui os seus pontos principais, para demonstrar sua concordância com os princípios do Cristianismo.
                Aos que encarassem este paralelo como uma profanação, pretendendo não ser possível haver semelhanças entre a doutrina de um pagão e a do Cristo, responderemos que a doutrina de Sócrates não era pagã, pois tinha por finalidade combater o paganismo, e que a doutrina de Jesus, mais completa e mais depurada que a de Sócrates, nada tem a perder na comparação. A grandeza da missão divina do Cristo não poderá ser diminuída. Além disso, trata-se de fatos históricos, que não podem ser escondidos. O homem atingiu um ponto em que a luz sai por si mesma debaixo do alqueire e o encontra maduro para a enfrentar. Tanto pior para os que temem abrir os olhos. E chegado o tempo de encarar as coisas do alto e com amplitude, e não mais do ponto de vista mesquinho e estreito dos interesses de seitas e de castas.
                Estas citações provarão, além disso, que, se Sócrates e Platão pressentiram as idéias cristãs, encontram-se igualmente na sua doutrina os princípios fundamentais do Espiritismo.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

Se Tudo Fosse Perfeito...

Se as coisas fossem perfeitas 
Não existiria lições de vida 
Não haveriam arrependimentos 
E nem descobertas... 
Se tudo fosse perfeito 
Mãos não se uniriam 
E sonhos não seriam valorizados. 
Se tudo fosse perfeito 
Olhares não se completariam 
E gestos passavam despercebidos. 
Se tudo fosse perfeito 
As lágrimas não existiriam 
As palavras seriam perfeitas... 
Se tudo fosse perfeito 
Eu pularia no abismo 
Sem medo da morte 
Pois asas eu ganharia... 
Se tudo fosse perfeito 
Eu atravessaria o oceano 
Sem medo de ser levada pelas ondas 
Sem receios de me perder em suas profundezas. 
Se tudo fosse perfeito 
Dores não existiriam 
E a cura não seria procurada... 
Se tudo fosse perfeito 
Não haveria a busca pela perfeição... 
Nada é por acaso 
Pois nem o destino 
É Perfeito.
(Auto Desconhecido)

A Libertação da Borboleta

A doutora Elisabeth Kübler-Ross, psiquiatra de origem suíça, especializou-se em doentes terminais.
Assistindo centenas de crianças que estavam morrendo, ela nos diz que devemos aprender a ouvir.
Ouvir o que a criança expressa verbalmente. E mesmo aquilo que ela transmite pela linguagem não verbal.
Crianças terminais, conta ela, sabem quando vão morrer. E precisam de algum atendimento especial. Atendimento que só o amor incondicional pode dar.
Falando de sua experiência, narra que conheceu um menino que, aos nove anos, se encontrava à beira da morte.
Portador de câncer, desde os três anos de idade, Jeffy nem conseguia mais olhar para as agulhas de injeção.
Tudo era doloroso para ele. No hospital, esperava a morte. O médico sugeriu que se iniciasse uma nova quimioterapia.
Mas o menino pediu: Quero ir para casa, hoje.
Os pais optaram por lhe satisfazer a vontade.
Quando Jeffy chegou em casa, pediu ao pai que descesse da parede da garagem a sua bicicleta.
Durante muito tempo, seu sonho tinha sido andar de bicicleta. O pai a comprara mas, por causa da doença, ele nunca pudera usá-la.
A dificuldade era imensa, até mesmo para se manter em pé. Então Jeffy pedalou a bicicleta com o amparo das rodinhas auxiliares.
Disse que iria dar uma volta no quarteirão e que ninguém o segurasse. Ele desejava fazer aquilo sozinho.
A médica que o acompanhava, a mãe e o pai ficaram ali, um segurando o outro. A vontade era de segui-lo.
Ele era uma criança muito vulnerável. Poderia cair, se machucar, sangrar.
Ele se foi. Uma eternidade depois, ele voltou, o homem mais orgulhoso que se possa ter visto um dia.
Sorria de orelha a orelha. Parecia ter ganho a Medalha de Ouro nas Olimpíadas.
Sereno, pediu ao pai que retirasse as rodinhas auxiliares e levasse a bicicleta para seu quarto. E quando seu irmão chegasse, era para ele subir para falar com ele.
Queria falar com o irmão a sós. Tudo aconteceu como ele pediu.
Ao descer, o irmão recusou-se a dizer aos pais o que haviam conversado.
Uma semana depois, Jeffy morreu. E, na semana seguinte, era o aniversário do irmão. Foi aí que o menino contou o que tinha acontecido naquele dia.
Jeffy lhe dissera que queria ter o prazer de lhe dar pessoalmente sua amada bicicleta.
Não podia esperar mais duas semanas, até o aniversário dele, porque então já teria morrido.
Por isso, a dava agora. Entretanto, havia uma condição: que ele nunca usasse aquelas rodinhas auxiliares, próprias para crianças bem pequenas.
Quando os pais souberam de tudo, sentiram muita tristeza. Uma tristeza sem medo, sem culpa, sem lamentos.
Eles tinham a agradável lembrança do filho dando a sua volta de bicicleta pelo quarteirão.
E mais do que isso: o sorriso feliz no rosto de Jeffy, que foi capaz de conseguir sua grande vitória em algo que a maioria encara como comum.
*   *   *
Dizemos que uma pessoa é como o casulo de uma borboleta. O casulo é o que ela vê no espelho. É apenas uma morada temporária do ser imortal.
Quando esse casulo fica muito danificado, o ser o abandona.
É como a borboleta que se liberta do casulo.
Deixar o ser amado partir sereno só é possível aos corações que amam de forma incondicional e verdadeira.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O casulo e a borboleta (Jeffy), do livro O túnel e a luz, 
de Elisabeth Kübler-Ross, ed. Verus.
Em 12.5.2016.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Uma Luz que Brilha

Quando pensamos na vida de homens que revolucionaram o mundo, sempre fantasiamos que seus dias foram cheios de fama e de êxito.

Isso é ilusão.

Por mais fantástica que seja a existência de alguém, há muito de comum na vida de todos os seres.

Os grandes feitos e invenções dependem de pessoas comuns que se destacam pela sua perseverança e pelo seu trabalho.

Exemplo disso é Thomas Alva Edison.

Quem o visse andando em seu laboratório, em Nova Jersey, com uma mecha de cabelo caída sobre a fronte, com manchas e queimaduras químicas na roupa desalinhada, não poderia supor de quem se tratava.

Patenteou mais de mil invenções. No entanto, não foram apenas seus inventos que marcaram sua vida, mas sim o exemplo de imaginação e de determinação que deixou.

Não era um cientista que vivia segregado em um laboratório.

Costumava trabalhar em equipe e tinha grande habilidade para motivar seus colaboradores, estimulando-os com o próprio exemplo.

Trabalhava dezoito ou mais horas por dia, mas encontrava tempo para conviver com a família, passeando e brincando com os filhos.

Seus êxitos são bem conhecidos: o fonógrafo, a lâmpada elétrica, o microfone, entre outros tantos.

Tornou comercialmente práticas as invenções de outros, como o telefone, o telégrafo e a máquina de escrever.

Além disso, concebeu um eficiente sistema de distribuição de eletricidade.

É natural que nos perguntemos: Terá ele, um gênio de tamanha capacidade, falhado algum dia?

Sim. Ele conheceu o fracasso repetidamente, mas isso jamais foi motivo de desestímulo.

Bobagens. – Disse ele a um colaborador desencorajado durante uma série de experiências.

Ainda não falhamos. Como conhecemos mil coisas que não dão certo, estamos tantas vezes mais perto de encontrar uma que dê.

Nunca permitiu que a fama mudasse seu modo de viver, ou que o dinheiro ditasse seu destino.

Quando tinha capital o investia em novas pesquisas, e quando se via em dificuldades financeiras não se abatia, empenhando-se ainda mais no trabalho árduo.

Jamais parou de trabalhar. Aos oitenta anos, dispôs-se a estudar botânica, uma ciência nova para ele, objetivando encontrar uma forma diversa de obtenção de látex.

Morreu aos oitenta e quatro anos, deixando no mundo um rastro de luz, decorrente de seu exemplo inquestionável de perseverança e de trabalho.

As grandes obras exigem sempre grandes esforços.

Os grandes êxitos são precedidos, inevitavelmente, de fracassos e de incontáveis tentativas.

Perseverar é insistir no bem, naquilo que vale a pena e que faz sentido.

Desistir ante as dificuldades é fácil.

Culpar os outros, a sorte, o destino, também.

Persistir no que se acredita é que diferencia os homens que realizam daqueles que apenas sonham.

Há muitos exemplos positivos no mundo.

Pessoas como eu, como você, que acordamos todos os dias, iluminados pelo mesmo sol e amados pelo mesmo Pai Criador.

A diferença entre o êxito e a acomodação, é resultado de nossas próprias atitudes perante a vida.

Pensemos nisso.



Por Redação do Momento Espírita, com base no cap. Thomas Edison, do livro Grandes vidas, grandes obras, ed. Seleções Reader’s Digest. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4783&stat=0

segunda-feira, 9 de maio de 2016

Mães Engajadas

As bandeiras que elas levantam são diferentes. As causas que abraçam são as mais variadas possíveis. Porém, sua intenção nobre é sempre a mesma: amparo mútuo e se transformar em instrumento útil, numa sociedade tão individualista.
Cada vez mais vemos, nas redes sociais, grupos de mães se unirem para trocar experiências, para defenderem minorias, para exigirem direitos nessa ou naquela esfera, dando grande exemplo de cidadania e fraternidade.
Basta uma dizer que precisa de algo, ou trazer alguma necessidade especial ou emergencial de algum conhecido seu, que a mobilização é imediata e espantosa. Tudo se consegue. Nada é impossível.
Desde alimentos, passando por roupas de criança, objetos, móveis, até profissionais da área médica que atendam determinada especialidade. Num grupo grande, alguém sempre conhece alguém que pode resolver.
E isso não fica apenas no campo da carência material ou de informações. Isso se estende ao campo emocional também, pois se tornam amigas, mesmo muitas delas não se conhecendo pessoalmente.
Mães de crianças especiais, por exemplo, que passam por momentos delicados enfrentando as primeiras experiências, não sabendo como lidar com isso ou aquilo, encontram nas outras companheiras de caminho a guarida necessária para saberem que não estão sozinhas.
Intercambiam suas experiências do dia a dia, indicam médicos, terapeutas, brinquedos educativos, cursos. Criam um grande banco de dados útil para todo o grupo. Tudo de uma forma natural, espontânea, em clima de muita amizade.
Mães com filhos adolescentes, que ainda não descobriram como lidar com certos comportamentos, que tentaram terapias, conversas, castigos, encontram lá longe - mas ao mesmo tempo tão perto – outras mãezinhas que passam pelas mesmas agonias.
Conversam; trocam experiências; se ajudam; ouvem-se e assim encontram forças para não desistir da tarefa tão importante que o Criador lhes confiou.
Mães de abaixo-assinados; mães de passeatas; mães de reuniões com diretores de escolas; mães de e-mails a políticos; mães que não têm tempo para nada, mas conseguem um tempinho umas para as outras.
Tudo pelo grande amor que dedicam aos seus filhos.
Isso é fraternidade, isso é a mais pura expressão de amor. Esse é o espírito da Nova Era que chega.
É por essa razão que as novas tecnologias nos chegaram, para que pudéssemos lhes dar um fim nobre, útil, em prol de todos.
Espelhemo-nos no exemplo dessas mães incríveis e sua disposição fora do comum para auxiliar o próximo.
O mal ainda nos assusta. Porém, lembremos que o bem, mobilizado, será insuperável, quando quisermos.
*   *   *
Mãe lutadora,
Servir é nobre forma de amor.
E cada segundo dedicado ao teu filho,
É uma pequena chama que se acende em tua alma.
Por isso toda alma de mãe é iluminada,
Não feito luz de lua, refletida,
Mas como a luz de estrela, conquistada e merecida.
Redação do Momento Espírita.
Em 6.5.2016

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...