sábado, 30 de janeiro de 2016

Ante os Conflitos

Ante os conflitos que explodem no mundo, conserva-te em paz.
Não te deixes envolver pelo pessimismo.
Continua servindo e abençoando a vida.
O bem triunfa sempre.
A pouco e pouco, o homem ergue-se das sombras para luz.
Não cedas às sugestões da descrença.
A dor desperta as consciências adormecidas.
Ora e confia no futuro.
Por mais se alteiem as labaredas do ódio, o amor é chama divina a dissipar o mal.
Lembra-te que o Senhor permanece velando.

(Bezerra de Menezes - Livro: TENDE BOM ÂNIMO - Francisco Cândido Xavier)

Onde Está o Inimigo?

Lemos, dia desses, interessante artigo de um antropólogo. Intitulava-se: O inimigo está lá fora!
A abordagem girava em torno da competitividade nas empresas. E alertava a respeito da inexistência da união entre os funcionários.
Em vez de se unirem a fim de planejarem estratégias de mercado, conquista de novos segmentos, crescimento conjunto, um departamento envidava esforços para mostrar as falhas do outro setor.
Em vez de estarem a planejar estratégias para melhorar a performance da empresa, os funcionários concentravam toda sua energia em coletar dados, elaborar planilhas, gráficos e estatísticas para derrotar o colega de trabalho.
Ninguém estava se preocupando senão consigo próprio, em aparecer, em mostrar a sua eficiência e as falhas alheias.
O tempo, que deveria ser empregado para o melhor atendimento ao cliente, à melhoria da qualidade, era desperdiçado com a fofoca, preparar armadilhas e dificultar o trabalho do colega.
Em vez da preocupação em criar um ambiente sadio e produtivo, uma convivência amistosa, existia o preparo de planos para destruir o companheiro.
Naturalmente, uma empresa com tais funcionários vai mal. Tem problemas sérios em relação a seus clientes, à qualidade, à logística, à distribuição em todas as áreas.
Enquanto a empresa vai apresentando desempenho negativo, comprometendo empregos, cargos, funções, salários, os colaboradores se ocupam em combater seus pares.
Procuram erros nos outros em vez de corrigir os próprios equívocos.
O artigo finalizava aconselhando ser imprescindível acabar com as brigas internas, pois elas são contagiosas e atingem a todos.
Lembrava, por fim, que o pretenso inimigo não está dentro da empresa. O adversário é o concorrente. E há que se ter união para vencer em qualidade e crescer.
*   *   *
Embora a temática objetive o lucro, o crescimento material, no caso em tela, de imediato nos recordamos das palavras do Celeste Amigo: A casa dividida não subsistirá.
Jesus, o Mestre dos mestres, estabeleceu linhas de ação para a felicidade do ser humano.
Elas são válidas para a vida, em todas as suas nuances. Também para as questões do progresso e bem-estar do indivíduo e da coletividade.
Excelentes em todos os tempos, quem siga as regras do Nazareno alcançará paz íntima, serenidade nas dificuldades e felicidade.
Será um promotor da tranquilidade onde se encontre. Como profissional, um colaborador eficiente, com preocupação em realizar o melhor sempre.
Aquele que prioriza o bom atendimento, a gentileza, o coleguismo. Pronto a auxiliar a chefia, subalternos ou iguais, sem preocupação em sobrepujar a ninguém.
No lar é o que serve, se preocupa com o outro, na tentativa ideal do exercício do amor ágape.
Na sociedade, é o que age a bem de todos, consciente de que ninguém pode viver sozinho.
E que todos compomos, neste lar chamado Terra, uma única família que deve se unir sob os laços do amor.
Redação do Momento Espírita, com base em artigo intituladoO inimigo está lá fora, de Luiz Marins, publicada na revista Voe trip, ano 22,
de abril de 2010 e no site www.marins.com.br e com citação do versículo 25, 
do cap. 12 do 
Evangelho de Mateus.
Em 21.1.2016.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Com os Dias


Com os dias, a criança caminha na direção da juventude e a mocidade adquire o tesouro da madureza...

Com os dias, a sementeira se desenvolve, convertendo-se em flores e frutos na graça do celeiro...

Com os dias, a ilusão se transforma em desencanto, mas também, com os dias, o desapontamento produz a compreensão.

Não te desesperes, diante da dor a reprezar-se em teu cálice.

O tempo que converte a alegria em experiência é o mesmo que extrai a felicidade do sofrimento.

Trabalha e conta com as horas.

Com os dias, contemplarás a ti mesmo e receberás de Jesus a bênção renovadora que tudo restaura, melhora e santifica, em louvor do Infinito Bem.



pelo Espírito Agar - Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

Justiça das Aflições

Justiça das Aflições


            1 – Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. (Mateus, V: 5, 6 e 10).
                2 – Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus. Bem-aventurados os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque rireis. (Lucas, VI: 20 e 21)
                Mas ai de vós, ricos, porque tendes no fundo a vossa consolação. Ai de vós, os que estais fartos, porque tereis fome. Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis. (Lucas, VI: 24 e 25). 
JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES
                 3 – As compensações que Jesus promete aos aflitos da Terra só podem realizar-se na vida futura. Sem a certeza do porvir, essas máximas seriam um contra-senso, ou mais ainda, seriam um engodo. Mesmo com essa certeza, compreende-se dificilmente a utilidade de sofrer para ser feliz. Diz-se que é para haver mais mérito. Mas então se pergunta por que uns sofrem mais do que outros; por que uns nascem na miséria e outros na opulência, sem nada terem feito para justificar essa posição; por que para uns nada dá certo, enquanto para outros tudo parece sorrir? Mas o que ainda menos se compreende é ver os bens e os males tão desigualmente distribuídos entre o vício e a virtude; ver homens virtuosos sofrer ao lado de malvados que prosperam. A fé no futuro pode consolar e proporcionar paciência, mas não explica essas anomalias, que parecem desmentir a justiça de Deus.
                Entretanto, desde que se admite a existência de Deus, não é possível concebê-lo sem suas perfeições. Ele deve ser todo poderoso, todo justiça, todo bondade, pois sem isso não seria Deus. E se Deus é soberanamente justo e bom, não pode agir por capricho ou com parcialidade. As vicissitudes da vida têm, pois, uma causa, e como Deus é justo, essa causa deve ser justa. Eis do que todos devem compenetrar-se. Deus encaminhou os homens na compreensão dessa causa pelos ensinos de Jesus, e hoje, considerando-os suficientemente maduros para compreendê-la, revela-a por completo através do Espiritismo, ou seja, pela voz dos Espíritos.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires

Ante o Céu Estrelado

Senhor:

ante o céu estrelado,
que nos releva a tua grandeza,
deixa que nossos corações se unam
à prece das coisas simples...

Concede-nos, Pai,

a compaixão das árvores,
a espontaneidade das flores,
a fidelidade da erva tenra,
a perseverança das águas que procuram o repouso nas profundezas.
a serenidade do campo,
a brandura do vento leve,
a harmonia do outeiro,
a música do vale,
a confiança do inseto humilde,
o espírito de serviço da terra benfazeja,
para que não estejamos
recebendo, em vão, tuas dádivas,
e para que o teu amor resplandeça,
no centro de nossas vidas,
agora e sempre.
Assim Seja.



Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavie

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

A Criança

A criança é o dia de amanhã, solicitando-nos concurso fraternal.

Planta nascente – é a árvore do futuro, que produzirá segundo o nosso auxilio à sementeira.

Livro em branco – exibirá, depois, aquilo que gravarmos agora nas páginas.

Luz iniciante – brilhará no porvir, conforme o combustível que lhe ofertarmos ao coração.

Barco frágil - realizará a travessia do oceano encapelado da Terra, de acordo com as instalações de resistência com que lhe enriquecermos a edificação.

Na alma da criança reside a essência da paz ou da guerra, da felicidade ou do infortúnio para os dias que virão.

Conduzirmos, pois, o espírito infantil para a grande compreensão com Jesus, é consagrarmos nossa vida à experiência mais sublime do mundo – o serviço da Humanidade na pessoa dos nossos semelhantes, a caminho da redenção para sempre.



Pelo Espírito Meimei- Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier.

domingo, 24 de janeiro de 2016

Ideal

Na Terra um sonho eterno de beleza 
Palpita em todo o espírito que, ansioso, 
Espera a luz esplêndida do gozo
Das tese'>sínteses de amor da Natureza;

ansiedade perpetuamente acesa
No turbilhão medonho e tenebroso
Da carne, onde a esperança sem repouso
Luta, sofre e soluça, e sonha presa.

Aspirações do mundo miserando, 
Guardadas com ternura, com desvelos, 
Nas lágrimas de dor do peito aflito!...

Mas que o homem realiza apenas, quando, 
Rotas carnes, brancos os cabelos,
Sente o beijo de glória do Infinito!...


Olavo Bilac

Não Fujas à Luta

Amarás Servindo

Amarás Servindo

Ainda mesmo quando te vejas absolutamente a sós, 

no trabalho de bem, sob a zombaria dos que se tresmalham temporariamente no nevoeiro da negação e do egoísmo, 
não esmorecerás. 
Crendo na misericórdia da Providência Divina e nas infinitas possibilidades de renovação do homem, seguirás Jesus, 
o Mestre e Senhor, que, entre a humildade e a abnegação, 
nos ensinou a todos que o amor e o serviço ao próximo
são as únicas forças capazes de sublimar a inteligência 
para que o Reino de Deus se estabeleça em definitivo nos 
domínios do coração.

EmmanuelPsicografia de Francisco Cândido Xavier

Livro: Alma e Coração

JESUS E ESPIRITISMO

Jesus e Espiritismo

É imprescindível entender que nos 
achamos convidados pelo Cristo de
Deus, através de Allan Kardec, para 
compreender auxiliando e renovar 
amando e iluminando, instruindo e 
abençoando na edificação do Mundo 
Novo.
E é incontestável o fato de que somos 
livres por dentro de nós, na escolha 
de decisões e diretrizes.


Emmanuel
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Livro: Mediunidade e Sintonia

Há Um Século

I
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, naquela triste manhã de abril de 1860, estava exausto, acabrunhado.

Fazia frio.

Muito embora a consolidação da Sociedade Espírita de Paris e a promissora venda de livros, escasseava o dinheiro para a obra gigantesca que os Espíritos Superiores lhe haviam colocado nas mãos.

A pressão aumentava...

Missivas sarcásticas avolumavam-se à mesa.

Quando mais desalentado se mostrava, chega a paciente esposa, Madame Rivail – a doce Gaby –, a entregar-lhe certa encomenda, cuidadosamente apresentada.

II
O professor abriu o embrulho, encontrando uma carta singela.

E leu:

“Sr. Allan Kardec:
Respeitoso abraço.
Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isso.
Sou encadernador desde a meninice, trabalhando em grande casa desta capital. Há cerca de dois anos casei-me com aquela que se revelou minha companheira ideal. Nossa vida corria normalmente e tudo era alegria e esperança, quando, no início deste ano, de modo inesperado, minha Antoinette partiu desta vida, levada por sorrateira moléstia.
Meu desespero foi indescritível e julguei-me condenado ao desamparo extremo.
Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade...
A prova da separação vencera-me, e eu não passava, agora, de trapo humano.
Faltava ao trabalho e meu chefe, reto e ríspido, ameaçava-me com a dispensa.
Minhas forças fugiam.
Namorara diversas vezes o Sena e acabei planeando o suicídio.
“Seria fácil, não sei nadar” – pensava.
Sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie. Olhei em torno, contemplando a corrente... E, ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto algo molhado que se deslocou da amurada, caindo-me aos pés.
Surpreendido, distingui um livro que o orvalho umedecera. Tomei o volume nas mãos e, procurando a luz mortiça de poste vizinho, pude ler, logo no frontispício, entre irritado e curioso:
“Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. – A. Laurent.”
Estupefato, li a obra O LIVRO DOS ESPÍRITOS, ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver.”

Ainda constavam da mensagem agradecimentos finais, a assinatura, a data e o endereço do remetente.

O Codificador desempacotou, então, um exemplar de O LIVRO DOS ESPÍRITOS ricamente encadernado, em cuja capa viu as iniciais do seu pseudônimo e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção não somente a observação a que o missivista se referira, mas também outra, em letra firme:

“Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. – Joseph Perrier.”

III
Após a leitura da carta providencial, o Professor Rivail experimentou nova luz a banhá-lo por dentro...

Conchegando o livro ao peito, raciocinava, não mais em termos de desânimo ou sofrimento, mas sim na pauta de radiosa esperança.

Era preciso continuar, desculpar as injúrias, abraçar o sacrifício e desconhecer as pedradas...

Diante de seu espírito turbilhonava o mundo necessitado de renovação e consolo.

Allan Kardec levantou-se da velha poltrona, abriu a janela à sua frente, contemplando a via pública, onde passavam operários e mulheres do povo, crianças e velhinhos...

O notável obreiro da Grande Revelação respirou a longos haustos e, antes de retomar a caneta para o serviço costumeiro, levou o lenço aos olhos e limpou uma lágrima...



pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: O Espírito da Verdade, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

As Estatuetas

O diálogo, à noite, entre as duas senhoras, continuava na copa:

– Você, minha filha, deve perdoar, esquecer... Lá diz o Evangelho que costumamos ver o argueiro no olho do vizinho, sem ver a trave dentro do nosso...

– Mas, mamãe, foi um insulto! O moço parou à frente da janela, viu as minhas estatuetas e atirou a pedra!

E Dona Balbina, senhora espírita de generoso coração, prosseguia falando à filha, Dona Rogéria:

– Ele é um pobre rapaz obsediado.

– História! É uma fera solta, isto sim!

– Mas Dona Margarida, a mãe dele, foi sempre amiga...

– Isso não vem ao caso... Cada qual é responsável pelos próprios atos. A senhora sabe que ele é maior.

– Precisamos perdoar para sermos perdoados...

– Ser bom é uma coisa, e outra coisa é ser tolo! Darei queixa à polícia... Somente não queria fazê-lo sem ouvi-la; contudo, Fábio e eu estamos decididos. Meu Fábio já anda cansado do volante...

Pobre marido!... Dinheiro cavado em caminhão é duro de ganhar...

– Meu conselho, filha, é desculpar e desculpar...

– Mas o prejuízo é de dois mil cruzeiros, além da injúria!

– Mesmo assim, o perdão é o melhor remédio.

– Ah! Que será do mundo, assim, sem corrigenda, sem justiça?

Nesse instante, alguém bate à porta.

Ambas atendem.

O portador comunica:

– Um desastre! O senhor Fábio trombou uma casa e a parede caiu! Mãe e filha correm para o local, que se encontra entulhado de multidão, e veem a casa acidentada. É justamente a moradia de Dona Margarida, a mãe do rapaz que atirara a pedra. O caminhão, num lance estouvado, derribara uma parede lateral e penetrara, fundo, inutilizando todo o mobiliário da sala de refeições.

Apagara-se a luz no quarteirão e as duas, sem que ninguém as reconhecesse, podiam escutar Dona Margarida, que sustentava uma vela acesa, diante do guarda de trânsito:

– Peço-lhe – dizia ao fiscal – não abrir processo algum. Não quero reclamações.

– Mas, Dona Margarida – insistia o funcionário –, a senhora vai ter aqui um prejuízo para mais de quarenta contos!

– Não importa. Deus dará jeito. “Seu” Fábio e Dona Rogéria são meus amigos de muito tempo.

As duas senhoras, porém, não puderam continuar ouvindo, pois a voz irritada de Fábio elevou-se da multidão e era necessário socorrê-lo, porque o infeliz estava ébrio.



Pelo Espírito Hilário Silva- Do livro: O Espírito da Verdade, Médium: Francisco Cândido Xavier

Confia e Caminha

Confia e Caminha

A existência na Terra é comparável a uma viagem de aperfeiçoamento,na qual necessitas seguir adiante,ao lado de nossos companheiros da jornada evolutiva.
Muitos te desconhecem, no entanto, Deus sabe quem és. Muitos te menosprezam, contudo, Deus não te abandona.Muitos te hostilizam, mas Deus te apóia. Muitos te reprovam, em circunstâncias difíceis, no entanto, Deus te abençoa. Muitos se te afastam da presença, todavia, Deus permanece contigo.
A vista de semelhante realidade, sempre que tropeços e provações te apareçam, 

não te acomodes à beira da estrada, em algum recanto da inércia. 
Confia em Deus e caminha.

EmmanuelPsicografia de Chico Xavier

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

DESPRENDIMENTO DOS BENS TERRENOS

III – Desprendimento dos Bens Terrenos

LACORDAIRE
Constantina, Argélia, 1863
            14 – Venho, meus irmãos, meus amigos, trazer-vos meu humilde auxílio, para ajudar-vos a marchar corajosamente na via de aperfeiçoamento em que entrastes. Somos devedores uns dos outros, e somente por uma união sincera e fraternal, entre os Espíritos e os encarnados, a regeneração será possível.
            Vosso apego aos bens terrenos é um dos mais fortes entraves ao vosso adiantamento moral e espiritual. Em virtude desse desejo de aquisição, destruís as vossas faculdades afetivas, voltando-as inteiramente para as coisas materiais. Sede sinceros: a fortuna proporciona uma felicidade sem manchas? Quando os vossos cofres estão cheios, não há sempre um vazio em vossos corações? No fundo dessa cesta de flores, não há sempre um réptil oculto? Compreendo que um homem que conquistou a fortuna, por um trabalho constante e honrado, experimente por isso uma satisfação, aliás muito justa. Mas, desta satisfação muito natural e que Deus aprova, a um apego que absorve os demais sentimentos e paralisa os impulsos do coração, há uma distância, igual e que vai da sórdida avareza à prodigalidade exagerada, dois vícios entre os quais Deus colocou a caridade, santa e salutar virtude,que ensina o rico a dar sem ostentação, para que o pobre receba sem humilhação.
            Que a fortuna provenha da vossa família, ou que a tenhais ganho pelo vosso trabalho, há uma coisa que jamais deveis esquecer: é que tudo vem de Deus, e tudo a Deus retorna. Nada vos pertence na Terra, nem sequer o vosso corpo: a morte despoja dele, como de todos os bens materiais. Sois depositários e não proprietários. Não vos enganeis sobre isto. Deus vos emprestou e tereis que restituir, mas ele vos empresta sob a condição de que, pelo menos o supérfluo, reverta para aqueles que não possuem o necessário.
            Um dos vossos amigos vos empresta uma soma. Por menos honesto que sejais, tereis o escrúpulo de pagá-la, e lhe ficareis agradecido. Pois bem: eis a posição de todo homem rico! Deus é o amigo celeste que lhe emprestou a riqueza, não lhe pedindo mais do que o amor e o reconhecimento, mas exigindo, por sua vez, que o rico dê aos pobres, que são também seus filhos, tanto quanto ele.
            O bem que deus vos confiou excita em vossos corações uma ardente e desvairada cobiça. Já refletistes, quando vos apegais loucamente a uma fortuna perecível, e tão passageira como vós mesmos, que um dia tereis de prestar contas ao Senhor daquilo que Ele vos concedeu? Esquecei que, pela riqueza, fostes investidos na sagrada condição de ministros da caridade na Terra, para serdes os seus dispensadores inteligentes? O que sereis, pois, quando usais somente em vosso proveito o que vos foi confiado, senão depositários infiéis? Que resulta desse esquecimento voluntário dos vossos deveres? A morte inflexível, inexorável, virá rasgar o véu sob o qual vos escondeis, forçando-vos a prestar contas ao amigo que vos favoreceu, e que nesse momento reveste aos vossos olhos a toga de juiz.
            É em vão que procurais iludir-vos na vida terrena, cobrindo com o nome de virtude o que freqüentemente é apenas egoísmo. É em vão que chamais economia e previdência aquilo que é simples cupidez e avareza, ou generosidade o que não passa de prodigalidade a vosso proveito. Um pai de família, por exemplo, deixando de fazer a caridade, economizará, amontoará ouro sobre ouro, e tudo isso, diz ele, para deixar a seus filhos o máximo de bens possível, evitando-lhes a queda na miséria. É bastante justo e bem paternal, convenhamos, e não se pode censurá-lo. Mas será sempre esse o único objetivo que o orienta? Não é antes, e o mais das vezes, uma desculpa para a própria consciência, a fim de justificar aos seus próprios olhos e aos olhos do mundo o seu apego pessoal aos bens terrenos? Não obstante, admito que o amor paterno seja o seu único móvel: será esse um motivo para fazê-lo esquecer dos seus irmãos perante Deus? Quando ele mesmo já vive no supérfluo, deixará os seus filhos na miséria, simplesmente por deixar-lhes um pouco menos desse supérfluo? Com isso, não estará lhes dando uma lição de egoísmo, que lhes endurecerá o coração? Não será asfixiar neles o amor do próximo? Pais e mães, estais num grande erro, se acreditais que com isso aumentais o afeto de vossos filhos por vós: ensinando-lhes a ser egoísta para com os outros, ensinai-lhes a sê-lo para vós mesmos.
            Quando um homem trabalhou bastante, e com o suor do seu rosto acumulou bens, costuma dizer que o dinheiro ganho a gente sabe quanto custou: nada é mais verdadeiro. Pois bem: que esse homem, confessando conhecer todo o valor do dinheiro, faça a caridade segundo as suas posses, e terá mais mérito do que outro que, nascido na abundância, ignora as rudes fadigas do trabalho. Mas, se esse homem que recorda suas penas, seus esforços, se fizer egoísta, duro para com os pobres, será muito mais culpado que os outros. Porque, quanto mais  conhecemos por nós mesmos as dores ocultas da miséria, mais devemos interessar-nos pelo socorro aos outros.
            Infelizmente, o homem de posse carrega sempre consigo outro sentimento, tão forte como o apego à fortuna: é o orgulho. Não é raro ver-se o novo rico aturdir o infeliz que lhe pede assistência, com a história dos seus trabalhos e das suas habilidades, em vez de ajudá-lo, e terminar por dizer: “Faça como eu fiz!” Segundo ele, a bondade de Deus não influiu em nada na sua fortuna; somente a ele cabe o mérito. Seu orgulho põe-lhe uma venda nos olhos e um tampão nos ouvidos. Não compreende que, com toda a sua inteligência e sua capacidade, Deus pode derrubá-lo com uma só palavra.
             Esperdiçar a fortuna não é desapegar-se dos bens terrenos, é descuido e indiferença. O homem, como depositário dos bens que possui, não tem o direito de dilapidá-los ou de confiscá-los para o seu proveito. A prodigalidade não é generosidade, mas quase sempre uma forma de egoísmo. Aquele que joga ouro a mancheias na satisfação de uma fantasia, não dará um centavo para prestar um auxílio. O desapego dos bens terrenos consiste em considerar a fortuna no seu justo valor em saber servir-se dela para os outros e não apenas para si mesmo, a não sacrificar por ela os interesses da vida futura, em perdê-la sem reclamar, se aprouver a Deus retirá-la. Se, por imprevistos revezes, vos tornardes como Jó, dizei como ele: “Senhor, vós me destes, vós me tirastes; que a Vossa vontade seja feita”. Eis o verdadeiro desprendimento. Sede submissos desde logo, tendo fé naquele que, assim como vos deu e tirou, pode devolver-vos. Resisti corajosamente ao abatimento, ao desespero, que paralisaria as vossas forças. Nunca vos esqueçais, quando Deus vos desferir um golpe, que ao lado da maior prova, ele coloca sempre uma consolação. Mas pensai, sobretudo, que há bens infinitamente mais preciosos que os da Terra, e esse pensamento vos ajudará a desprender-vos deles. Quanto menos apreço damos a uma coisa, somos menos sensíveis à sua perda. O homem que se apega aos bens terrenos é como a criança que só vê o momento presente; o que se desprende é como o adulto, que conhece coisas mais importantes, porque compreende estas palavras proféticas do Salvador: meu reino não é deste mundo.
            O Senhor não ordena que atiremos fora o que possuímos, para nos tornarmos mendigos voluntários, porque então nos transformaríamos numa carga para a sociedade. Agir dessa maneira seria compreender mal os desprendimentos dos bens terrenos. É um egoísmo de outra espécie, porque equivale a fugir à responsabilidade que a fortuna faz pesar sobre aquele que a possui. Deus a dá a quem lhe parece bom para administrá-la em proveito de todos. O rico tem, portanto, uma missão, que pode tornar bela e proveitosa para si mesmo. Rejeitar a fortuna, quando Deus vo-la dá, é renunciar aos benefícios do bem que se pode fazer, ao administrá-la com sabedoria. Saber passar sem ela, quando não a temos; saber empregá-la utilmente, quando a recebemos; saber sacrificá-la, quando necessário; isto é agir segundo os desígnios do Senhor. Que diga, portanto, aquele que recebe o que o mundo chama uma boa fortuna: “Meu Deus, enviastes-me um novo encargo; dai-me a força de o desempenhar segundo a vossa santa vontade!”
            Eis, meus amigos, o que eu queria ensinar-vos, a respeito do desprendimento dos bens terrenos. Resumirei dizendo: aprendei a contentar-vos com pouco. Se sois pobres, não invejeis o ricos, porque a fortuna não é necessária à felicidade. Se sois ricos, não esqueçais de que os vossos bens vos foram confiados, e que deveis justificar o seu emprego, como numa prestação de contas de tutela. Não sejais depositários infiéis, fazendo-os servir à satisfação do vosso orgulho e da vossa sensualidade. Não vos julgueis no direito de dispor deles unicamente para vós, pois não os recebestes como doação, mas como empréstimo. Se não sabeis pagar, não tendes o direito de pedir, e lembrai-vos de que dar aos pobres é saldar a dívida contraída para com Deus.

*

SÃO LUIS
Paris, 1860
            15 – O princípio segundo o qual o homem é apenas o depositário da fortuna, de que Deus lhe permite gozar durante a vida, tira-lhe o direito de transmiti-la aos descendentes?           
            O homem pode perfeitamente transmitir, ao morrer, os bens de que gozou durante a vida, porque a execução desse direito está sempre subordinada à vontade de Deus, que pode, quando o quiser, impedir que os descendentes venham a gozá-los. É por isso que vemos ruírem fortunas que pareciam solidamente estabelecidas. A vontade do homem, de conservar a sua fortuna na linha de sua descendência, é portanto impotente. Mas isso não lhe tira o direito de transmitir o empréstimo recebido, desde que Deus o retirará quando julgar conveniente.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Levar o Amor

Que eu leve o amor... a mim, em primeiro lugar.

Que eu leve o amor para dentro de mim, e que todo auto-ódio se converta em chance, em nova chance.

Que eu me dê novas chances... de amar de novo, de acertar de novo, de dar ao menos um pequeno passo adiante, afastando-me da estagnação.

Onde houver ódio em mim, que eu leve o amor; não esse amor de plástico, disfarçado de complacência, que mais me engana do que me enobrece.

Que seja um amor maduro, que proclama seguro: Eu sei quem sou! Eu sei quem quero ser!

Que eu leve o amor... à minha família.

Onde houver ódio em minha família, que eu leve o amor...

Que eu seja a luz, mesmo que pequenina, a iluminar a escuridão dos dias difíceis em meu lar.

Que eu leve o amor aos que sofrem em silêncio e não querem falar de suas mazelas. Que minhas preces e meu sorriso os guarde em paz...

Que eu leve o amor quando seja ofendido, maltratado, menosprezado, esquecido. Que eu lembre de oferecer a outra face do ensino do Cristo.

Que eu leve o amor quando meus filhos sejam ingratos. Que minha ternura não seque tão facilmente.

Que eu leve o amor quando meus pais não me compreendam e não sejam os pais que gostaria de ter.

Que minha compreensão desperte de seu sono e perceba que eles buscam acertar, que buscam dar o melhor de si, embora nem sempre tenham êxito.

São os pais que preciso. São os pais que me amam.

Que eu leve o amor quando o romance esfriar e algumas farpas de gelo me ferirem o coração.

São os espinhos da convivência. Não precisam se transformar em ódio se o amor assim desejar.

Que eu leve o amor... aos meus inimigos.

Que eu leve o amor mesmo a quem não me tem amor.

Que eu respeite. Que eu compreenda. Que eu não me entregue ao ódio tão facilmente.

Que eu leve o amor aos que me querem mal, evitando aumentar seu ódio com meu revide, com minha altivez.

Que ore por eles. Que lhes peça perdão em prece, mesmo muitas vezes não recordando dos equívocos que macularam seus corações.

Que lhes mostre que ontem errei, mas que hoje estou diferente, renovado, disposto a reconstruir o que destruí.

Que eu leve o amor... a minha sociedade.

Que eu leve o amor aos que não conheço, mas que fazem parte de meu mundo.

Que eu aprenda a chamá-los todos de irmãos...

Que eu leve o amor ao mundo, perfumando a Terra com bons pensamentos, com otimismo, com alegria.

Que eu leve o amor aos viciados em más notícias, aos pessimistas, aos que já se entregaram à derrota.

Que meu amor os faça ver a beleza da vida, das leis de Deus, do mundo em progresso gerido por leis de amor Maior.

Que eu leve o amor aos carentes, do corpo e da alma. Que meu sorriso seja a lembrança de que ainda há tempo para mudar, para transformar.

Sou agente transformador. Sou agente iluminador. Sou instrumento da paz no mundo.

Que eu leve o amor...



por Redação do Momento Espírita. Disponível no CD Momento Espírita, v. 22 e no livro Momento Espírita, v. 9, ed. FEP. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4671&stat=0

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

De Retorno

Amorável Jesus:

Estamos de retorno.

Ontem, nesse passado sempre presente, ouvimos-Te nas paisagens formosas da gentil Galileia e fascinamo-nos com os Teus sublimes ensinamentos.

Tocados sinceramente no coração, resolvemos seguir-Te à distância através dos tempos, vivendo e cantando a Tua mensagem libertadora.

No entanto, o mundo que enfrentamos não era semelhante às praias formosas e calmas de Cafarnaum e deixamo-nos vencer pelas ondas encapeladas, pelo tumulto das nossas paixões não apaziguadas, afogando-nos lamentavelmente.

Durante largo período em que procuramos retornar ao Teu rebanho de amor, somente complicamos a conduta, cada vez afundando mais nas águas revoltas do desespero íntimo.

Sentíamos saudades de Ti e não conseguíamos decodificar corretamente. Por isso, fugíamos de nós mesmos, buscando fora o que somente é possível encontrar no interior dos sentimentos profundos.

Enquanto nos ensinavas correr para o deserto, para acalmar a febre das paixões primitivas, atirávamo-nos nas labaredas dos incêndios morais em gozos alucinantes.

Largo tempo transcorreu desde aqueles dias inolvidáveis.

Mas Tu não desististe de nós e nos trouxeste às regiões calmantes do Teu coração.

Retornamos na condição do homem que foi assaltado na descida de Jerusalém para Jericó e socorrido pelo samaritano.

Com a alma em frangalhos, recebemos o bálsamo e o carinho da misericórdia do Céu em Teu nome e nos erguemos.

Agora estamos de volta à Tua barca e ouvimos-Te outra vez cantando os hinos de eterna beleza de que se enriquecem os nossos corações.

As baladas das bem-aventuranças comovem-nos de maneira muito especial e os Teus convites de afeto e alegria de viver e de servir, dão-nos resistência para vencermos o mal interno e acompanhar-Te na áspera subida e permanência na perversa e imensa Jerusalém da sociedade contemporânea.

O mundo estertora e desejamos acalmá-lo, iniciando a revolução da paz no próprio coração e alongando-a pelas terras desérticas das vidas estioladas mediante as chuvas de gentilezas e amizades, evocando-Te as atitudes e repetindo-as.

Continuamos ouvindo o Teu poema de luz e de liberdade total, com a musicalidade sublime do amor que nos enriquece e plenifica.

Direciona o Teu olhar para nós e acolhe-nos novamente, sorrindo, como se estivesses a dizer:

- Sejam bem-vindos, filhos diletos de meu Pai!

...E acolhe-nos.



Pelo Espírito Amélia Rodrigues. Página psicografada por Divaldo Pereira Franco, na manhã de 30 de janeiro de 2014, em Jerusalém, Israel. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=388.

Anjo de Redenção

Do Céu desceste resplendente e puro
E no santo mistério em que te apagas
Vestiste-me o burel de sânie e chagas
E algemaste-me a lenho estranho e duro.

Nume solar pairando no monturo,
Terno, escondendo as flores com que afagas,
Ouviste-me, em silêncio, o choro e as pragas,
Doce e invisível no caminho escuro!...

Mas, da cruz de feridas que me deste,
Libertaste meu ser à Luz Celeste,
Onde, sublime e fúlgido, flamejas!

E agora brado, enfim, de alma robusta:
– Deus te abençoe, ó Dor piedosa e justa,
Anjo da redenção! bendito sejas!...



Pelo Espírito Jésus Gonçalves- Do livro: Parnaso de Além Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Resista

Resista...Mesmo que as feridas latejem e que a coragem esteja adormecida;
Resista um pouco mais!!!

Resista...Mesmo que a derrota seja um imã, mesmo que a desilusão caminhe em sua direção;
Resista um pouco mais!!!

Resista...Mesmo que os invejosos torçam para que você não consiga,mesmo que sua esperança esteja no fim;
Resista um pouco mais!!!

Resista...Porque o último instante da madrugada é sempre aquele que puxa a manhã pelo braço,
e essa manhã maravilhosa e ensolarada,nascerá em breve para você!!!

Resista...Porque estamos sentados na arquibancada do tempo, 
torcendo ansiosos para que você vença e ganhe de Deus o troféu que merece...a Felicidade!!!

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Confia e Caminha - Chico Xavier

A existência na Terra é comparável a uma viagem de aperfeiçoamento, na qual necessitas seguir adiante, 
ao lado dos companheiros da jornada evolutiva.
*
Muitos te desconhecem, 
no entanto, Deus sabe quem és.
*
Muitos te menosprezam, 
contudo, Deus não te abandona.
*
Muitos te hostilizam, mas Deus te apóia.
*
Muitos te reprovam, em circunstâncias difíceis, 
no entanto, Deus te abençoa.
*
Muitos se te afastam da presença, todavia, 
Deus permanece contigo.
*
À vista de semelhante realidade, sempre que tropeços e provações te apareçam, não te acomodes, à beira da estrada, em algum recanto da inércia.
*
Confia em Deus e caminha.


EMMANUEL
(Do livro “Luz e Vida”, Francisco Xavier)

Começando Novo Ano

Aproximava-se o Ano Novo.
Aquele homem, desiludido e desacorçoado frente às dificuldades da vida, busca orientações junto a um sábio:
Senhor, eu me encontro sem vontade de viver neste mundo de tantos horrores e desilusões. Espero dia após dia e nenhuma melhora acontece em minha vida.
Parece que o mundo está todo contra mim. Resolvi que se, nesse novo ano, nada mudar comigo, desistirei de viver...
O sábio o deixou desabafar para melhor conhecer seu interior. Depois se manifestou:
Meu filho, de fato, um novo ano representa nova chance, novo recomeço...
Deus é tão bom que nos permite oportunidades novas, em menores ou maiores escalas.
Todos sonhamos com mais facilidades para ascender na vida, mas ao mesmo tempo, nós mesmos criamos várias dificuldades.
Não esqueçamos que, quando o ano recomeça, recomeçam também as cobranças de antigas promessas, que não cumprimos. Por exemplo:
Se alguma ofensa nos dói na alma, isso nos indica que é hora de perdoar.
Se temos inimigos a nos espreitar com olhares de ódio, vamos aproveitar o novo ano, e nos reconciliar.
Se o desalento nos invade a mente, vamos realizar bem as nossas obrigações, e asserenar a consciência.
Se o trabalho não tem feito parte de nossas horas, vamos abraçar as obrigações, e semear a próxima colheita.
Se as indecisões nos prendem, é tempo de nos decidirmos pelo melhor.
Não esqueçamos que cada um de nós constrói o próprio destino.
As vicissitudes que nos assaltam, esperam nossas iniciativas para sua solução.
Deus nos permite tantas formas de vencermos nossos desafios. Basta que aproveitemos a nova chance para fazê-lo.
Embora os anos se renovem indefinidamente, nosso tempo na Terra é contado, não sabemos quando termina.
Nossa vontade portanto, deve ser direcionada na solução do problema que nos desafia.
Não há tempo para vacilos nem desânimos, a rotação do tempo se faz mais dinâmica, exigindo ações firmes e rápidas.
Quanto mais complicadas nossas questões, mais precisamos simplificar as nossas vidas.
Jamais desistir de viver. Sempre é tempo de novo recomeço.
Se queremos dar início a uma nova etapa, não esperemos por uma nova encarnação, basta o novo ano que começa.
*  *  *
Frente às dificuldades que a modernidade nos apresenta, sejamos mais práticos e objetivos.
Frente a árduo reinício, saibamos simplificar nossas vidas.
Dessa forma, teremos mais tempo para o que realmente importa.
Simplicidade em nossa maneira de ser, em nossas moradas, em tudo o que nos rodeia.
A vida traz em si tudo o de que realmente necessitamos. Somos nós que a complicamos.
Simplicidade é valor intrínseco da humildade, uma das maiores virtudes.
Oremos e vigiemos. Trabalhemos, no limite de nossas forças. Busquemos coroar nossos esforços, perseverando sempre.
Comecemos um novo ano, com disposição de nos enriquecermos espiritualmente e venceremos os desafios da vida.
Redação do Momento Espírita.
Em 30.12.2015.

Novo Ano

Depois do Natal, a grande expectativa. As pessoas se preparam para o Ano Novo.
Segundo Einstein espaço e tempo são modos pelos quais o homem pensa o mundo, e não condições sob as quais ele vive.
Para ele, o tempo, como é conhecido, não passa de uma invenção.
Nesse sentido, formas e fórmulas para contar o tempo são também invenções humanas, que variaram segundo locais e épocas.
Egípcios e astecas criaram seus calendários, baseando-se no movimento do sol, da lua, nas estações do ano, na alternância entre os dias e as noites.
Nosso calendário é, essencialmente, uma invenção dos antigos romanos. A criação de um calendário com doze meses, cuja duração variava entre vinte e nove e trinta e um dias, data do tempo do segundo imperador romano, Numa Pompílio.
Somente no século XVI, contudo, entraria em vigor o calendário gregoriano, fruto de uma comissão de estudiosos.
Passando a vigorar, inicialmente, somente nos países católicos, a partir de quinze de outubro de 1582, foi convencionalmente adotado para demarcar o ano civil, no mundo inteiro.
Assim, quando se aproximam os derradeiros dias de um ano, os homens se preparam para um novo.
São propostas de vida que se fazem, atitudes que se tomam, em nome de algo novo que virá.
É sempre coroado de esperança. E as manifestações, em prol e em nome dessa mensagem, são as mais diversas.
Dentre essas, lembramos da canção Satchita, ou Sat-chit, que faz parte do projeto Playing for change, um movimento de multimídia que envolve músicos e bailarinos de várias partes do mundo.
Os artistas podem ser famosos ou anônimos. O objetivo é inspirar e promover a união, a paz, a fraternidade e a igualdade pelo mundo afora, através da música.
Convidando a todos cantarmos juntos, observando essa imensa riqueza que é o nosso mundo com sua diversidade de culturas, cenários, instrumentos, nos estimula a um movimento pela paz.
A música se assemelha a um mantra hindu. Também uma prece de quem crê em Deus e tem a consciência plena de que todos vivemos nas vibrações do Seu amor.
Os versos podem ser traduzidos mais ou menos assim: Peça a Deus que os homens encontrem os seus passos perdidos.
E que os sonhos despertem esses olhos dormidos. Que o amor transborde e que vivamos em paz.
Que os dias terminem com os braços cansados.
Que a dor não me assombre, nem me cause desespero. Peça a Deus.
Peça a Deus que nos mande do céu muita sabedoria, um amor verdadeiro.
Que ninguém passe fome.
Um abraço de irmão e que vivamos em paz.
Que terminem as guerras e também a pobreza.
Encontrar alegrias entre tanta tristeza.
Que a luz ilumine as almas perdidas e um futuro melhor.
*   *   *
Unamo-nos à canção, impregnando-nos da sua mensagem e recebamos o novo ano cantando, vibrando positivamente.
Todos unidos, dispostos a prosseguir trabalhando pelo mundo melhor de países sem fronteiras e uma imensa fraternidade.
Redação do Momento Espírita.
Em 1.1.2016.

Transtorno Depressivo

Para que se instale o transtorno depressivo no ser humano, existem causas endógenas (hereditariedade, enfermidades infectocontagiosas, sequelas delas) e exógenas, também denominadas como eventos da vida (culpa, depressão, ansiedade, solidão, perda do sentido existencial...). Considerando o volumoso número de vítimas nestes dias, acredita-se que em futuro não muito distante pode transformar-se na causa primeira dos óbitos, superando as neoplasias malignas, as cardiopatias e outras terríveis enfermidades. Numa cultura social individualista, consumista e sexista, não se podem aguardar outros que não sejam esses os resultados degradantes e funestos.

A perda dos objetivos existenciais exarados no amor, ante as ofertas do prazer incessante, alucina o ser humano, que se transfere para o desespero do poder de qualquer expressão ao invés da aquisição sublime do ser. Enquanto a ciência e a tecnologia avançam ampliando os horizontes do conhecimento e ensejando bênçãos, o comportamento moral desce aos mais baixos níveis, recordando idênticos períodos de degradação de superadas civilizações, que naufragaram na ilusão do gozo indevido. Para poder-se atingir determinadas metas atuais, com as exceções compreensíveis, é necessário que se alcance os desvãos do despudor e da vulgaridade, a fim de chamar-se a atenção e conseguir-se as migalhas da luz dos holofotes que consomem aqueles que as buscam.

Nunca houve tanta solidão humana: moral, fraternal e afetiva como nesse período de amarguras íntimas e de glórias externas. Extenuado pelas extravagâncias ou batalhas contínuas, o ser humano exausto cai na depressão. Indispensável pensar-se no valor da existência para si mesmo e para o próximo, vivendo-se, como ensinava S. Francisco: – Senhor! Fazei-me instrumento de vossa paz... Somente assim será possível crescer-se na vertical do dever, restaurando-se a alegria natural que sustenta a vida digna, sem drogadição e luxúria de qualquer tipo.

Por Divaldo Pereira Franco. Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião. Do site:http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=365.

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...