sábado, 27 de abril de 2019

O Verbo

O Verbo

É lamentável se dê tão escassa atenção, na Crosta da Terra, ao poder 

do verbo, atualmente tão desmoralizado entre os homens. Nas mais respeitáveis 

instituições do mundo carnal, segundo informes fidedignos das autoridades 

que nos regem, a metade do tempo é despendida inutilmente, através de 

conversações ociosas e inoportunas. A fala deve promover o ser humano, 

educando-o e fortificando-o interiormente tendo como base a sua 

espiritualização. Não se precatam muitos dos nossos irmãos em Humanidade 

de que o verbo está criando imagens vivas, que se desenvolvem no terreno 

mental a que são projetadas, produzindo consequências boas ou más, 

segundo a sua origem.

Autor: André Luiz
Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Necessidade da Encarnação

II – Necessidade da Encarnação

SÃO LUIS
Paris

                25A encarnação é uma punição, e somente os Espíritos culpados é que lhe estão sujeitos?
                A passagem dos Espíritos pela vida corpórea é necessária, para que eles possam realizar, com a ajuda do elemento material, os propósitos cuja execução Deus lhes confiou. É ainda necessária por eles mesmos, pois a atividade que então se veem obrigados a desempenhar ajuda-os a desenvolver a inteligência. Deus, sendo soberanamente justo, deve aquinhoar equitativamente a todos os seus filhos. É por isso que Ele concede a todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de ação. Todo privilégio seria uma preferência, e toda preferência uma injustiça. Mas a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, no princípio da existência, como primeira prova do uso que farão do seu livre arbítrio. Os que executam essa tarefa com zelo, sobem rapidamente, e de maneira menos penosa, os primeiros degraus da iniciação, e gozam mais cedo o resultado do seu trabalho. Os que, ao contrário, fazem mau uso da liberdade que Deus lhes concede, retardam o seu progresso. E é assim que por sua obstinação, podem prolongar indefinidamente a necessidade de se reencarnarem. E é então que a encarnação se torna um castigo.     
               
    26 – Observação – Uma comparação vulgar nos fará melhor compreender esta diferença. O estudante não atinge os graus superiores, sem ter percorrido a série de classes que o levam até lá. Essas classes, por mais trabalho que exijam, são o meio de atingir o fim, e não uma punição. O estudante laborioso abrevia a caminhada, encontrando menos dificuldades. Acontece o contrário com aquele que a negligência e a preguiça obrigam a repetir certas classes. Não é, porém, o estudo que constitui uma punição, mas a obrigação de recomeçá-lo em cada classe.
                É o que se passa com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está quase no começo da vida espiritual, a encarnação é um meio de desenvolver a inteligência. Mas, para o homem esclarecido, em que o senso moral está largamente desenvolvido, e que se vê obrigado a repetir as etapas de uma vida corporal cheia de angústias, enquanto já podia ter atingido o fim, é um castigo, pela necessidade em que se acha de prolongar a sua permanência nos mundos inferiores e infelizes. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente para o seu progresso moral, pode não somente abreviar a duração de sua encarnação material, mas franquear de uma vez os graus intermediários, que o distanciam dos mundos superiores.
                Os Espíritos não poderiam encarnar-se uma só vez num mesmo globo, e passar suas diferentes existências em diferentes esferas? Esta opinião seria admissível, se todos os homens estivessem na Terra, exatamente no mesmo nível intelectual e moral. As diferenças existentes entre eles, desde o selvagem até o homem civilizado, revelam os graus que têm de percorrer. A encanação, aliás, deve ter uma finalidade útil. Ora, qual seria a finalidade das encarnações efêmeras, das crianças que morrem em tenra idade?
                Teriam sofrido sem qualquer proveito, nem para elas nem para os outros? Deus, cujas leis são todas soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pelas reencarnações no mesmo globo, quis que os mesmos Espíritos se pusessem de novo em contato, tendo assim ocasião de reparar as suas faltas recíprocas. E tendo e conta as suas relações anteriores, quis, ainda, fundar uma base espiritual os laços de família, apoiando numa lei natural os princípios de solidariedade, fraternidade e igualdade.

O Evangelho Segundo o Espiritismo
Por Allan Kardec

Após a Morte

A morte é um fenômeno biológico inevitável.
Os homens são Espíritos encarnados.
Eles estão na Terra, mas não são da Terra.
Permanecem aqui de forma transitória, a fim de que evoluam intelectual e moralmente.
Por falta de informações, ao longo do tempo surgiram variadas teorias sobre o estado dos Espíritos após a morte.
Concebeu-se a ideia de um céu de eleitos, em completo ócio e totalmente indiferentes ao tormento de quem não mereceu a salvação.
Como contraparte indispensável, surgiu o conceito de um inferno onde os infelizes pecadores seriam eternamente torturados.
De acordo com as concepções religiosas, inúmeras outras formulações teóricas foram feitas.
Entretanto, as descrições sempre foram bastante genéricas e um tanto fantasiosas.
Há evidentes incoerências em algumas descrições.
Por exemplo, pessoas bondosas merecem o céu, mas se tornam egoístas ao lá chegar, pouco se importando com o sofrimento de quem não teve a mesma dádiva.
Nessa linha, uma mãe amorosa e boa seria eternamente feliz, embora sabendo que seus filhos sofreriam para sempre.
Essa artificialidade gerou bastante descrença.
Consequentemente, persiste uma dúvida generalizada a respeito do que ocorre com o Espírito após a morte do corpo.
O Espiritismo lança luz sobre essa questão.
Ele não formula uma mera teoria, a partir de concepções filosóficas.
São os próprios Espíritos desencarnados que relatam sua situação.
A mediunidade bem empregada permite o intercâmbio com os integrantes do plano espiritual.
Por meio dela é possível verificar como eles vivem, se sofrem ou são felizes e a razão disso.
Não se trata de imaginar como está atualmente um Espírito que viveu na Terra de determinado modo.
Ele próprio descreve sua situação.
O livro O céu e o inferno compõe as obras básicas da Codificação Espírita.
Ele é rico de relatos feitos por Espíritos a respeito de como se sentem, da vida que levam, de sua felicidade ou infelicidade.
Desses relatos extrai-se que a morte não é um processo milagroso que converte homens em anjos.
Quem era bondoso na Terra persiste bondoso e solidário no plano espiritual.
Se amava o trabalho, permanece laborioso.
Já o homem mesquinho também assim se mantém.
Não há saltos na evolução.
A análise dessas descrições revela que a felicidade depende de como se viveu, do bem ou do mal que se fez.
Não há favores ou privilégios.
Cada qual é feliz ou infeliz de acordo com seu próprio mérito.
O homem caridoso é recebido pelos inúmeros seres a quem amparou enquanto na Terra.
Ele experimenta extremo júbilo ao sentir-se amado, ao saber que bem gastou seu tempo e seus talentos.
Já o criminoso vivencia grandes padecimentos.
Ele vê suas vítimas, revê mentalmente as maldades que cometeu e não há fuga ou desculpa possível.
O Espírito é feliz ou infeliz na exata proporção das virtudes que possui.
*   *   *
Ciente dessa realidade e de que você inevitavelmente morrerá, reflita sobre o modo como vive.
Para evitar construir sua casa sobre a areia, no dizer evangélico, dedique-se a amealhar virtudes e a fazer o bem.
Apenas isso garantirá sua felicidade, quando retornar ao seu verdadeiro lar.
Pense nisso.

Redação do Momento Espírita.
      Disponível no Cd Momento Espírita, v. 17, ed. Fep.
      Em 03.11.2010.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Vida ou Morte

Todos os seres vivos nascemos, vivemos um determinado tempo. E morremos um dia. Nada mais certo, nesta Terra. Fatal é o instante da morte.
Contudo, muitos fatores podem determinar que aceleremos o momento da nossa morte ou a retardemos.
Alguns pensamos que existe um dia, com hora e segundo certo de morrer. No entanto, isso não retrata a verdade.
Vejamos que as flores que plantamos em nosso jardim dependem de nossos cuidados. Podemos lhes abreviar a vida, deixando de lhes fornecer a água de que necessitam.
Ou podemos, simplesmente, arrancá-las e jogá-las no lixo.
Os animais domésticos igualmente aguardam que lhes providenciemos o alimento, a água, o abrigo. Quantos de nós lhes aceleramos o processo da morte por descuidos, abandono ou negligência?
Quantos não providenciamos os medicamentos e cuidados especiais que necessitam?
E nem temos ideia correta por quantas espécies animais extintas somos direta ou indiretamente responsáveis.
Se falarmos de nós mesmos, a questão não se faz muito diversa.
Podemos acelerar nossa passagem por este planeta, nos entregando a vícios, por exemplo.
Alguns acreditamos que são simples hábitos, que não nos causarão maiores males.
Esquecemos de que uma gota de veneno pode causar a morte. E existem venenos que aceitamos, diariamente, como o fumo, o álcool.
Um e outro podem nos ocasionar enfermidades que abreviarão a nossa estada nesta Terra. Ou irão, a pouco e pouco, minando cargas vitais, com igual resultado.
Também nossa forma de reagir ao que nos ocorre depõe contra nossa vida.
Uma explosão de raiva pode destruir energias preciosas, causando danos ao cérebro, aos neurônios.
De acordo com um estudo realizado por cientistas americanos, o mau humor, a impaciência e a raiva podem causar ataque cardíaco.
Afirmam que jovens, que reagem rapidamente ao estresse com raiva, tem três vezes mais chances de desenvolver doenças do coração.
Esses jovens têm cinco vezes mais chances do que as pessoas calmas de sofrer um ataque cardíaco prematuro, mesmo sem ter histórico de doenças cardíacas na família.
Conclui-se que temperamentos explosivos podem desenvolver doenças muito antes que qualquer outro fator de risco se torne aparente, como diabetes ou hipertensão.
Verificamos, assim, que nossa vida depende de nós. Mais longa ou mais curta. Mais calma, com menos dores de cabeça, de estômago e problemas biliares.
Ou mais estressada, recheada de manifestações agressivas e ataques de raiva.
A questão é como desejamos viver. E quanto mais desejamos viver.
Alguns homens na face da Terra atestam que respirar o saudável, em pensamentos e atos, coopera para a longevidade.
Ultrapassando os noventa ou os cem anos, mantêm a lucidez, excelente memória. E cooperam com a Humanidade, onde se encontrem.
Alguns constituíram família, criaram filhos e abençoaram os netos e bisnetos, deixando-lhes um exemplo de nobreza e dignidade.
Tudo recheado com muita calma e muito amor.
Pensemos nisso e nos amemos. Amemos nosso corpo, nosso instrumento de trabalho.
Amemos nossa vida, talento divino que nos foi concedido para a realização do melhor.
Redação do Momento Espírita.
Em 15.4.2019.

Advertência

Existem joias raras na literatura mundial, por vezes até de autor considerado anônimo. Há alguns dias, em uma obra, colhemos a seguinte advertência, exatamente nesses moldes de que falamos:
Um dia chegará em que, num determinado momento, um médico comprovará que meu cérebro deixou de funcionar e que, definitivamente, minha vida neste mundo chegou ao seu fim.
Quando tal coisa acontecer, não digas que me encontro em meu leito de morte.
Estarei em meu leito de vida e cuida para que esse corpo seja doado para contribuir de forma que outros seres humanos tenham uma vida melhor.
Dá meus olhos ao desgraçado que jamais tenha contemplado o amanhecer, que não tenha visto o rosto de uma criança ou, nos olhos de uma mulher, a luz do amor.
Dá meu coração a alguma pessoa cujo coração só lhe tenha valido intermináveis dias de sofrimento.
Meu sangue, dá-o ao adolescente resgatado de seu automóvel em ruínas, a fim de que possa viver até poder ver seus netos brincando ao seu lado.
Dá meus rins ao enfermo, que deve recorrer a uma máquina para viver de uma semana à outra.
Para que um garoto paralítico possa andar, toma toda a totalidade de meus ossos, todos os meus músculos, as fibras e os nervos todos de meu corpo.
Mexe em todos os recantos de meu cérebro. Se for necessário, toma minhas células e faze com que se desenvolvam, de modo que, algum dia, um garoto sem fala consiga gritar com entusiasmo ao assistir a um gol, e uma garotinha surda possa ouvir o repicar da chuva contra o vidro da janela.
O que sobrar do meu corpo, entrega-o ao fogo e lança as cinzas, ao vento, para contribuir com o crescimento das flores.
Se algo tiveres que enterrar, que sejam os meus erros, minhas fraquezas e todas as minhas agressões contra o meu próximo.
Se acaso quiseres recordar-me, faze-o com uma boa obra e dizendo alguma palavra bondosa ao que tenha necessidade de ti.
*   *   *
As palavras de advertência desse anônimo nos convidam a meditar no tesouro que possuímos, que é nosso corpo físico.
Tantos esquecemos de render graças a Deus por essa maquinaria maravilhosa, tanto quanto nos olvidamos de lhe providenciar, após a morte física, o devido destino.
Tantas são as campanhas em prol da doação de córneas, de rins e vamos protelando sempre para mais tarde a decisão de prescrever nossa doação.
Sem nos esquecermos de que, enquanto ainda dispondo do corpo de carne, podemos nos tornar regulares doadores do valioso líquido, que representa a vida e se chama sangue.
Meditemos se não estamos sendo demasiado egoístas em não disponibilizar esse tesouro para que outros vivam e vivam de forma abundante.
 Você sabia?
 ... que a retirada das córneas, após a morte, de forma alguma deforma ou mutila o cadáver? Essa é a preocupação de alguns possíveis doadores, que não desejam agredir a família.
E você sabia que os rins podem ser retirados do cadáver até seis horas após ter ocorrido a morte?
E, finalmente, que para o Espírito do doador não ocorre mutilação, ao contrário, tais atitudes revelam desprendimento e grandeza d'alma?
 Redação do Momento Espírita, com base no texto
Em minha lembrança, de autoria anônima.
Em 24.4.2019

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...