terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Anjo Guardião

Os anjos guardiões são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.

Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.

Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.

Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.

Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.

São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.

Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.

Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.

Os anjos guardiões são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.

Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.

Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.

Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.

Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.

Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.

Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.

Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.

Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.

Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.

O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.

O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.

Imana-te a ele.

Entre eles, os anjos guardiões e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.

Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.”

(Divaldo Pereira Franco. Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis, Salvador, BA: LEAL, 1994.)

Oração ao meu Anjo Guardião

Por amor, eu venho em oração
Meu mentor, meu anjo da guarda irmão
Me conduza por caminhos estreitos
Me ajuda encontrar meu defeitos
Me intua para o lado do bem,
E da boa ação.
Minha fé, declaro nesta oração
Muita fé, meu anjo da guarda irmão
Me acompanhe pelas ruas escuras
Me aponte onde há água mais pura
Me responde quando eu perguntar,
sobre a minha razão.
Meu anjo, é longa a escalada
E nesta caminhada
Une você e eu
Vamos, redobrar esperanças
Essa perseverança
É aliança com Deus.
Protetor, segura na minha mão
Com amor, continuar a missão
Por momentos de rara beleza
Por momentos de plena certeza
Por momentos que se ouve bem
clara, a voz do coração
assim seja.

Jorge Cardellis
Mensagem de Joana de Ângelis - psicografia de Divaldo Pereira Franco

domingo, 28 de janeiro de 2018

Reféns do Medo

Na sala de aula, a professora perguntou aos seus alunos: Do que vocês têm mais medo?
Depois de um breve e tenso silêncio, um garoto respondeu, um tanto tímido: Eu tenho medo do escuro.
Outro, falou: Tenho muito medo do bicho-papão.
Medo da morte, medo de altura, medo de ser esquecido pelos pais na escola...
Vários medos foram confessados e anotados pela sábia professora, que desejava libertar os pequenos do sofrimento gerado pelo medo, através do uso da razão.
Por fim, uma garotinha disse, com ar de assustada: Tenho muito medo do malamém, que é um monstro muito perigoso...
E você já viu esse monstro? -  Perguntou, interessada, a professora.
Nunca vi, mas é um monstro tão perigoso que minha mãe pede todos os dias a Deus que nos livre dele, esclareceu a menina.
E concluiu: Minha mãe sempre pede a Deus no fim da sua oração: ...e livrai-nos do malamém.
Não é preciso refletir muito para entender a situação daquela criança com relação ao medo do monstro, criado pela sua imaginação.
O medo era tão tirano que ela nunca ousou confessá-lo à mãe.
Um medo terrível de algo que nunca existiu.
Mas será que somente as crianças têm medo do que desconhecem?
Certamente não.
A ignorância tem sido, desde todos os tempos, a grande responsável pelo terror imposto pelo medo.
O desconhecido gera medos inconfessáveis, em pessoas de todas as idades.
Mas como podemos ter tanto medo do desconhecido?
Isso ocorre justamente porque os monstros criados pela imaginação geralmente são mais terríveis do que os reais.
O medo da morte é um exemplo disso.
O medo do inferno também tem feito reféns.
O juízo final é outro tirano que atemoriza muita gente.
Todos esses temores são frutos da ignorância, não há dúvida.
Existem pessoas que têm medo do futuro, medo da solidão, medo de sentir medo, e por aí vai...
Enquanto a razão não lançar suas luzes sobre essas questões, o medo continuará a infelicitar os indivíduos, fazendo-os reféns da própria ignorância.
Jesus tinha razão ao afirmar que o conhecimento da verdade nos libertará.
O conhecimento é diferente de crença. A crença é sempre cega, vazia de certezas.
Para crer em algo não é preciso conhecer, basta acreditar. Mas a convicção só se adquire através do conhecimento.
Conhecimento que gera a fé inabalável. Fé que encara a razão face a face, sem hesitar, em todas as situações.
Assim sendo, vale a pena envidar esforços para libertar-nos dos medos, buscando lançar luz sobre o que a ignorância oculta.
Importante libertar nossas crianças, muitas delas reféns de monstros imaginários terríveis, dialogando com elas sobre seus medos.
É preciso considerar que o medo é o pior de todos os monstros, e precisa ser aniquilado com urgência.
É preciso clarear os caminhos escuros da ignorância com a luz do conhecimento, para que o medo bata em retirada...
Como asseverou o grande filósofo grego, Sócrates: Há apenas um bem: o conhecimento; e um mal: a ignorância.
Sócrates foi o precursor das ideias cristãs e, como Jesus, também foi vítima da ignorância de seus contemporâneos.
Pensemos nisso e busquemos, com vontade firme, conhecer as leis que regem a vida!
Só assim seremos verdadeiramente livres de todos os medos que tanto nos infelicitam.

Redação do Momento Espírita.
Em 18.04.2011.

Casamento e Amor

Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e fazê-los progredir.
*  *  *
O sentimento mais elevado que o ser humano possui dentro de si é o amor e várias são as formas pelas quais ele se expressa.
Manifesta-se nas relações fraternas, filiais, paternais e maternais. Entre amigos e companheiros de lutas, em doação ao próximo e no respeito à natureza.
Uma das facetas desse estado afetivo leva as pessoas ao casamento formal ou informal, onde se inicia a construção de uma nova família.
O matrimônio é uma instituição humana que, em alguns períodos da História, serviu para atender aos interesses familiares, sem qualquer consideração pela disposição emocional das pessoas envolvidas.
Felizmente, isso mudou e as uniões hoje são motivadas pela afeição existente entre os cônjuges, que se esforçam juntos para alcançar o equilíbrio e a felicidade.
Busca-se uma união enraizada em sentimentos elevados, que funde os seres uns aos outros, sem lhes inibir as identidades.
A convivência inicialmente do casal e depois com seus filhos, traz oportunidade de exercitar tolerância, compreensão, renúncia e doação.
Nesse exercício diário, onde buscamos nos ajustar, vamos aos poucos dissolvendo o egoísmo que ainda carregamos.
À medida que fortalecemos o afeto no seio doméstico, nos tornamos capazes de ampliar esse sentimento para o mundo. 
Devemos procurartransformar os laços consanguíneos em laços espirituais e com isso integrar nossa família ao contexto da família universal. Dessa forma, estaremos colaborando com Deus em Sua obra.
Importante não se criar a ilusão de um casamento perfeito, pois no estágio evolutivo em que nos encontramos na Terra, carregamos ainda muitas imperfeições.
Frente aos aborrecimentos que possam surgir, o melhor recurso sempre será o diálogo sincero, que buscará soluções e não permitirá que as indisposições se transformem em mágoas e afastem os membros da família.
O casamento estará próximo de ser perfeito se com ele alcançarmos os objetivos de ampliar o amor, superar as dificuldades pessoais, crescer espiritualmente e nos mantivermos no caminho para Deus.
Valorizemos essa nobre instituição social, onde temos a chance de alcançar grandes progressos, mesmo que com dificuldades e frustrações.
Enquanto viceje o amor, portanto, as uniões permanecerão.
Isso não equivale a dizer que, ante quaisquer diminuições da afetividade, logo se pense em separação, tendo-se em vista que o emocional experimenta alterações constantes, produzindo estados de desinteresses, de conflitos, de inquietações, que deverão primeiro, ser superados, antes que ampliados por decisões, certamente infelizes.
O matrimônio é um compromisso sério, que deverá sempre ser resultado de seguro amadurecimento, precedido de reflexão profunda e dever emocional para si e para com o próximo, a fim de que sejam os dois seres uma só carne.

Redação do Momento Espírita, com transcrição do item 3, do cap.
XXII, de
O evangelho segundo o espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb e
parágrafos finais do cap.
Matrimônio e amor, do livro Jesus e o Evangelho à
luz da psicologia profunda, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 20.3.2013.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Brilhe Vossa Luz

Texto extraído do livro "Vinha de Luz", Chico Xavier (Emmanuel)

Meu amigo, no vasto caminho da Terra, cada criatura procura o alimento espiritual que lhe corresponde à posição evolutiva.
A abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca emoções. Mas ainda mesmo no terreno das emoções, cada espírito exige tipos especiais.
Há sofredores inveterados que outra coisa não demandam além do sofrimento, pessimistas que se enclausuram em nuvens negras, atendendo a propósito deliberado, durante séculos. Suprem a mente de torturas contínuas e não pretendem construir senão a piedade alheia, sob a qual se com prazem. Temos os ironistas e caçadores de gargalhadas que apenas solicitam motivos para o sarcasmo de que se alimentam.
Observamos os discutidores que devoram páginas respeitáveis, com o único objetivo de recolher contradições para sustentarem polêmicas infindáveis.
Reparamos os temperamentos enfermiços que sorvem tóxicos intelectuais, através de livros menos dignos, com a incompreensível alegria de quem traga envenenado licor.
Nos variados climas do mundo, há quem se nutra de tristeza, de insulamento, de prazer barato, de revolta, de conflitos, de cálculos, de aflições, de mentiras...
O discípulo de Jesus, porém - aquele homem que já se entediou das substâncias deterioradas da experiência transitória -, pede a luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre...
Para os companheiros que esperam a vida renovada em Cristo, famintos de claridade eterna, foram escritas as páginas deste livro despretensioso.
Dentro dele, não há palavras de revelação sibilina.
Traduz, simplesmente, um esforço para que nos integremos no Evangelho, celeiro divino do nosso pão de imortalidade.
Não é exortação, nem profecia.
É apenas convite.
Convite ao trabalho santificante, planificado no Código do Amor Divino.
Se a candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende, consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a instrumentalidade de nossa
vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes.
O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o Espiritismo reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo.
Brilhe vossa luz! - proclamou o Mestre.
Procuremos brilhar! - repetimos nós.

EMMANUEL
Pedro Leopoldo, 25 de novembro de 1951.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Prêmio à FÉ

Foi no ano de 1973 que o Prêmio Templeton foi dado pela primeira vez. Entre dois mil indicados ao corpo de jurados, a escolha recaiu sobre Madre Teresa.
O encarregado para fazer a entrega do prêmio foi o marido da rainha da Inglaterra, Filipe, duque de Edimburgo.
O Prêmio Templeton tem como exigência premiar a qualidade do testemunho religioso.
No seu discurso, o duque de Edimburgo teve oportunidade de assim se expressar: Nada posso nem me atrevo a dizer sobre Madre Teresa. Mas há muito que aprender de seu exemplo. A lição que, sobretudo, deveríamos aprender é tão simples quanto velha: a fé de uma pessoa mede-se por seus atos...
Madre Teresa não poderia ter vivido tal vida nem realizado tais obras sem uma fé imensa.
Depois de receber o Templeton, na presença de personagens ilustres, Madre Teresa, por uma questão de cortesia, pronunciou algumas palavras:
Ao conceder-me este Prêmio, vós o destes a todas as pessoas que, de todos os lugares da Terra, compartilham comigo o mesmo trabalho, semeando o amor de Deus entre os pobres.
Nós estamos em contato com o corpo de Cristo. É a Cristo que tem fome que nós damos de comer. A Cristo nu que nós vestimos. A Cristo desalojado que oferecemos teto.
Mas a Sua não é apenas fome de pão, nudez de roupas, ou necessidade de uma casa de alvenaria. Cristo tem, hoje, em nossos pobres, e também nos ricos, fome de amor, de cuidados, de calor humano, de alguém que se preocupe com eles como de algo próprio.
Hoje como ontem, Jesus vem aos Seus e eles não O reconhecem.
Vem nos corpos purulentos dos nossos pobres. Vem até mesmo nos ricos que estão se deixando sufocar pelas riquezas, na solidão de seus corações, e não têm quem os ame.
Damo-nos conta da existência dessa classe de pessoas, talvez ao nosso lado?
Talvez se trate de um cego que ficaria muito feliz se lhe lêssemos o jornal.
Talvez seja um rico que não tem quem o visite. Não lhe falta nada materialmente, mas está sufocado por sua própria riqueza.
Algum tempo atrás, veio ter conosco um homem muito rico. Disse-me: “Aceite esta oferta, para que alguém venha à minha casa. Estou quase cego. Minha mulher perdeu o uso da razão. Nossos filhos se afastaram de nós. Estamos morrendo de solidão.”
Desejavam o amável acento da voz humana.
Nossos moribundos abandonados, nossos doentes, nossas crianças sem assistência, paralíticos, têm necessidade de amor, de compaixão, de calor humano.
O dinheiro não basta.
Eles têm necessidade de que nossas mãos lhes prestem serviço, de que nossos corações lhes ofereçam amor.
É Cristo que tem fome de amor e de cuidados.
A Bíblia diz: “Procurei quem me consolasse e não encontrei.”
Como seria terrível se Cristo tivesse que repetir isso hoje.
*   *   *
A vida dessa mulher incomparável nos diz que é possível fazer o bem, superando qualquer dificuldade.
Que a vivência dos preceitos evangélicos é possível, bastando que nos armemos de fé. Fé que é certeza inabalável de que somos filhos do mesmo Pai e, portanto, pertencentes a uma única e imensa família.
Pensemos nisso.
Redação do Momento Espírita, com base em
dados biográficos de Madre Teresa de Calcutá.
Em 24.1.2018.

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

O Tempo de Deus

A família vivia dias de intensa ansiedade frente ao problema da esposa e mãe, debilitada pelas árduas provas.
Inesperadamente surgiu-lhe um problema de saúde, que analisado e comprovado, passava a requerer uma delicada cirurgia.
Exames diversos, avaliações e uma série de cuidados especiais foram exigidos frente ao seu estado geral de saúde.
Embora sua idade fosse avançada, diziam que o atendimento, carinho e amor que recebia poderiam conservá-la junto a eles por muitos anos ainda.
Os dias transcorriam e o restabelecimento se fazia lento, quase imperceptível.
No início todos estavam confiantes mas, com o passar dos dias certa ansiedade começou a invadir a tranquilidade dos corações.
Foi quando um deles teve acesso a uma mensagem divulgada nas redes sociais, falando sobre o tempo de Deus.
Passada de mão em mão, tal mensagem acalmou os ânimos.
Em essência dizia:
Deus é sempre o último a se manifestar.
A nós, nos cabe saber esperar.
Importante aprendermos que quando Deus fala, Ele fala para resolver em definitivo a questão vivenciada.
Quando Ele resolve é em favor de todos.
A nós, só nos cabe saber esperar.
O desespero só vai agravar o problema que estamos vivenciando.
Há muita sabedoria em confiar e aguardar, pois cada coisa tem a sua hora, e a nós... cabe saber esperar...
*   *   *
A natureza é rica em exemplos que nos ensinam a respeitar as sábias Leis Divinas.
A semente aguarda, na profundeza e escuridão da terra, o momento certo para germinar, desenvolver, florescer e frutificar.
Tudo o que fizermos para acelerar esse processo poderá comprometê-lo.
A lagarta espera pacientemente o momento de se libertar de suas amarras no casulo, para poder, amadurecida, liberar suas asas e alçar voos delicados por sobre as flores.
Caso alguém tenha pressa em libertá-la, interromperá o processo de formação de suas asas, impedindo-lhe, mesmo, a primeira aventura na liberdade almejada.
O Espírito reencarnante silencia, acomodando-se à nova forma durante noves meses, para poder reaparecer no cenário da vida terrestre para outra experiência.
O seu nascimento antes do prazo determinado pela natureza poderá exigir uma série de cuidados especiais, ou até mesmo ocasionar a impossibilidade de se manter na vida.
A pessoa que sofreu fraturas ósseas graves, conforme sua idade, necessita de tempo maior ou menor para poder voltar a executar seus movimentos com segurança.
A pressa em se locomover antes do tempo, poderá impedir que seu restabelecimento lhe devolva toda a mobilidade que temporariamente perdeu.
Nosso tempo é diferente do tempo de Deus.
Sendo ele a Inteligência Suprema do Universo e a Causa Primária de todas as coisas sabe qual o melhor tempo para que tudo ocorra da melhor forma.
A nós, cabe tê-lO como baliza em tudo. Não nos descuidar da nossa parte, mas aceitar Suas decisões.
*   *   *
Quando tudo foge ao nosso alcance, exercitar a virtude de esperar pacientemente pelo tempo de Deus é o que de melhor podemos fazer frente às nossas possíveis ansiedades.
Teremos sempre as melhores soluções quando soubermos respeitar o tempo de Deus.

Redação do Momento Espírita.
Em 20.1.2018.

domingo, 21 de janeiro de 2018

O que é salvação para os espíritas?

Como disse Emmanuel “salvação” não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a morte; salvação é libertação de compromisso; é regularização de débitos. E, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos outros, não seremos salvos do resgate das complicações criados por nós mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade. Quando fizermos da caridade (da paciência, do perdão, da tolerância, do respeito) a nossa lei, e da solidariedade nossa norma de conduta, nos converteremos em agentes do Bem na Terra, a mesma luz que acendermos para os outros purificará a nossa alma.

Em I Pedro, 4:8 diz: “O amor cobre a multidão dos pecados”, quer dizer que todo o Bem que estendermos ao próximo diminuiremos a multidão de erros que cometemos no passado e no presente. Só assim estaremos "salvos", livres de resgates, muitas vezes dolorosos, aflitivos através das reencarnações. Reencarnaremos quantas vezes for preciso até que paguemos o último centavo de nossos débitos com a lei divina. Por isso a bandeira do Espiritismo é FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO.

A SALVAÇÃO É INDIVIDUAL OU COLETIVA?

Individual. “Deus retribuirá a cada um segundo suas obras” (Rom. 2:6), “cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus” (Rom. 14:12). Portanto, não será por religião, será pelas nossas obras, baseadas no amor ao próximo, como fez o samaritano da parábola que socorreu um homem que estava todo machucado (porque havia sido assaltado), sem perguntar se ele era um judeu que eles (samaritanos) tanto odiavam. Sendo que, havia passado pelo homem ferido um sacerdote e logo após um levita (ambos trabalhadores do templo e conhecedores da Lei), que apenas olharam e passaram reto. Então, a salvação não é pela igreja, não basta conhecer as leis divinas ou frequentar uma casa religiosa, tem que colocar em prática. Para nós espíritas Jesus não veio nos salvar, Ele veio mostrar o caminho da salvação (livramento dos nossos débitos) e o caminho é a vivência de seus ensinamentos.

Autor: Rudymara - Grupo de Estudos Allan Kardec

quinta-feira, 18 de janeiro de 2018

Carnaval

O Brasil é um país de inúmeras festas.
É assombroso o número de feriados no calendário anual.
Mas, se somarmos os dias que são emendados, teremos ao longo do ano, mais de quinze dias parados. Segundo especialistas do assunto, os prejuízos são enormes para o país.
Agora, nesta época, temos o feriado de carnaval.
Em alguns lugares perde-se mais de uma semana de trabalho.
É o festejo da alegria num país de quase quarenta milhões de miseráveis.
Desde o início de janeiro a mídia vem explorando as folias de Momo, como se fosse o acontecimento mais importante do ano.
Fala-se em alegria, festa, colocar para fora as angústias contidas durante o ano passado. Infelizmente, os caminhos propostos nada têm a ver com alegria ou alívio de tensões.
Ligamos a televisão e ouvimos a batida repetitiva das escolas de samba, cujo valor folclórico e cultural foi lentamente sendo perdido. Há muita gente que busca fazer do carnaval um momento de esperança, oportunizando empregos, abrigando menores e isso é muito valioso.
Entretanto, o grande saldo da festa se resume em duas palavras: ilusão e sensualidade.
Referimo-nos à ilusão dos entorpecentes, dos alcoólicos.
A ilusão de grandeza, que falsamente produz um imenso contraste entre a beleza da avenida e a subvida dos barracos.
Falamos da sensualidade que se torna material de venda, nos corpos desnudos e aparentemente felizes por fora, mas muitas vezes profundamente infelizes por dentro.
As emissoras não cansam de exibir os bailes, os concursos de fantasias, os desfiles, levando-os a todos os que se comprazem em observar a loucura.
Mas, ao longo do caminho, multiplicam-se os doentes de AIDS, os abortamentos, a pobreza e o abandono, a violência.
Com o risco de sermos taxados de moralistas, num tempo em que se perdem as noções de moralidade, não podemos deixar de analisar criticamente esses disparates do mundo brasileiro.
Em nenhum momento nos colocamos contra a alegria. Porém, será justo confundir euforia passageira com alegria real?
Alegria de verdade seria viver num lugar onde não houvesse fome, violência, tráfico de drogas e tráfico de influências.
Não podemos nos colocar contra o alívio de tensões. Entretanto, alívio real seria encontrar um caminho para os graves problemas que o país atravessa.
O carnaval é bem típico da alienação espiritual que a sociedade se permite. De um lado, as falsas aquisições sociais de alguns, negadas pela agressividade de muitos; de outro, a falsa felicidade de quatro dias de folia, e trezentos e sessenta e um dias de novas e renovadas angústias.
Vale a pena?
Nessas horas, pessoas embriagadas, perdidas, usam um segundo de falso prazer, em troca de um enorme tempo de arrependimentos. Por quê?  - Perguntamos.
As pessoas pulam, vibram, e nem ao menos sabem o motivo da festa. Vão porque as outras pessoas também vão.
Enquanto a sociedade agir dessa forma, sem personalidade digna, dando valores justamente aos desvalores, as pessoas continuarão sofrendo as consequências de seus próprios atos.
Vamos fazer desses dias de feriado, dias de alegria verdadeira, em paz conosco mesmos.
Vamos meditar, ler, pensar. Vamos conviver com nossa família e amigos, trocar ideias salutares.
Vamos orar também por aqueles que ainda não tiveram consciência de fazer o bem conforme o Cristo nos recomendou, e padecem nesses instantes de euforia descontrolada.
Redação do Momento Espírita.
Em 22.5.2007.

domingo, 14 de janeiro de 2018

Prazeres

O homem naturalmente busca o prazer e o bem-estar.
Trata-se de reflexo do instinto de conservação, cujo objetivo é assegurar a existência física pelo máximo de tempo possível.
A vida terrena é imprescindível à evolução intelectual e moral dos Espíritos.
Ela apenas deixa de ser necessária em estágios superiores da existência imortal.
Assim, o gosto pelo prazer atende naturais imperativos de evolução.
O sexo é prazeroso e mediante ele a espécie se perpetua.
Caso não houvesse alguma satisfação envolvida nos atos procriativos, a Humanidade estaria extinta há longa data.
A alimentação também envolve prazer.
O corpo físico necessita receber combustíveis adequados a sua estrutura.
O atendimento dessa necessidade não se dá apenas por força do apelo da fome, mas também envolve satisfação.
O descanso igualmente traz uma certa volúpia.
O atendimento de todas as necessidades naturais, sejam físicas ou emocionais, engloba determinada dose de prazer.
Como o ser humano não foi feito para viver sozinho, ele se regozija no contato com seus amigos e amores.
A necessidade de contato e de reconhecimento pelos semelhantes, quando é atendida, produz doces sensações.
Evidentemente, a sabedoria reside no equilíbrio.
Negar-se os prazeres comuns à existência, sem qualquer objetivo nobre, nada tem de elogiável.
A mãe que se priva de pão para alimentar os filhos dá mostra de abnegação e nobreza.
Mas se alimentar menos do que o necessário à manutenção da saúde apenas para autoflagelo não é recomendável.
Os objetivos superiores da existência não são incompatíveis com as pequenas alegrias terrenas.
Jesus sinalizou essa verdade, ao afirmar que não é o que entra, mas o que sai da boca do homem que o contamina.
Se a voluntária privação dos bens da vida não é boa, o mesmo se dá com o abuso.
A glutonaria provoca doenças e diminui o tempo de vida.
O uso desvirtuado das forças genésicas produz desequilíbrios físicos e emocionais.
Dormir demais ou descansar em excesso constituem desperdício de tempo.
Assim, o relevante é guardar equilíbrio perante os gostos e os prazeres terrestres.
Se eles não são condenáveis, também não constituem o objetivo da existência.
Ninguém nasce para comer, beber, dormir e procriar.
Entender o prazer em seu real valor ajuda a não demonizá-lo ou endeusá-lo.
Viver corretamente não pressupõe abster-se das alegrias e satisfações comuns à condição humana.
A pureza não reside na abstenção dos dons da vida, mas em utilizá-los com equilíbrio e discernimento, sem prejudicar a si e ao próximo.
A sabedoria reside em tudo utilizar com moderação, sem se tornar escravo de hábitos, coisas ou sensações.
A finalidade da existência terrena é propiciar a evolução intelectual e moral dos Espíritos.
Todos renascem para vencer antigos vícios, para abandonar o egoísmo e viver o amor.
Não se trata de pieguismo sentimental, mas da vivência da fraternidade e da compaixão.
Não se desvie dessa meta por uma compreensão equivocada da vida.
No contexto de sua existência imortal, pouco lhe adiantará tornar-se um asceta.
Também será indigno de sua condição de Espírito imortal viver como um animal irracional, na busca incessante de prazeres.
Empenhe-se em ser equilibrado, bondoso e solidário.
É deveras trabalhoso, mas constitui o objetivo de sua vinda à Terra.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 13.1.2018.

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Pureza

A pureza é uma virtude muito difícil de compreender.
Segundo o dicionário, puro é o que é limpo, intocado, sem manchas ou máculas.
Nesse sentido, pureza seria o estado de quem nunca foi tocado pelo mal, em qualquer de suas formas.
A pureza teria de ser preservada desde a origem, pois qualquer mácula implicaria a sua perda.
Em termos humanos, todos nasceriam puros e assim permaneceriam até que cometessem a primeira falta.
Em tal acepção, o estado de pureza estaria para sempre perdido e fora do alcance da imensa maioria dos homens.
Entretanto, Jesus afirmou a bem-aventurança dos puros de coração.
Não é possível que a felicidade dos bem-aventurados seja restrita a uma ínfima minoria, pois o Cristo também disse que nenhuma de suas ovelhas se perderia.
Assim, o sentido da palavra pureza não pode se restringir à condição de alguém que nunca foi tocado pelo mal.
*  *  *
O Espiritismo esclarece que todos os Espíritos são criados por Deus, simples e ignorantes.
Gradualmente, à custa de suas experiências, eles desenvolvem os tesouros intelectuais e morais cujo princípio trazem no íntimo.
São dotados de livre-arbítrio, a fim de que optem pelos caminhos que lhes pareçam os melhores.
Por vezes erram, em sua ignorância, mas os erros são apenas tropeços momentâneos na caminhada para a angelitude.
Por conta da lei de harmonia e justiça que rege o Universo, todo equívoco deve ser reparado.
Tem-se aí a liberdade com sua natural contraparte, a responsabilidade.
O erro é inerente ao processo de aprendizado.
A perfeição é atributo dos anjos.
Após incontáveis encarnações, os Espíritos desenvolvem todos os seus potenciais e se tornam infinitamente sábios e amorosos.
É quando se tornam puros, pois livres de todos os vícios, não mais sujeitos a erros e intrinsecamente bondosos.
*  *  *
A perfeita pureza não é algo com que se nasce e pode ser perdido ao menor deslize.
Trata-se de um estado de consciência a ser construído ao longo de muitas experiências.
Puro não é o ignorante da realidade da vida, mas o que muito conhece e opta pelo bem, pelo belo, pelo justo.
A pessoa impura vê o mal em toda parte e tem prazer nele.
Como exemplo é o caso de quem observa a conduta alheia sempre disposto a ver e alardear corrupção e leviandade.
O severo censor do próximo muitas vezes apenas afeta uma pureza que não possui.
Intensamente desejoso de fazer algumas coisas que reputa indignas, critica com violência quem as realiza.
A luta por vencer os próprios vícios é dura e meritória.
Ninguém advogará que a criatura viva o que considera errado.
Apenas é necessário dar um passo além e se desvencilhar emocionalmente do equívoco, para não mais gastar tempo na crítica gratuita à conduta alheia.
Como não é ignorante, a pessoa pura identifica o mal onde realmente existe.
Ela percebe e lamenta a desonestidade, o egoísmo, a perversão e a crueldade, mas não os valoriza.
A pureza é algo a ser conquistado.
Viver puramente é uma opção que se faz.
Essa vivência implica luta e esforço, pois pressupõe abandonar maus hábitos e vencer paixões.
Maria de Magdala é oportuno exemplo de pureza conquistada.
Embora os grandes equívocos de seu passado, após conhecer Jesus passou a cultivar a pureza em sua vida.
Trata-se de um eloquente símbolo da vitória da razão e da vontade sobre a paixão e os vícios.
Assim, tornar-se puro é possível, basta querer.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita.
Em 10.1.2018.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Ganhar

"Pois que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?" - Jesus. (MARCOS, capítulo 8, versículo 36.)

As criaturas terrestres, de modo geral, ainda não aprenderam a ganhar. Entretanto, o espírito humano permanece no Planeta em busca de alguma coisa. É indispensável alcançar valores de aperfeiçoamento para a vida eterna.
Recomendou Jesus aos seus tutelados procurassem, insistissem...
Significa isso que o homem se demora na Terra para ganhar na luta enobrecedora.
Toda perturbação, nesse sentido, provém da mente viciada das almas em desvio.
O homem está sempre decidido a conquistar o mundo, mas nunca disposto a conquistar-se para uma esfera mais elevada. Nesse falso conceito, subverte a ordem, nas oportunidades de cada dia. Se Deus lhe concede bastante saúde física, costuma usá-la na aquisição da doença destruidora; se consegue amealhar possibilidades financeiras, tenta açambarcar os interesses alheios.
O Mestre Divino não recomendou que a alma humana deva movimentar-se despida de objetivos e aspirações de ganho; salientou apenas que o homem necessita conhecer o que procura, que espécie de lucros almeja, a que fins se propõe em suas atividades terrestres.
Se teus desejos repousam nas aquisições factícias, relativamente a situações passageiras ou a patrimônios fadados ao apodrecimento, renova, enquanto é tempo, a visão espiritual, porque de nada vale ganhar o mundo que te não pertence e perderes a ti mesmo, indefinidamente, para a vida imortal.


XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 58.

Este é o momento

Quando a vida parece não ter sentido...
Quando não mais encontramos motivos para sorrir...
Quando ao nosso redor tudo fica apagado e triste...
Quando sentimos a respiração difícil e entrecortada... Todos esses são momentos de pararmos um pouco e refletirmos.
São convites para avaliarmos como estamos conduzindo a vida e os problemas que ela nos apresenta.
Sinalizam que é hora de atentarmos para uma maneira diferente de viver, longe de qualquer foco negativo, pessimista.
É hora de refletir que, apesar das dificuldades, estamos vivos e isto é maravilhoso!
Respiramos, andamos, falamos, ouvimos, pensamos. Sentimos, aprendemos, crescemos, evoluímos.
Os erros, os enganos não se encontram na vida, mas em nós, na nossa maneira equivocada de agir! E, se estamos vivos, temos a oportunidade de corrigi-los.
Nossas atitudes, por não serem as adequadas, não estão nos conduzindo a resultados positivos e é isso que está nos deixando sem ânimo.
Observemos. Muitas vezes, bem próximo de nós, o portador de alguma deficiência física encontra, em um trabalho no bem, sua força para viver e superar limitações.
Outro, de quem a vida afastou os entes queridos, mas que se doa a atender os desvalidos, encontra nessa atividade, motivos para se felicitar.
Quantos que não possuindo a visão, cantam, alegrando a si mesmos e ao próximo.
Outros, que mesmo apresentando limitações físicas, escrevem poemas, tecendo com sua inspiração, luzes de esperança nos corações alheios.
A vida é o maior bem que possuímos.
Viver na Terra é bênção que o Pai Celestial nos permite.
Façamos deste momento, o melhor de nossas vidas, reabilitando-nos e nos doando ao bem maior.
Superemos nossas dificuldades e estendamos nosso olhar ao redor com a alegria de quem tem o que oferecer, por mais desvalidos nos sintamos.
Afinal, não precisamos doar coisas, mas dar de nós mesmos àquele que nada tem.
Busquemos nossa alegria no sorriso que pudermos fazer brotar nos lábios de uma criança.
Encontremos forças na fé e na esperança que possamos compartilhar com um pai que traz um filho doente nos braços.
Sintamos o alento e a confiança de um idoso frente a um gesto ou uma palavra de carinho, ou diante de alguém que apenas o ouça, e permitamos a ele desabafar conosco as mágoas que traz no coração.
Sempre haverá algo a fazer por alguém, desde que tenhamos vontade de agir no sentido de socorrer, amparar e alentar corações.
*   *   *
A oportunidade de nos desvencilharmos de nossos pesares, muitas vezes está a poucos passos de nós, e nos deixamos cegar pela indiferença.
Acordemos para as necessidades alheias e veremos que não somos apenas mais um na caminhada.
Atentemos para nossas possibilidades interiores e descobriremos que temos muito para repartir com os que nada têm.
Não deixemos o vazio e o desalento tomar conta de nosso ser.
Encaremos o mundo vivendo intensamente e acima de qualquer dissabor, valorizando o momento presente.
Amemos a Deus, a nós mesmos e ao próximo, conforme ensinou Jesus, e nossos momentos serão preenchidos de vida abundante, de amor, de luz e de paz.
Redação do Momento Espírita.
Em 6.1.2018

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Efeito da Cólera

Um velho Judeu, de alma torturada por pesados remorsos, chegou, certo dia, aos pés de Jesus, e confessou-lhe estranhos pecados.
Valendo-se da autoridade que detinha no passado, havia despojado vários amigos de suas terras e bens, arremessando-os à ruína total e reduzindo-lhes as famílias a doloroso cativeiro. Com maldade premeditada, semeara em muitos corações o desespero, a aflição e a morte.
Achava-se, desse modo, enfermo, aflito e perturbado... Médicos não lhe solucionava os problemas, cujas raízes se perdiam nos profundos labirintos da consciência dilacerada.
O Mestre Divino, porém, ali mesmo, na casa de Simão Pedro, onde se encontrava, orou pelo doente e, em seguida, lhe disse:
- Vai em paz e não peques mais.
O ancião notou que uma onda de vida nova lhe penetrava o corpo, sentindo-se curado, e saiu, rendendo graças a Deus.
Parecia plenamente feliz, quando ao atravessar a extensa fila dos sofredores que esperavam pelo Cristo, um pobre mendigo, sem querer, pisou-lhe num dos calos que trazia nos pés.
O enfermo restaurado soltou um grito terrível e atacou o mendigo a bengaladas.
Estabeleceu-se grande tumulto.
Jesus veio à rua apaziguar os ânimos.
Contemplando a vítima em sangue, abeirou-se do ofensor e falou:
- Depois de receberes o perdão, em nome de Deus, para tantas faltas, não pudestes desculpar a ligeira precipitação de um companheiro mais desventurado que tu?
O velho judeu, agora muito pálido, pôs as mãos sobre o peito e bradou para Cristo:
- Mestre, socorre-me!... Sinto-me desfalecer de novo... Que será isto?
Mas Jesus, apenas respondeu, muito triste:
- Isto meu irmão é o ódio e a cólera que outra vez chamaste ao próprio coração.
E, ainda hoje, isso acontece a muitos que, por falta de paciência e de amor, adquirem amargura, perturbação e enfermidade.


XAVIER, Francisco Cândido. Pai Nosso. Pelo Espírito Meimei. FEB.

Definições

O que sentes
revela o rumo
para onde te diríges.
O que pensas te aponta
o lugar
em que te encontras.
O que falas
indica o que sabes.
O que fazes
mostra quem és.


XAVIER, Francisco Cândido. Caminhos.
Pelo Espírito Emmanuel. CEU.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Fortaleçamo-Nos

"Sede fortalecidos no Senhor." Paulo (Efésios, 6:10)

Há muita gente que se julga forte...
Nos recursos financeiros, que surgem e fogem.
Na posse de terras, que se transferem de dono.
Na beleza física que brilha e passa.
Nos parentes importantes, que se transformam.
Na cultura da inteligência que, muitas vezes, se engana.
Na popularidade, que conduz à desilusão.
No poder político, que o tempo desfaz.
No oásis de felicidade exclusivista, que a tempestade destrói.
Sim, há muita gente que supõe vencer hoje para acabar vencida amanhã.
Todavia, somente a consciência edificada na fé, pelos deveres bem cumpridos à face das Leis Eternas, consegue sustentar-se, invulnerável, sobre o domínio próprio.
Somente quem sabe sacrificar-se por amor encontra a incorruptível segurança.
Fortaleçamo-nos, pois, no Senhor e sigamos, de alma erguida, para frente, na execução da tarefa que o Divino Mestre nos confiou.



XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 111.

Mundos Regeneradores

Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas, também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada.
Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um períspirito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.
Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que uni mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 3. Livro eletrônico gratuito em http://www.febnet.org.br.

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Quando começa um novo ano

Primeiro dia do ano. Ano novo. Novo ciclo se inicia. Um novo tempo.
Mas, o que é o tempo, afinal, senão uma convenção estabelecida pelos que habitamos este planeta?
O tempo é a sucessão das coisas. Está ligado à eternidade, do mesmo modo que as coisas estão ligadas ao infinito.
Suponhamo-nos na origem do nosso mundo, na época primitiva em que a Terra ainda não se movia sob a divina impulsão.
Numa palavra: no começo da gênese.
O tempo então ainda não saíra do misterioso berço da natureza e ninguém pode dizer em que época de séculos nos achamos, porquanto o balancim dos séculos ainda não foi posto em movimento.
Silêncio... (sugerimos pausa breve)
Soa na sineta eterna a primeira hora de uma Terra insulada, o planeta se move no espaço e desde então há tarde e manhã.
Para lá da Terra, a eternidade permanece impassível e imóvel, embora o tempo marche com relação a muitos outros mundos.
Para a terra, o tempo a substitui e durante uma determinada série de gerações se contarão os anos e os séculos.
O tempo é uma gota d´água que cai da nuvem no mar e cuja queda é medida.
Eis então um novo tempo a se apresentar à nossa frente: trezentos e sessenta e cinco dias, que dividiremos em semanas e meses.
Dias que ansiaremos que cheguem porque assinalam o nosso aniversário, a comemoração do nosso casamento, o nascimento do nosso filho, a colação de grau tão aguardada.
Dias em que trabalharemos, intensamente, para tornar este mundo melhor, realizando o melhor em nossa profissão.
E há tanto a burilar em nossas instituições públicas, em nossas escolas, nas universidades, nas empresas e pequenos negócios que nos garantem o sustento honrado de cada dia.
Dias que nos dedicaremos ao nosso próximo, desejando lhes amenizar os sofrimentos mais duros.
E tantas são as necessidades sobre o solo que nos abriga: crianças a conduzir ao alfabeto, idosos a amparar na enfermidade e solidão que os envolve, jovens e adultos a serem encaminhados a trabalhos que lhes dignifiquem a vida.
Dias em que amaremos aos que já amamos e aprenderemos a amar outros tantos, ainda nem conhecidos agora.
Desfrutar do aconchego da família, abraçar mais, dizer multiplicadas vezes o quanto amamos a cada um.
Permitirmo-nos ampliar o rol das amizades, descobrir a riqueza interior de tantos e enriquecer a nossa família pelos laços do espírito.
Novo ano. Novos dias.
Respiremos profundamente. Deixemos o ar deste novo dia nos encher os pulmões, renovando-nos.
Oremos ao senhor da vida para que esses novos dias que apenas amanhecem, hoje, nos permitam desfrutar de todas as generosas bênçãos que o amor do pai nos preparou.
Vivamos como irmãos. Trabalhemos como os residentes de um esmo e imenso lar. Amemos como o mestre nos ensinou.
Iniciemos hoje a realizar mudanças positivas em nossa vida.
O passado está concretizado, o presente apenas se esboça, o futuro nos pertence, de forma total.
Pensemos nisso. Porque hoje... Hoje é o dia de iniciar a fazer o melhor, neste novo e maravilhoso ano que de nós depende construir.
Redação do Momento Espírita, com transcrições
do item 2, do cap. VI, do livro
A gênese –
os milagres e as predições segundo o Espiritismo,
de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 1.1.2018

Mensagem para o Ano Novo

No Ano Novo que chega, repleto do amor de Deus, desejamos muitas bênçãos para ti e para os teus.
Que tenhas boa saúde, mesmo que estejas doente, com o pensamento em Jesus levando a vida p'ra frente.
Que possas manter acesa a chama azul da bonança, semeando a fraternidade, a caridade e a esperança.
No ano que chega agora, cheio de oportunidades, que transformes desafetos em felizes amizades.
Tem cuidados pela rota do ano agora nascente, nos esforços p'ra que possas viver bem com toda gente.
Não deixes nunca passar as chances de progredir, sem corromper bons costumes e sem a ninguém ferir.
Estuda firme e trabalha p'ro bem do mundo, onde estejas, pois só gozarás as bênçãos dos valores que projetas.
Pensa melhor na vivência junto aos teus familiares. Educa, ama e orienta, para te felicitares.
Pais, irmãos, esposos, filhos, afins da esfera do ar são-te as preciosas gemas que te cabe resguardar.
Nesse Ano Novo promete a ti mesmo, de verdade, exercitar na família mais atenção e bondade.
Procura passar distante, no tempo que Deus te oferta, das dissipações, dos vícios, na busca da estrada certa.
Cuida melhor do corpinho com que nasceste na Terra, p'ra que não te sintas presa do suicídio que a alma emperra.
Saúda esse novo tempo com paz no teu coração, envolvendo os teus afetos na mais sentida oração.
E se plantares, com fé, as sementes de alegria, teu Novo Ano, então, será de belezas, dia-a-dia.


Redação do Momento Espírita. Redação do Momento Espírita, com base na mensagem Ano Novo, pelo Espírito Sebastião Lasneau, psicografia de Raul Teixeira, em 5.1.1998, na Sociedade Espírita Fraternidade, em Niterói, RJ..

Oração no Ano Novo

Senhor Jesus!
Ante as promessas do ano que se inicia, não nos permitas que esqueçamos aqueles com quem nos honraste o caminho iluminativo:
As mães solteiras, desesperadas, a quem prometemos o pão do entendimento;
As crianças delinquentes que nos buscaram com a mente em desalinho;
Os calcetas que, vencidos em si mesmos, nos feriram e retornaram às nossas portas;
Os enfermos solitários, que nos fitaram, confiantes em nosso auxílio;
Os esfaimados e desnudos que chegaram até nossas parcas provisões;
Os mutilados e tristes, ignorantes e analfabetos, que nos visitaram, recordando-nos de Ti...
Sabemos, Senhor, o pouco valor que temos, identificamo-nos com o que possuímos intimamente, mas, contigo, tudo podemos e fazemos. Ajuda-nos a manter o compromisso de amar-Te, amando neles toda a família universal em cujos braços renascemos.
*
"Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedidos vos será o que pedirdes". Marcos: capítulo 11º, versículo 24.
*
"Pela prece, obtém o homem o concurso dos bons Espíritos que acorrem a sustentá-lo em suas boas resoluções e a lhe inspirar ideias sãs". Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 27º - Item 11.


FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 60.

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...