sábado, 29 de outubro de 2016

Palavras de Teresa de Calcutá


PALAVRAS DE TERESA DE CALCUTÁ

“Se eu alguma vez vier a ser Santa – serei certamente uma Santa da ‘escuridão’. Estarei continuamente ausente do céu – para acender a luz daqueles que se encontram na escuridão na Terra”.
“Acredito que o mundo está de ponta-cabeça e sofre muito porque existe tão pouco amor no lar e na vida familiar”.
“Senhor, ajude-nos a ver sua crucificação e ressurreição como exemplo. Exemplo de como suportar e aparentemente morrer na agonia e no conflito da vida diária, para que possamos viver mais intensa e criativamente”.
“O senhor não daria banho em um leproso nem por um milhão de dólares? Eu também não. Só por amor se pode dar banho em um leproso”.
“Por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas, o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.
“Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão”.
“Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las”.
“A todos os que sofrem e estão sós, dê sempre um sorriso de alegria. Não lhes proporcione apenas seus cuidados, mas também o seu coração”.
“O dever é algo muito pessoal; decorre da necessidade de se entrar em ação, e não da necessidade de insistir com os outros para que façam qualquer coisa”.
“Não devemos permitir que alguém saia da nossa presença sem se sentir melhor e mais feliz”.
“O dia mais belo? Hoje”.
“A coisa mais fácil? Errar”.
“O maior obstáculo? O medo”.
“O maior erro? O abandono”.
“A raiz de todos os males? O egoísmo”.
“A distração mais bela? O trabalho”.
“A pior derrota? O desânimo”.
“Os melhores professores? As crianças”.
“O que mais traz felicidade? Ser útil aos demais”.
“O maior mistério? A morte”.
“O pior defeito? O mau humor”.
“A pessoa mais perigosa? A mentirosa”.
“O pior sentimento? O rancor”.
“O presente mais belo? O perdão”.
“O mais imprescindível? O lar”.
“A rota mais rápida? O caminho certo”.
“A sensação mais agradável? A paz interior”.
“A proteção mais efetiva? O sorriso”.
“O melhor remédio? O otimismo”.
“A maior satisfação? O dever cumprido”.
“A força mais potente do mundo? A fé”.
“As pessoas mais necessárias? Os pais”.
“A mais bela de todas as coisas? O AMOR”.

Madre Teresa de Calcutá / Teresa dos Pobres / Teresa de Calcutá / Teresa de DEUS.
Extraído do livro A Força Eterna do Amor, por Robson Pinheiro Ed.Casa dos Espíritos

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Agnes, jovem católica natural dos Balcãs. Teresa, fruto de Calcutá. Cidadã do mundo, grande missionária, Nobel da Paz, figura inspiradora e controvertida. Teresa dos pobres não apenas da Índia, mas de toda a Terra. Teresa, santa da escuridão a iluminar os pobres – de espírito. Teresa, impressionante espírito a iluminar nossos conceitos de vida, nossa prática cristã, nossa fé na vida, no humano, em DEUS. Teresa de Calcutá, dos pobres, dos homens e mulheres sedentos de amar.

Concretizando Sonhos

Haverá esperança para quem nasce no morro, na favela, em comunidades onde o que mais se fala e se vê é miséria, droga, violência?

Poderá sonhar com um mundo diferente a criança que, ao abrir a janela, se depara com a pobreza, o tráfico, o banditismo?

* * *

Foi no Natal de 2009, que o Brasil deu um raro presente ao Reino Unido.

No canal 4, exatamente no dia 25 de dezembro, em horário nobre na TV Aberta Britânica, foi ao ar o documentário Only when I dance.

Uma diretora inglesa desejou mostrar uma história das favelas, diferente de tráfico de drogas e violência.

E encontrou Irlan Silva, bailarino clássico de apenas 19 anos, criado num dos morros mais violentos do Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão e atual integrante do prestigiado American Ballet Theatre.

Esse jovem, além de talento, tem uma grande disposição para contornar obstáculos. Enquanto participa de concursos nacionais e internacionais de dança, ele segue as atividades escolares e anos de estudo de balé clássico no Centro de Dança Rio.

Irlan teve que enfrentar, no início, a resistência que seu pai tinha em relação ao balé clássico. Resistência que cedeu quando ele assistiu ao primeiro espetáculo do filho e passou a apoiar o seu sonho de se tornar bailarino.

Irlan é um fenômeno que tira o fôlego do espectador, especialmente quando dança Nijinski. Apresentando-se na Suíça, arrancou lágrimas de uma das juradas.

O documentário Only when I dance mereceu do jornal americano The New York Times a comparação de Irlan a Billy Elliot da vida real.

Irlan começou a estudar balé aos 11 anos e não mede esforços para triunfar no palco. Tem muita determinação para enfrentar as adversidades com a cabeça erguida e postura de primeiro bailarino.

Impõe-se uma disciplina espartana de aulas e ensaios, além de cuidar da alimentação e do corpo.

Conta com o apoio da família mas venceu, sobretudo, graças à sua garra, a vontade firme de alcançar um sonho.

E a uma mulher extraordinária, Mariza Estrella, fundadora e diretora do Centro de Dança Rio, uma escola que tem 450 alunos e 80 bolsistas.

Ela é tia Mariza para os alunos de sua escola. Ela vibra com cada vitória de Irlan e de outros alunos tão extraordinários, como Thiago Soares, hoje primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres.

Também investe, além de si mesma, carinho para com cada aluno. Ela é a grande incentivadora, experiente, mestra, tutora.

Ela inscreve e acompanha os alunos nas principais competições de dança no Brasil e no Exterior.

Não é raro contribuir com dinheiro do próprio bolso, custeando despesas de alunos de famílias pobres que mais se destacam no circuito de concursos e festivais.

Nosso Brasil é verdadeiramente grande. Em extensão territorial e em coração.

Coração como o de tia Mariza que auxilia crianças e adolescentes alcançarem o seu ideal, exportando para o mundo o que o Brasil tem de melhor: a sua gente.

Pensemos nisso e verifiquemos como podemos contribuir, onde estejamos, para tornar realidade o sonho de um menino, uma menina, nossa gente brasileira.



Por Redação do Momento Espírita, com base no artigo Do Complexo do Alemão ao American Ballet, de Juliana Resende (Londres), publicado na revista Época, de 4 de janeiro de 2010. Disponível no livro Momento Espírita, v. 10, ed. FEP. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4925&stat=0.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Reencarnação e Alma dos Animais


Os animais possuem alma, estão em caminhos de evolução.Chico Xavier nos deixou esta linda mensagem sobre nossos irmãos menores, os animais.


Os cães como todos os seres viventes, possuem alma e segundo nosso irmão Chico Xavier, se tratados com respeito, amor e carinho, podem após seu desencarne, ainda permanecer até 4 anos ao lado de quem tanto lhe deu amor. É uma forma de não sofrerem com a separação. Mas eles voltam ter a mesma vitalidade de quando eram filhotes. Quem já perdeu um amigo, fique sabendo que ele continuou ou continua ao seu lado, com a mesma felicidade de sempre!!!
Os animais, diferentemente, do homens, não possuem o tempo da erraticidade (intervalo mais ou menos longo entre uma encarnação e outra). Quando morrem, quase que instantaneamente, sua alma ou energia vital é atraída, magneticamente e por afinidade para mais um processo de encarnação. Dessa forma, de pouquinho em pouquinho, vai progredindo. Devemos lembrar que a lei do progressa é um dos princípios fundamentais da doutrina espírita. A alma de alguns animais podem, a exemplo dos cachorros, retornar rapidamente para seu dono, através de outro que nasça. Mas isso ocorre, somente, por merecimento e mérito nosso. Isso nos leva a entender que assim como nós seres humanos que buscamos a evolução em direção a Jesus, também os animais buscam a evolução em direção à nós. A energia vital que os habita sente as experiências vividas e apreende as sensações que lhes é como as nossas provas e expiações. O resultado é a progressiva evolução entre os reinos animais e as personalidades únicas evidenciadas pelos diferentes animais e suas características. 

Veja um relato bem interessante sobre Chico Xavier e sua cadelinha boneca:

Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia-lhe o rosto como se o beijasse. O Chico então dizia: – Ah Boneca, estou com muitas pulgas !!!! Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho. Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas. Um casal de amigos, que a tudo assistiu, na primeira visita de Chico a São Paulo, ofertou-lhe uma cachorrinha idêntica à sua saudosa Boneca. A filhotinha, muito nova ainda, estava envolta num cobertor, e os presentes a pegavam no colo, sem contudo desalinhá-la de sua manta. A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo. 
– Ah Boneca, estou cheio de pulgas!!! Disse Chico. 
A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas, e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram: 
– Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico!! Emocionados perguntamos como isso poderia acontecer. Chico respondeu: 
– Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. É, Boneca está aqui, sim, e ela está ensinando a esta filhota os hábitos que me eram agradáveis. Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Por isso, quem maltrata um animal vai contra as leis de Deus, porque Suas leis são as leis da preservação da natureza. E, com certeza, quem chuta ou maltrata um animal é alguém que ainda não aprendeu a amar.

FAZER O BEM SEM CESSAR


“Eu nunca vos deixareis órfãos, eu ficarei convosco até a consumação dos evos. 
Quando qualquer dificuldade estiver ao vosso alcance pensai em mim e eu estarei convosco.”
Transcorreram dois mil anos e nesses dois mil anos em que o mundo se convulsionou inúmeras vezes, algo diferente hoje desenha-se no alicerce das almas: a presença do amor de Deus.

É necessário que tenhamos o sentimento profundo de compaixão para podermos entender a dor de quem chora.
Há muito sofrimento ao nosso lado esperando a mão amiga, e nós nos encontramos na Terra para servir.

Quem não se dedica a servir ainda não aprendeu a viver.
O serviço é a benção de Deus demonstrando o sentido existencial.
Fazei o bem, filhos e filhas da alma, além do vosso alcance. 
Nunca vos arrependereis de terdes erguido um combalido, saciado a sede ou alimentado alguém esfaimado.

Exultai pela honra, pela glória de crer e esse crer deve constituir a diretriz da vossa existência.
Embrulhai-vos na lã do cordeiro de Deus e sede mansos e pacíficos.
Dias virão em que o lobo e a ovelha comerão ao lado no mesmo pasto.
Dias estão chegando em que o amor e a solidariedade diluirão a violência e a agressividade.

Sede pioneiros dessa era nova contribuindo com o que tendes de mais valor, que é o vosso sentimento, auxiliando-vos a ascender na escala evolutiva e a erguer os que teimosamente permanecem nos degraus inferiores da vida.
A queda leva ao abismo, e abismos existem sem fundos como as escadas da degradação não têm o ultimo degrau.
Parai, detende o passo e começai a subir a escada do progresso, porque Cristo espera por vós.

Este é o vosso momento: não vos escuseis de amar ou de servir, tendo em mente que a vida física é breve como qualquer jornada, mas o ser que sois é permanente, imortal.
Transformai o amor em alimento da alma e o serviço em sustentação do amor.
Em nome dos Espíritos-espiritas aqui presentes rogamos as bênçãos de Deus para todos nós.

Voltai aos vossos lares ,jubilosos, esquecei, por momentos breves que sejam, das aflições e enriquecei o coração e a mente com a alegria de amar e de receber amor.
Em nome do Senhor eu vos abraço, filhos e filhas da alma, com carinho de servidor humílimo e paternal de sempre, Bezerra.

( Bezerra de Menezes - Divaldo Franco)

(Página recebida em psicofonia pelo médium Divaldo Pereira Franco, durante a palestra proferida na sede da Creche Amélia Rodrigues, no dia 22 de outubro de 2016, em Santo André, SP)

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Comigo, NÂO

- Absolutamente! Não aceito qualquer admoestação! devo estar no hospital com a pressa máxima – era assim que o famoso médico Dr. Armando Carrieri se dirigia ao guarda de trânsito.

E o moço explicava, humilde:

- Doutor, apitei porque o senhor não pode seguir nessa velocidade...O túnel está em conserto...

E indicando outros carros detidos:

- Como o senhor vê, há diversos veículos esperando informações...

- Chega de conversa! – tornou o médico, irritado – se me dispuser a ouvir todos os apitadores do trânsito, acabarei parando o relógio...Não diminuirei a marcha. Devo estar no hospital com a urgência possível.

Nisso interferiu outro médico, o Dr. Zeferino Lanza, que parara o próprio automóvel para receber instruções igualmente:

- Armando, acalme-se...Há tempo suficiente e o guarda não é nosso empregado. E, se fosse, deveríamos a ele consideração e respeito.

- Ora, ora, Zeferino! era o que faltava...
Lições de boas maneiras! Depois de abraçar o Espiritismo, você poderá chamar-se Zeferino Mole. Comigo, não! Nada de guardas ineptos a dar ordens.

Estarei no hospital sem perda de tempo!...

E pressionando o pé sobre o acelerador, partiu a toda. Mas daí a minutos chegou a notícia de que o Dr. Armando havia chegado efetivamente ao hospital, mas com ambas as pernas fraturadas em grande acidente.



Pelo Espírito Hilário Silva - Do livro: Almas em Desfile, Médium: Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 25 de outubro de 2016

Reconciliar-se com os Adversários

Reconciliar-se com os Adversários

            5 – Concerta-te sem demora com o teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao juiz, e que o juiz te entregue ao seu ministro, e sejas mandado para a cadeia. Em verdade te digo que não sairás de lá, enquanto não pegares o último ceitil. (Mateus, V: 25e 26).

            6 – Há na prática do perdão, e na prática do bem, em geral, além de um efeito moral, um efeito também material. A morte, como se sabe, não nos livra dos nossos inimigos. Os Espíritos vingativos perseguem sempre com o seu ódio, além da sepultura, aqueles que ainda são objeto do seu rancor. Daí ser falso, quando aplicado ao homem, o provérbio: “Morto o cão, acaba a raiva”. O Espírito mau espera que aquele a quem queira mal esteja encerrado em seu corpo, e assim menos livre, para mais facilmente o atormentar, atingindo-o nos seus interesses ou nas suas mais caras afeições. É necessário ver nesse fato a causa da maioria dos casos de obsessão, sobretudo daqueles que apresentam certa gravidade, como a subjugação e a possessão. O obsedado e o possesso são, pois, quase sempre, vítimas de uma vingança anterior, a que provavelmente deram motivo por sua conduta. Deus permite a situação atual, para os punir do mal que fizeram, ou, se não o fizeram, por haverem faltado com a indulgência e a caridade, deixando de perdoar. Importa, pois,com vistas à tranqüilidade futura, reparar o mais cedo possível os males que se tenham praticado em relação ao próximo, e perdoar aos inimigos, para assim se extinguirem, antes da morte, todos os motivos de desavença, toda causa profunda de animosidade posterior. Dessa maneira se pode fazer, de um inimigo encarnado neste mundo, um amigo no outro, ou pelo menos ficar com a boa causa, e Deus não deixa ao sabor da vingança aquele que soube perdoar. Quando Jesus recomenda que nos reconciliemos o mais cedo possível com o nosso adversário, não quer apenas evitar as discórdias na vida presente, mas também evitar que elas se perpetuem nas existências futuras. Não sairás de lá, disse ele, enquanto não pagares o último ceitil, ou seja, até que a justiça divina não esteja completamente satisfeita.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

Ciúme

Os ciumentos não precisam de causa para o ciúme: têm ciúme, nada mais. O ciúme é monstro que se gera em si mesmo e de si nasce.

William Shakespeare apresenta em sua obra Otelo, uma análise profunda, incômoda e intensa desse grande gigante da alma, o ciúme.

Na clássica peça shakesperiana, o general mouro Otelo é envenenado pela desconfiança, vinda do verbo afiado e sorrateiro de seu alferes, Iago.

Iago, também por ciúme e inveja, procura uma forma de destruir seu amo e sua amada, Desdêmona, e encontra nesse poderoso tóxico a maneira de promover sua vendeta.

Procurando descobrir mais sobre esta fragilidade humana, vamos perceber o ciúme como a inquietação mental causada por suspeita ou receio de rivalidade nos relacionamentos humanos.

É uma espécie de distorção, um exagero, um desequilíbrio do sentimento de zelo.

Adentrando na intimidade deste sentimento, vamos descobrir que ele é medo. Medo de algum dia sermos dispensáveis à pessoa com a qual nos relacionamos.

Medo de sermos abandonados, rejeitados ou menosprezados. Medo de não mais sermos importantes. Medo de não sermos mais amados, enfim, é, de certa forma, medo da solidão.

O psiquiatra e psicoterapeuta Eduardo Ferreira Santos revela que tal sentimento é totalmente voltado para si mesmo, egocentrado e, por esta afirmação, podemos entender o porquê da frase do personagem Iago, de Shakespeare, dizendo que o ciúme não precisa de causas exteriores, que se gera em si mesmo.

Suas causas interiores, segundo o Espírito Joanna de Ângelis, são encontradas principalmente na insegurança psicológica, na baixa autoestima, no orgulho avassalador que não suporta rivalidades.

E no egoísmo, que ainda nos faz ver aqueles que estão à nossa volta como posses.

O ser inseguro transfere para o outro a causa desta insegurança, dizendo-se vítima, quando apenas é escravo de ideias absurdas, fantasias, ilusões, criadas em sua mente, que ateiam incêndios em ocorrências imaginárias.

Agravado, este sentir leva a psicoses, a problemas neuropsiquiátricos, como diversos tipos de disritmias cerebrais, sendo causador de agressões físicas e crimes passionais.

O ciúme é um sinal de alerta, mostrando que algo não vai bem, que algo precisa ser reparado, repensado.

A terapia para o ciúme passa pelo autoconhecimento, quando percebemos a fragilidade em nós, e tomamos atitudes práticas de autocontrole, autodisciplina, para erradicá-lo gradualmente da vida.

O tratamento também prescreve uma reconquista da autoestima, da confiança em si mesmo, tornando-nos menos sensíveis às investidas cruéis desse vício moral.

Finalmente, as ações no bem, que fazem com que a alma se doe e amplie seu leque de relações, também colabora significativamente para educar o sentimento de posse exacerbado e inquieto.

O amor não precisa do sal do ciúme para temperar as relações. O sabor de todo relacionamento sadio virá da confiança irrestrita e do altruísmo, que pensa sempre no bem do outro.



Por Redação do Momento Espírita, com base no cap. Ciúme, do livro O ser consciente, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4929&stat=0

domingo, 23 de outubro de 2016

Meu Nome é Caridade

Sou emissária de Deus a toda a Humanidade.
Voo por sobre um ser resplandecente e puro,
Como voo a sorrir por cima de um monturo.
Desço das vastidões dentro das horas mudas.
Deixo Cristo na cruz para encontrar com Judas.
Amo os bons e protejo as almas vis e hediondas.
Ando por toda a Terra, ando por sobre as ondas do oceano a rugir sob meus pés de névoa, para levar a luz.
Com ansiedade eu a levo a quem, nas aflições, chama-me em altos brados.
Para mim, não existe a classe, a seita e as gentes.
Envolvo em meu amor a alma dos Continentes.
Atravesso o oceano e atravesso os países.
Vou onde haja a miséria e pranto de infelizes.
Sou o farol da legião dos pobres sofredores.
Levo sol, pão e luz, balsamizando as dores.
Conduzo a lúcida bandeira do bem, que ampara a dor e vela os sonhos da arte.
Amo o trabalho da ciência e amo a existência honesta do ingênuo lavrador, que, em vez do sono à tarde, enche com o seu trabalho as lindas manhãs claras.
E quando a tarde chega, produz a paz das searas.
*   *   *
Grande é a caridade!
Abraçá-la de uma só vez, com nossa vã compreensão, ainda se faz impossível.
Temos muito a descobrir sobre ela.
Dizer que a entendemos, que a observamos em todas suas cores, é o mesmo que olhar para uma noite estrelada e proclamarmos, orgulhosos, que conhecemos a Via Láctea!
Porém, se nos deixarmos conduzir por ela, suavemente, ela pode entrar em nossas vidas e tomar conta de uma maneira inimaginável.
Ela pode guiar nossos passos, inspirar nossos pensamentos, ações, palavras. Podemos entregar as decisões em suas mãos com plena segurança.
Respirando caridade não temos medo. Não temos medo da vida, não temos medo do outro, não temos medo da morte.
Ao respirar caridade o errar ainda será uma possibilidade, mas apenas aquela natural, dentro do processo educacional do ser. Não haverá o erro proposital.
Respirando caridade passamos a enxergar o mundo com outros olhos. Nada mais é meu. Nada mais é nosso. Tudo que é material é usufruto.
Respirando caridade o outro é parte de mim e eu sou parte do outro. estamos conectados, independente de nação, crença, raça ou gênero. Somos almas irmãs.
A benevolência nos faz estender as mãos: mãos carregando o pão que atende a fome; mãos levando o toque da esperança, da amizade, do amo você.
A indulgência dulcifica o julgamento e nos faz enxergar onde está a luz da alma que nos encontra pelo caminho.
Por fim, o perdão faz cessar o ódio tornando mais fácil a cicatrização das feridas. O perdão acalma e confia na Justiça Divina em primeiro lugar.
Benevolência para com todos, indulgência para com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. Eis a caridade para Jesus. Eis a caridade para nossos dias.
Pensemos nisso, agora. Ajamos assim, neste momento.
Redação do Momento Espírita, com base no poema Caridade,
pelo Espírito Guerra Junqueiro, do livro 
Parnaso de além-túmulo
por Espíritos diversos, psicografia de Francisco Cândido Xavier,
ed. FEB.
Em 21.10.2016.

sábado, 22 de outubro de 2016

Medicação Espiritual

MEDICAÇÃO  ESPIRITUAL

André Luiz

Tristeza e desânimo?
Trabalhe reconfortando aqueles que experimentam 
provações maiores do que as nossas.
Desafios e problemas?
Trabalhe e espere.
Indiferença ou desprezo de alguém?
Trabalhe e olvide.
Ódio sobre os seus dias?
Trabalhe, entendo o bem.
Desarmonia e ignorância?
Trabalhe e abençoe.
Reprovação a crítica?
Trabalhe melhorando as suas tarefas.
Contratempos e desilusões?
Trabalhe e renove-se.
Tentações e quedas?
Trabalhe e afaste-se.
Crueldade e violência?
Trabalhe e desculpe.
Em todos os obstáculos da existência, procure agir e servir,
ore e perdoe sempre.
Conserve a certeza de que a base de toda e qualquer
medicação espiritual para saúde e reequilibro será sempre: trabalhar.

 (De “Endereços da Paz”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito André Luiz)

Da Sabedoria Popular

Evita o excesso de adorno.
De ovelha muito louçã
Toda gente se aproxima
E todos desejam lã.

Quando ouvires descrições
De dinheiro e santidade,
Escreve as anotações
Na metade da metade.

Deus te guarde de boi manso
Que até hoje vive em paz,
Que do touro bruto e bravo
Tu mesmo te guardarás.

Procura falar no fim,
Espera... Ao cair dos muros
Aparecem, muitas vezes,
Serpentes, pedras, monturos.

Quem, na casa paternal,
Nunca sofre, nem atura,
Em chegando ao mundo vasto
Espere por desventura.

Não peças à Providencia
Muito almoço, muita ceia,
Que de carne farta e gorda
A sepultura está cheia.

De nada valem bons verbos
E códigos de bom-tom,
Se viveres falando a esmo
Sem praticar o que é bom.

No serviço edificante
Seja onde for, sê bem-vindo!
Recorda que enquanto dormes
Teu trabalho está dormindo.

Não te dês à bajulice,
O mais infeliz cortezão
Perde a paz da vida livre
E acaba na escravidão.

Se resistires à verdade,
Sarcástico, altivo e forte,
Serás por ela esperado
No campo de dor da morte.



Pelo Espírito Casimiro Cunha - Do livro: Coletânea do Além, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

A Doença do Mau-Humor

Ele era um servidor de Jesus um tanto imperfeito. Vivia de mau humor. Reclamava de tudo e de todos.
Com tal comportamento, natural que as antipatias se multiplicassem ao seu redor.
Por fim, era detestado pelos que lhe compartilhavam a vida, a tal ponto que alguns resolveram compor uma comissão e comparecer ante o superior da nobre instituição, pedindo providências.
O superior era o papa, um homem devotado ao bem, portador de peregrinas virtudes.
Recebeu a comissão em audiência particular e lhe ouviu as reivindicações que incluíam um pedido de transferência para o colega sacerdote tão complicado.
Ninguém o desejava na equipe de trabalho, pois todos se sentiam mal com suas constantes reclamações.
Que ele fosse enviado a um local distante, para uma tarefa isolada. Afinal, diziam os integrantes da comissão, embora não o quisessem ao seu lado, também a ninguém desejavam tal castigo.
De forma surpreendente, quando concluíram o relato, o papa lhes assegurou que iria resolver a questão.
Solicitou que o sacerdote fosse encaminhado aos seus próprios serviços. Ele o tomaria para seu secretário particular.
Quando lhe chegou o novo secretário, encarregou-o de uma tarefa especial.
Todos os dias, às sete horas da manhã, ele deveria despertá-lo e informar:
Santidade, são sete horas. O dia está lindo e o café está servido.
Na manhã seguinte, pontualmente, pois ele era fiel cumpridor dos seus deveres, compareceu à frente do papa e informou, conforme lhe fora ordenado:
Santidade, são sete horas. O dia está lindo e o café está servido.
Eu sei, meu filho. Respondeu o papa, com bondade. Os anjinhos me contaram.
E assim foi no segundo dia, no terceiro e em todos os seguintes.
Ao final de algumas semanas, o mal humorado servidor já se cansara de ouvir a mesma resposta do papa.
Mas, fiel ao seu dever, chegou pela manhã e disse:
Santidade, são sete horas. O dia está lindo e o café está servido.
A resposta foi a mesma.
Eu sei, meu filho. Os anjinhos me contaram.
Então, com todo o mau humor represado há dias, explodiu o secretário:
Que anjos mentirosos! Saiba Sua Santidade que são nove horas, está chovendo torrencialmente e eu não preparei o café.
*   *   *
Isso se chama distimia, a doença do mau humor. Difícil de ser debelada, mesmo ao contato de pessoas pacientes e otimistas, que tudo fazem para mostrar a esse enfermo que nunca tudo é ruim.
Se nos descobrirmos nesse quadro, busquemos ajuda profissional e repensemos nossas atitudes.
Ajustemos as lentes da alma e descubramos quão extraordinário é o mundo em que nos movemos, pleno de cor, magia, encanto.
E vejamos que mesmo a lava destruidora do vulcão em erupção, enquanto engole, em sua passagem, o que encontra, ilumina em cores a paisagem.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base na faixa
O padre rebelde do Vaticano, do CD O perdão e o
autoperdão,  v. 1,  de Divaldo Pereira Franco,
ed. Centro Espírita Caminho da Redenção.
Em 20.10.2016

A Paciência de JESUS

Jerusalém encontrava-se sob a dominação romana.
O povo, antes confiante em Deus, entregara-se ao cansaço, ao abandono de si mesmo.
Alguns desejavam a libertação e, para tanto, aguardavam o surgimento de um guerreiro que fosse impiedoso e que se valesse da maquinaria da guerra para exterminar o inimigo.
Além disso, a suspeita e a traição marcavam os relacionamentos humanos.
O pessimismo invadia os corações e o desalento dominava as almas.
Em tais circunstâncias surgiu a figura ímpar de Jesus, acenando com perspectivas de um futuro iluminado para todos.
Sua voz se erguia ante a multidão expectante como um poema de consolo dirigido aos desesperados e aflitos.
Seus discursos se fundamentavam nos temas do cotidiano, nas coisas simples e nas ocorrências de cada hora.
Suas propostas, diretas, eram sempre voltadas para o amor.
Por essas razões, passou a chamar a atenção daquele povo sofrido, atraindo curiosos e sofredores.
Em poucas semanas tornou-se assunto em todas as rodas de conversas.
Ele era uma aragem refrescante na ardência do sofrimento.
Mais do que uma esperança, Ele se fez um alento inesperado.
A própria natureza parecia haver-se alterado, tornando-se mais bela e calma.
Por onde Ele passava, um vigor novo estabelecia metas elevadas nas mentes e nos corações.
Suas pegadas ficavam impressas nas paisagens das vidas.
Nunca, antes, houvera vivido, ali, alguém como Ele.
Quem O visse ou ouvisse, não era capaz de esquecê-lO.
A notícia dos Seus feitos correu com a celeridade de uma centelha de fogo sobre rastilho de pólvora.
Os sofredores, sedentos de apoio, buscavam-nO a fim de obter soluções para os seus problemas.
Acercavam-se dEle multidões de aflitos, doentes do corpo e da alma.
Jesus, porém, visualizava muito mais do que as dores superficiais que os atingiam.
Sabia que todos aqueles males eram decorrentes de causas mais graves, centradas em comportamentos anteriores das existências humanas.
As criaturas, ignorando a lei dos renascimentos, desejavam apenas libertar-se do fardo que, naquele momento, as infelicitava.
Não se preocupavam em mudar sua forma de agir ou procurar condutas nobres que lhes evitassem futuras dores.
Tinham pressa pela liberdade e pelo bem-estar, mas não queriam qualquer ônus ou responsabilidade.
Jesus lhes compreendia os dramas e ajudava a todos, sem exigências, sem reclamações.
Sua paciência resultava da compaixão que nutria por cada um daqueles irmãos.
Compadecia-se da ignorância humana que centralizava suas aspirações no imediato, no transitório e no insignificante.
Na condição de Mestre, viera para despertar as consciências para realidades até então desconhecidas.
Paciente, amava as multidões e lhes concedia o tempo necessário para o amadurecimento do raciocínio e captação de ideias do bem.
*   *   *
A compaixão de Jesus é um apelo à ação de socorro à dor conforme esta se apresente.
Sua paciência é um convite sem palavras para que nós, sofredores daquele tempo remoto e destes dias, cresçamos e vivamos, de uma vez por todas, a Sua mensagem de amor.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 14, do livro
 
Trigo de Deus, pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de
 Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 14.10.2016.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Missão dos Espíritas

II – Missão dos Espíritas

ERASTO
Paris, 1863
            4 – Não percebeis desde já a formação da tempestade que deve assolar o Velho Mundo, e reduzir a nada a soma das iniquidades terrenas? Ah, bendizei o Senhor, vós que tendes fé na sua soberana justiça, e que, novos apóstolos da crença revelada pelas vozes proféticas superiores, ides pregar o dogma novo da reencarnação e da elevação dos Espíritos, segundo o bom ou mau desempenho de suas missões e a maneira porque suportaram as suas provas terrenas. Deixai de temores! As línguas de fogo estão sobre as vossas cabeças. Oh, verdadeiros adeptos do Espiritismo: vós sois os eleitos de Deus! Ide e pregai a palavra divina. É chegada a hora em que devem sacrificar os vossos hábitos, os vossos trabalhos, as vossas futilidades, à sua propagação. Ide e pregai: os Espíritos elevados estão convosco. Falareis, certamente, a pessoas que não quererão escutar a palavra de Deus, porque essa palavra os convida incessantemente ao sacrifício.
            Pregareis o desinteresse aos avarentos, a abstinência aos dissolutos, a mansidão aos tiranos domésticos e aos déspotas: palavras perdidas, bem sabem, mas que importa! É necessário regar com o vosso suor o terreno em que deveis semear, porque ele não frutificará, não produzirá, senão sob os esforços incessantes da enxada e da charrua evangélicas. Ide e pregai!
            Sim, vós todos, homens de boa-fé, que tendes consciência de vossa inferioridade, ao contemplar no infinito os mundos espaciais, parti em cruzada contra a injustiça e a iniquidade. Ide e aniquilai o culto do bezerro de ouro, que dia a dia mais se expande. Ide, que Deus vos conduz! Homens simples e ignorantes, vossas línguas se soltarão, e falareis como nenhum orador sabe falar. Ide e pregai, que as populações atentas receberão com alegria as vossas palavras de consolação, de fraternidade, de esperança e de paz.
            Que importam as ciladas que armarem no vosso caminho? Somente os lobos caem nas armadilhas de lobos, pois o pastor saberá defender as suas ovelhas contra os carrascos imoladores.
            Ide, homens que sois grandes perante Deus, e que, mais felizes do que Tomé, credes sem querer ver e aceitais os fatos da mediunidade, mesmo quando nada conseguistes obter por vós mesmos. Ide: o Espírito de Deus vos guia!
            Marcha, pois, para frente, grandiosa falange da fé! E os pesados batalhões dos incrédulos se desvanecerão diante de ti, como as névoas da manhã aos primeiros raios de Sol.
            A fé é a virtude que transporta montanhas, disse Jesus. Mas, ainda mais pesadas que as maiores montanhas, são as jazidas da impureza e de todos os vícios da impureza, no coração humano. Parti, pois, cheios de coragem, para remover essas montanhas de iniqüidades que as gerações futuras não devem conhecer, senão como pertencentes à idade das lendas, da mesma maneira como só imperfeitamente conheceis os períodos anteriores à civilização pagã.
            Sim, as revoluções morais e filosóficas vão eclodir em todos os pontos do globo. Aproxima-se a hora em que a luz divina brilhará sobre os dois mundos.
            Ide, pois, levando a palavra divina aos grandes, que a desdenharão; aos sábios, que desejarão prová-la; e aos simples e pequeninos, que a aceitarão, pois principalmente entre os mártires do trabalho, nesta expiação terrena, encontrareis entusiasmo e fé. Ide, que estes receberão jubilosos, agradecendo e louvando a Deus, a consolação divina que lhes oferecerdes; e, baixando a fronte, renderão graças pelas aflições que a Terra lhes reservou.
            Arme-se de decisão e coragem a vossa falange! Mãos à obra! O arado está pronto, a terra preparada: arai!          
            Ide e agradecei a Deus a gloriosa tarefa que vos concedeu. Mas, cuidado, que entre os chamados para o Espiritismo, muitos se desviaram da senda! Atentai, pois, no vosso caminho, e buscai a verdade.
            Perguntareis, então: Se entre os chamados para o Espiritismo, muitos se transviaram, como reconhecer os que se acham no bom caminho?
            Responderemos: Podeis reconhecê-los pelos ensinos e a prática dos verdadeiros princípios da caridade; pela consolação que distribuírem aos aflitos; pelo amor que dedicarem ao próximo; pela sua abnegação e o seu altruísmo. Podeis reconhecê-los, finalmente, pela vitória dos seus princípios, porque Deus quer que a sua lei triunfe, e os que a seguem são os escolhidos, que vencerão. Os que, porém, falseiam o espírito dessa lei, para satisfazerem sua vaidade e sua ambição, esses serão destruídos.
O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC

Ambientes

Importante pensar que não apenas termos o que damos, mas igualmente viveremos naquilo que proporcionamos aos outros.

Daí o impositivo de doarmos tão somente o bem, integralmente o bem.

Se em determinada faixa de tempo criamos a alegria para os nossos semelhantes e criamos para eles o sofrimento em outra faixa, nossa existência estará dividida entre felicidade e desventura, porque teremos trazido uma e outra ao nosso convívio, arruinando valiosas oportunidades de serviço e elevação.

Se oferecemos azedume, é óbvio que avinagraremos o sentimento de quem nos acolhe, reavendo, em câmbio inevitável, o mesmo clima vibratório, como quem recolhe água inconveniente para a própria sede, após agitar o fundo do poço, de cuja colaboração necessite.

Se atiramos crítica e ironia à face do próximo, de outro ambiente não disporemos para viver senão aquele que se desmanda em sarcasmo e censura.

Certifiquemo-nos de que não somente as pessoas, mas os ambientes também respondem. Queiramos ou não, somos constrangidos a viver no clima espiritual que nós mesmos formamos.

Pacifiquemos e seremos pacificados.

Auxilia e colherás auxílio.

Tudo que espiritualmente verte de nós, regressa a nós, “Dá e dar-se-te-á”, ― asseverou Jesus. O ensinamento não prevalece tão só nos domínios da dádiva material propriamente considerada. Do que dermos aos outros, a vida fatalmente nos dá.



Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Alma e Coração, Médium: Francisco Cândido Xavier

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Indulgência Ainda

A indulgência não é apenas caridade para com os outros.

Erige-se igualmente como sendo processo de nos imunizarmos contra o impacto de vibrações destrutivas. Por isto mesmo, o tato deve estar conosco, à feição de porta – verdade, a fim de que os nossos pensamentos não venham a ferir os outros, tornando de outros para nós, de maneira a ferir-nos.

Assim nos expressamos porque a idéia em si é fonte de força em que a palavra se articula.

Aprendamos, ainda e sempre, a empregar a indulgência construtivamente, em se tratando das pessoas.

Quando esse companheiro ou aquela companheira se mostrarem autoritários, de modo excessivo, mentalizemo-los por irmãos responsáveis e confiantes; surgindo os que se nos afigurem vagarosos, na execução das tarefas que lhes caiba, imaginemo-los por meticulosos e tímidos, nunca por preguiçosos e lerdos; se aparecerem por figurinos de avareza e se chamados a exprimirmos, quanto a eles, interpretemo-los por amigos da poupança e não da sovinice; quando se revelarem portadores de opiniões demasiado francas, aceitemo-los por amigos sinceros mas não imprudentes; em se evidenciando facilmente irritáveis, vejamo-los por temperamentos emotivos e não por pessoas aborrecidas ou intolerantes; e quando se nos destaquem aos olhos dos irmão indecisos ou amorfos, saibamos classificá-los por amigos cautelosos e moderados.

Indubitavelmente os pensamentos e as palavras, na expressão simbólica, são cores e tintas com que nos será lícito expressar a própria conceituação de acontecimentos determinados, no entanto, em se tratando de criaturas sensíveis quanto nós, sejamos observadores das ocorrências e irmãos das pessoas, a fim de auxiliá-las para que igualmente nos auxiliem.

Busquemos sentir e pensar, agir e realizar no bem e saberemos sempre sacar do coração e do cérebro a boa palavra capaz de compreender e de amparar, orientar e servir.



Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Encontro de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier

O Faroleiro Desprevenido

O soldado Teofrasto, homem de excelente coração, fora nomeado faroleiro por Alcebíades, na expedição da Sicília, a fim de orientar as embarcações em zona perigosa do mar.

Por ali, rochedos pontiagudos esperavam sem piedade as galeras invigilantes. Ainda mesmo fora da tempestade, quando a fúria dos deuses não soprava sibilante sobre a Terra, derribando casas e arvoredo, os pequenos e grandes barcos eram como que atraídos aos penhascos destruidores, qual ovelhas precipitadamente conduzidas ao matadouro.

Quantos viajantes havia já perdido a vida e os bens na traiçoeira passagem? Quantos pescadores incautos não mais regressaram à benção do lar? Ninguém sabia.

Preservando, porém, a sorte de seus comandados, o grande general situou Teofrasto no farol que se erguia na costa, com a missão de iluminar o caminho equóreo, dentro da noite.

Para garantir-lhe o êxito, mandou-lhe emissários com vasta provisão de óleo puro. O servidor, honrado com semelhante mandato, permaneceria no ministério da luz contra as trevas, defendendo a salvação de todos os que transitassem pelas águas escuras.

De início, Teofrasto desenvolveu, sem dificuldade, a tarefa que lhe competia. Findo o crepúsculo, mantinha a luz acesa, revelando a rota libertadora.

Quando os vizinhos, porém, souberam que o soldado guardava um coração terno e bondoso, passaram a visitá-lo, amiúde. Realmente estimavam nele a cordialidade e a doçura, mas o que procuravam, no fundo, era a concessão de óleo destinado às pequenas necessidades que lhes eram próprias.

O soldado, a breve tempo, era cercado de envolventes apelos.

Antifon, o lavrador, veio pedir-lhe meio barril do combustível para os serões de sua fazenda.

Eunice, a costureira, rogou-lhe duas ânforas cheias para terminar a confecção de algumas túnicas, além das horas do dia.

Embolo, o sapateiro, alegando que o pai agonizava, implorou-lhe a doação de alguns pratos de azeite, a fim de que o genitor não morresse às escuras. Crisóstomos, o fabricante de ungüentos, reclamou cinco potes destinados à manipulação de remédios. Cor Ciro, o negociante, implorou certa cota mais elevada para sustento de algumas tochas.

Todos os afeiçoados das redondezas, interessados em satisfazer as exigências domésticas, relacionaram solicitações simpáticas e comoventes.

Teofrasto, atingido na sensibilidade, distribuiu o combustível precioso pela ordem das rogativas.

Não podia sofrer o quadro angustioso, afirmava. As requisições, no seu parecer, eram justas e oportunas.

Assim foi que, ao término de duas semanas, se esgotou a reserva de doze meses.

O funcionário não pôde comunicar-se facilmente com os postos avançados de comando e, tão logo se apagou o farol solitário, por várias noites consecutivas os penhascos espatifaram embarcações de todos os matizes.

Prestigiosos contingentes de tropas perderam a vida.

Confiados pescadores jamais tornaram ao ninho familiar.

Comerciantes diversos, portadores de valiosas soluções e problemas inquietantes da luta humana, desceram aflitos ao abismo do mar.

Alcebíades, naturalmente indignado, exonerou o servidor do elevado encargo, recomendando-lhe fosse aplicado às penas da lei.

O médium cristão é sempre um faroleiro com as reservas de óleo das possibilidades divinas, a benefício de todos os que navegam a pleno oceano da experiência terrestre, indicando-lhes os rochedos das trevas e descerrando-lhes o rumo salvador: todavia, quantos deles perdem a oportunidade de serviço vitorioso pela prisão indébita nos casos particulares que procedem geralmente de bagatelas da vida?



Pelo Espírito Irmão X - Do livro: Contos e Apólogos, Médium: Francisco Cândido Xavier.

O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...