Alguém te prejudica?
Entrega o assunto ao tempo. O orgulho te humilhou? Deixa a resposta ao tempo. De provações que sofras, Aguarda a voz do tempo. Recordações amargas? Confia tudo ao tempo. Olha o mundo em que vives. O tempo tudo acerta. Serve. Não percas tempo. Todo tempo é de Deus. |
Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Recanto de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier |
quarta-feira, 29 de junho de 2016
Tempo
Cantiga da Fé
Indagas, coração,
Como seguir além de alma segura, Ante a noite de pranto e de amargura, Como agir e avançar ... Contemplemos a estrada em que marchamos: Quando a tormenta ruge, implacável e cega, A vida roga em tudo a que se apega: Confiar, confiar ... Bramem trovões, ao longe riscam raios, Grandes árvores tombam retorcidas, Gemem no vale multidões de vidas, O furacão é um monstro sem lugar ... As aves espantadas, entretanto, Relegadas, de chofre, aos assombros da furna, Pipilam, como em prece, ante a treva noturna: Confiar, confiar ... Pedras lascadas rolam sob estrondos, Gritam rochas no impacto violento, Braços ocultos no fragor do vento Movem a gleba multissecular ... Águas descendo era fúria jorram lodo E engulindo-as era paz sem que se afronte, Conquanto a sufocar-se, reza a fonte: Confiar, confiar ... Mas o aguaceiro passa ... A sombra aos Foge temendo o dia que a devora As janelas de luz da nova aurora Abrem-se, a plenos céus, de par em par ... O Sol ressurge a refazer o campo Depois extingue a lama dos caminhos E as aves cantam restaurando os ninhos: Confiar, confiar ... Assim também, alma querida e boa, Nos momentos de angústia a que te levas Sofre sem reclamar a convulsão das trevas, Persistindo no bem, a servir e a esperar ... E embora as aflições e as lágrimas do mundo, Pela fé, ouvirás, de ânimo atento, A mensagem de Deus no amento: Confiar, confiar ... |
Pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Recanto de Paz, Médium: Francisco Cândido Xavier |
terça-feira, 28 de junho de 2016
Sofrimento e Amor
Sofrimento e amor
Antes de tomares a indumentária carnal, objetivando o processo reencarnacionista, solicitaste a bênção do sofrimento como refúgio de segurança em relação aos perigos que defrontarias.
Recebeste, em razão do ministério que deverias exercer, uma organização física muito bem equipada, portadora de lucidez mental e equilíbrio emocional, a fim de que pudesses aplicar todo o fluido vital mantenedor da argamassa celular no ministério de iluminação.
Suplicaste pelo amparo dos mentores amigos, e diversos deles prontificaram-se a acompanhar-te o passo, na condição de orientadores e mantenedores da tua fé nos momentos mais difíceis da jornada.
Conseguiste dose dupla de saúde, a fim de que as mortificações dos trabalhos não diminuíssem o vigor e pudesses avançar intimorato, com largo sorriso na face, cantando as glórias do Altíssimo.
Diante de muitas concessões, também solicitaste o ferretear de alguns fenômenos conflitivos que vinham de existências pregressas.
Experimentaste solidão e dificuldade, dores e angústias complexas de solução, mas nunca te faltaram os socorros dos Céus através de variados recursos que diminuíram o desencanto e a aflição.
À semelhança de um córrego que enfrenta escolhos no seu curso e impedimentos inesperados, avançaste vagarosamente e com segurança, vencendo largo trecho do caminho.
Tuas mãos suadas no trabalho e teus sentimentos estiolados não te impediram de avançar, e mesmo quando os joelhos se desconjuntaram, reunias forças e prosseguias.
Houve instantes penosos e sombrios sob cúmulos de tempestades que te vergastaram. Mesmo aí conseguiste perseverar e em nenhum momento pensaste em desistir.
O teu devotamento atraiu almas abnegadas de ambos os lados da Vida, a fim de auxiliarem no desiderato sublime a que dedicaste a existência.
A palavra do Senhor dava-te segurança e Sua Luz apontava-te o rumo em plena escuridão.
Lentamente a obra de amor planejada pelos guias espirituais da Humanidade ergueu-se e começou a albergar os filhos do Calvário com doçura e encantamento.
Choveram perseguições de ambos os planos, o material e o espiritual, e continuaste sorrindo, e chorando fiel Àquele que te convidou.
Sucederam-se vidas, por outras substituídas, que continuaram velando por ti e sustentando-se nos testemunhos redentores. Em momentos cruciais, quando tudo parecia ruir sob o tropel de forças desgovernadas, Jesus te amparou e ao grupo, de modo que os alicerces mantiveram os edifícios do bem em segurança.
Alcanças o momento das grandes transformações. E as dores se te apresentam excruciantes, assustando-te.
Não temas! O amor a tudo vence a tudo transforma.
Continua amando, sem te importares com as respostas que te chegam.
Este é um período muito grave para o processo histórico da Humanidade. E é natural que sejas igualmente afetado.
Esperaste por esta ocasião entre encantamentos, desolação, e ao surgir a oportunidade anelada, não titubeies, insiste e ama.
Ama indiscriminadamente.
*
Quando o amor se apresenta reticente, é preconceituoso e egoico, pois que, na sua intimidade, tudo deve entender e ajudar.
Ao sedento não importa o vaso que se lhe ofereça a linfa refrescante e salvadora. Ao doador, vale matar a sede de quem lhe pede com os recursos possíveis.
O amor é a alma do Universo, e por isso João, o discípulo amado, informou ser o próprio Deus.
A Terra necessita de compaixão, e todos os seres sencientes aguardam o alimento do amor para nutrir-se e desenvolver-se.
Enquanto o amor avança lentamente, o ódio e a indiferença estimulam a insensatez e o desinteresse em favor do triunfo de um instante.
A caravana dos autossatisfeitos é muito grande e cresce ao influxo das mentes em desalinho que enxameiam no Mais-além inferior, nutrindo-se das excessivas distrações e prazeres cada vez mais exorbitantes das suas vítimas.
Reveste-te de ternura para romper a carapaça que envolve os indiferentes e egoístas.
Sorriem por momento, mas não se furtarão às lágrimas que os buscarão oportunamente.
Quanto a ti, trabalha-te e exaure-te pelo Reino de Deus, permanecendo confiante.
Não fraquejes agora por estares em carência.
Somente houve a gloriosa ressurreição do Mestre, porque antes aconteceram os aziagos fenômenos de traição, de dor e de abandono, que culminaram na Sua morte.
São muitos os seareiros da luz que te pedem coragem e perseverança na batalha que estás travando entre lágrimas e desconsolo.
Ora mais e penetra-te de paz e confiança, amando sem cessar, mesmo que não venhas a receber a resposta afetiva desejada.
*
Cristão sem condecoração do sofrimento ainda não passou pelo campo de batalha.
Assim, transforma as tuas dores e expectativas num hino de amor e de alegria, certo da vitória final ao lado daqueles que também te amam.
Sofrimento e amor são termos luminosos da equação existencial.
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na noite de 28.3.2016, na sessão mediúnica do Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia. Em 27.6.2016 |
segunda-feira, 27 de junho de 2016
JESUS e Humildade
Estudando a humildade, vejamos como se comportava Jesus no exercício da sublime virtude.
Decerto, no tempo em que ao mundo deveria surgir a mensagem da Boa-Nova, poderia permanecer na glória celeste e fazer-se representar entre os homens pela pessoa de mensageiros angélicos, mas preferiu descer, Ele mesmo, ao chão da Terra, e experimentar-lhe as vicissitudes. Indubitavelmente, contava com poder bastante para anular a sentença de Herodes que mandava decepar a cabeça dos recém-natos de sua condição, com o fim de impedir-lhe a presença; entretanto, afastou-se prudentemente para longínquo rincão, até que a descabida exigência fosse necessariamente proscrita. Dispunha de vastos recursos para se impor em Jerusalém, ao pé dos doutores que lhe negavam autoridade no ensino das novas revelações; contudo, retirou-se sem mágoa em demanda de remota província, a valer-se dos homens rudes que lhe acolhiam a palavra consoladora. Possuía suficiente virtude para humilhar a filha de Magdala, dominada pela força das sombras; no entanto, silenciou a própria grandeza moral para chamá-la docemente ao reajuste da vida. Atento à própria dignidade, era justo mandasse os discípulos ao encontro dos sofredores para consolá-los na angústia e sarar-lhes a ulceração; todavia, não renunciou ao privilégio de seguir, Ele mesmo, em cada canto de estrada, a fim de ofertar-lhes alívio e esperança, fortaleza e renovação. Certo, detinha elementos para desfazer-se de Judas, o aprendiz insensato; porém, apesar de tudo, conservou-o até o último dia da luta, entre aqueles que mais amava. Com uma simples palavra, poderia confundir os juizes que o rebaixavam perante Barrabás, autor de crimes confessos; contudo, abraçou a cruz da morte, rogando perdão para os próprios carrascos. Por fim, poderia condenar Saulo de Tarso, o implacável perseguidor, a penas soezes, pela intransigência perversa com que aniquilava a plantação do Evangelho nascente; mas buscou-o, em pessoa, às portas de Damasco, visitando-lhe o coração, por sabê-lo enganado na direção em que se movia. Com Jesus, percebemos que a humildade nem sempre surge da pobreza ou da enfermidade que tanta vez somente significam lições regeneradoras, e sim que o talento celeste é atitude da alma que olvida a própria luz para levantar os que se arrastam nas trevas e que procura sacrificar a si própria, nos carreiros empedrados do Mundo, para que os outros aprendam, sem constrangimento ou barulho, a encontrar o caminho para as bênçãos do Céu. |
Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Religião dos Espíritos, Médium: Francisco Cândido Xavier |
Do Coração Materno
Meu filho:
Jesus nos abençoe. Muito satisfeita com a sua jornada de luz, peço a Deus enriquecer o seu caminho de paz e trabalho, como sempre. Meu filho, a caridade será sempre o nosso templo de salvação. Seus altares são os corações necessitados do próximo, onde podemos e devemos acender o círio de nossa devoção ao supremo bem. Agora, nos anos últimos, sinto que encontramos na sublime virtude o nosso abençoado santuário de serviço, para as tarefas que nos cabe realizar. Ai, na Terra, espessa é a neblina que nos obscurece a visão, quando nos falha o esclarecimento justo. Venerável é a Igreja que nos orienta a fé religiosa, pelos seus títulos do passado; mas, a Igreja, a que servimos noutro tempo, é semelhante a um palácio brilhante; todavia, sem calor que nos aqueça o espírito enregelado nas experiências do mundo. Como desejaria, hoje que consigo divisar alguma luz, conduzir aos nossos o archote aceso de nova esperança; contudo, meu filho, qual acontece a você mesmo, sou constrangida a esperar o tempo, contando com a Divina Misericórdia! Não esmoreçamos, porém. O mesmo Benfeitor Celestial que nos atendeu as necessidades há de socorrer aqueles a quem amamos. Nesse sentido, esperarei sempre pela sua boa vontade, seu caminho e seu sacrifício! Companheiro e filho ao mesmo tempo, seus braços me auxiliarão a remover os tropeços da senda, para que a luz de um novo entendimento felicite os corações inolvidáveis que marcham para a frente, ao lado dos nossos. Sinto-me renovada e fortalecida ao seu lado, na tarefa de assistência aos nossos irmãos menos felizes. Creia que o seu esforço, no amparo aos nossos irmãos hansenianos, constitui, para sua mãe, um benção do Céu. Avancemos, meu filho! Distribuamos o amor de Jesus através dos recursos ao nosso alcance. Sustentemos a chama sem nos voltarmos para trás. Jesus é o nosso Divino Guia. Nada temamos. No dever bem cumprido, reside a nossa vitória. Receba, pois com as minhas saudações aos nossos amigos presente, todo o coração cheio de carinho e de saudades de sua mãe e serva de sempre. |
pelo Espírito Laurinda - Do livro: Mãe, Médium: Francisco Cândido Xavier |
quarta-feira, 22 de junho de 2016
Ensinos de Ontem
ENSINOS DE ONTEM |
Como é emocionante se compulsar escritos bíblicos e descobrir que, embora redigidos há séculos, têm o sabor da atualidade.
Isso atesta a sua qualidade divina, a inspiração superior. Ensinos emanados dos céus para os homens, e que transcendem o tempo, os costumes. No Velho Testamento, no livro do profeta Ezequiel, encontramos a descrição do que deveriam ser os domínios do povo de Israel e a advertência: Repartireis, pois, esta terra entre vós, segundo as tribos de Israel. Será, porém, que a sorteareis para vossa herança e para a dos estrangeiros que peregrinam no meio de vós, que gerarem filhos no meio de vós. E vos serão como naturais entre os filhos de Israel. E será que na tribo em que peregrinar o estrangeiro, ali lhe dareis a sua herança. Nos dias em que vivemos, grande tem sido o número dos imigrantes, que buscam asilo nas terras da Europa e da América. Fugindo de países em que domina a guerra, a turbulência, a fome, eles enfrentam as mais adversas condições em busca de um novo lar. Um local que os possa receber e onde não lhes seja negado o alimento, o abrigo. Uma nova vida. Onde não sejam discriminados por causa da cor da pele, da sua religião, sua raça, sexo ou país de origem. Naturalmente, muitas são as questões que se levantam ante essa onda migratória, contando-se aos milhares os que já adentraram fronteiras de outros países. Um problema, sem dúvida, para as nações, para a economia dos países. O Papa Francisco, durante uma visita ao Campo de Moria, na ilha grega de Lesbos, conclamou a que se responda de maneira digna de nossa humanidade comum à crise migratória. Os imigrantes, disse ele, antes de serem números, são pessoas. Unindo-se a outros líderes religiosos, assinou uma declaração pedindo ao mundo para mostrar coragem para enfrentar esta crise humanitária colossal. Que todos os nossos irmãos e irmãs deste continente, como o bom samaritano, venham ajudá-los no espírito da fraternidade, solidariedade e respeito pela dignidade humana que marcou sua longa história, acrescentou. O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás, pois estrangeiro fostes na terra do Egito, diz o livro de Êxodo. Exortações do ontem que se fazem precisas e necessárias no hoje. Olhar para nossos irmãos, que fogem de seus países, enfrentando o mar, o deserto, as condições mais adversas, em busca de um lugar para viver. Para alimentar os próprios filhos. Palavras a respeito das quais nos cabe meditar. Exortações que devem ser pensadas, antes de erguermos muros pessoais e de gritarmos pelo fechamento das fronteiras. Os refugiados não são migrantes econômicos, que geralmente procuram melhores condições noutro país. São homens, mulheres e crianças de todas as idades que buscam um país que os acolha. Antes de cerrarmos os olhos à miséria alheia, lembrar que somos todos irmãos, neste imenso lar em que vivemos. Todos irmãos, embora tenhamos cores de pele diferentes, e falemos idiomas estranhos uns aos outros. Algo, no entanto, nos é comum: somos humanos. Somos Espíritos, filhos de Deus. Que nossa humanidade entre em ação. Dividamos o problema, busquemos soluções. Perguntemo-nos: e se fôssemos nós o estrangeiro, com um filho nos braços, como gostaríamos de ser recebidos? |
por Redação do Momento Espírita, com base no cap. 47, versículos 21 a 23 do livro bíblico Ezequiel e no cap. 19, versículo 34, do livro bíblico Levítico. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4813&stat=0 |
terça-feira, 21 de junho de 2016
A Serpente e o Sábio
A Serpente e o Sábio |
Contam as tradições populares da Índia que existia uma serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a, porém, com o olhar sereno, e falou:- Minha irmã, é da lei que não façamos mal a ninguém. A víbora recolheu-se, envergonhada. Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente. Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada. Vivia aflita, medrosa, desanimada. Eis, porém, que o santo voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas peseguiam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu após ouví-la: - Mas, minha irmã, ouve um engano de tua parte. Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas, nem firas, mas é preciso manter o perverso à distância, mostrando-lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos. |
* * *
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Os Mensageiros.Ditado pelo Espírito André Luiz. FEB, 1944. |
Um Brasil Desejado
O jovem apenas chegara na cidade e adentrara o Instituto, onde se matriculara para o curso de especialização.
A oportunidade de se aperfeiçoar, na sua área, no Exterior, o animava.
Na primeira aula, se apresentaria o inédito. O mestre, falando a respeito da cidade onde se encontravam, discorreu sobre problemas e soluções.
De forma sui generis falou, inicialmente, sobre questões econômicas, de algum tempo, que vinham mantendo aquela região em grandes dificuldades.
A cidade era um marasmo, não apresentando crescimento de qualquer espécie e um alto índice de desemprego, comentava.
E esclareceu: Graças, no entanto, aos bons políticos de nossa região, graças a esses homens públicos de visão, tudo se resolveu.
Ante o espanto do jovem, continuou o professor: Pensando na comunidade, idealizaram a construção de uma ponte, para uma comunicação mais rápida entre esta cidade e o país vizinho, para além do rio.
Uma ponte que permitisse o trânsito rodoviário e ferroviário. Dessa forma, entendendo-se as nações, num esforço conjunto, propiciaram que uma travessia, anteriormente feita por balsas, demandando cerca de duas horas e meia, tivesse o trajeto reduzido para trinta minutos.
Sem prejuízo ao país irmão, muitos dos nossos cidadãos passaram a buscar empregos do outro lado.
A economia de ambos os países melhorou, aumentando, inclusive, o turismo, atraído pelo ineditismo da ponte que tem uma parte submersa.
* * *
Bons políticos. Num país, onde as palavras propina, corrupção, desinteresse público se tornaram corriqueiras, natural que um discurso de tal ordem surpreenda.
Mas, também nos diz que há esperança no aparente caos porque se bons homens públicos os há em outra nação, também os deveremos ter por aqui.
Recordamos a exortação do Espírito André Luiz: Por nenhum pretexto, devemos condenar aqueles que se acham investidos com responsabilidades administrativas de interesse público.
Ao contrário, cabe-nos orar em favor deles, a fim de que se desincumbam satisfatoriamente dos compromissos assumidos.
Para que o bem se faça, é preciso que o auxílio da prece se contraponha ao látego da crítica.
Mais ainda, somos convidados a cooperar com os poderes constituídos e as organizações oficiais, empenhando-nos desinteressadamente na melhoria das condições da máquina governamental, no âmbito dos próprios recursos. Um ato simples de ajuda pessoal fala mais alto que toda crítica.
Pensando nisso tudo, olhando para nosso pobre país, tomado de assalto por tantos problemas de ordem moral, cabe-nos, sim, orar ao bom Deus para que estenda o Seu olhar sobre todos nós.
Que homens de bem assumam o poder público. Homens que pensem no outro antes que em si mesmos, que se importem com o semelhante, que cuidem da coisa pública com zelo.
Que os que se encontram no poder, tenham olhos de ver e ouvidos de ouvir as necessidades de um povo esperançoso.
Um povo que tem os olhos no futuro e que deseja para os seus filhos uma nação ilustrada, sadia. Uma nação de paz.
Oremos por esse Brasil renovado!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 10,
do livro Conduta Espírita, pelo Espírito André Luiz,
psicografia de Waldo Vieira, ed. FEB.
Em 21.6.2016.
do livro Conduta Espírita, pelo Espírito André Luiz,
psicografia de Waldo Vieira, ed. FEB.
Em 21.6.2016.
O Paralítico de Cafarnaum
Cafarnaum era uma cidadezinha que se situava no lado setentrional do lago de Genesaré.
Seus vales eram frescos, cortados por arroios cantantes.
Em suas praias as águas eram boas para a pesca e, por essa razão, disputadas pelos pescadores.
O casario era baixo, cercado por árvores frondosas, coloridas por trepadeiras de flores miúdas.
Jesus amava aquela cidade e a escolheu para o início de Seu ministério de amor.
Corria de boca a ouvido a notícia das curas e dos maravilhosos feitos do Mestre Nazareno, atraindo curiosos e aflitos das cercanias.
A casa de Simão Pedro havia sido invadida por grande número de pessoas que buscavam Jesus.
O sol estava alto, quando um grupo, carregando um paralítico, tentou aproximar-se da porta.
A multidão era tão compacta que não foi possível.
Porém, tamanha era a aflição do doente, há muito preso ao leito, que seus amigos ergueram-no ao terraço e desceram-no pelo teto da sala onde estava o Rabi.
Abriu-se um pequeno espaço na apinhada sala, e o Mestre, sem demonstrar qualquer surpresa, olhou demoradamente para o enfermo.
Natanael ben Elias, crês que eu possa te curar? – Perguntou Jesus, olhando-o nos olhos.
Sim, creio. – Respondeu rapidamente.
Tomado de súbito estremecimento, perguntou:
Senhor! Como sabes o meu nome? Conheces-me?
Sim, eu te conheço desde sempre. – Respondeu Jesus. – Sou o bom Pastor que conhece todas as ovelhas que o Pai me confiou.
Antes mesmo que Natanael pudesse refletir a respeito daquelas palavras, Jesus estendeu as mãos sobre ele e disse-lhe com voz firme e imperiosa:
Levanta-te, toma tua cama e vai para a tua casa.
Natanael ergueu-se e deu um grito de euforia ao perceber-se livre da moléstia que o infelicitou por longo período.
Sem muita demora abandonou a casa de Pedro, na companhia dos companheiros, ainda sem compreender bem o que lhe acontecera.
À noite, quando Jesus buscava refazimento à beira do lago de Genesaré, Pedro o encontrou com os olhos imersos em lágrimas.
Rabi, estás chorando? De felicidade, suponho, depois de tantos eventos felizes...
Choro, mas de tristeza. – Afirmou o Mestre.
Choro, Simão, porque neste momento, muitos daqueles que hoje curei se encontram entregues a antigos vícios. Recobraram o ânimo, a voz, a saúde, para se precipitarem outra vez nos despenhadeiros da insensatez.
Não tardará que se vejam enredados em novos desequilíbrios, prejudicando dolorosamente suas próprias existências.
Enquanto isso, não longe dali, Natanael ben Elias comentava sua cura, com infantil alegria, entre amigos embriagados e mulheres infelizes.
Exatamente como o Mestre descreveu, Natanael, como tantos outros, sem valorizar a nova chance que recebera, entregava-se ao equívoco e ao vício.
* * *
A proposta do Cristo jamais teve a intenção de oferecer ao homem alegrias superficiais.
As dores que nos chegam – usualmente causadas pela nossa própria negligência - são métodos severos, porém, eficazes para curar e disciplinar nossos Espíritos reincidentes no erro.
Somente a efetiva compreensão e aplicação dos ensinamentos do Mestre Nazareno nos possibilitarão alcançar a felicidade verdadeira.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 7, do livro Primícias do Reino,
pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 20.6.2016.
pelo Espírito Amélia Rodrigues, psicografia de Divaldo Pereira Franco,
ed. LEAL.
Em 20.6.2016.
O Necessário Para Salvar-se: O Bom Samaritano
O Necessário Para Salvar-se: O Bom Samaritano
1 – Mas quando vier o Filho do Homem na sua majestade, e todos os anjos com ele, então se assentará sobre o trono de sua majestade. E serão todas as gentes congregadas diante dele, e separará uns dos outros, como o pastor que aparta dos cabritos as ovelhas; e assim porá as ovelhas à direita, e os cabritos à esquerda; então dirá o rei aos que hão de estar à sua direita; vinde, benditos de meu Pai, possuí o reino que vos está preparado desde o princípio do mundo. Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede e destes-me de beber; precisava de alojamento e recolhestes-me; estava nu e cobristes-me; estava enfermo e visitastes-me; estava no cárcere e viestes ver-me. Então lhe responderão os justos, dizendo: Senhor, quando é que nós te vimos faminto e te demos de comer; ou sequioso e te demos de beber? E quando te vimos sem alojamento e te recolhemos; ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou no cárcere e te fomos ver? E respondendo o rei, lhes dirá: Na verdade vos digo, que quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim é que o fizestes. Então dirá também aos que hão de estar à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno que está aparelhado para o diabo e para os seus anjos; Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber. Precisava de alojamento e não me recolhestes; estava nu e não me cobristes; estava enfermo no cárcere e não me visitastes. Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando é que nós te vimos faminto, ou sequioso, ou sem alojamento, ou nu, ou enfermo, ou no cárcere, e deixamos de te assistir? Então lhes responderá ele, dizendo: Na verdade, vos digo que quantas vezes o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o suplício eterno, e os justos para a vida eterna. (Mateus, XXV: 31-46).
2 – E eis que se levantou um doutor da lei, e lhe disse, para o tentar: Mestre, que hei de eu fazer para entrar na posse da vida eterna? Disse-lhe então Jesus: Que é o que está escrito na lei? Como lês tu? Ele, respondendo, disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a sua alma, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. E Jesus lhe disse: Respondeste bem; faze isso, e viverás. Mas ele, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus: E quem é o meu próximo? E Jesus, prosseguindo no mesmo discurso, disse: Um homem baixava de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos dos ladrões, que logo o despojaram do que levava; e depois de o terem maltratado com muitas feridas, se retiraram, deixando-o meio morto. Aconteceu pois que passava pelo mesmo caminho um sacerdote; e quando o viu, passou de largo. E assim mesmo um levita, chegando perto daquele lugar, e vendo-o, passou também de largo. Mas um samaritano, que ia a seu caminho, chegou perto dele, e quando o viu, se moveu à compaixão: E chegando-se atou as feridas, lançando nelas azeite e vinho; e, pondo-o sobre a sua cavalgadura, o levou a uma estalagem, e teve cuidado dele. E ao outro dia tirou dois denários, e deu-os ao estalajadeiro, e lhe disse: Tem-me cuidado dele; e quanto gastares demais, eu to satisfarei quando voltar. Qual destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? Respondeu logo o doutor: aquele que usou com o tal de misericórdia. Então lhe disse Jesus: Pois vai, e faze tu o mesmo. (Lucas, X: 25-37).
3 – Toda a moral de Jesus se resume na caridade e na humildade, ou seja, nas duas virtudes contrárias ao egoísmo e ao orgulho. Em todos os seus ensinamentos, mostra essas virtudes como sendo o caminho da felicidade eterna. Bem-aventurados, diz ele, os pobres de espírito, quer dizer: os humildes, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados os que tem coração puro; bem-aventurados os mansos e pacíficos; bem-aventurados os misericordiosos. Amai o vosso próximo como a vós mesmos; fazei aos outros os que desejaríeis que vos fizessem; amai os vossos inimigos; perdoai as ofensas, se quereis ser perdoados; fazei o bem sem ostentação: julgai-vos a vós mesmos antes de julgar os outros. Humildade e caridade, eis o que não cessa de recomendar, e de que ele mesmo dá o exemplo. Orgulho e egoísmo, eis o que não cessa de combater. Mas ele fez mais do que recomendar a caridade, pondo-a claramente, em termos explícitos, como a condição absoluta da felicidade futura.
No quadro que Jesus apresenta, do juízo final, como em muitas outras coisas, temos de separar o que pertence à figura e à alegoria. A homens como aos que falava, ainda incapazes de compreender as coisas puramente espirituais, devia apresentar imagens materiais, surpreendentes e capazes de impressionar. Para que fossem melhor aceitas, não podia mesmo afastar-se muito das idéias em voga, no tocante à forma, reservando sempre para o futuro a verdadeira interpretação das suas palavras e dos pontos que ainda não podia explicar claramente. Mas, ao lado da parte acessória ou figurada do quadro, há uma idéia dominante: a da felicidade que espera o justo e da infelicidade reservada ao mau.
Nesse julgamento supremo, quais são os considerandos da sentença? Sobre o que baseia a inquirição? Pergunta o juiz se foram atendidas estas ou aquelas formalidades, observadas mais ou menos estas ou aquelas práticas exteriores? Não, ele só pergunta por uma coisa: a prática da caridade. E se pronuncia dizendo: “Passai à direita, vós que socorrestes aos vossos irmãos; passai à esquerda , vós que fostes duros para com eles”. Indaga pela ortodoxia da fé? Faz distinção entre o que crê de uma maneira, e o que crê de outra? Não, pois Jesus coloca o samaritano, considerado herético, mas que tem amor ao próximo, sobre o ortodoxo a quem falta caridade. Jesus não faz, portanto, da caridade, uma das condições da salvação, mas a condição única. Se outras devessem ser preenchidas, ele as mencionaria. Se ele coloca a caridade na primeira linha entre as virtudes, é porque ele encerra implicitamente todas as outras: a humildade, a mansidão, a benevolência, a justiça etc; e porque é ela a negação absoluta do orgulho e do egoísmo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo
por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires
https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-15-fora-da-caridade-nao-ha-salvacao/o-necessario-para-salvar-se-o-bom-samaritano/
sexta-feira, 17 de junho de 2016
Espera e Ama Sempre
Não elimine a esperança
De uma alma triste ou ferida Que a esperança é a luz eterna Nas grandes noites da vida. Feliz daquele que espera, No caminho da amargura, No coração da criatura. Pois toda a dor vem e passa. Ama e crê. Espalha o bem. Porque, na Terra, em verdade, É infeliz quem cuida apenas Da própria felicidade. |
pelo Espírito Casimiro Cunha. Do livro: Lira Imortal, Médium: Francisco Cândido Xavier |
terça-feira, 14 de junho de 2016
Aflições
No íntimo de todas as criaturas existe o desejo de ser feliz e de afastar os sofrimentos.
No entanto, Jesus Cristo nos disse: No mundo só tereis aflições.
São variadas as causas das aflições. Podemos, para melhor compreensão, separá-las entre as que têm origem em nossa intimidade e aquelas próprias da natureza em que vivemos.
Assim temos várias dores que somente têm a ver com o mundo em que nos encontramos.
Por exemplo, a dor causada pelo nascimento do siso, o último dos molares, é um impositivo da biologia humana. A dor pela picada de um mosquito ou de uma agulha, da mesma forma.
São dores próprias de um mundo material. São dores comuns a que estão sujeitos os seres que habitam o planeta.
O sofrimento faz parte de nossa vida, uma vez que em tudo existe a necessidade de ação.
Nossa mente pensa, nossa vontade almeja. Mas o corpo precisa executar.
Toda vez que desejamos alguma coisa, quando aspiramos algo, a necessidade de trabalhar para realizar nossos sonhos gera um certo sofrimento.
Quem deseja bater recordes, vive aflições. São horas intermináveis de exercícios, disciplina rígida, com intuito de superar as próprias limitações físicas.
Dores físicas, preocupação com a classificação, um revés de última hora. Aflições de toda sorte.
Quem deseja passar no vestibular, apesar do grande esforço despendido no estudo, se aflige ante a perspectiva de não conseguir a vaga pretendida.
E se esquecer tudo na hora da prova? E se não conseguir a vaga? E se precisar fazer outro vestibular?
Quem deseja ser cantor, ator, engenheiro, médico passa pelas aflições das horas estafantes de estudo, estágio, aprendizagem, esforço, testes.
Reveses. Inquietudes. Aflições.
São os sofrimentos deste mundo, os empeços materiais que se apresentam.
Também existem os sofrimentos causados por nós mesmos. É o resultado originado de nossas intenções, de nossas atitudes, do estado geral da nossa mente e do nosso coração.
Quando tomamos decisões desequilibradas, sofremos.
Quando agimos de forma negativa, teremos que recolher adiante o resultado dessas ações infelizes.
Quando pensamos somente em nós, num egocentrismo doentio, sofremos.
Quando desejamos que as coisas não mudem ou não terminem, sofremos novamente.
Tudo passa. As paisagens mudam. Os momentos bons terminam, e os maus também.
Procurando entender a mensagem de Jesus poderemos vencer os sofrimentos do mundo, vendo-os como realmente se apresentam.
Ou seja, como empeços materiais numa realidade relativa. Alargando nosso ponto de vista poderemos vencer a melancolia e a aflição.
Sem visão pessimista, venceremos os obstáculos próprios ao meio em que nos encontramos.
E se optarmos por seguir Jesus, não haverá aflição que resista ao bendito remédio da fé.
* * *
Todos desejamos ser felizes. Sejamos ricos ou pobres, instruídos ou não, desejamos evitar os sofrimentos.
Assim, procuremos vencer as tribulações de cada dia e encontrar razões para a felicidade em coisas pequenas.
Ser grato pelo que temos, pelo que usufruímos.
Aprender com os pássaros a saudar o dia com um cântico de esperança.
Eis uma boa fórmula para superar as aflições e começar a ser feliz, desde hoje.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 10,
do livro O despertar da alma, de Cristian Macedo,
ed. Sociedade Espírita Esperança.
Em 9.6.2016.
do livro O despertar da alma, de Cristian Macedo,
ed. Sociedade Espírita Esperança.
Em 9.6.2016.
Judas Iscariotes
Silêncio augusto cai sobre a Cidade Santa. A antiga capital da Judéia parece dormir o seu sono de muitos séculos. Além descansa Getsêmani, onde o Divino Mestre chorou numa longa noite de agonia, acolá está o Gólgota sagrado e em cada coisa silenciosa há um traço da Paixão que as épocas guardarão para sempre. E, em meio de todo o cenário, como um veio cristalino de lágrimas, passa o Jordão silencioso, como se as suas águas mudas, buscando o Mar Morto, quisessem esconder das coisas tumultuosas dos homens os segredos insondáveis do Nazareno.
Foi assim, numa destas noites que vi Jerusalém, vivendo a sua eternidade de maldições. Os espíritos podem vibrar em contacto direto com a história. Buscando uma relação íntima com a cidade dos profetas, procurava observar o passado vivo dos Lugares Santos. Parece que as mãos iconoclastas de Tito por ali passaram como executoras de um decreto irrevogável. Por toda a parte ainda persiste um sopro de destruição e desgraça. Legiões de duendes, embuçados nas suas vestimentas antigas, percorrem as ruínas sagradas e no meio das fatalidades que pesam sobre o empório morto dos judeus, não ouvem os homens os gemidos da humanidade invisível. Nas margens caladas do Jordão, não longe talvez do lugar sagrado, onde Precursor batizou Jesus Cristo, divisei um homem sentado sobre uma pedra. De sua expressão fisionômica irradiava-se uma simpatia cativante. - Sabe quem é este? – murmurou alguém aos meus ouvidos. – Este é Judas. - Judas?!... - Sim. Os espíritos apreciam, às vezes, não obstante o progresso que já alcançaram, volver atrás, visitando os sítios onde se engrandeceram ou prevaricaram, sentindo-se momentaneamente transportados aos tempos idos. Então mergulham o pensamento no passado, regressando ao presente, dispostos ao heroísmo necessário do futuro. Judas costuma vir à Terra, nos dias em que se comemora a Paixão de Nosso Senhor, meditando nos seus atos de antanho... Aquela figura de homem magnetizava-me. Eu não estou ainda livre da curiosidade do repórter, mas entre as minhas maldades de pecador e a perfeição de Judas existia um abismo. O meu atrevimento, porém, e a santa humildade de seu coração, ligaram-se para que eu o atravessasse, procurando ouvi-lo. - O senhor é, de fato, o ex-filho de Iscariot? – perguntei. – Sim, sou Judas – respondeu aquele homem triste, enxugando uma lágrima nas dobras de sua longa túnica. E prosseguiu: - Como o Jeremias, das Lamentações, contemplo às vezes esta Jerusalém arruinada, meditando no juízo dos homens transitórios... - É uma verdade tudo quanto reza o Novo Testamento com respeito à sua personalidade na tragédia da condenação de Jesus? - Em parte... Os escribas que redigiram os evangelhos não atenderam às circunstâncias e às tricas políticas que acima dos meus atos predominaram na nefanda crucificação. Pôncio Pilatos e o tetrarca da Galiléia, além dos seus interesses individuais na questão, tinham ainda a seu cargo salvaguardar os interesses do Estado romano, empenhado em satisfazer as aspirações religiosas dos anciãos judeus. Sempre a mesma história. O Sanedrim desejava o reino do céu pelejando por Jeová, a ferro e fogo; Roma queria o reino da Terra. Jesus estava entre essas forças antagônicas com a sua pureza imaculada. Ora, eu era um dos apaixonados pelas idéias socialistas do Mestre, porém o meu excessivo zelo pela doutrina me fez sacrificar o seu fundador. Acima dos corações, eu via a política, única arma com a qual poderia triunfar e Jesus não obteria nenhuma vitória. Com as suas teorias nunca poderia conquistar as rédeas do poder já que, no seu manto de pobre, se sentia possuído de um santo horror à propriedade. Planejei então uma revolta surda como se projeta hoje em dia na Terra a queda de um chefe de Estado. O Mestre passaria a um plano secundário e eu arranjaria colaboradores para uma obra vasta e enérgica como a que fez mais tarde Constantino Primeiro, o Grande, depois de vencer Maxêncio às portas de Roma, o que aliás apenas serviu para desvirtuar o Cristianismo. Entregando, pois, o Mestre, a Caifás, não julguei que as coisas atingissem um fim tão lamentável e, ralado de remorsos, presumi que o suicídio era a única maneira de me redimir aos seus olhos. - E chegou a salvar-se pelo arrependimento? - Não. Não consegui. O remorso é uma força preliminar para os trabalhos reparadores. Depois da minha morte trágica submergi-me em séculos de sofrimento expiatório da minha falta. Sofri horrores nas perseguições infligidas em Roma aos adeptos da doutrina de Jesus e as minhas provas culminaram em uma fogueira inquisitorial, onde imitando o Mestre, fui traído, vendido e usurpado. Vítima da felonia e da traição deixei na Terra os derradeiros resquícios do meu crime, na Europa do século XV. Desde esse dia, em que me entreguei por amor do Cristo a todos os tormentos e infâmias que me aviltavam, com resignação e piedade pelos meus verdugos, fechei o ciclo das minhas dolorosas reencarnações na Terra, sentido na fronte o ósculo de perdão da minha própria consciência... - E está hoje meditando nos dias que se foram... pensei com tristeza. - Sim... Estou recapitulando os fatos como se passaram. E agora, irmanado com Ele, que se acha no seu luminoso Reino das Alturas que ainda não é deste mundo, sinto nestas estradas o sinal de seus divinos passos. Vejo-O ainda na Cruz entregando a Deus o seu destino... Sinto a clamorosa injustiça dos companheiros que O abandonaram inteiramente e me vem uma recordação carinhosa das poucas mulheres que O ampararam no doloroso transe... Em todas as homenagens a Ele prestadas, eu sou sempre a figura repugnante do traidor... Olho complacentemente os que me acusam sem refletir se podem atirar a primeira pedra... Sobre o meu nome pesa a maldição milenária, como sobre estes sítios cheios de miséria e de infortúnio. Pessoalmente, porém, estou saciado de justiça, porque já fui absolvido pela minha consciência no tribunal dos suplícios redentores. Quanto ao Divino Mestre – continuou Judas com os seus prantos – infinita é a sua misericórdia e não só para comigo, porque se recebi trinta moedas, vendendo-O aos seus algozes, há muitos séculos Ele está sendo criminosamente vendido no mundo a grosso e a retalho, por todos os preços em todos os padrões do ouro amoedado... - É verdade – concluí – e os novos negociadores do Cristo não se enforcam depois de vendê-lo. Judas afastou-se tomando a direção do Santo Sepulcro e eu, confundido nas sombras invisíveis para o mundo, vi que no céu brilhavam algumas estrelas sobre as nuvens pardacentas e tristes, enquanto o Jordão rolava na sua quietude como um lençol de águas mortas, procurando um mar morto. |
pelo Espírito Humberto de Campos. Do livro: Palavras do Infinito, Médium: Francisco Cândido Xavier |
SAUDADE
Ante o brilho da vida renascente
Depois da névoa estranha, densa e fria, Surgem constelações do Novo Dia Muito longe da Terra descontente. Mundos celestes, reinos de alegria E impérios da beleza resplendente Cantam no Espaço, jubilosamente, Ao compasso do Amor e da Harmonia... Mas, ai! pobre de mim!... Ante a grandeza Da glória excelsa eternamente acesa Volvo à sombra letal do abismo fundo! E, esmagado de angústia e de carinho, Choro de amor, revendo o velho ninho E as aves ternas que deixei no mundo!... |
Pelo Espírito Leôncio Correia - Do livro: Parnaso de Além-túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier |
sábado, 11 de junho de 2016
O Ser Humano
O ser humano
Inúmeros estudiosos do ser humano asseveram que ele é constituído, sob o ponto de vista psicológico, por cinco características: personalidade, conhecimento, identificação, consciência e individualidade.
À medida que desenvolve os valores intelecto-morais, aprimora-se, enriquece-se de beleza e de harmonia. Em luta constante, porém, a personalidade tenta manter-se dominadora, permitindo-se violar todas as regras estabelecidas para o equilíbrio da sociedade, em favor da sua autorrealização.
Portadora da sombra que se assenhoreia das outras faculdades, conduz o indivíduo para os desvãos do crime de toda ordem, sobrepondo-se aos demais, embora conhecendo as deficiências morais.
O processo de evolução, no entanto, trabalha para que haja a superação do ego e a perfeita identificação com o self, o que significa controle ideal de todas as suas possibilidades em favor da individualidade, que é o Espírito imortal.
Quando o ser identifica-se como imperecível, empenha-se por libertar-se das paixões primárias e esforça-se para conquistar os valiosos recursos do amor e da abnegação, optando pelo bem-estar que favorece o desenvolvimento ético-moral da Humanidade. Enquanto permanece vinculado às ideologias materialistas, com algumas exceções, entrega-se aos desvarios para viver o prazer até a exaustão, tudo fazendo para o aprisionamento na posse e nos frutos espúrios que lhe advêm, especialmente quando essa aquisição é conseguida mediante a ilicitude, a corrupção e o vício.
Nunca será demasiado afirmar que o ser humano tem necessidade urgente de desenvolver o sentimento do amor, superar os instintos básicos, utilizando-os por necessidade, porém, mantendo os ideais que favorecem a conquista da consciência cósmica, a que deverá viger no futuro, quando o bem triunfar entre as criaturas.
Divaldo Pereira Franco.
Artigo publicado no Jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 3.12.2015.
Em 7.6.2016
Artigo publicado no Jornal A Tarde,
coluna Opinião, em 3.12.2015.
Em 7.6.2016
terça-feira, 7 de junho de 2016
Ações Positivas
Em revista de grande circulação em nosso país, foram enumeradas diversas ideias que podemos colocar em prática visando a melhoria do planeta em que vivemos.
Primeira: Informe-se.
Acompanhe as notícias sobre meio ambiente. Atualize-se. Estude a fundo os aspectos que mais lhe interessam.
Segunda: Aja localmente.
Pense a respeito de como colaborar na família, na vizinhança, na escola dos filhos e na comunidade.
Participe mais de tudo e difunda suas ideias sobre um mundo melhor.
Terceira: Pense localmente.
Estabeleça vínculos entre temas locais e globais.
Apesar de magnitudes diferentes, os dois universos se correlacionam.
Quarta: Some.
Antes de pensar em formar uma Organização Não Governamental, procure uma parecida na qual você possa se engajar.
Quinta: Otimismo é fundamental.
Envolva-se de maneira criativa e divertida.
Se quer atrair outras pessoas, pense em discursos e eventos positivos.
Sexta: Seja efetivo.
Envolva-se, torne-se ativo, mas não duplique suas obrigações. Trabalhe para ampliar sua efetividade.
Sétima: Crie notícia.
Identifique temas que possam interessar a muitas pessoas.
Então escreva para jornais, revistas, redes de rádio e TV.
Oitava: Não polua.
Não jogue pilhas e baterias de celular no lixo comum.
Mantenha bacias hidrográficas, rios, lagoas e represas livres de lixo ou de qualquer tipo de resíduo.
Lembre-se: O cano que sai da sua casa provavelmente deságua num rio, numa lagoa ou no mar.
Nona: Preserve a biodiversidade.
Espécies animais e vegetais merecem respeito.
Plante árvores: elas produzem oxigênio e são abrigos para aves.
Décima: Seja coerente.
Economize água e energia. Prefira equipamentos que não prejudiquem a camada de ozônio. Reutilize materiais. Recicle o lixo caseiro. Dentro do possível, use menos o carro. Ande mais a pé.
Décima primeira: Passe sua vida a limpo.
Reveja seu estilo de vida. Pense em um padrão condizente com o mundo sustentável.
Décima segunda: Separe o joio.
Nunca na História tivemos acesso a tanta informação e também a tantas opiniões diferentes. Use o bom senso e faça a coisa certa.
Décima terceira: Ensine as crianças.
Preparar as novas gerações à luz de princípios ecológicos é a garantia de um mundo mais preservado.
Décima quarta: Acredite no futuro.
Estimule ideias inovadoras, participe de projetos que você considera que valem a pena, renove sua crença de que tudo vai dar certo.
Quanto mais pessoas acreditarem na paz, mais ela será possível.
* * *
O mundo em que vivemos é resultado do acúmulo de ações de cada um.
Garantir a preservação do meio ambiente para as futuras gerações é uma atitude sensata para quem crê nas vidas sucessivas.
Afinal, não tardará para que nós mesmos, em nova oportunidade reencarnatória, venhamos a sofrer, ou não, pelos atos praticados hoje.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base em artigo da revista
Presença Espírita, janeiro/fevereiro de 2003, ed. LEAL.
Em 4.6.2016
Presença Espírita, janeiro/fevereiro de 2003, ed. LEAL.
Em 4.6.2016
Efeitos do Carnaval
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