quarta-feira, 30 de março de 2016

AÇÃO DE GRAÇAS POR HAVER ESCAPADO A UM PERIGO

AÇÃO DE GRAÇAS POR HAVER ESCAPADO A UM PERIGO


36. PREFÁCIO
Pelo perigo que tenhamos corrido, mostra-nos Deus que, de 
um momento para outro, podemos ser chamados a prestar 
contas do modo por que utilizamos a vida. Avisa-nos, assim,
que devemos tomar tento e emendar-nos.

37. Prece
– Meu Deus, meu anjo-de-guarda, agradeço-vos o
socorro que me proporcionastes no perigo de que estive
ameaçado. Seja para mim um aviso esse perigo e me esclareça
sobre as faltas que me hajam colocado sob a sua
ameaça. Compreendo, Senhor, que nas tuas mãos está a
minha vida e que ma podes tirar, quando te apraza. Inspira-
me, por intermédio dos bons Espíritos que me assistem,
o propósito de empregar utilmente o tempo que ainda me
concederes de vida neste mundo.
Meu anjo guardião, firma-me na resolução que tomo
de reparar os meus erros e de fazer todo o bem que esteja
ao meu alcance, a fim de chegar menos onerado de imperfeições
ao mundo dos Espíritos, quando Deus determine o
meu regresso para lá.

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Por ALLAN KARDEC
FEB

segunda-feira, 28 de março de 2016

Entende a Jesus

Escuta a voz do amor por onde fores,
Guarda contigo as láureas da ventura,
E esparze por mil gestos redentores
A luz da paz à senda mais obscura,

Contempla a Vida em bênçãos multicores
No roteiro da anônima criatura,
A flor, o orvalho, a brisa e os resplendores
Do céu azul na fonte d’água pura...

Descobre em tudo as dádivas celestes
Sustendo docemente os passos, prestes
A cair nas abismos da jornada.

Fala, sorri, estuda, canta e ora,
Mas entende a Jesus que espera e chora
No triste olhar da infância abandonada!



pelo Espírito Aura Celeste - Do livro: Antologia dos Imortais, Médium: Francisco Cândido Xavier

domingo, 27 de março de 2016

A Luz em Ti

A Luz em Ti

É um tesouro inigualável, teu somente. Ninguém dispõe dele em teu lugar. Nas horas mais difíceis, podes gastá-lo sem preocupação. Quando alguém te fira, é capaz de revelar-te a grandeza da alma, no brilho do perdão. No momento em que os seres mais queridos porventura te abandonem, será parte luminosa de tua benção. Ante os irmãos infelizes, é o teu cartão de paz e simpatia. Nos empreendimentos que te digam respeito ao próprio interesse, converte-se em passaporte para a aquisição das vantagens que desejes usufruir. No relacionamento comum, transforma-se na chave para a formação das amizades fiéis. Na essência, é um investimento, a teu próprio favor, que realizas sem o menor prejuízo. Esse tesouro é o teu sorriso, - luz de Deus em ti mesmo, - que nenhuma circunstância pode extinguir e que ninguém consegue arrebatar. 


Autor: MeimeiPsicografia de Chico Xavier

sexta-feira, 25 de março de 2016

Quando o Amor se Expressa

Quando se vê uma mulher grávida, quase sempre se pergunta se ela sabe se é menino ou menina.
E quando ela ainda não tem essa certeza, responde: Não importa o que seja, desde que seja perfeito, com saúde.
Este é o anseio de todos os pais. Assim também para aquele casal belga, na flor dos seus vinte anos.
Os filhos chegaram um a um, sadios e tudo transcorria bem. Até que sua caçula Stephanie, aos três meses, foi vítima da síndrome da morte súbita na infância.
Somente a fé cristã fortaleceu o mundo abalado daquela família. Nada poderia trazer de volta sua filha, mas eles se deram conta de quão preciosa era a vida de uma criança.
Tomaram uma resolução. Não foi nada de momento. Deixaram passar quatro anos. Christiane deu a luz mais um filho.
Então, resolveram que podiam acolher em sua casa e amar uma criança que não tivesse família. Que não tivesse quem a amasse.
Ao se inscreverem no programa de adoção, seus nomes ficaram como os últimos de uma lista interminável.
Afinal, eles eram pais de três crianças, saudáveis e felizes.
Mas, eles receberam Hélène, de quatro anos. A pequena menina negra era cheia de vida e se uniu aos filhos do casal: Davi, sete anos, Benoît, cinco e Nicolas, um ano.
Em seguida, um menino indiano, com sequelas de poliomielite, chegou. Após várias cirurgias, verificou-se que ele nunca voltaria a andar com suas próprias pernas.
E vieram os outros, do Brasil, da Colômbia, de Camarões, do Haiti.
Dezenove filhos. Onze adotados. Sete com deficiências físicas ou mentais, ou ambas.
Todos os dias letivos, pouco depois das quatro da tarde, ônibus e carros chegavam de variadas escolas e deixavam crianças na casa dos Boldos.
Correndo, mancando ou rolando em cadeiras de rodas, elas entravam em casa para vasculhar a cozinha à procura de petiscos, procurando mãe e pai para darem um abraço.
O tempo passou... Os filhos mais velhos já têm suas vidas. Casados, com suas profissões, não perderam o contato com a família.
Christiane, a mãe, tem uma fórmula especial para definir a própria família: Ela foi construída pedra por pedra.
Uma criança era adotada, outra nascia. As que estavam conosco achavam que essa era a ordem natural da vida.
A família Boldo criou, na Bélgica, uma fundação com o propósito de encontrar lares adotivos para crianças órfãs com deficiência.
A média mensal inicial era encontrar lares para uma ou duas crianças.
Plenamente envolvidos nesse trabalho, os Boldo, em vinte anos, conduziram quatrocentas e dez crianças com deficiências, de vinte países diferentes, a lares de famílias belgas.
E dizer que tudo começou pela dolorosa perda de uma filha de apenas três meses de idade.
*   *   *
O amor é expressão superior que motiva o ser a altos cumes.
Quando se apresenta, oferece condições de superação de toda dor e permite ao sofredor vislumbrar o sol para além da cortina das lágrimas.
Mais do que isso: confere-lhe condições de encontrar almas mais sofridas que ele próprio e estender as mãos para ajudá-las.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo
Um lar para os filhos de ninguém, de Lawrence Elliott,
da 
Revista Seleções Reader’s Digest, de janeiro/2004.
Em 24.3.2016.

As Varas da Videira

“Eu sou a videira, vós as varas.” — Jesus. (JOÃO, capítulo 15, versículo 5.)
Jesus é o bem e o amor do princípio. Todas as noções generosas da Humanidade nasceram de sua divina influenciação. Com justiça, asseverou aos discípulos, nesta passagem do Evangelho de João, que seu espírito sublime representa a árvore da vida e seus seguidores sinceros as frondes promissoras, acrescentando que, fora do tronco, os galhos se secariam, caminhando para o fogo da purificação.
Sem o Cristo, sem a essência de sua grandeza, todas as obras humanas estão destinadas a perecer.
A ciência será frágil e pobre sem os valores da consciência, as escolas religiosas estarão condenadas, tão logo se afastem da verdade e do bem.
Infinita é a misericórdia de Jesus nos movimentos da vida planetária. No centro de toda expressão nobre da existência pulsa seu coração amoroso, repleto da seiva do perdão e da bondade.
Os homens são varas verdes da árvore gloriosa. Quando traem seus deveres, secam-se porque se afastam da seiva, rolam ao chão dos desenganos, para que se purifiquem no fogo dos sofrimentos reparadores, a fim de serem novamente tomados por Jesus, à conta de sua misericórdia, para a renovação. É razoável, portanto, positivemos nossa fidelidade ao Divino Mestre, refletindo no elevado número de vezes em que nos ressecamos, no passado, apesar do imenso amor que nos sustenta em toda a vida.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Quando Orardes

E, quando estiverdes orando, perdoai.” — Jesus. (MARCOS, CAPÍTULO 11, VERSÍCULO 25.)
A sincera atitude da alma na prece não obedece aos movimentos mecânicos vulgares.
Nas operações da luta comum, a criatura atende, invariavelmente, aos automatismos da experiência material que se modifica de maneira imperceptível, nos círculos do tempo; todavia, quando se volta a alma aos santuários divinos do plano superior, através da oração, põe-se a consciência em contacto com o sentido eterno e criador da vida infinita.
Examine cada aprendiz as sensações que experimenta em se colocando na posição de rogativa ao Alto, compreendendo que se lhe faz indispensável a manutenção da paz interna perante as criaturas e quadros circunstanciais do caminho.
A mente que ora, permanece em movimentação na esfera invisível.
As inteligências encarnadas, ainda mesmo quando se não conheçam entre si, na pauta das convenções materiais, comunicam-se através dos tênues fios do desejo manifestado na oração. Em tais instantes, que devemos consagrar exclusivamente à zona mais alta de nossa individualidade, expedimos mensagens, apelos, intenções, projetos e ansiedades que procuram objetivo adequado.
É digno de lástima todo aquele que se utiliza da oportunidade para dilatar a corrente do mal, consciente ou inconscientemente. É por este motivo que Jesus, compreendendo a carência de homens e mulheres isentos de culpa, lançou este expressivo programa de amor, a benefício de cada discípulo do Evangelho: — “E, quando estiverdes orando, perdoai.

Vamos Juntos

Vamos juntos vencendo a noite escura,
De mãos unidas, pela estrada afora,
Combatendo o infortúnio que devora
Os filhos da aflição e da amargura.

Sob a paz da segurança viva e pura.
Em torno à dor bendita que aprimora.
Aguardaremos a sublime aurora,
Consolando a miséria e a desventura.

Amados, não temais a treva estranha,
Escalemos o topo da montanha,
De coração cansado ao desabrigo!...

Finda a noite de angústia e de saudade,
Chegaremos em plena eternidade,
Ao lar eterno do Divino Amigo!



Pelo Espírito Auta de Souza - Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 23 de março de 2016

Jesus e as Mulheres

Jesus e as mulheres

Em todas as formosas facetas da existência de Jesus, quando esteve na Terra, no Seu ministério de amor, observamos a grandeza dos valores que O caracterizavam. 
Jamais foi surpreendido em uma atitude que contradissesse o ministério elevado a que se devotava com abnegação, até a oferta da própria existência no infamante madeiro da cruz, que Ele transformou em asas de libertação. 
Nenhuma palavra, gesto algum constituíram oposição à Sua mensagem de amor e de misericórdia, mesmo quando perseguido de maneira pertinaz pelos inimigos do Bem. 
Teve a elevação moral de opor-se a todos os preconceitos, filhos da ignorância e do egoísmo, que dominavam a desvairada sociedade de então, perdida nas alucinações do poder e da guerra, como da indiferença pelos pobres e oprimidos. 
Os campos abandonados e as cidades, abarrotadas de mendigos e de infelizes de toda ordem, demonstravam a decadência da administração do país, vítima da submissão a Roma, que elegia os seus governantes... 
Concomitantemente, a revolta e o dissabor alucinavam os mais fracos, que tentavam reagir às circunstâncias inditosas, silenciados por castigos atrozes, prisões irrespiráveis e morte impiedosa. 
Sem alarde, mas com vigor, revogou as leis absurdas defluentes da barbárie, do período vivenciado na aridez do deserto... 
Ante os poderosos do transitório poder, manteve sempre a dignidade, sem humilhar os enganados nem submeter-se-lhes. 
Modificando as estruturas religiosas, fundamentadas na aparência e nos símbolos do esoterismo decadente, ampliou o entendimento da Verdade, desvestiu os mistérios e os cultos em que se locupletavam os sacerdotes, manteve convivência com os humildes e desconsiderados. 
Sempre este ao seu lado, nas tascas, nas praias, nas ruas, em toda parte, erguendo-os e dando-lhes nobreza.
Glorificava o Reino dos Céus, sem menosprezar os deveres terrestres, exaltando-os com normas educativas para a evolução. 
Sereno, era sempre arguido pela malícia e astúcia do comportamento dos cidadãos pusilânimes, e utilizou-se da energia do Bem para desmascará-los e facultar-lhes o arrependimento e a renovação. 
Sempre expressou misericórdia, mesmo quando a justiça deveria funcionar. 
Teve a Sua atenção dirigida à infância desvalida, à velhice abandonada, às mulheres desrespeitadas. 
Levantou sempre a voz em favor dos oprimidos e dos rebaixados. 
Embora não concordasse com os governantes arbitrários, demonstrava respeito e admoestava-os para a ação do bem e dos direitos humanos desconhecidos. 
Anunciou a felicidade mediante o trabalho e o culto da fraternidade, demonstrou que as diferenças das classes sociais são resultados das paixões perturbadoras e que o mais útil é sempre mais importante do que o ocioso dourado. 
Recusou toda e qualquer homenagem que Lhe exaltasse o ego, transferiu as Suas obras grandiosas para Deus. 
Fez-se servidor, viveu para auxiliar sem limites nem exceções. 
As Suas palavras eram comuns, porém, faziam-se poderosas e de significado tão profundo, que ninguém as pôde repetir conforme Ele as proferia. 
Jesus é a mais elevada expressão de vida que a Humanidade conhece. 
*
Foi, no entanto, em relação à mulher ultrajada, ou que se permitiu perder a dignidade, que a Sua ternura atingiu índice de docilidade inabitual entre as criaturas. A mulher era tão subalterna que não se deveria saudá-la em público, apresentar-se fora do lar sem um membro da família acompanhando-a. 
Sem significado social e humano, era submetida à humilhação e à sujeição, às penalidades absurdas, sempre culpada pelos delitos aos quais fosse empurrada por criaturas inescrupulosas. 
Na Samaria, detestada pelos judeus, elegeu uma mulher enredada em conflitos e angústias, desrespeitada em seus sentimentos, sem a honra da maternidade para desvelar-se-lhe na condição do Messias! 
Na praça pública impediu uma sofredora surpreendida em adultério, ameaçada por pecadores mais graves, e os afastou com uma singela resposta à indagação sórdida que Lhe haviam feito: - Aquele que estiver sem culpa atire-lhe a primeira pedra. 
Na residência de Lázaro, em Betânia, convidou Marta a seguir o exemplo de Maria, que se detinha na melhor parte, que era ouvi-lO e viver-Lhe os ensinamentos. 
Para escândalo de Simão e dos seus convidados, aceitou a demonstração pública do bálsamo perfumado que uma Lhe ofereceu, e lavou os Seus pés, enxugando-os com os seus cabelos, sem receio dos comentários e críticas mordazes... 
...E, por causa desses sentimentos inabituais, estava sempre cercado pelas mulheres que, sob o Seu tutorado, não temiam a nada ou a ninguém e O seguiam com fidelidade. 
Foi o primeiro psicoterapeuta a atendê-las e a reabilitá-las. 
Ele sabia que a mulher, pela sua constituição orgânica e hormônios, é a força na qual a Humanidade se apoia. 
Sem demérito para os homens, a maternidade que a sublima é o ponto de partida para a exaltação da vida e a glória estelar no mundo. 
Estimulando-a a libertar-se da escravidão, apontou-lhe o caminho, austero e livre do amor e da abnegação para erguer a Deus todas as criaturas. 
Hoje, no entanto, com as exceções respeitáveis, ei-las, as mulheres escravas mais submissas das dissoluções, dos crimes de toda espécie, esquecidas dos santos compromissos maternais, da responsabilidade, competindo com alguns homens vis em semelhantes degradações... 
Os degraus da ascensão que as elevaram pareceram ruir, derrubando as imprevidentes, qual ocorreu com as noivas invigilantes da Sua parábola.
*
Ele permanece, no entanto, o mesmo, auxiliando a todas que O busquem, que se encontrem mergulhadas na aflição, no desencanto e no arrependimento. 
Quando a mulher se reerguer, disposta à conquista da plenitude, Jesus a estará aguardando, e sorrindo-lhe dirá: - Bem-aventurada servidora do Pai, fiel cocriadora com Ele. 
Joanna de Ângelis.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite
 de 21 de outubro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção,
 em Salvador, Bahia.
Em 7.3.2016.

Telha de Vidro

Nem sempre a vida segue o curso que se deseja, que se espera. Assim foi com Rachel.
Depois da morte de seus pais, ela, ainda bem moça, deixou a cidade em que nascera para morar na fazenda, com os tios que mal conhecia.
Moraria na casa que havia sido construída por seu bisavô, há muito tempo.
Era uma casa muito antiga e a maior parte dos móveis eram peças pesadas e escuras que ali estavam há mais tempo do que as pessoas saberiam dizer.
Seus tios eram pessoas simples, acostumados com a vida que sempre viveram, desconfiados com tudo que pudesse alterar a rotina que lhes dava segurança.
A chegada de Rachel representou para eles um certo transtorno.
Onde ficaria instalada a sobrinha?
Como não havia um cômodo mais apropriado, deram-lhe um quarto pequeno, que ficava no sótão.
Nem o tamanho reduzido, nem o cheiro de mofo incomodaram Rachel.
O que a entristecia, naquele quartinho abafado, era apenas o fato de não ter janelas.
Não se podia ver o sol, nem o céu, nem as árvores do quintal ou as flores do jardim.
A luz limitava-se a entrar timidamente pela porta. A falta de claridade parecia encher ainda mais de tristeza o coração dolorido da moça.
Até que um dia, depois de muito ter chorado em silêncio, decidida a voltar a sorrir, ela pediu que lhe trouxessem da cidade uma telha de vidro.
Um pouco desconfiados, seus tios acabaram cedendo. Daí, um milagre aconteceu.
Mesmo sem janelas o quarto de Rachel, antes tão sombrio, passou a ser a peça mais alegre da fazenda.
Tão claro que, ao meio-dia, aparecia uma renda de arabesco de sol nos ladrilhos vermelhos que, só a partir de então, conheceram a luz do dia.
A lua branda e fria também se mostrava, às vezes, pelo clarão da telha milagrosa. E algumas estrelas audaciosas arriscaram surgir no espelho onde a moça se penteava.
O quartinho que era feio e sem vida, fazendo os dias de Rachel cinzentos, frios, sem luar e sem clarão, agora estava diferente.
Passou a ser cheio de claridade, luzes e brilho. Rachel voltou a sorrir.
Toda essa mudança só porque um dia ela, insatisfeita com a própria tristeza, decidiu colocar uma telha de vidro no telhado daquela casa antiga, trazendo para dentro da sua vida a luz e a alegria que faltavam.
*   *   *
Muitas vezes, presos a hábitos antigos e em situações consolidadas, deixamos de lado verdades que nos fazem felizes.
Deixamos que a ausência de janelas em nossa vida escureça nossas perspectivas, enchendo de sombras o nosso sorriso e o nosso cotidiano.
Vamos nos acomodando, aceitando estruturas que sempre foram assim e que ninguém pensou em alterar, ou que não se atreveu a tanto.
Mudanças e reformas são necessárias e sadias.
Nem todas dão certo ou surtem o efeito que desejaríamos, porém, cabe-nos avaliar a realidade em que nos encontramos e traçar metas para buscar as melhorias pretendidas.
Não podemos esquecer, porém, que em busca de nossos sonhos de felicidade não devemos simplesmente passar por cima do direito dos outros.
Nesse particular, cabe-nos lembrar a orientação sempre segura de Jesus de que devemos fazer aos outros aquilo que gostaríamos que nos fizessem.
Redação do Momento Espírita, com base no
Poema  
Telha de vidro, de Rachel de Queiroz.
Em 22.3.2016

terça-feira, 22 de março de 2016

Plantação Espiritual

Numa só existência podem viver diversas situações.

Num só dia, é possível a prática de atos numerosos.

Numa hora apenas tua mente pode criar múltiplos pensamentos.

Não olvides que todos nós estamos plantando espiritualmente no tempo.

Cada instante, quando queremos, pode ser o começo de gloriosa renovação, tanto quanto pode representar o início de quedas e equívocos deploráveis.

Auxilia a ti próprio, produzindo o bem, Sem que percebas, vives invariavelmente nas vidas que te cercam.

Se a mentira ou a aversão te visita, não te esqueças de que constituem os frutos de tua própria plantação.

Cada criatura reflete em si aquilo que lhe damos ou impomos.

Nas alheias demonstrações para conosco é possível analisar a qualidade de nossa sementeira.

Aprendamos a cultivar o auxílio fraterno, o trabalho construtivo, a concórdia santificante e a solidariedade fiel, através de todos os passos e de todos os minutos, porque o amanhã será resposta viva a nossa conduta de hoje, tanto quanto a bênção ou a dor de agora consubstanciam os resultados das nossas ações de ontem.

Caminha iluminando a estrada com os recursos da bondade e da alegria, convicto de que a nossa família na Eternidade é constituída de nossas próprias obras, e, desse modo, estarás organizando magníficos moldes espirituais para as tuas novas tarefas na elevação ou na reencarnação em futuro próximo.



Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Relicário de Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

sábado, 19 de março de 2016

Beleza Verdadeira

Nosso mundo vive mergulhado em um panorama denso de materialismo consumista.
O consumismo e a busca pela beleza física imperam nos valores comportamentais de muita gente.
Uma forma nova de apresentar algo que já existe basta para atrair o interesse de quem só pensa em consumir.
Tudo se faz muito rápido, pois a moda muda mais do que o clima, hoje tão instável.
Compram-se objetos e roupas para entulhar armários.
Se um produto promete que deixa a pessoa mais bonita, mais magra, a venda é garantida.
Cirurgias plásticas, botox, lipos, maquinarias estéticas jamais imaginadas, para satisfazer os intensos desejos de se mudar algo para ficar com aparência mais bonita.
Tratamentos bombásticos e surpreendentes atraem.
Mesmo em período de crise financeira, o mercado de cosméticos permanece em alta.
Economiza-se em livros, alimentos, estudos, mas não se deixa de usar os apetrechos embelezadores.
Homens e mulheres gastam grande parte do seu tempo e dinheiro em cosméticos, acessórios, roupas e hábitos, pautados pela moda e tendências de cada estação.
A busca pela beleza se tornou obsessão.
*   *   *
Quanta diferença faz a direção em que lançamos nossos olhares.
Quanta diferença faz valorizarmos o que é real.
Enquanto nossa miopia nos permite ver apenas aparências, deixamos de perceber o que está além das máscaras.
Enquanto nossos olhos se prendem ao glamour das lantejoulas com seu brilho passageiro, a luz perene nos foge do alcance.
Enquanto conferimos apenas a aparente perfeição dos traços e formas corporais, a verdadeira perfeição fica relegada.
Por mais perfeito seja o corpo físico, ele é passageiro.
Por mais perfeita a indumentária, ela não reflete o íntimo.
*   *   *
Uma alma de escol, que nunca se prendeu às aparências, viveu comprometida com uma enorme causa humanitária, socorrendo e amparando sem cessar: Madre Tereza de Calcutá.
Uma criatura de aparência mirrada e doentia, se propôs à tarefa de ajudar a salvar vidas, cuidando de centenas de doentes: Irmã Dulce, na Bahia.
Um coração todo doação, que jamais se preocupou em possuir mais que duas mudas de roupa, dedicou sua vida a soerguer milhares de pessoas, ofertando-lhes consolo e esperança: Francisco Cândido Xavier.
Diversos artistas renomados que se dedicam em favor dos desgraçados, repassando benefícios, anonimamente.
Almas dedicadas fundam ONGs, ensinando esportes e artes, educando e transformando a infância e a juventude através de atividades dignas.
*   *   *
Todos podemos nos tornar verdadeiramente belos e atrairmos a atenção dos demais, utilizando nossos dons para o bem.
Um sorriso acompanhado de palavras bondosas.
Olhos brilhantes que descobrem o lado bom das pessoas.
Mãos generosas que dividem o pão com o faminto.
Pés atentos na direção do socorro a prestar.
A beleza verdadeira não está na aparência. Está na simpatia, na palavra carinhosa, no gesto de amor.
Beleza que podemos conquistar sempre, não importando o status ou a idade.
E a tendência dessa beleza é se aperfeiçoar cada vez mais, no transcorrer dos anos...

Redação do Momento Espírita.
Em 19.3.2016.

A Ordem do Mestre

Avizinhando-se o Natal, havia também no Céu um rebuliço de alegrias suaves. Os Anjos acendiam estrelas nos cômoros de neblinas douradas e vibravam no ar as harmonias misteriosas que encheram um dia de encantadora suavidade a noite de Belém. Os pastores do paraíso cantavam e, enquanto as harpas divinas tangiam suas cordas sob o esforço caricioso dos zéfiros da imensidade, o Senhor chamou o Discípulo Bem-Amado ao seu trono de jasmins matizados de estrelas.

O vidente de Patmos não trazia o estigma da decrepitude como nos seus últimos dias entre as Espórades. Na sua fisionomia pairava aquela mesma candura adolescente que o caracterizava no princípio do seu apostolado.

- João – disse-lhe o Mestre – lembras-te do meu aparecimento na Terra?

- Recordo-me, Senhor. Foi no ano 749 da era romana, apesar da arbitrariedade de frei Dionísios, que colocou erradamente o vosso natalício em 754, calculando no século VI da era cristã.

- Não, meu João – retornou docemente o Senhor – não é a questão cronológica que me interessa em te argüindo sobre o passado. É que nessas suaves comemorações vem até mim o murmúrio doce das lembranças!...

- Ah! sim, Mestre Amado – retrucou pressuroso o Discípulo – compreendo-vos. Falais da significação moral do acontecimento. Oh!...se me lembro... a manjedoura, a estrela guiando os poderosos ao estábulo humilde, os cânticos harmoniosos dos pastores, a alegria ressoante dos inocentes, afigurando-se-nos que os animais vos compreendiam mais que os homens, aos quais ofertáveis a lição da humildade com o tesouro da fé e da esperança.

Naquela noite divina, todas as potências angélicas do paraíso se inclinaram sobre a Terra cheia de gemidos e de amargura para exaltar a mansidão e a piedade do Cordeiro. Uma promessa de paz desabrochava para todas as coisas com o vosso aparecimento sobre o mundo. Estabelecera-se um noivado meigo entre a Terra e o Céu e recordo-me do júbilo com que Vossa Mãe vos recebeu nos seus braços feitos de amor e de misericórdia. Dir-se-ia, Mestre, que as estrelas de ouro do paraíso fabricaram, naquela noite de aromas e de radiosidades indefiníveis um mel divino no coração piedoso de Maria!...

Retrocedendo no tempo, meu Senhor bem-amado, vejo o transcurso da vossa infância, sentindo o martírio de que fostes objeto; o extermínio das crianças de Vossa idade, a fuga nos braços carinhosos da Vossa progenitora, os trabalhos manuais em companhia de José, as vossas visões maravilhosas no Infinito, em comunhão constante com o Vosso e nosso Pai, preparando-Vos para o desempenho da missão única que Vos fez abandonar por alguns momentos os palácios de sol da mansão celestial para descer sobre as lamas da Terra.

- Sim, meu João, e, por falar nos meus deveres, como seguem no mundo as coisas atinentes à minha doutrina?

- Vão mal, meu Senhor. Desde o concílio ecumênico de Nicéia, efetuado para combater o cisma de Ario em 325, as vossas verdades são deturpadas. Ao arianismo seguiu-se o movimento dos iconoclastas em 787 e tanto contrariaram os homens o Vosso ensinamento de pureza e de simplicidade, que eles próprios nunca mais se entenderam na interpretação dos textos evangélicos.

- Mas não te recordas, João, que a minha doutrina era sempre acessível a todos os entendimentos? Deixei aos homens a lição do caminho, da verdade e da vida sem lhes haver escrito uma só palavra.

- Tudo isso é verdade, Senhor, mas logo que regressastes aos vossos impérios resplandecentes, reconhecemos a necessidade de legar à posteridade os vossos ensinamentos. Os evangelhos constituem a vossa biografia na Terra; contudo, os homens não dispensam, em suas atividades, o véu da matéria e do símbolo. A todas as coisas puras da espiritualidade adicionam a extravagância de suas concepções. Nem nós e nem os evangelhos poderíamos escapar. Em diversas basílicas de Rávena e de Roma, Mateus é representado por um jo0vem, Marcos por um leão, Lucas por um touro e eu, Senhor, estou ali sob o símbolo estranho de uma águia.

- E os meus representante, João, que fazem eles?

- Mestre, envergonho-me de o dizer. Andam quase todos mergulhados nos interesses da vida material. Em sua maioria, aproveitam-se das oportunidades para explorar o vosso nome e, quando se voltam para o campo religioso, é quase que apenas para se condenarem uns aos outros, esquecendo-se de que lhes ensinastes a se amarem como irmãos.

- As discussões e os símbolos, meu querido – disse-lhe suavemente o Mestre – não me impressionam tanto. Tiveste, como eu, necessidade destes últimos, para as predicações e, sobre a luta das idéias, não te lembras quanta autoridade fui obrigado a despender, mesmo depois da minha volta da Terra, para que Pedro e Paulo não se tornassem inimigos? Se entre meus apóstolos prevaleciam semelhantes desuniões, como poderíamos eliminá-las do ambiente dos homens, que não me viram, sempre inquietos nas suas indagações? ... O que me contrista é o apego dos meus missionários aos prazeres fugitivos do mundo!

- É verdade, Senhor.

- Qual o núcleo de minha doutrina que detém no momento maior força de expressão?

- É o departamento dos bispos romanos, que se recolheram dentro de uma organização admirável pela sua disciplina, mas altamente perniciosa pelos seus desvios da verdade. O Vaticano, Senhor, que não conheceis, é um amontoado suntuoso das riquezas das traças e dos vermes da Terra. Dos seus palácios confortáveis e maravilhosos irradia-se todo um movimento de escravização das consciências. Enquanto vós não tínheis uma pedra onde repousar a cabeça, dolorida os vossos representantes dormem a sua sesta sobre almofadas de veludo e de ouro; enquanto trazíeis os vossos pés macerados nas pedras do caminho escabroso, quem se inculca como vosso embaixador traz a vossa imagem nas sandálias matizadas de pérolas e de brilhantes. E junto de semelhantes superfluidades e absurdos, surpreendemos os pobres chorando de cansaço e de fome; ao lado do luxo nababesco das basílicas suntuosas, erigidas no mundo como um insulto à glória da vossa humildade e do vosso amor, choram as crianças desamparadas, os mesmos pequeninos a quem estendíeis os vossos braços compassivos e misericordiosos. Enquanto sobram as lágrimas e os soluços entre os infortunados, nos templos, onde se cultua a vossa memória, transbordam moedas em mãos cheias, parecendo, com amarga ironia, que o dinheiro é uma defecação do demônio no chão acolhedor da vossa casa.

- Então, meu Discípulo, não poderemos alimentar nenhuma esperança?

- Infelizmente, Senhor, é preciso que nos desenganemos. Por um estranho contraste, há mais ateus benquistos no Céu do que aqueles religiosos que falavam em vosso nome na Terra.

- Entretanto – sussurraram os lábios divinos docemente – consagro o mesmo amor à humanidade sofredora. Não obstante a negativa dos filósofos, as ousadias da ciência, o apodo dos ingratos, a minha piedade é inalterável... Que sugeres, meu João, para solucionar tão amargo problema?

- Já não dissestes, um dia, Mestre, que cada qual tomasse a sua cruz e vos seguisse?

- Mas prometi ao mundo um Consolador em tempo oportuno!...

E os olhos claros e límpidos, postos na visão piedosa do amor de seu Pai Celestial, Jesus exclamou:

- Se os vivos nos traíram, meu Discípulo Bem-Amado, se traficam com o objeto sagrado davossa casa, profligando a fraternidade e o amor, mandarei que os mortos falem na Terra em meu nome. Deste Natal em diante, meu João, descerrarás mais um fragmento dos véus misteriosos que cobrem a noite triste dos túmulos para que a verdade ressurja das mansões silenciosas da Morte. Os que já voltaram pelos caminhos ermos da sepultura retornarão à Terra para difundirem a minha mensagem, levando aos que sofrem, coma esperança posta no Céu as claridades benditas do meu amor!...

E desde essa hora memorável, há mais de cinqüenta anos, o Espiritismo veio, com as suas lições prestigiosas, felicitar e amparar na Terra a todas as criaturas.



Pelo Espírito Humberto de Campos - Do livro: Crônicas de Além Túmulo, Médium: Francisco Cândido Xavier

quinta-feira, 17 de março de 2016

Gente Humilde

Quando se pensa em homenagens, de um modo geral, se focalizam pessoas de destaque. Pessoas que realizaram grandes feitos, que influenciaram ou influenciam comunidades.
Pessoas que fazem a diferença no mundo. Pessoas cuja atuação, nas ciências, nas artes, na política foi decisiva para a alteração de quadros tristes na face da Terra.
Contudo, existem outras tantas e especiais criaturas que merecem a mais profunda homenagem. Mães que saem à luta, todos os dias, para conseguir o pão honrado para seus filhos.
Pais que abraçam as madrugadas, antes que o sol desperte, para garantir a moradia modesta, o livro e o caderno para o filho se ilustrar.
Jovens que abandonam seus próprios sonhos para apoiar a existência de irmãos menores, providenciando-lhes o alimento, a escola, o agasalho.
Tantos heróis. Anônimos. Passam por nós todos os dias. Servem-se do transporte urbano, do metrô, sempre lotados.
Enfrentam filas no mercado popular, no armazém da família, no posto de saúde. No cansaço do rosto, levam a esperança de que o amanhã raiará mais risonho e menos difícil.
Prosseguem sem trégua porque do seu esforço e da sua faina dependem outros preciosos seres ao seu coração.
Não são notados. São eles que mantêm a limpeza das ruas, das grandes cidades, das nossas casas.
São os que chegam à nossa residência e nos garantem a casa limpa, a roupa lavada e passada, a comida sempre à hora certa.
São os que erguem moradias, mesmo que não sejam eles a ocupá-las. São os que providenciam as estradas planas mesmo que não tenham carros para nelas transitar.
São os que diligenciam o pão quentinho, nas manhãs, mesmo que em sua casa somente se sirva o pão amanhecido.
Tantos trabalhadores. Tantas criaturas das quais dependemos, todos os dias. E que movimentam a máquina comercial, empresarial, a indústria...
Irmãos nossos. Muitos deles quase invisíveis ao nosso olhar.
Com certeza, para eles é que compuseram Chico Buarque de Holanda e Vinícius de Morais a música Gente humilde, imortalizada por inúmeros cantores.
É uma constatação de uma realidade que se vive. Também uma grande homenagem a esses tantos que lutam, bravamente, todos os dias, com a dignidade de quem tem consciência do próprio valor.
Pessoas que despertam o dia, alimentam as horas com seu trabalho e garantem a sua subsistência e de quem mais lhes compartilhe a vida:
Há certos dias em que eu penso em minha gente, e sinto assim todo o meu peito se apertar. 
Porque parece, que acontece de repente, como um desejo de eu viver sem me notar...
Igual a como, quando eu passo no subúrbio, eu muito bem, vindo de trem, de algum lugar...
Aí me dá, uma inveja dessa gente, que vai em frente, sem nem ter com quem contar.
São casas simples com cadeiras na calçada, e na fachada escrito em cima que é um lar.
Pela varanda flores tristes e baldias, como a alegria que não tem onde encostar.
E aí me dá uma tristeza no meu peito, feito um despeito de eu não ter como lutar.
E eu que não creio, peço a Deus por minha gente. É gente humilde, que vontade de chorar.
Redação do Momento Espírita, com versos da músicaGente humilde, de Chico Buarque de Holanda e
Vinícius de Morais.
Em 16.3.2016.

quarta-feira, 16 de março de 2016

DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Foi celebrado no dia 8 próximo passado [março 2016] o Dia Internacional da Mulher.

A luta pela sua dignidade vem desde há muito tempo. Acontecimentos variados chamaram a atenção da sociedade para a necessidade de serem observados os direitos entre os dois sexos.

Lutas renhidas contra a intolerância foram travadas a partir do século XIX e especialmente do XX, quando, esmagadas pela força de homens cruéis, as mulheres resolveram enfrentar as situações lamentáveis.

Trabalhando sob condições impróprias e em horários exaustivos, reuniram-se para protestar inúmeras vezes, terminando por serem reconhecidas como essencial necessidade na construção da sociedade justa.

Apenas em 1945, a Organização das Nações Unidas assinou o primeiro acordo internacional que afirmava princípios de igualdade entre os dois sexos. Mais tarde, por volta de 1960, o movimento feminista ganhou respeito, sendo comemorado oficialmente o Ano Internacional da Mulher, sendo o dia 8 de março reconhecido pela ONU.

A partir daí, outros direitos foram conquistados com sacrifícios até este momento em que a liberdade é conferida às mulheres no mesmo quadro de valores de que disputam os homens. No entanto, ainda existem injustiças a serem regularizadas, como no caso dos salários que, em muitos lugares, não alcançam o mesmo patamar.

Nada obstante, observa-se algo desconcertante nesta maravilhosa conquista. A mulher que sempre desejou a liberdade, aliás, muito justa, deve ter cuidado para não a converter em libertinagem, tornando-se objeto descartável, especialmente na área sexual.

Deus concedeu-lhe a ímpar missão da maternidade que não pode ser esquecida em momento algum, merecendo todo o apoio e respeito.

A mulher dignificada moralmente fomenta uma sociedade feliz, graças à capacidade que possui de resistência à dor e de bondade em relação à vida, de abnegação em todos os comportamentos pela estrutura emocional de que é constituída.



Por Divaldo Pereira Franco. Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, em 10.3.2015. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=398

Medo e Mediunidade

 - Gosto das reuniões espíritas, contudo, tenho medo de comparecer...

- Sinto a mediunidade, mas temo...

- Creio racionalmente no Mundo dos Espíritos, entretanto, não posso nem pensar seja possível que um espírito me apareça...

Se surgem comumente confissões quais essas, é preciso anotar que elas exprimem apenas reduzido número daquelas criaturas que dizem com franqueza o que pensam. Quantos médiuns se afastam em silêncio da ação edificante a que foram chamados e só os Amigos da Espiritualidade lhes testemunham o medo inconfessável, a lhes enrodilhar nos corações por visco entorpecente!

Sim! Um dos muitos tipos de medianeiros frustrados no intercâmbio espiritual e que escapam até agora de toda classificação é o médium medroso.

As pessoas impressionáveis quase sempre revelam espontâneas suscetibilidades incluindo naturalmente o medo por um dos agentes essenciais da sensibilização mediúnica. Complexadas por algum fato ou conversa ouvida, leitura ou referência que lhes vincaram a emotividade, alimentam terror pânico e difuso ante o exercício das faculdades psíquicas, sem qualquer razão de ser.

Certifiquem-lhes de que o medo é uma espécie de braço invisível, frenando inutilmente legiões de trabalhadores valorosos à margem do serviço. Fobia, - muitas vezes derivada de atitudes infantis -, é necessário saibamos curá-la, pela medicação do amor fraternal e do esclarecimento lógico, sem perder de vista que a ocorrência mediúnica é manifestação de espírito para espírito igual aos sucessos corriqueiros da vida terrestre.

Médium, se o medo é o teu problema individual, no que respeita à prática medianímica, situa na construção da fé raciocinada a ,melhoria a que aspiras!

A coerência com os princípios que esposamos ensina-nos que a criatura de fé verdadeira nada teme, senão a si própria, atenta que vive às fraquezas pessoais. Em razão disso, é correto receares simplesmente a ti mesmo, em todos os sentimentos que ainda não conseguiste disciplinar.

Se não te amedrontas face à condição de intérprete para a troca verbal entre criaturas que versam idiomas diferentes por que temer a posição de instrumento entre pessoas domiciliadas em esferas diferentes, carecidas da cooperação mediúnica?

Por que motivo te assustares diante dos desencarnados, que são, na essência, personalidades iguais a ti mesmo?

Espíritos benevolentes e esclarecidos são mentores preciosos que merecem apreço e espíritos doentes ou infelizes não devem ser temidos, por necessitados de mais amor.

Medo é inexperiência.

Corrige-te, através do labor mediúnico, raciocinado com o Evangelho Vivo e perseverando na tarefa de fraternidade.

Na edificação doutrinária, onde se objetiva o intercâmbio puro com as Esferas Superiores, todos os companheiros se esforçam na garantia dos bons pensamentos e assistência espiritual se levanta de preces sinceras sendo, portanto, num templo espírita, o local em que a pessoa humana cousa alguma deve temer, por encontrar aí as fontes de seu próprio consolo e sustentação.

Não te admitas incapaz de dominar o medo perante as efusões do reino da alma. Reage contra qualquer receio infundado, mantendo-te na tranqüilidade da confiança, no desassombro da fé, na leitura edificante e na meditação construtiva e, ao fazeres a tua parte na supressão de semelhante fantasma íntimo, reconhecerás que os benfeitores da Vida Maior te farão descobrir na lavra mediúnica o áureo caminho da verdade e o portal sublime do amor.



Pelo Espírito André Luiz - Do livro: Opinião Espírita, Médiuns: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira

domingo, 13 de março de 2016

Trabalho Voluntário

A ação de voluntários em hospitais, asilos, orfanatos, casas de acolhimento, levando sorrisos, abraços, palavras de conforto e também doações para aqueles que carecem de recursos, nos faz refletir.
O que move pessoas a saírem de suas casas, de seu conforto, do convívio com familiares, para atenderem a desconhecidos?
Conversando com esses voluntários, é possível perceber alguns traços comuns: vontade sincera de ajudar, de minimizar o sofrimento alheio, desejo de contribuir para que o mundo seja um lugar melhor, mais justo, mais humano.
Ao questionarmos o que essas pessoas esperam receber em troca de tanta dedicação e empenho, a resposta vem quase sempre da mesma forma:
A recompensa é ver o outro bem, é saber que ajudamos a diminuir o sofrimento do próximo, atendendo, mesmo que um pouquinho só, suas necessidades.
Há quem diga: não espero nada. Faço porque gosto, somente isso.
Voluntários agem movidos pelo amor. Não esperam retribuição alguma. Sentem satisfação em poder fazer algo de bom. Fazer o bem pelo bem.
O trabalho voluntário não é egoico. Não é focado em si mesmo. O importante é o outro, não o eu.
Olhar para o outro, sem se importar consigo e deixando de lado seus problemas, é uma forma de aprender a lidar com as próprias dificuldades.
Sair de si mesmo, mudar o foco, ver o outro e depois analisar o seu problema, muitas vezes, possibilita ver que esses são pequenos e simples de resolver, se comparados aos encontrados pelas estradas da vida.
*   *   *
Aqueles que visamos reconhecimento ou pagamento para uma ação, seja com dinheiro, gratidão eterna, divulgação ostensiva ou qualquer outro tipo de recompensa, não podemos nos dizer voluntários. Isso porque ainda não superamos o egoísmo e o orgulho.
Não conseguimos compreender que cada vez que somos solidários com o próximo, desinteressada e verdadeiramente, somos nós que recebemos as graças do amor e do bem, acompanhados de perto por irmãos de luz.
E, acima de tudo, somos observados por aquele que mais importa, aquele que tudo vê, tudo sabe e para o qual o que pensamos e fazemos nunca passa despercebido: Deus.
Nossas ações são observadas e acompanhadas por irmãos que nos inspiram a superar nossas limitações e progredir. O amor que semeamos também nos envolve e auxilia em nossa evolução. Este é o maior e melhor pagamento.
remuneração do voluntário é o bem maior. É saber-nos corresponsáveis pela transformação da condição humana. É espalhar uma marca positiva por onde passamos. Uma marca que não estará estampada em jornais, nem será propagada nos noticiários.
Marca essa que nenhum ser humano poderá ver, mas ficará gravada em luz no coração e na alma e, permanecerá a iluminar o nosso caminho.
Então, quando olharmos para trás, vendo tudo o que fizemos, nos sentiremos inundar por um sentimento de paz, felizes com a forma com que vivemos e com tudo que realizamos, em nome do amor.
Redação do Momento Espírita.
Em 9.3.2016

sábado, 12 de março de 2016

Abolição do Mal

Quem se refere à perseguições e calúnias, rixas e desgostos, na maior parte das circunstâncias, está destacando a influência do mal.

Quantos milhares de caminhos, entretanto, para equilíbrio e restauração, alegria e esperança se todos nos empenhássemos a extinguir impressões negativas no nascedouro!...

Determinado amigo terá incorrido no erro de que o acusam, todavia se nos afastamos da censura que o envolve, anotando-lhe unicamente as qualidades nobres de filho de Deus, com possibilidades de recuperação iguais às nossas, mais depressa se verá liberto da inquietação na sombra para readquirir a tranqüilidade de consciência.

Certo acontecimento menos feliz haverá sido indiscutivelmente um desastre social, no entanto, se nos abstemos de comentá-lo nos aspectos destrutivos, teremos cooperado para que se lhe pulverizem os destroços morais, sem piores conseqüências.

Aquela injúria assacada contra nós efetivamente nos haverá queimado as entranhas do ser, entretanto desaparecerá nas correntes profundas do tempo, se nos consagramos a olvidá-la, sem comunicar-lhe o fogo devorador aos entes queridos, através de alegações menos edificantes.

Essa confidência amarga ter-nos-á atingido o coração, por farpa invisível, mas não ferirá outros, se nos dispusermos a esquecê-la.

Reflitamos na contribuição da paz a que todos somos chamados e para a qual todos somos capazes com segurança e eficiência.

Para começar, porém, de maneira substanciosa e definitiva, é preciso que o mal cesse de agir, tão logo nos alcance, encontrando em cada um de nós uma estação terminal das trevas.



Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Mãos Unidas, Médium: Francisco Cândido Xavier

quarta-feira, 9 de março de 2016

Saibamos Confiar

O Evangelista Mateus teve oportunidade de assinalar, em seu Evangelho, capítulo seis, versículo trinta e um: Não andeis, pois, inquietos.

Muitos andamos inquietos nestes dias. Inquietos com a economia, com a política, com a família. Inquietos em relação ao futuro; inquietos em relação ao passado; inquietos com nós mesmos.

A inquietude da criatura revela, no âmago, a falta de confiança, a falta de fé e, também a falta de conhecimento.

A recomendação de Jesus não incentiva a indiferença nem a irresponsabilidade.

O Mestre, que preconizou a oração e a vigilância, não aconselharia a despreocupação do discípulo ante o acervo do serviço a fazer.

Ele nos pede o combate ao pessimismo crônico.

Ser pessimista é estar condenado a perder a batalha antes dela mesmo começar. Ser pessimista é boicotar a si mesmo e aos outros, pois nossas palavras e pensamentos transformam o mundo à nossa volta para o bem ou para o mal.

Ainda vivemos os tempos de nos defrontar, inúmeras vezes, com pântanos e desertos, espinheiros e animais daninhos. São os tempos de transição.

Urge, porém, renovar atitudes mentais na obra a que fomos chamados, aprendendo a confiar no Divino Poder que nos dirige.

Em todos os lugares há derrotistas intransigentes.

Sentem-se nas trevas, ainda mesmo quando o sol fulgura no zênite.

Enxergam baixeza nas criaturas mais dignas.

Marcham atormentados por desconfianças atrozes. E, por suspeitarem de todos, acabam inabilitados para a colaboração produtiva em qualquer serviço nobre.

Aflitos e angustiados, desorientam-se a propósito de mínimos obstáculos, inquietam-se, com respeito a frivolidades de toda sorte e, se pudessem, pintariam o firmamento com a cor negra para que a mente do próximo lhes partilhasse a sombra interior.

nós precisamos confiar...

Não há treva que dure para sempre. Não há coração destinado ao mal. O tempo de escuridão é passageiro, é momento de aprendizagem, de provas necessárias.

A sabedoria dos mais experientes, Espíritos de escol que aqui estiveram e que ainda nos acompanham do Mundo Maior, revela que o Universo é regido por uma Inteligência dotada de justiça e bondade.

Dessa forma, como não confiar?

Assim, ao observarmos o mal aparentemente dominante ainda, escandaloso, bulhento, não colaboremos com seu estardalhaço desproporcional.

Divulgá-lo sem propósito benéfico, propagá-lo sem fim útil, apenas para causar espanto, é dar-lhe mais forças.

O otimista não é aquele que se nega a enxergar o mal à sua frente. É simplesmente aquele que dá mais valor ao bem do que ao mal que alguém promova.

O otimista é aquele que sempre vê uma saída, que sempre vê um aprendizado em toda experiência, por mais penosa que tenha sido.

Esses levam a vida com mais leveza e, muitas vezes, confiam sem saber que estão confiando. Têm fé imensa sem saber que a têm ou sem mesmo precisar dar rótulos a ela.

Lutemos. Perseveremos. Amemos e confiemos sempre.



Por Redação do Momento Espírita, com base no cap. Saibamos confiar, do livro Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB. Do site: http://momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4722&stat=0

segunda-feira, 7 de março de 2016

Página de Fé

Na reunião da noite de 19 de agosto de 1954, em rematando as nossas tarefas, tivemos a visita do Espírito Célia Xavier, que ocupou as faculdades psicofônicas do médium, oferecendo-nos expressiva página de 

Célia Xavier é abnegada servidorespiritual do Evangelho num dos templos espíritas de Belo Horizonte.

Á frente do ataúde ou perante o sepulcro aberto, clama o homem desesperado:

- Maldita seja a morte que nos impõe a separação para sempre...

Não suspeita de que os seus entes amados, na vanguarda do além, prosseguem evoluindo entre a alegria e ador, compartilhando-lhe esperanças e ansiedades.

E não se apercebe de que ele mesmo atravessará, um dia, aflito e espantado, o portal de pó e cinza para colher o que semeou.

No entanto, somos hoje, os espíritas e os Espíritos, batedores da Era Nova e servos da Nova Luz.

Unidos, estamos construindo o túnel da grande revelação, pela qual se expressará, enfim, a vida plena e Vitoriosa.

Conhecemos de perto vosso combate, vossa tarefa, vossa fadiga...

A Verdade, que pediu outrora o martírio aos pioneiros da fé cristã, atualmente vos reclama o sacrifício por norma de triunfo.

Antigamente, era a perseguição exterior, através dos circos de sangue ou das fogueiras cruéis.

Agora, é a batalha íntima com os monstros da sombra a se aninharem, sutis, em nosso próprio coração, declarando oculta guerra ao nosso idealismo superior.

Ontem, poderia ser mais fácil morrer, de um átimo, sob o cutelo da flagelação física.

Hoje, porém, é muito difícil sofrer, pouco a pouco, o assalto das trevas, sustentando suprema fidelidade à glória do espírito.

Entretanto, não podemos trair a excelsitude do mandato que nos foi confiado.

Somos lidadores da renovação e arautos da luz, a quem incumbe a obrigação de acendê-la na própria alma, para que o nosso mundo suba no céu para o esplendor de céus mais altos.

É preciso não temer as serpes do caminho, nem recear os fantasmas da noite.

Nosso programa essencial na luta é o aprimoramento próprio, a fim de que o mundo, em torno de nós, também se aperfeiçoe.

Aprendendo e ensinando, lembremo-nos, pois, de que o nosso amanhã será a projeção do nosso hoje e, elegendo no bem o sistema invariável de nosso reto pensamento e de nossa reta conduta, continuemos unidos na cruzada contra a morte, esforçando-nos para que o homem compreenda que o amor e a justiça regem a vida no Universo e que o trabalho e a fraternidade são as forças que geram na eternidade a alegria e a beleza imperecíveis.

Célia Xavier


O Juiz Reto

Ao tribunal de Eliaquim ben Jefté, juiz respeitável e sábio, compareceu o negociante Jonatan ben Cafar arrastando Zorobabel, miserável mendi...