Em entrevista, uma jovem contou que tinha uns sete anos quando foi com sua mãe ao mercadinho perto de casa. Enquanto a mãe fazia as compras, ela, menina, escondeu um doce de leite no bolso.
Na saída, sentindo-se a garota mais esperta do mundo, mostrou o doce e disse: Olha, peguei sem pagar. O que ela recebeu de retorno foi um olhar severo. E, logo, a mãe a tomou pela mão, retornou ao mercado, fê-la devolver o que pegara e pedir desculpas. A garota chorou demais. Sentiu-se morrer de vergonha. Entretanto, arrematou, concluindo: Isso me ensinou o valor da honestidade. É possível que vários de nós tenhamos tido experiência semelhante. Por isso, indagamos: Quando foi que deletamos a mensagem materna? O que nos fez esquecer o ensino da infância? A infância é o período em que o Espírito, reencarnado em nova roupagem corpórea, se apresenta maleável à reconstrução do seu eu. É o período em que as falas dos pais têm peso porque, afinal, eles sabem tudo. Mirar-se no exemplo dos pais é comum, considerando que, no processo de educação, os exemplos falam muito mais alto do que as palavras. Por que, então, deixamos para trás as lições nobres? Quantos de nós, ainda, tivemos professores que iam muito além do dever e que insistiam para que fôssemos responsáveis, corretos? Criaturas que se devotavam, ensinando com o próprio exemplo, as lições da gentileza no trato, a hombridade, o valor da palavra empenhada. Se todos nós viemos de um lar, o que nos fez desprezar a honra, a honestidade e tantos de nós nos transformarmos em políticos corruptos, em maus profissionais, em seres que somente pensam em si mesmos? Hora de evocar lembranças, de retornar aos anos do lar paterno e permitir-nos a reprise das lições. Não pegue nada que não lhe pertença. Se achar um objeto, procure o dono porque ele deve estar sentindo falta dele. Respeite o seu semelhante, o seu espaço, a sua propriedade. Os bens públicos são do povo e todos devem ser com eles beneficiados. A ninguém cabe tomar para si o que deve ser bem geral. Digno é o trabalhador do seu salário. Respeite a servidora doméstica, o carteiro, o lixeiro. São valorosos contribuintes das nossas vidas. Lembre de agradecer com palavras e delicados mimos extemporâneos o trabalho diligente dessas mãos. Cumprimente as pessoas. Sorria. Ceda seu lugar, no coletivo, ao idoso, ao portador de necessidades especiais, à grávida, a quem carrega pequenos nos braços. Ceda a vez no trânsito, aguarde um segundo a mais o pedestre concluir a travessia, antes de arrancar com velocidade, somente porque o sinal abriu. As leis são criadas para que, obedecendo-as, vivamos melhor em sociedade. Mas gentileza não está normatizada. Honestidade é virtude de quem respeita a si mesmo, ao outro, ao mundo. Pensemos nisso. Façamos um retorno à infância, pelos dias dos bancos escolares, lembremos dos nossos pais, dos mestres, das suas exortações. E refaçamos o passo. O mundo do amanhã aguarda nossa correta ação, agora, ainda hoje. |
por Redação do Momento Espírita, com citação de narrativa do artigo Como nossos pais, de Jaqueline Li, Jéssica Martineli, Rafaela Carvalho e Rita Loiola, da revista Sorria, de outubro/novembro/2012, ed. MOL. Do site: http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4539&stat=0.
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segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Quando foi que nos esquecemos?
Imaginemos
Sofres e lutas?
Alma fraterna, enquanto aqui me escutas, Imagina a caudal de sofrimentos Que rola pelo mundo... Pensa nos dias lentos Dos que gemem a sós, de segundo a segundo, Do pardieiro humilde aos grandes hospitais... Se, em verdade, pudesses Contar as lágrimas e as preces Que surgem sem cessar Nos que faceiam duras provações Sem apoio e sem lar, Carregando nos próprios corações Inquietação, angústia, sombra, desventura... Se pudesses somar As chagas, os desgostos e os gemidos Na alma triste e insegura Dos irmãos perseguidos Por pedradas da injúria e açoites do pesar... Se enumerasses todas as crianças Que por falta do amor a que te elevas, Sofrem deformações, suplícios e mudanças, Da infância rejeitada à revolta nas trevas. Se pudesses fitar, analisar, transpor, No caminho em que avanças Aflições que talvez nunca enxergaste em derredor, Certo que a tua dor Ficaria menor. |
pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: A Vida Conta, Médium: Francisco Cândido Xavier
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sábado, 29 de agosto de 2015
90 minutos
O que você faria se descobrisse que só tem uma hora e meia de vida?
No filme O que fazer?, o advogado Henry Altmann descobre que tem um aneurisma cerebral e apenas noventa minutos de vida.
Abalado, vai até o escritório onde trabalha com seu irmão, interrompe uma reunião e pergunta aos presentes o que eles fariam se tivessem uma hora e meia de vida.
Seu irmão diz que iria ao templo para orar. Um cliente diz que faria amor com sua mulher.
Altman pensa em seus últimos anos, nos erros cometidos e no quanto se afastou da família. Corre para casa planejando se reconciliar com a esposa, mas seus planos não dão certo.
Telefona para o filho, com quem não fala há dois anos. Porém, ele não o atende.
O advogado havia se tornado um homem amargo e irritadiço, desde a morte de seu caçula. Brigara com o primogênito quando ele decidira parar de advogar para abrir uma escola de dança. Agora, desejava, desesperadamente, dizer ao filho o quanto o amava.
Depois de muitas reviravoltas, Altmann, finalmente, consegue se reconciliar com ele e com a esposa, antes de partir.
* * *
Um dia, a morte baterá à nossa porta. Só não sabemos quando, onde e como.
E há uma razão para isso: para vivermos e tentarmos fazer o nosso melhor a cada dia.
No entanto, muitos de nós evitamos fazer no dia de hoje o melhor que poderíamos, deixando para depois.
Deixamos para o próximo fim de semana a visita a um parente doente, ou aos pais idosos. Deixamos para outro dia a declaração de amor ao ser amado, ou aos filhos. Deixamos para o mês que vem o passeio com a família.
Quando confrontados com a finitude de nossas vidas, nos damos conta do pouco tempo que resta para sermos felizes e realizarmos coisas simples, que poderíamos ter feito, mas não fizemos.
Não devemos esperar a iminência da morte para realizarmos o que queríamos ter feito: amar, buscar a reconciliação e o perdão.
O que difere as pessoas que não temem a morte das que a temem é a forma como conduzem suas vidas.
Aquelas que vivem fazendo a cada dia o seu melhor, sabendo que levarão consigo o bem que concretizaram, vivem sem medo da hora da partida.
As que não encaram a morte como o fim, e sim como uma passagem para uma dimensão em que os tesouros do amor, do perdão, da bondade são determinantes para a felicidade, encaram o desenlace do corpo com mais serenidade.
Aquelas que ignoram as Leis naturais, que vivem para si, entesourando bens que nada valem no além-túmulo, se veem esvaziadas quando se deparam com a proximidade da morte e temem o que durante suas vidas se esforçaram por ignorar.
Para essas, a morte significa o fim, a destruição de tudo o que construíram. Focadas em coisas materiais, se angustiam em abrir mão do que consideram importante. E quando a proximidade da morte abre seus olhos para a relatividade das coisas, creem não haver mais tempo para o que realmente importa.
Mas a justiça Divina é generosa e sempre haverá tempo para o amor, o perdão e a caridade. Mesmo que restem apenas noventa minutos!
Redação do Momento Espírita, com narrativa do filmeO que fazer? (The Angriest man in Brooklin).
Em 19.8.2015.
Em 19.8.2015.
Tarefas Mútuas
Aceita a fatalidade do progresso.
Porque se rogue na Terra auxílio aos Amigos Espirituais, não admitas estejam eles sem necessidade do Teu concurso. Os corações se entrelaçam e as vidas se tocam, à feição das estradas e das fontes que se identificam nos mesmos objetivos. Aqui, alguém esmorece na provação, abeirando-se do suicídio. Nesse mesmo lugar, sentinelas invisíveis de abnegação te aguardam a presença e o apoio, para que inicies a obra socorrista com a frase humanitária e encorajadora que essas mesmas sentinelas saberão suplementar. Ali, esse ou aquele obreiro da beneficência está prestes a cair em desânimo... Benfeitores do Mais Além te esperam junto de semelhante trabalhador, de modo a que promovas ligeiro gesto de auxílio, capaz de transferi-lo das cinzas da tristeza para as fontes da esperança. Mães agoniadas estão desfalecentes entre o desalento e a penúria... Emissários do Bem contam contigo para alguma demonstração de fraternidade, junto delas, incumbindo-se de te manipular a colaboração em recursos providenciais para socorrê-las. Crianças infelizes se aproximam da delinqüência... Mensageiros da Vida Superior, em derredor, te pedem amparo que transformarão em reconforto a assistência, em benefício dos pequeninos. Amigos da Caridade, renteando com irmãos enfermos e necessitados em lares e hospitais, recintos de tratamento e instituições outras, te solicitam o socorro possível que se encarregam de converter em colaboração eficiente, no apoio a eles, qualquer que seja a migalha de proteção que lhes possas oferecer. Amor é solidariedade. Progresso é intercâmbio. Auxilia e auxiliar-se-te-á. Ilumina a estrada de alguém e estarás iluminando a ti mesmo. Abençoa o próximo e teus caminhos se farão abençoados. Ajuda-te sempre, especialmente ajudando aos outros, e o Céu te ajudará. |
pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Busca e Acharás, Médium: Francisco Cândido Xavier.
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Ouvir DEUS
São muitos os que recorremos a Deus nas horas difíceis.
As dores que nos chegam, os desafios que a vida propõe, dificuldades que parecem intransponíveis. Nenhum de nós se pode dizer imune a dias tempestuosos, isento de tribulações intensas, dessas capazes de tirar o chão que pisamos. Para uns, é o amor que partiu de retorno ao mundo espiritual, deixando imensa e pungente ausência. Para outros, a doença que se instala irreversível, minando a saúde, desmoronando planos futuros, obrigando a repensar as páginas próximas da vida. E tantos que se desesperam pelas dificuldades financeiras, pelo emprego que não surge, pelas necessidades materiais que se avolumam. Nessas horas, com o coração transbordando de desespero, as esperanças minguando e a mente atribulada, recordamos de buscar a Deus. Alguns, através das orações repetidas incessantemente, quase como um mantra, convidando e provocando a concentração. Outros nos despimos das fórmulas prontas, para fazer da oração a conversa com o Pai. Diálogo informal, livre, como um desabafo. Outros ainda, mal conseguindo formular ou organizar o pensamento, apenas suplicamos ao Pai orientação, discernimento, roteiro ou rumo. E assim mesmo devemos fazer. Nas dificuldades maiores, não há melhor refúgio do que a oração. Não existe melhor conselheira do que a prece, não há melhor possibilidade do que a busca de inspiração junto ao Pai. Porém, em nosso desespero, esperamos a resposta imediata. À prece, muitas vezes se segue a ansiedade, na expectativa de que as respostas cheguem, explícitas, claras, palpáveis. No transbordar de nossas necessidades, quando não desespero, ansiamos pela resposta rápida da Divindade. Esquecemos de que Deus precisa do nosso silêncio a fim de Se fazer ouvir em nossos corações. Dessa forma, após a rogativa ao Pai, guardemo-nos em silêncio interior. Refugiemo-nos da balbúrdia externa. Busquemos diminuir o tumulto interno que carregamos. Somente assim, no silêncio da alma, conseguiremos escutar a resposta de Deus. Somente quando mergulharmos em nosso mundo íntimo, teremos a possibilidade de encontrar esse alimento básico, sustentador da vida, que provém de Deus. Após as nossas preces, busquemos nos guardar em nosso mundo íntimo. Refugiemo-nos na fé, na certeza de que o Pai nos oferecerá o melhor, no momento certo, na medida adequada. E ali, em nossa intimidade, Deus nos trará as respostas e a tranquilidade para nossos anseios. Mesmo Jesus, na Sua pureza incomparável, buscava o silêncio interior, após a jornada estafante junto à turba, a fim de reencontrar-Se com Deus. Façamos o mesmo. Busquemos o silêncio íntimo a fim de que possamos ouvir Deus, e possamos entender a Sua resposta aos nossos pedidos e necessidades. |
Por Redação do Momento Espírita, com base na mensagem Silêncio para ouvir Deus, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 9 de fevereiro de 2015, no Centro Espírita Caminho da Redenção. Do site:http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4551&stat=0.
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Aprendamos a Agradecer
A porta giratória da agência bancária trava. O cliente, impaciente, começa a esvaziar os bolsos: chaves da casa, do carro, celular, óculos.
O segurança se aproxima para checar se não há uma arma oculta sob a roupa. Não há. Aquele cliente é antigo, nunca andou armado. Ele libera a porta e o homem entra mal-humorado.
Toda semana esse senhor cumpre o mesmo ritual: toma um café na lanchonete em frente à agência, depois vai pagar contas e sacar dinheiro.
O segurança sabe o nome dele: Frederico Silva. Mas o senhor Frederico Silva não sabe o nome do segurança, nunca olhou para ele, nem sabe que sua vida já foi salva por aquele homem em quem ele nunca reparou.
Era uma quarta-feira abafada. Depois de sair da lanchonete, o senhor Frederico atravessou a rua e foi seguido por um homem. O segurança notou que o desconhecido olhava nervosamente para os lados e mantinha a mão direita na jaqueta. Estranhou o uso de uma jaqueta tão pesada naquele calor intenso.
Algo muito forte aguçou os sentidos do vigilante. Uma voz interna lhe dizia que havia um grande perigo ali.
Quando o senhor Frederico entrou na agência, o segurança deu o alarme para os colegas.
Eles travaram a porta giratória no exato momento em que o estranho fazia menção de entrar. Agrupados em frente à entrada, formaram uma barreira humana.
O rapaz compreendeu que suas intenções haviam sido descobertas. Sorriu maliciosamente, deu meia volta e saiu andando pela rua, como se nada tivesse acontecido.
Naquele dia, o senhor Silva foi alertado pelo gerente de que estava sendo seguido, que deveria mudar sua rotina e seus hábitos, por motivo de segurança.
Ele agradeceu, ignorando que um homem de quem ele sequer sabia o nome é que o havia salvo de um iminente latrocínio.
* * *
Durante nossa vida, somos frequentemente respaldados e auxiliados por pessoas de quem desconhecemos a identidade.
São invisíveis. Passam despercebidas. Fazem seu trabalho silenciosamente e usufruímos disso sem nos darmos conta de sua importância.
Constantemente, cruzamos com elas, mas não as vemos. Geralmente associadas a tarefas pesadas, braçais, serviçais, costumam ser ignoradas. Muitas vezes, até humilhadas e menosprezadas.
No entanto, sem elas a vida seria muito diferente. Provavelmente seria inviável.
Quando nos conscientizamos de que não somos autossuficientes e necessitamos de uma rede de pessoas cujas existências se interligam com a nossa, mesmo que elas não façam parte de nosso núcleo familiar ou círculo de amizade, devemos erradicar de nós o orgulho, o sentimento de superioridade, de arrogância.
Se hoje somos servidos, amanhã poderemos estar em posição de servir.
Lembremo-nos de ter gratidão por todos os que trabalham sem serem vistos, sem quase nunca receberem os créditos pelas tarefas executadas.
Eles podem ser invisíveis para a maioria das pessoas, mas não o são para alguém muito maior do que todos nós.
Redação do Momento Espírita.
Em 25.8.2015.
Em 25.8.2015.
domingo, 23 de agosto de 2015
Os Últimos Serão os Primeiros
I – Os Últimos Serão Os Primeiros
CONSTANTINO
Espírito Protetor, Bordeaux, 1863
2 – O trabalhador da última hora tem direito ao salário.Mas, para isso, é necessário que se tenha conservado com boa-vontade à disposição do Senhor que o devia empregar, e que o atraso não seja fruto da sua preguiça ou da sua má vontade. Tem direito ao salário, porque, desde o alvorecer, esperava impacientemente aquele que, por fim, o chamaria ao labor. Era trabalhador, e apenas lhe faltava o que fazer.
Se tivesse, entretanto, recusado o trabalho a qualquer hora do dia; se tivesse dito: “Tenham paciência; gosto de descansar. Quando soar a última hora, pensarei no salário do dia. Que me importa esse patrão que não conheço e não estimo? Quanto mais tarde, melhor!” Nesse caso, meus amigos, não receberia o salário do trabalho, mas o da preguiça.
Que dizer, então, daquele que, em vez de simplesmente esperar, tivesse empregado as suas horas de trabalho para cometer estrepolias? Que tivesse blasfemado contra Deus, vertido o sangue de seus semelhantes, perturbado as famílias, arruinado homens de boa-fé, abusado da inocência? Que tivesse, enfim, se lançado a todas as ignomínias da humanidade? O que será dele? Será suficiente dizer, à última hora: “Senhor usei mal o meu tempo; empregai-me até o fim do dia, para que eu faça um pouco, um pouquinho que seja da minha tarefa, e pagai-me o salário do trabalhador de boa-vontade!”? Não, não! Porque o Senhor lhe dirá: “Não tenho agora nenhum trabalho para ti. Esperdiçaste o teu tempo, esqueceste o que havias aprendido, não sabes mais trabalhar na minha vinha. Cuida, pois, de aprender de novo, e quando te sentires mais bem disposto, vem procurar-me e te franquearei as minhas terras, onde poderás trabalhar a qualquer hora do dia”.
Bons espíritas, meus bem-amados, todos vós sois trabalhadores da última hora. Bem orgulhoso seria o que dissesse. “Comecei o trabalho de madrugada e só o terminarei ao escurecer”. Todos vieram quando chamados, uns mais cedo, outros mais tarde, para a encarnação cujos grilhões carregais. Mas há quantos e quantos séculos o Senhor vos chamava para a sua vinha, sem que aceitásseis o convite? Eis chegado, agora, o momento de receber o salário. Empregai bem esta hora que vos resta. Não vos esqueçais de que a vossa existência, por mais longa que vos pareça, não é mais do que um momento muito breve na imensidade dos tempos que constituem para vós a eternidade.
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HENRI EINE
Paris, 1863
3 – Jesus amava a simplicidade dos símbolos. Na sua vigorosa expressão, os trabalhadores da primeira hora são os Profetas, Moisés, e todos os iniciadores que marcaram as diversas etapas do progresso, continuadas através dos séculos pelos Apóstolos, os Mártires, os Pais da Igreja, os Sábios, os Filósofos, e, por fim, os Espíritas. Estes, que vieram por último, foram entretanto anunciados e preditos desde o advento do Messias. Receberão, pois, a mesma recompensa. Que digo? Receberão uma recompensa maior. Últimos a chegar, os Espíritas aproveitam o trabalho intelectual dos seus antecessores, porque o homem deve herdar do homem, e porque os trabalhos e seus resultados são coletivos: Deus abençoa a solidariedade.
Muitos dos antigos revivem hoje, ou reviverão amanhã, para acabar a obra que haviam começado. Mais de um patriarca, mais de um profeta, mais de um discípulo do Cristo, e de um divulgador da fé cristã se encontram, entre vós. Ressurgem mais esclarecidos, mais adiantados, e já não trabalham mais nos fundamentos, mas na cúpula do edifício. Seu salário será, portanto, proporcional ao mérito da obra.
A reencarnação, esse belo dogma, eterniza e precisa a filiação espiritual. O Espírito, chamado a prestar contas do seu mandato terreno, compreende a continuidade da tarefa interrompida, mas sempre retomada. Vê e sente que apanhou no ar o pensamento de seus antecessores. Reinicia a luta, amadurecido pela experiência, para ainda mais avançar. E todos, trabalhadores da primeira e da última hora, de olhos bem abertos sobre a profundidade da Justiça de Deus, não mais se queixam, mas se põem a adorá-lo.
Este é um dos verdadeiros sentidos dessa parábola, que encerra, como todas as que Jesus dirigiu ao povo, as linhas do futuro, e também, através de suas formas e imagens, a revelação dessa magnífica unidade que harmoniza todas as coisas no universo, dessa solidariedade que liga todos os seres atuais ao passado e ao futuro.
O Evangelho Segundo o Espiritismo
por ALLAN KARDEC – tradução de José Herculano Pires
Caminho de Elevação
Se aspiras a servir, alma querida,
Não deixes de aprender, ante as lições da vida. Lenha para expulsar o frio que há lá fora, Converte-se na chama que a devora. Ouro para vencer em prestígio e valor, Sofre a depuração, sublimado em calor. Para chegar de longe, e atender-nos, de todo, Muita fonte atravessa imensidões de lodo. Tronco para formar refúgio organizado, Padece a intromissão da serra e do machado. Se procuras também, a benção de elevar-te, Esquece-te amparando o mundo em qualquer parte. Quem procure por Deus aceite por dever Trabalhar e servir, suportar e esquecer. |
pelo Espírito Maria Dolores - Do livro: Coração e Vida, Médium: Francisco Cândido Xavier
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sábado, 22 de agosto de 2015
Promovendo o Amor e a Paz
O Brasil, nascido sob o símbolo da cruz, sempre foi tido como uma pátria de amor, de solidariedade e de paz, conforme planejou Jesus.
Uma grande casa, que nunca se recusou a receber os irmãos, vindos de todas as regiões do mundo, acolhendo-os com fraternidade.
O brasileiro traz em si um tempero especial, que são as marcas da miscigenação de raças totalmente diferentes, onde colaboraram o índio, o negro, o branco.
Desde as primeiras orações aqui proferidas, quando do seu descobrimento, o Evangelho de Jesus repercutiu no coração dos brasileiros, que demonstram suas vinculações religiosas.
Nem por isso deixamos de passar por momentos difíceis, nessa caminhada de desafios constantes.
Atualmente, nos encontramos envolvidos por uma onda de pessimismo, mais ou menos geral, frente aos embates que o país atravessa.
Há urgente necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações.
A onda de pessimismo é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados, veem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios.
É preciso modificar esse clima espiritual.
É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo.
É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança.
Para isso, necessitamos do suporte da fé para seguirmos firmes na caminhada, não permitindo nos desequilibrarmos frente ao desafio;
Termos confiança nos altos destinos de nossa nação; auxiliarmos com pensamentos positivos e otimistas.
Será através da esperança e da fé que conseguiremos juntar as forças de nosso povo sofrido e cansado, para superar esta fase.
O desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo andam juntos, enfraquecendo o indivíduo, os grupos, a própria comunidade.
São como o cupim a corroer, no silêncio, as estruturas.
Não permitamos que esses sentimentos negativos nos invadam o ser.
Sabemos que não estamos abandonados pela bondade celestial, apenas passamos por provas necessárias a enrijecer nossas fibras morais.
Todos podemos contribuir com pensamentos de amor e de paz, de união e de esperança, formando barreiras de luz para estancar esse vírus de negativismo.
São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade.
São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor.
Que o nosso pensar, nosso falar e nosso agir, representem fielmente o que desejamos.
E não esqueçamos de que, se o Brasil “é o coração do mundo”, somente será a “pátria do Evangelho” se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós.
Redação do Momento Espírita, com base naMensagem de esperança, pelo Espírito Eurípedes Barsanulfo,
psicografia de Suely Caldas Schubert, recepcionada no
Centro Espírita Ivon Costa, em Juiz de Fora, MG, em 14.9.1983.
Em 22.8.2015.
psicografia de Suely Caldas Schubert, recepcionada no
Centro Espírita Ivon Costa, em Juiz de Fora, MG, em 14.9.1983.
Em 22.8.2015.
http://www.momento.com.br/pt/ler_texto.php?id=4550&stat=0
Fragmentos de Kardec
Fragmentos de Kardec
Data sugere conhecer melhor o Codificador
A ocorrência do bicentenário de nascimento de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, em 03 de outubro de 2004 (o nascimento ocorreu em 1804), sugere que, além dos dados biográficos – amplamente divulgados e conhecidos –, ampliar-se o conhecimento de seus pensamentos, para identificação de seu perfil psicológico.
Colhemos em Obras Póstumas (1), alguns fragmentos de seus raciocínios, para homenagear a importante efeméride.
Para conhecer seu perfil moral, a transcrição seguinte traz preciso embasamento: “Um dos primeiros resultados das minhas observações foi que os Espíritos, não sendo senão as almas dos homens, não tinham nem a soberana sabedoria, nem a soberana ciência que o seu saber era limitado ao grau de seu adiantamento, e que a opinião deles não tinha senão o valor de uma opinião pessoal. Esta verdade, reconhecida desde o começo, evitou-me o grave escolho de crer na sua infalibilidade e preservou-me de formular teorias prematuras sobre a opinião de um só ou de alguns. Só o fato da comunicação com os Espíritos, o que quer que eles pudessem dizer, provava a existência de um mundo invisível ambiente era já um ponto capital, um imenso campo franqueado às nossas explorações, a chave de uma multidão de fenômenos inexplicados. O segundo ponto, não menos importante, era conhecer o estado desse mundo e seus costumes, se assim nos podemos exprimir. Cedo, observei que cada Espírito, em razão de sua posição pessoal e de seus conhecimentos, desvendava-me uma face desse mundo exatamente como se chega a conhecer o estado de uma país interrogando os habitantes de todas as classes e condições, podendo cada qual nos ensinar alguma coisa e nenhum deles podendo, individualmente, ensinar-nos tudo.”
Para conhecer o método aplicado nos estudos e observações sobre o Espiritismo, basta analisar esta frase: “(...) apliquei a esta ciência o método experimental, não aceitando teorias preconcebidas, e observava atentamente, comparava e deduzia as conseqüências, dos efeitos procurava elevar-me às causas, pela dedução e encadeamento dos fatos, não admitindo por valiosa uma explicação, senão quando ela podia resolver todas as dificuldades da questão. Foi assim que procedi sempre em meus anteriores trabalhos, desde os quinze anos”.
Sobre a responsabilidade que se impunha, expõe Kardec: “compreendi logo a gravidade da tarefa, que ia empreender, e entrevi naqueles fenômenos a chave do problema, tão obscuro e tão controvertido, do passado e do futuro da humanidade, cuja solução vivi sempre a procurar era, enfim, uma revolução completa nas idéias e nas crenças do mundo. Cumpria, pois, proceder com circunspecção e não levianamente, ser positivo e não idealista para não me deixar levar por ilusões”.
Comentando sobre o sistema de análise nas comunicações com os Espíritos: “Incumbe ao observador formar o conjunto, coordenando, colecionando e conferindo, uns com os outros, documentos que tenham recolhido. Desta forma, procedi com os Espíritos como teria feito com os homens considerei-os, desde o menor até o maior, como elementos de instrução e não como reveladores predestinados”.
Estabeleceu duas máximas que se imortalizaram de maneira patente a indicar os caminhos da Doutrina Espírita: a) Fora da caridade não há salvação, princípio que ressalta a igualdade entre as criaturas humanas, perante Deus, a tolerância, a liberdade de consciência e a benevolência mútua; b) Fé inabalável é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade, ressaltando que a fé raciocinada se apoia nos fatos e na lógica.
Para concluir, nada melhor que trazer aos leitores Uma Prece de Allan Kardec, também extraída de Obras Póstumas, onde podemos sentir toda grandeza d’alma deste nobre espírito: “Senhor! Se vos dignastes lançar os olhos sobre mim, para satisfazer os vossos desígnios, seja feita a vossa vontade! A minha vida está em vossas mãos disponde do vosso servo. Para tão alto empenho, eu reconheço a minha fraqueza. A minha boa vontade não faltará, mas podem trair-me as forças. Supri a minha insuficiência, dai-me as forças físicas e morais, que me sejam necessárias. Sustentai-me nos momentos difíceis e com o vosso auxílio e o dos vossos celestes mensageiros esforçar-me-ei por corresponder às vossas vistas”.
Orson Peter Carrara
(1) Edicão LakeNota do autor: esta matéria usou como referência a publicação Hippolyte Léon Denizard Rivail - O Perfil de um Mestre, elaborado pelo Centro Espírita “Esperança e Fé”, de Franca-SP, e reeditado pelo Centro Espírita “Caminho de Damasco”, de Garça-SP, com pequenas alterações do texto original, e utilizando como bibliografia as seguintes obras:
- Biografia de Allan Kardec, de Henry Sausse, edição LAKE;
- Grandes Espíritas do Brasil, de Zêus Wantuil, ed. FEB;
- Allan Kardec, de Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, ed. FEB;
- Vida e Obra de Allan Kardec, de Canuto Abreu, ed. Edicel;
- Obras Postumas, de Allan Kardec, ed. LAKE;
- Revista Reformador, de 1952, ed. FEB;
- Narrações do Infinito, de Camile Flammarion, ed. FEB;
- Herculanun, de J. W. Rochester, ed. FEB.
http://www.espirito.org.br/portal/artigos/orson/fragmentos-de-kardec.html
Obsessores e Tentação
Ao contato das idéias renovadoras que te bafejam, afirmas-te na disposição de estudar e servir, com vistas à sublimação que demandas.
Muita vez, porém, te lamentas contra obsessores e tentações, imputando a eles fracassos e desencantos que te assoberbam. Uns e outros, contudo, são frutos de tua sementeira ou circunstâncias forjadas por teu próprio comportamento. Partindo do princípio de que somos mais ou menos indiferentes a todos aqueles que não conhecemos, apenas experimentamos atração ou aversão por aqueles espíritos com os quais já convivemos nas existências passadas. Diante, pois, de nossos desafetos, convém profundo auto-exame, para verificarmos até que ponto seremos nós e eles os perseguidores e os perseguidos. Por outro lado, ser-nos-á lícito classificar por seduções das trevas os impulsos inferiores que não cogitamos de arrancar ao âmago de nós mesmos? Achamo-nos entre obsessores e tentações à maneira de alunos entre colegas e percalços da escola. A ordem – confraternização e aprendizado. A palavra é agente de auxílio no entendimento com os irmãos que ainda não se afinam conosco, mas, o exemplo é a força que nos arrasta à desejada harmonização. A prece ser-nos-á socorro contra o império das sugestões deprimentes, todavia, ninguém extirpará tendências infelizes sem esforço máximo de auto-corrigenda. Não alegues a carga de influências destrutivas como sendo motivo a desânimo e frustração. Nunca olvidar que somente a luz vence a sombra, tanto quanto só o bem vence o mal. |
Pelo Espírito Emmanuel - Do livro: No Portal da Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier
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Auto-Iluminação
O grave compromisso para aquisição da auto-iluminação é um empreendimento de curso demorado, que exige ingentes esforços e culmina, vezes sem conto, em sacrifício pessoal dos interesses inferiores.
A decisão tomada para o mister impõe perseverança e coragem permanentes. Hábitos profundamente arraigados, oriundos de existências passadas, caracterizados pelo egoísmo e toda a sua malha de cruéis tentáculos, conhecidos como as imperfeições morais, tornam-se repetitivos, e fazem-se necessários de erradicação total. Somente quando o indivíduo identifica-se como ser imortal, é que se resolve pela alteração do comportamento e a eleição de diretrizes realmente legítimas para a conquista da felicidade. Quando deambula pelas trilhas do materialismo, nenhum estímulo experimenta para a empresa auto-iluminativa, por estar convencido da sua pouca utilidade, por verificar o triunfo do crime e da indiferença pelos valores éticos existenciais. Conhecendo, porém, a realidade do Além-túmulo, compreende que, no prosseguir da vida após o decesso celular, as experiências e ações vivenciadas ressumarão em efeitos equivalentes. Conforme foi vivida a caminhada terrestre, assim prossegue além do corpo. Já não dispondo das possibilidades orgânicas para fruir os prazeres a que se acostumou e nos quais se comprazia, as emoções superam as antigas sensações que são diferentes na sua estrutura e no seu conteúdo. Defluentes da conduta permitida, verifica os prejuízos que se causou, ao constatar que foram perversas e desrespeitosas aos demais suas atitudes, então a culpa se lhe instala na consciência, que o aturde, envergonha e infelicita. Sem dúvida, o Tribunal divino encontra-se instalado nos refolhos da consciência que analisa os acontecimentos e apresenta a outra face, a desconhecida, aquela que seria a correta, a desejável, não mais possível de a viver. Desespero rude toma-lhe conta do ser e sente-se transtornado, em luta para livrar-se do conflito íntimo que o constringe e o desencanta. Não raro, pode isso acontecer antes da desencarnação, por amadurecimento psicológico, e a existência perde o encantamento, as motivações para prosseguir, por efeito da angústia que se fixa nos painéis mentais e emocionais, multiplicando os tormentos íntimos. Retidão moral é, pois, o caminho seguro para todo aquele que anela pelo futuro de harmonia pessoal, seja espiritualista, agnóstico ou ateu. Não importa a crença que tenha ou a não crença que adote, pois que o importante é a consciência da própria vida. O bem é conquista inalienável para o equilíbrio emocional e para a paz consigo próprio. Não duvides da excelência da jornada terrestre saudável. A vida prossegue além da morte, creia-se ou não. Na dúvida, permite-te a opção dos atos dignificantes que te farão bem em qualquer circunstância. Quando alguém predispõe-se à auto-iluminação, a sombra atemoriza-o, as condutas reprocháveis intentam manter-se e ele debate-se nas dificuldades e nos desafios das novas tentativas. Resiste às induções nefastas. Observa quanto alegre e renovado permaneces, quando não te permites necessidade de reparação, de arrependimento das ações praticadas. Harmonias internas vibram no pensamento e somatizam-se no organismo. A mente liberta-se das ideias turbulentas e alça-se a patamares mais elevados, que proporcionam a visão gloriosa do existir, enquanto viceja o bem-estar, que se transforma em amor a tudo e a todos. Talvez tropeces e tombes nos velhos hábitos durante o processo libertador. É natural que aconteça. Logo após, recomeça, refaze a atitude e não desanimes. Fatores existenciais e espirituais conspirarão contra a tua decisão de ascender aos páramos da luz. Toda vez quando alguém se destaca no grupo social e torna-se visível, chama a atenção, desperta reações diversas, nem sempre favoráveis ao projeto de enobrecimento. A tua é uma aquisição pessoal legítima que te premiará de ventura. Não esmoreças, mesmo que acoimado por conflitos de vária ordem. Ao experimentares o tentame iluminativo, notarás quanto necessário se te faz o prosseguimento. A atualidade terrestre está assinalada pelos paradoxos da cultura, da tecnologia, mas também da violência, do medo, da exaltação do crime e do terrorismo. Não estranhes esse temporário transcurso do processo evolutivo. Pelo contrário, experimenta a alegria de ser diferente pela transformação que estás operando em teu mundo interior. A tua metamorfose não passará despercebida e servirá de encorajamento para que outros indivíduos que aspiram pelo bom e pelo belo sintam-se estimulados a adotar o teu exemplo. O mal cansa, depaupera, crucifica aquele que se permite cultuá-lo. Renasceste para triunfar. Não te detenhas no pórtico da renovação moral. Avança e conquista-te. Somente Ele, que superou todas as vicissitudes do mundo, poderia experimentar com serenidade a traição de um amigo, a negação de outro e o abandono de outros tantos, aceitando a crucificação... ...E apesar de todos os fatores negativos, perdoou-os e os elegeu para que prosseguissem, reabilitando-se e sacrificando-se em benefício da Humanidade. Depois do Seu holocausto, não foram poucos aqueles que O imitaram e até hoje prosseguem no mister da auto-iluminação. |
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica de 14 de janeiro de 2015, no Centro Espírita Caminho das Redenção, em Salvador, Bahia. Do site: http://www.divaldofranco.com.br/mensagens.php?not=320
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quarta-feira, 19 de agosto de 2015
O Tamanho de um Ideal
Quão grande pode ser um ideal? Que extensão podem ter nossos sonhos?
Quem visse Tereza de Calcutá, no início de sua jornada, pedindo comida para dar aos pobres, dificilmente imaginaria aquela mulher como fundadora de mais de quatrocentas casas em nome do amor ao próximo.
Quem analisasse Michelangelo, exímio escultor, se aventurando no campo da pintura, jamais diria que ele iria legar para a Humanidade uma joia como o teto da Capela Sistina.
Quem percebesse Saulo de Tarso às portas de Damasco, cego e aturdido, não conseguiria perceber ali o grande Apóstolo do Cristianismo nascente.
Toda jornada nasce nos primeiros passos, modestos, anônimos, não raro, solitários.
Grandes caminhadas não se concluem se o primeiro passo não for dado.
Porém, da iniciativa se faz indispensável a perseverança para a continuidade.
Se o primeiro passo é desafiador, se a coragem para sair da inércia é meritória, ela se esgotará em si mesma se não houver a disciplina da continuidade no intento.
E se o primeiro passo nasce da coragem, a caminhada se fará tão longa quanto a medida do ideal daquele que caminha.
Ao idealista não se deve somar a ilusão das facilidades que não existem, ou da leveza de um caminhar que não tem preço.
Fernando Pessoa, o poeta, descreve isso dizendo que um ideal vale a pena desde que caiba no tamanho da alma.
* * *
Assim somos todos nós.
Nossos sonhos, nossos ideais são do tamanho que comporta nossa própria alma.
Dessa forma, nenhum de nós tem o direito de sabotar o ideal de outrem.
Talvez aquele propósito não caiba em nós, porém desconhecemos a dimensão da alma daquele a quem aconselhamos.
Não importa a grandeza do ideal. O importante é que o tenhamos na alma.
Serão sempre os sonhos, os ideais, o combustível da caminhada.
Serão eles a fonte de energia que nos dará condições de vencer as dificuldades e desafios naturais que surjam na jornada.
Alguns constroem planos para melhorar seu bairro ou seu ambiente de trabalho.
Outros sonham em modificar a sociedade, as instituições.
Há os que alimentam o ideal de se tornarem excelentes profissionais, a fim de beneficiar aqueles com quem mantenham contato.
Por que não podemos concretizar o ideal de iniciar um pequeno trabalho voluntário em nossa comunidade?
Talvez consigamos aliviar a dor ou a solidão de alguém, por algumas horas, em nossa semana.
Não importa qual seja o nosso ideal.
Importante é que percebamos que podemos, na medida de nossa capacidade, contribuir para transformar o mundo.
Pequenas atitudes, desde que carregadas de grande significado, são capazes de, somadas, alterar paisagens sociais.
Alguns poderão dizer que tudo isso não passa de bobagem.
Esses apenas demonstram que desistiram de si mesmos, e abandonaram seus sonhos, em algum ponto da estrada.
Portanto, continuemos, perseverantes em nossos propósitos. Talvez, um dia, possamos convencer alguém, pelas nossas atitudes, de que sempre é a hora certa de retomar os sonhos e ideais.
Redação do Momento Espírita.
Em 15.8.2015.
Em 15.8.2015.
Ação e Reação
A Lei de Causa e Efeito
Nossa vida é uma sucessão constante de acontecimentos, de encontros e desencontros, de situações aparentemente inexplicáveis, diante das quais, muitas vezes, sentimo-nos como vítimas diante de carrasco implacável, impotentes diante de um destino cruel e irracional.
No universo, tudo está intimamente relacionado, numa sequência de ações que desencadeiam reações de igual intensidade. Deus é infinitamente justo e bom, e nada ocorre que não seja Seu desígnio. Não existe ocorrência do acaso ou sem uma causa justa. Cada evento ocorre de forma natural, planejada e lógica.
Ação e Reação
Todos somos responsáveis por cada um dos eventos que ocorrem em nossas vidas, sejam estes eventos bons, ou aparentemente terríveis. Neste contexto, não existem vítimas. O que aparentemente não tem explicação é porque nos falta alcance para compreensão da real origem de cada acontecimento.
Se buscarmos em nós mesmos, em nossas próprias atitudes, quase sempre encontraremos a causa de todas as nossas mazelas, porém, caso não a encontremos a primeira vista, isto não significa que ela não exista, pois não existe efeito sem causa. Muitas vezes, as causas dos males que nos acometem podem encontrar-se num passado distante, em existências anteriores, momentâneamente inacessíveis pelo véu do esquecimento.
“Todas as nossas ações são submetidas às leis de Deus; não há nenhuma delas, por mais insignificante que nos pareçam, que não possa ser uma violação dessas leis. Se sofremos as conseqüências dessa violação, não nos devemos queixar senão de nós mesmos, que nos fazemos assim os artífices de nossa felicidade ou de nossa infelicidade futura.” [1]
Pela lei de causa e efeito, o homem pode compreender a causa de seus sofrimentos, e de todo o mal que aflige a humanidade, e pode acima de tudo conhecer e amar um Deus justo e racional, que dá a cada um segundo suas obras.
[1]Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Quarto, Capítulo II, item 964
segunda-feira, 17 de agosto de 2015
Uma História Real - Lei de Causa e Efeito
Uma História Real
Havia
um homem que se chamava Fleming e era um pobre lavrador escocês.
Um
dia, enquanto trabalhava para ganhar o pão para sua família, ouviu um pedido de
socorro proveniente de um pântano que havia na redondeza.
O
Sr. Fleming largou tudo o que estava a fazer e correu ao pântano. Lá, encontrou
um rapazinho enterrado até a cintura, gritando por socorro e tentando
desesperadamente se livrar do lamaçal onde caiu.
O
Sr. Fleming retirou o rapazinho do pântano, salvando sua vida.
No
dia seguinte, chegou uma elegante carruagem à sua humilde casa, donde saiu um
nobre muito rico, que se apresentou como o pai do rapazinho que quase morreu no
lamaçal.
-
Quero recompensá-lo, disse o nobre. Deixe-me proporcionar ao seu filho o mesmo
nível de instrução que proporcionarei ao meu. Se o seu rapaz sair ao Senhor,
não tenho dúvida alguma que se converterá num homem de que ambos nos
orgulharemos.
Então
o Sr. Fleming aceitou.
O
filho do humilde lavrador frequentou as melhores escolas e se tornou um médico
brilhante e mundialmente conhecido como Dr. Alexander
Fle, o descobridor da Penicilina.
Anos
depois, o “rapazinho” que havia sido salvo do pântano adoeceu com uma
pneumonia.
E
desta vez, quem salvou a sua vida? A
PENICILINA!
E assim
o filho do nobre, foi salvo, pois seu pai pagou os estudos do Alexander
Fleming.
A
Lei de Causa e Efeito, que é uma lei Divina, faz retornar o bem que fazemos. O
bem que o nobre fez retornou através da cura de seu filho pelo médico que ele
ajudou a formar.
LEI DE CAUSA E EFEITO
Todas
as leis, como a vida, têm um princípio de causa e efeito. Não há exceções. Por
exemplo: se você é agricultor e plantar milho, vai colher milho. Se plantar
tomates, vai colher tomates, e não feijão ou abóbora. A causa é o plantio, o
efeito é a colheita. Se semear pensamentos negativos em sua mente, é isso o que
vai obter: resultados negativos.
domingo, 16 de agosto de 2015
Um Dia
Um dia, Colombo resolveu empreender a grande viagem, rumo ao mundo novo e descobriu o caminho para a América.
Um dia, a jovem polonesa Maria Sklodowska decidiu buscar a Cidade Luz para iluminar o próprio intelecto.
Adentrou a Universidade da Sorbonne e, entusiasmada pela pesquisa, descobriu o radium, que salva vidas todos os dias.
Um dia, Francisco Bernardone saiu do lar paterno, abandonou a si mesmo e dedicou sua vida a iluminar outras vidas.
Um dia, Madalena, a mulher atormentada por Espíritos infelizes, conheceu Jesus.
Ofereceu-se à virtude e inscreveu seu nome na História, figurando como daquelas almas inesquecíveis.
Um dia, a caminho de Damasco, o rabino Saulo teve um encontro com o Nazareno e mudou sua forma de ver o mundo.
Serviu a Jesus até a morte, entregando-se em holocausto por amor à verdade que distribuiu aos povos.
Um dia, Levi deixou a coletoria onde servia a César, e foi servir ao Mestre de Nazaré.
Deixou de anotar mercadorias, dracmas e bens ilusórios, para registrar para a posteridade os ditos e os feitos do Senhor.
Legou ao mundo o Evangelho segundo Mateus, que inicia com a genealogia de Jesus e conclui com a gloriosa ressurreição.
No dia de Pentecostes, os Apóstolos iniciaram o seu ministério e derramaram pela Terra as bênçãos das claridades do reino de Deus.
Judas era um discípulo fiel a Jesus. Mas, um dia, acreditou mais no poder frágil da Terra do que na administração do céu, e perdeu a si mesmo.
Tudo no Universo começa um dia. Tudo, no mundo dos homens, começa um dia.
Os grandes impérios, as extensas jornadas, as gigantescas construções.
O bem e o mal, a felicidade e o infortúnio, a alegria e a dor guardam o exato momento de início.
Quando plantamos, sabemos que um dia surgirá a produção. Num dia se semeia, em outro se colhe.
Se entregamos o dia para a erva ingrata, ela se alastrará, sufocando o horto.
Se abandonamos os minutos aos vermes daninhos, eles se multiplicarão, impedindo a colheita.
Das resoluções de uma hora, podem sobrevir acontecimentos para mil anos.
Do gesto impensado de um momento, podem advir consequências danosas para muitos anos.
Da correta decisão de um instante, pode se delinear o panorama de alegrias para logo mais.
Tudo depende da nossa atitude na intimidade do tempo.
O amanhã será sempre aquilo que hoje projetamos. Alcançaremos o que procuramos.
Seremos o que desejamos.
Acordemos para a realidade do momento e amontoemos bênçãos, prestando serviços em nossas horas.
Um dia chegará em que necessitaremos dos braços amigos que hoje conquistamos, dos afetos que hoje aninhamos, dos bens que hoje produzimos.
* * *
O tempo é o rio da vida, cujas águas nos devolvem o que lhe atiramos.
Enquanto dispomos das horas, realizemos a boa semeadura.
Se acreditamos no bem e a ele atendemos, cedo atingiremos a messe da felicidade.
Contudo, se desrespeitamos o tempo, desacreditando o valor do dia, em algum momento, agora, ou mais tarde, faremos a colheita amarga das horas vazias e dos momentos ociosos.
Pensemos nisso!
Redação do Momento Espírita, com base no cap. Um dia, pelo Espírito Isabel de Castro, do livro
Falando à Terra, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 12.8.2015.
Falando à Terra, psicografia de
Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 12.8.2015.
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